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1
UNIVERSIDADE DE GRANADA
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2
INDICE
Dedicatória
Agradecimentos
Resumo
Introdução ----------------------------------------------------------------------------------------9
-------------------------------------------------------------------------------------------------------15
3
3.3. Promover o Direito de Participação da Criança ----------------------------------54
-------------------------------------------------------------------------------------------------------60
Conclusão ----------------------------------------------------------------------------------------81
Bibliografia----------------------------------------------------------------------------------------83
4
DEDICATÓRIA.
5
AGRADECIMENTOS.
À minha família, em especial aos meus filhos, que amo muito, pelo
carinho, paciência e incentivo.
Aos meus colegas de trabalho Engª. Ruth Mixinge, Dr. Alberto Fundi,
Madalena Pataca, Maria Natália, Pedro Costa, Edurardo Bapolo, Henriqueta
Hilario, Alfredo Costa, Bruno Pedro, que directa ou indirectamente contribuiram
para o êxito da minha formação.
Ao meu colega de turma, Agostinho Lásaro, que sempre esteve do meu lado
dando força e apoio e pelas noites perdidas.
6
RESUMO.
7
EPÍGRAFO.
8
INTRODUÇÃO.
Toda via, a pesquisa tem como alvo todas as crianças que, de acordo as
informações obtidas, todos os anos são obrigadas e forçadas a atravessarem
ilegalmente fronteiras, vendidas como meras mercadorias, bem como àquelas
que são traficadas dentro do país, normalmente das zonas rurais para as
urbanas, violando assim os direitos humanos básicos garantidos às crianças no
quadro do direito internacional, pela Convenção das Nações Unidas e pela
Constituição angolana.
9
Assim sendo, seguiremos a seguinte metodologia: na primeira parte
ocupar-nos-emos da abordagem histórica do tráfico de pessoas, conceito
actual e finalidade, bem como a criminalização do mesmo no âmbito do Direito
Penal Internacional.
10
1. Histórico do Trafico de Pessoas.
11
Quando os portugueses chegaram à África, encontraram um mercado
africano de escravos largamente implementado e bastante extenso. A
escravidão esteve presente no continente africano muito antes do início do
comércio de escravos com europeus na costa atlântica.
12
1.1. Conceito de Trafico de Pessoas e Suas Características.
13
aliciadas é viciado, sendo, portanto, desconsiderado para a existência da
prática criminosa1.
14
1.1.2. Finalidade do Trafico de Pessoas, Especialmente Mulheres e
Crianças.
15
praticamente todas as regiões do mundo. Algumas crianças juntam-se
às forças em conflito devido a situações de pobreza ou abuso, outras
são recrutadas à força ou raptadas.
Casamento: As raparigas são traficadas como noivas por diversas
razões. Em situações de pobreza extrema, as raparigas podem ser
vistas pelas famílias como um fardo económico e o seu casamento com
um homem mais velho pode ser encarado como uma estratégia de
sobrevivência familiar. Entre os homens mais velhos, regista-se uma
procura crescente de jovens noivas virgens, especialmente nas zonas
onde o receio e o risco de contrair VIH/SIDA são maiores. Outras vezes,
as famílias incentivam as raparigas a casar cedo porque acreditam
erradamente que isso as protegerá da SIDA.
Adopção ilegal: O aumento da procura de crianças para adopção
contribuiu para o aumento exponencial do tráfico ilegal de bebés e
crianças pequenas. Por vezes, mães dos países em desenvolvimento
vendem os seus bebés ou filhos pequenos, outras vezes os recém-
nascidos são roubados e dizem às mães que tiveram nados-mortos.
Desportos: Algumas crianças, principalmente rapazes, são traficadas
para serem jóqueis de camelos. Este desporto é uma insdústria
lucrativa, e as crianças são muito procuradas para este fim devido ao
seu tamanho reduzido. A utilização de crianças como jóqueis em
corridas de camelos é uma prática extremamente perigosa e pode
causar ferimentos graves e até a morte. Os rapazes que perdem
corridas são muitas vezes brutalizados pelos seus exploradores, ficam
sem salários e sem comidas, e sofrem abusos físicos e psicológicos.
