Você está na página 1de 20

9/18/2018

ACCIONAMENTO DE MOTORES DE
CORRENTE CONTINUA

ACCIONAMENTO DE MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA
Introdução
Para que um motor de cc funcione satisfatoriamente durante a sua
operação, deve se prever um equipamento de controlo e protecção
a ele associado. O propósito destes equipamentos é o seguinte:
Proteger o motor contra curto-circuitos
Proteger o motor contra sobrecargas duradouras
Proteger o motor contra correntes excessivas de arranque
Proteger o motor contra ausência de fluxo magnético
Controlar o arranque, a velocidade e a frenagem
Protecção mecânica (agentes externos – objectos, jatos de
agua) 2

ISDB - Setembro 2018 - ZMabote 1


9/18/2018

ARRANQUE DE MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA

As correntes de arranque dos motores dependem da potência nominal


destes. Em geral estas correntes podem variar de 6 a 100 vezes a
corrente nominal.

De um sistema de arranque exige-se que este possa assegurar um


binário de arranque, Mem,arr, tal que o tempo de arranque seja o
necessário, para evitar o surgimento de chispas entre as escovas e o
colector. Outra exigência imposta a este sistema é a limitação das
correntes de arranque.
3

ARRANQUE DE MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA

Assim existem os seguintes processos de arranque:

•Ligação directa do motor à rede;


•Ligação à rede através de um reóstato em série com o circuito do
induzido;
•Ligação através de um grupo especial que permite diminuir a tensão
do induzido. Variador de tensão CC (Chopper, Rectificador)

ISDB - Setembro 2018 - ZMabote 2


9/18/2018

ARRANQUE DE MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA

Nas condições de arranque o motor esta parado, então, E=0 V. Como a


resistência do enrolamento da armadura é bastante reduzida, uma
corrente elevada flui da rede de alimentação para o motor.

Considerando, por exemplo, um motor de 50 Hp, 250 V, Ra=0.05Ω, em


em que a corrente nominal é menor que 200 A. A corrente de arranque
será a seguinte:

V  E 250  0
I ar    5000 A
Ra 0.05
5
5

ARRANQUE DE MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA

Comportamento de velocidade e da corrente durante um arranque


directo de um motor Shunt

ISDB - Setembro 2018 - ZMabote 3


9/18/2018

ARRANQUE DE MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA

Esta corrente é cerca de 20 vezes maior que a corrente nominal do


motor. É muito provável que o motor se danifique, mesmo circulando por
um período curto.

Uma solução para o problema das correntes excessivas no arranque é


inserir resistência em série com o circuito da armadura para limitar o
fluxo de corrente, até que a FEM na armadura cresça o suficiente para
reduzir fluxo de corrente.

ARRANQUE DE MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA

Esta resistência deve ser removida do circuito a medida que aumenta a


velocidade do motor.

Em praticas modernas a resistência de arranque é fabricada de secções


de resistências que são removidas do circuito sucessivamente a medida
que aumenta a velocidade do motor para garantir uma rápida
aceleração.

ISDB - Setembro 2018 - ZMabote 4


9/18/2018

ARRANQUE DE MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA
Arrancador automático
Ao desenvolver um arrancador para motor de cc deve se observar o
seguinte:
1. Encontrar o valor da resistência e as respectivas secções necessárias para
reduzir as correntes de arranque a um valor desejado.
2. Desenvolver o circuito de controlo que permita eliminar as secções das
resistências no momento apropriado.

Um motor shunt com resistências em


série na sua armadura.

ARRANQUE DE MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA

Arrancador manual

Desvantagens
Se as resistências forem rapidamente eliminadas antes que o motor
desenvolva o suficiente a corrente de arranque é excessiva.
Se as resistências forem lentamente eliminadas danifica-se o arrancador. 10

ISDB - Setembro 2018 - ZMabote 5


9/18/2018

ARRANQUE DE MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA

Exemplo de cálculo de um arrancador automático


Considera um motor shunt de 100 HP, 250 V, 350 A, com uma resistência de armadura de
0.05Ω. É necessário dimensionar um arrancador para este motor, que possa limitar a
corrente de arranque ao dobro do valor nominal. As secções de resistência entram em
curto-circuito sempre que a corrente da armadura cair para o seu valor nominal.
•Quantos estágios do arrancador são necessários para limitar a corrente ao valor
especificado? Qual deve ser o valor de cada secção de resistência do arrancador, e com
que tensão por estagio as resistência são curto-circuitadas.
V 250
Rt    0.357
I a max 2 * 350
R   0.05 
lg a  lg 
 Rt  0.357 
n    2.83  3 ETAPAS/ ESTAGIOS
 Ia _ n   350 
lg  lg 
I   700 
 a _ arr  11

ARRANQUE DE MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA
Exemplo de cálculo de um arrancador automático

ESTAGIO 1:

