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Apocalipse

Teologia para Leigos


Diocese de Santo André

Professor Fernando
2020
Apocalipse

Programa do curso:
I – O que é o Apocalipse?
II – Por que uma linguagem simbólica?
III - Quando e para quem foi escrito?
IV – A história da formação do livro
V – Tendências na interpretação do Apocalipse
VI – Conteúdo / Divisão
VII – As sete comunidades da Ásia Menor
VIII – Leitura e Interpretação de alguns textos
Vamos ouvir essas músicas?

▪ https://youtu.be/RzlniinsBeY

▪ https://youtu.be/33-bMTOlvx0

Vocês ▪ https://youtu.be/jY8lvjmexwo
entenderam a
mensagem que
está por trás ▪ https://youtu.be/1KskJDDW93k
de cada canção?
Apocalipse

I) O QUE É O APOCALIPSE?
A palavra Apocalipse vem do grego “Apokalypsis” (αποκάλυψις) que
quer dizer “Revelação”, revelar o que está encoberto, tirar o véu.
O Apocalipse vem da literatura apocalíptica que surgiu dentro do
judaísmo em um período de perseguição no século II a.C. e vai até o
século II d.C.
Com o desaparecimento dos profetas e a continuidade de dominação
por parte de reis poderosos e cruéis, a literatura apocalíptica era uma
forma de alertas os judeus sobre a realidade dos acontecimentos
contemporâneos, além de levar palavras de esperança e fé para aqueles
que estão sofrendo com a perseguição e a opressão dos inimigos.
Apocalipse

Os judeus foram dominados por diversos povos:


→ Alexandre, o Grande (336 – 323 a.C.) da Macedônia;
→ Dinastia dos Ptolomeus (egípcios) até 200 a.C.;
→Selêucitas ou Antíocos (sírios) até a revolta dos Macabeus em
166 a.C., especialmente sob o domínio de Antíoco IV Epifanes
(175 a 164 a.C.)
Aqui foi escrito o livro de Daniel, o primeiro apocalipse da Bíblia;
→ Império Romano a partir de 63 a.C.
Apocalipse

Foi em um ambiente de perseguição e eminente perigo que os


autores judeus começaram a cultivar a literatura apocalíptica,
que tem afinidade com a literatura profética, mas não se
identifica com esta.
Para isso usa um personagem bíblico do passado ou um anjo do
Senhor que fará as revelações acerca dos dias em que ele e seus
correligionários estão vivendo.
O texto apocalíptico leva o leitor a ter uma confiança inabalável
na Divina Providência.
Apocalipse

Características do texto apocalíptico:


1) Associado a alguma situação histórica concreta.
2) Quem conta a visão é um personagem bíblico do passado ou um anjo
do Senhor (os pseudônimos).
3) Faz ligação do passado com o presente, mostrando que no futuro, no
final dos tempos, com a intervenção de Deus, o mal será punido e os
bons serão exaltados e recompensados (forte nota escatológica).
4) Texto cuja mensagem é codificada através de visões, símbolos ou
números, onde os leitores conhecem seu significado.
5) Intervenção dos anjos que agem ora como ministros de Deus que
colaboram com a Providencia Divina, ora como interprete das visões.
Apocalipse

II) Por que o Apocalipse tem uma linguagem simbólica?


Porque o livro foi escrito em tempos de perseguição e perigo
para os cristãos; assim o autor poderia esconder o significado da
mensagem dos seus inimigos e, por outro lado, revelá-la ao seu
destinatário. Por mais assustador que o texto possa parecer, a
verdadeira mensagem é de fé e esperança em tempos de
perseguição, trazendo conforto e coragem na luta,
transformando saudade em esperança, comunicando ao povo
algo da paz de Deus, defendendo contra os opressores do povo,
fazendo-se entender pelo povo das comunidades.
Apocalipse

III) Quando e para quem foi escrito o Apocalipse?


Segundo os estudos teológicos, o livro do Apocalipse foi finalizado por
volta do ano 100 d.C. Ele teria sido escrito inicialmente em 64 d.C.
durante a perseguição dos cristãos após o incêndio de Roma
provocado pelo imperador Nero que culpou os cristãos. Depois teria
sido completado em 95 d.C. durante a perseguição do imperador
Domiciano.
Trata-se de uma mensagem dirigida para as 7 comunidades da Ásia
Menor:
Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia
As 7 comunidades
Apocalipse
Há 7 elementos que são comuns nestas comunidades:
1) Forte presença do culto imperial;
2) Variedade de templos e religiões presentes na região.
3) Presença de pregadores de outras doutrinas que confundiam os
cristãos.
4) Rivalidade entre grupos proselitistas cristãos.
5) Tentativa em conciliar o cristianismo com a fidelidade ao
imperador (sincretismo).
6) Prepotência e arrogância das comunidades mais poderosas com
relação as mais pobres.
7) O desafio da fidelidade e do seguimento do Cordeiro.
Apocalipse

IV) A história de formação do livro?


Apesar de se acreditar que o livro tenha sido escrito em 95 d.C.,
época do imperador Domiciano, há uma linha teológica que
acredita que o livro foi escrito em épocas diferentes, sendo
finalizado entre os anos 100 e 110 d.C.
Primeiramente foi escrito o texto do capítulo 4 ao capítulo 11,
provavelmente em Roma durante a perseguição de Nero que
culpou os cristãos por colocar fogo na cidade; eles acabaram
sendo muito perseguidos.
Apocalipse

Depois foi escrito o texto do capítulo 12 ao capítulo 22, aí sim por


volta do ano de 95 d.C. durante o reinado do imperador
Domiciano que perseguiu arduamente os cristãos em todo o
Império Romano.
E finalizaram o livro acrescentado a introdução e as cartas as 7
comunidades, que se encontram nos capítulos de 1 a 3, escritas
provavelmente entre o ano 100 e 110 d.C.
Assim, o livro foi montado e usado em algumas comunidades
para servir de consolo e esperança nos momentos de perseguição.
Apocalipse

Ap 1,1 a 3,22 – Introdução e carta as 7 comunidades da Ásia


Menor

Ap 4,1 a 11,19 – Primeiro roteiro da caminhada do povo:


Deus liberta o seu povo

Ap 12,1 a 22,21 – Segundo roteiro da caminhada do povo:


Deus julga os opressores do povo
Apocalipse

V) Tendências na interpretação do Apocalipse


Existem 4 tendências de interpretação do livro do Apocalipse, que
apresentaremos a seguir:

→ Preterista: todo o livro se cumpriu nos dias do Império Romano


sob o governo do imperador Domiciano; o Apocalipse expressa
as esperanças dos cristãos primitivos da Ásia. A “Besta” era a
Roma Imperial e o “falso profeta” era a classe sacerdotal da
Ásia Menor que incentivava o culto romano.
Apocalipse
→ Futurista: contesta o Preterista, entendendo o Apocalipse como
uma “profecia” futura que ainda não se cumpriu. É contestada
especialmente porque o gênero apocalíptico não permite
interpretação literal.
→ Histórico: vê o Apocalipse como uma série de acontecimentos
históricos que teriam começado no tempo do autor e vão
avançando até o fim dos tempos; a principal objeção é confirmar o
cumprimento de certos fatos históricos.
→ Histórico-filosófico: vê as visões do livro como sendo aplicáveis a
todas as situações de perseguição, de luta e de vitória do povo de
Deus ao longo dos tempos.

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