Mendicidade: As crianças podem ser recrutadas e traficadas para
ganharem dinheiros para terceiros, através da mendicidade ou da venda
de artigos nas ruas. Nalguns casos, as crianças que mendigam são
mutiladas pelos seus raptores para causarem pena e conseguirem mais
dinheiro.
16
1.2. Factores que Tornam as Crianças Vulneraveis.
Pobreza: Uma das formas mais obvías pelas quais a pobreza material
leva a exploração e ao abuso e através do trabalho infantil. A pobreza
obriga frequentemente as crianças vulneráveis a dedicarem-se a
trabalhos perigosos. Aqueles que tentam vender crianças para fins de
exploração sexual ou escravidão não procuram as suas presas em
subúrbios confortáveis; eles vão às zonas mais pobres e miseráveis ou
as regiões rurais mais abandonadas, onde a pobreza gritante pode
aumentar a vulnerabilidade das crianças a abusos. Com promessas de
emprego no estrangeiro, as famílias mais pobres podem enviar os filhos
para fora para trabalharem. Convém deixar claro que, nem todas as
crianças pobres são vítimas do tráfico, porém, são mais vulneráveis.
Desigualdade das mulheres e raparigas: A desigualdade jurídica e
social das mulheres e raparigas cria um ambiente propício ao tráfico.
Quanto às mulheres e raparigas são consideradas meras mercadorias,
estão criadas as condições para a compra e vendas de raparigas.
Demasiadas vezes é negada às raparigas a possibilidade de
frequentarem a escola e, em vez disso, elas são forçadas a ficarem em
casa e realizar tarefas domésticas.
Reduzida frequência escolar: As crianças que não vão à escola são
prezas fáceis dos traficantes. A estimativa global de crianças que não
frequentam a escola é de 121 milhões, a maioria das quais raparigas. A
frequência escolar é um factor crítico na luta contra o tráfico. As crianças
sem instrução têm poucas oportunidades de futuro, logo são mais
vulneráveis às promessas dos traficantes de dinheiro e uma vida melhor.
Por outro lado, a maior parte das mensagens de prevenção destinam-se
as crianças que sabem ler, colocando em desvantagens as crianças que
não sabem ler. A escola pode ainda servir de porto seguro para manter
as crianças fora da rua.
Crianças desamparadas: As crianças que não têm quem cuide delas
são extremamente vulneráveis ao tráfico e à exploração. As crianças
sem proteção parental, ou as crianças colocadas em instituições, são
alvos fáceis para os traficantes. Estudos realizados pela Organização
17
Internacional do Trabalho concluiram que as crianças órfãs têm muito
mais probabilidade do que as não-órfães de trabalhar como domésticas,
na indústria do sexo, em explorações agrícolas comerciais ou como
vendedores de rua.
Ausência do registo de nascimento: As crianças sem registo de
nascimento são mais susceptíveis ao tráfico. Calcula-se que 41% das
crianças nascidas em 2000 não foram registadas à nascença. Quanto às
crianças não dispõem de identificação legal é mais fácil aos traficantes
esconderem-nas e é mais difícil identificar e vigiar os casos de
desaparecimento. Por outro lado, sem uma certidão de nascimento, é
mais difícil confirmar a idade da criança e responsabilizar os traficantes.
Desastres humaniários e conflitos armados: Em situações de
conflitos, as crianças podem ser raptadas por grupos armados e
obrigadas a participar nas hostilidades. Elas podem ser vítimas de
abusos sexuais ou violações. Os conflitos contribuem para a
permeabilidade das fronteiras, aumentando a facilidade com que os
traficantes transportam as pessoas.