Rt  Ra  R1  R2  R3  0.357
E1  V  I a _ n Rt  250  350* 0.357  125.05V
R3  0.0892  0.05  0.0392
ESTAGIO 2: 
V  E1 R2  0.1785  0.0392  0.05  0.0893
Rt  Ra  R2  R3   0.1785  R  0.357  0.0392  0.0892  0.05  0.1786
I a _ max  1
E2  V  I a _ n Rt  250  350* 0.1785  187.53V
ESTAGIO 3:

V  E2
Rt  Ra  R3   0.0892 
I a _ max
E3  V  I a _ n Rt  250  350 * 0.0892  218.78 V
12

ISDB - Setembro 2018 - ZMabote 6


9/18/2018

ARRANQUE DE MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA

A corrente da armadura durante o arranque reostático

13

ARRANQUE DE MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA
Arranque por variação da tensão de alimentação
É necessário dispor de uma fonte de tensão cc variável. No arranque a
tensão deve ser reduzida, mas, o suficiente para que o motor possa
arrancar e acelerar a carga.

14

ISDB - Setembro 2018 - ZMabote 7


9/18/2018

ARRANQUE DE MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA

Arranque por variação da tensão de alimentação

15

ARRANQUE DE MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA

Arranque por variação da tensão de alimentação

Característica de velocidade num arranque por variação da tensão do induzido

16

ISDB - Setembro 2018 - ZMabote 8


9/18/2018

ARRANQUE DE MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA

Exercício
Projectar um circuito de controlo para o arranque de um motor de
corrente continua de excitação separada, shunt e composta curta em
função de:
1. Força electromotriz da armadura
2. Corrente da armadura
3. Tempo.

17

MÉTODOS DE CONTROLO DE VELOCIDADE NOS


MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

Há numerosas aplicações onde o controlo de velocidade é necessário,


como nos elevadores, maquinas de cc especiais, maquinas ferramentas,
locomotivas, etc. Os motores de cc são bastante utilizados em muitas
destas aplicações.

O controlo de velocidade de motores de cc para valores acima ou a baixo


da velocidade de base pode ser facilmente desenhado. Estes métodos
são simples e baratos relativamente aos métodos de controlo de motores
de ca.
18

ISDB - Setembro 2018 - ZMabote 9


9/18/2018

MÉTODOS DE CONTROLO DE VELOCIDADE NOS


MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

Até aos anos 80 os motores de corrente contínua apresentavam


vantagens importantes no domínio do controlo de velocidade e eram
insubstituíveis em certas aplicações.

Com o avanço na electrónica de potência tem vindo a ser substituídos


por motores de corrente alternada.

Da fórmula analítica da característica de velocidade:

V  I a Ra
n
KM 
19

20

MÉTODOS DE CONTROLO DE VELOCIDADE NOS


MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA
Podemos constatar que o controlo de velocidade pode ser feito de
algumas formas seguintes:

1. Variando a tensão da armadura.


2. Variando o fluxo indutor;
3. Variando a queda de tensão no circuito do induzido;

Os processos 2 e 3 podem ser realizados em instalações alimentadas


por uma rede de tensão constante enquanto o processo 1 só é possível
em instalações que permitem a regulação da tensão da rede (Um
chopper ou um rectificador controlado).

20

ISDB - Setembro 2018 - ZMabote 10


9/18/2018

MÉTODOS DE CONTROLO DE VELOCIDADE NOS


MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

Sistema Ward-Leonard (1890)


Um método clássico de controlo de velocidade de motores de cc é o do
sistema Ward-Leonard.
Com os avanços na
electrónica de potência
o sistema Ward-
Leonard vem sendo
substituído por
conversores estáticos
de potência.

21

MÉTODOS DE CONTROLO DE VELOCIDADE NOS


MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

Variação da tensão na armadura

Neste método de controlo de velocidade, a corrente de excitação do


motor é mantida constante.

É o método mais eficiente de controlo de velocidade.

Variando-se a tensão da armadura desde zero ao seu valor determinado


pode-se obter velocidades desde zero até a velocidade base. O torque
não sofre qualquer variação.

22

ISDB - Setembro 2018 - ZMabote 11


9/18/2018

MÉTODOS DE CONTROLO DE VELOCIDADE NOS


MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

Variação da tensão na armadura

Em motores de excitação shunt a variação da tensão provoca também


variações da corrente de excitação. Assim, para manter a corrente de
excitação constante, são adicionadas resistências em série com o circuito
da armadura.

23

MÉTODOS DE CONTROLO DE VELOCIDADE NOS


MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

Variação da tensão na armadura

24

ISDB - Setembro 2018 - ZMabote 12


9/18/2018

MÉTODOS DE CONTROLO DE VELOCIDADE NOS


MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

Variação da tensão na armadura

25

MÉTODOS DE CONTROLO DE VELOCIDADE NOS


MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

Variação da fluxo indutor


É um método usado quando se pretende obter velocidades acima da
velocidade de base. Neste caso a tensão da armadura permanece
constante e a corrente do campo é reduzida.

O torque reduz com a redução do fluxo e a potência se mantém


constante.

