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GONÇALVES, José Reginaldo Santos.

A Retórica da Perda: os discursos do patrimônio


cultural no Brasil. Rio de Janeiro: Editora UFRJ; IPHAN, 1996.

Davi Feitosa Ribeiro


RESENHA

José Reginaldo Santos Gonçalves é Professor Titular de Antropologia Cultural da UFRJ no


Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA) do Instituto de Filosofia
e Ciências Sociais (UFRJ). Pesquisador Associado do Programa Avançado de Cultura
Contemporânea (PACC / UFRJ). PhD em Antropologia Cultural pela Universidade de
Virginia, Charlottesville, Estados Unidos (1989). Mestre em Antropologia Social pelo
PPGAS do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1980).
Narrativas nacionais são modalidades discursivas cujo proposito fundamental é a construção
de uma memoria e de uma identidade nacional. As inúmeras modalidades de construção
discursiva da nação podem ser interpretadas como condições para, ao mesmo tempo em que
produtos ou efeitos de estratégias de objetificação cultural atualizadas por determinadas
categorias e grupos intelectuais em contexto sócio- culturais específicos.

A objetificação é determinada por uma ideia nas línguas e culturas ocidentais. Por esse viés,
ela tenderia a ser vista como um processo que ocorreria independentemente de ações humanas
contingentes e dotadas de proposito, a objetificação seria objetificada como a atualização
automática de uma logica linguística e cultural.
O texto histórico enquanto artefato literário ou a etnografia como texto podem ser imaginadas
como metáforas, por onde podemos nos aperceber de dimensões sempre presentes, embora
nem sempre notadas, em nossos empreendimentos científicos. A nação é transformada num
distante objeto de desejo contaminado pela coerência com que é narrado e simultaneamente
buscado.
As politicas de patrimônio cultural no Brasil são descritas como ações visando à
apropriação de uma cultura nacional. A nação brasileira é produzida de diferentes modos
através das ações de apropriação. As estórias narradas por intelectuais nacionalistas sobre o
patrimônio cultural brasileiro são basicamente, estórias de apropriação, narradas para
responder a uma situação de perda com o proposito de construir a nação.
Por meio do artigo de José Reginaldo, é possível perceber as diferentes modalidades sobre as
narrativas voltadas ao patrimônio nacional e cultural do Brasil.

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