Procura de mão-de-obra barata e trabalhadores para a indústria do
sexo: O tráfico e o crescimento exponencial da procura de mão-de-obra
barata e trabalhadores para a indústria do sexo estão inexoravelmente
ligados. A busca de lucros cada vez mais altos muitas vezes implica o
abandono da ética, resultando na exploração de crianças em fábricas e
oficinas de trabalho intensivo.
Tradição e valores culturais: O tráfico de crianças afecta o papel
tradicional das famílias alargadas como prestadoras de cuidados e a
integração precosse das crianças no mercado de trabalho. A colocação
tradicional de crianças em casas de familiares distantes ou amigos
transformou-se num sistema motivados por objectivos económicos.
18
1.3. Criminalização do Trafico de Pessoas, Especialmente Mulheres e
Crianças no Âmbito do Direito Penal Internacional.
19
Além de assassinato e extermínio, os crimes contra a Humanidade
podem incluir também, de forma isolada ou conjunta, diversas manifestações
criminosas, tais como escravidão, trabalhos forçados, expulsão de pessoas de
suas regiões de origem, encarceramento arbitrário, tortura, estupros em massa
contra mulheres indefesas, desaparecimentos forçados, perseguição com base
em leis e medidas discriminatórias e formas institucionalizadas de opressão
racial”.
a) Homicídio;
b) Extermínio;
c) Escravidão;
d) Deportação ou transferência à força de uma população;
e) Prisão ou outra forma de privação da liberdade física grave, em violação
das normas fundamentais do direito internacional;
f) Tortura;
g) Violação, escravatura sexual, prostituição forçada, gravidez à força,
esterilização à força ou qualquer outra forma de violência no campo
sexual de gravidade comparável;
h) h) Perseguição de um grupo ou colectividade que possa ser identificado,
por motivos políticos, raciais, nacionais, étnicos, culturais, religiosos ou
de sexo, tal como definido no n.º 3, ou em função de outros critérios
universalmente reconhecidos como inaceitáveis em direito internacional,
relacionados com qualquer acto referido neste número ou com qualquer
crime da competência do Tribunal;
i) Desaparecimento forçado de pessoas;
j) Crime de apartheid;
k) Outros actos desumanos de carácter semelhante que causem
intencionalmente grande sofrimento, ferimentos graves ou afectem a
saúde mental ou física.
20
civil, havendo conhecimento desse ataque”, onde se entende por ataque,
“qualquer conduta que envolva a prática múltipla de atos referidos no parágrafo
1 contra população civil, de acordo com a política de um Estado ou de uma
organização de praticar esses atos, ou tendo em vista a prossecução dessa
política”, nos termos do parágrafo 2, letra a, do art. 7º, podendo, desta forma,
também ser praticados por entes não estatais...
21
Dessa forma, o Tribunal Penal Internacional também cumpre um papel
pedagógico, de mitigação de interesses pessoais dos que detém poder dentro
de determinado Estado, a fim de que estes não cometam abusos no exercício
deste poder5.
Por conseguinte, não se admite julgamento à revelia, eis que não pode
ser conciliado com o principio da equidade e com o julgamento público.
22
1.4. Instrumentos Internacionais de Prevenção e Combate de Trafico de
Crianças.
23
a venda e o tráfico de crianças, a servidão por dívidas, bem como o
trabalho forçado ou obrigatório, incluindo o recrutamento forçado ou
obrigatório das crianças com vista a sua utilização em conflitos armados;
Convenção relativa à Protecção das Crianças e à Cooperação em
matéria de Adopção Internacional (1993) – Esta Convenção, que
entrou em vigor em 1995, estabelece o enquadramento legal para
proteger as crianças, os pais e os pais adoptivos envolvidos em
adopções internacionais. Para garantir que as adopções sejam feitas no
interesse superior da criança, o protocolo estabelece um sistema de
cooperação entre os Estados contratantes no sentido de prevenir o
rapto, a venda ou o tráfico de crianças, e de garantir que as adopções
respeitem os direitos fundamentais das crianças nos termos do direito
internacional.