26

ISDB - Setembro 2018 - ZMabote 13


9/18/2018

MÉTODOS DE CONTROLO DE VELOCIDADE NOS


MOTORES DE CORRENTE
27 CONTÍNUA

Variação do fluxo indutor

Para um dado torque, a corrente de armadura é inversamente


proporcional ao fluxo e, deste modo, se o fluxo for diminuído, haverá um
aumento da corrente de armadura na mesma proporção, isto é,
1
I a2  I a1
2
e, consequentemente, um aumento também da reacção de armadura,
principalmente se o motor não possuir enrolamento de compensação.
Por este motivo o controlo por variação do campo é mais adequado
para cargas leves.

27

MÉTODOS DE CONTROLO DE VELOCIDADE NOS


MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

Variação da queda de tensão no induzido


Se uma resistência for colocada em série com o circuito do induzido a
inclinação da característica de torque-velocidade aumenta, fazendo com
que o motor opere com velocidade reduzida. É um método caracterizado
por perdas excessivas nas resistências por este motivo é raramente
utilizado.

28

ISDB - Setembro 2018 - ZMabote 14


9/18/2018

MÉTODOS DE CONTROLO DE VELOCIDADE


NOS MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

Curvas de capacidade de motores de cc

29

INVERSÃO DO SENTIDO DE MARCHA


Motor de excitação independente

Para inverter o sentido de marcha de um motor de excitação


independente pode agir-se de um dos dois modos:
•Trocar a polaridade da tensão de alimentação do induzido;
•Trocar a polaridade da corrente de excitação.

30

ISDB - Setembro 2018 - ZMabote 15


9/18/2018

INVERSÃO DO SENTIDO DE MARCHA


31

Motor de excitação paralela


Neste caso, a inversão da tensão de alimentação alteraria
simultaneamente o sentido do fluxo de excitação e da tensão do
induzido, e por consequência a velocidade manteria o mesmo sentido.
Assim é necessário dispor de um dispositivo mecânico ou electrónico
que permita trocar apenas uma destas duas grandezas.

31

INVERSÃO DO SENTIDO DE MARCHA


32
Motor de excitação paralela

32 32

ISDB - Setembro 2018 - ZMabote 16


9/18/2018

INVERSÃO DO SENTIDO DE MARCHA


33
Montagem em ponte H – Aplicação de baixa potencia.

33 33

INVERSÃO DO SENTIDO DE MARCHA

Motor de excitação em série

Tal como no caso do motor de excitação paralela, a inversão da tensão


de alimentação irá inverter simultaneamente o sentido do fluxo e da
tensão do induzido. A inversão do sentido de marcha é realizada neste
caso também recorrendo a dispositivos mecânicos ou electrónicos que
invertem apenas o sentido da corrente de excitação.

34

ISDB - Setembro 2018 - ZMabote 17


9/18/2018

FRENAGEM EM MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA
35
Frenagem eléctrica
Na operação de motores de corrente continua deseja-se, algumas vezes,
realizar a sua frenagem eléctrica ou a inversão da sua velocidade. A
técnica mais usual é inverter a corrente de armadura, pois, desta
maneira, o torque desenvolvido se inverte e, portanto, age no rotor de
forma a freá-lo.

Na frenagem eléctrica a maquina de corrente continua opera sempre no


modo gerador (II ou IV quadrantes).

35

FRENAGEM EM MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA

Frenagem eléctrica
Nas figuras estão apresentados somente os circuitos equivalentes da
armadura.

a) Frenagem dinâmica
b) Frenagem por inversão da tensão
c) Frenagem regenerativa
36

ISDB - Setembro 2018 - ZMabote 18


9/18/2018

FRENAGEM EM MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA

Frenagem dinâmica
No motor série a frenagem dinâmica é mais complexa, pelo facto do
fluxo magnético de excitação depender directamente da corrente de
armadura.

Características da frenagem dinâmica


37

FRENAGEM EM MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA

Frenagem por inversão da tensão da armadura


É utilizada quando se pretendem paragens mais rápidas.

Se a alimentação não for interrompida o motor inicia a marcha no


sentido contrario.

A corrente pode ser muito elevada dado que a tensão terminal se soma
a tensão induzida na armadura. Entretanto, a duração da corrente é
muito curta.

No motor série, para que ocorra a frenagem por inversão da tensão da


armadura o sentido da corrente de excitação deve ser mantido para
que os pólos não sejam invertidos.

38

ISDB - Setembro 2018 - ZMabote 19


9/18/2018

FRENAGEM EM MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA

Frenagem regenerativa
Não pode ser realizada no motor série pois a força electromotriz nunca
excede a tensão nos terminais, pelo simples facto de que, por mais que
aumente a velocidade nunca chega a compensar a redução do fluxo.

Um inconveniente deste método de frenagem é que nunca se consegue


parár o motor.

39

FIM

Obrigado Pela Atenção!

40

ISDB - Setembro 2018 - ZMabote 20

Você também pode gostar