24
2. Caracterização de Angola, Situaçao Geográfica e População.
25
anos, sendo a população economicamente activa de menos 50%. As mulheres
em idade reprodutiva (15-49 anos) constituem 44% e uma em três pessoas
está em idade escolar (6-17anos). Calcula-se que a população de Angola seja
aproximadamente de 16.367.879 pessoas. Note-se que o último
recenseamento foi realizado em 1970 e que se prevê o próximo para 2014. A
esperança média de vida à nascença é estimada actualmente em 48 anos,
sendo 47 para o sexo masculino e 49 para o feminino.
26
2.1. Situação da Criança em Angola.
A guera que durou quase três décadas e que deixou adultos e crianças
traumatizadas já terminou, mas as cicatrizes coexistem com alguns dos
desafios que continuam a ser enfrentados e resolvidos, agora, de forma mais
pragmática e eficaz.
Toda a criança angolana tem direito a uma vida livre de violência, abuso,
exploração e negligência. Este direito é a pedra angular da arquitectura dos
direitos previstos na Convenção dos Direitos da Criança e na Carta Africana
dos Direitos e Bem-Estar da Criança. Existem mais de 9 milhões de crianças
com menos de 18 anos em Angola, mais de metade da população total.
Proteger estas crianças é uma obrigação moral e ética que está profundamente
enraizada na nossa sociedade.
27
(ex.: Kwanza Sul e Malange) só cerca de 20% dos nascimentos são registados.
Não se verificando diferenças significativas nas condições económicas
familiares. A falta da certidão de nascimento parece constituir um problema
para todos os angolanos10.
28
2.1.1. Violência contra a Criança e Suas Caracteristicas.
13
Paulo, 2006, pag. XI
14 Prefácio do então Secretário Geral das nações Unidas, Kofi Annan, em Outubro de 2006,
aquanto da apresentação do relatório do estudo mundial sobre a violência contra a criança,
efectuado pelo Paulo Sergio Pinheiro, especialista independente para as Nações Unidas
29
económica e social, do elevado nível de pobreza por parte das famílias, de
factores culturais e da luta pela sobrevivência.
30
O sistema de protecção à criança é deficiente, porque a falta de tudo um
pouco não dá garantia para a materialização de acções conjuntas. Cada um vai
fazendo o que pode.
31
2.2. Realidade Ofuscada do Tráfico de Crianças em Angola.
32
prática é facilitada pela globalização e pelas tecnologias modernas. O tráfico de
seres humanos não se restringe à exploração sexual, envolvendo também a
exploração do trabalho em condições próximas da escravidão. As vítimas
sofrem violências, violações, maus tratos e graves sevícias, bem como outros
tipos de pressões e coações.
33
Muitas dessas crianças, sobretudo do sexo feminio, têm sido abuzadas
sexualmente, pelos filhos dos patrões ou pelos maridos das patroas,
muitas vezes resultando em gravidez. Como consequência, são
forçadas a enterroperem a gravidez e postas na rua. Sem contacto com
a família de origem, só têm um caminho, a prostituição nas ruas para
poderem sobreviver. As que tiverem sorte são recebidas em alguns
centros de acolhimentos, que também não reuném condições ideias
para acomopdar as crianças, nem tão pouco são treinadas para
identificarem se a criança é ou não vítima de tráfico interno.
Crianças do sexo masculino são levadas para trabalharem nas fazendas
e exerecerem actividades perigosas, têm uma remoneração que não
corresponde com o trabalho que fazem e lhes é negado o direito à
educação, ao lazer e a ser criança.
As que trabalham na construção de habitação e exploração de inertes
dormem e alimentam-se pessimamente, e muitas das vezes sobre o
olhar de pessoas adultas.
34
Casos de crianças raptadas em Luanda, com ponto de partida no
famoso mercado dos kwanzas, foram encontradas na fronteira entre
Angola e República Democrática do Congo, com pessoas estranhas a
elas e com cédulas de nascimento falsas. Muitas delas foram
reintegrdas as famílias de origem e outras ainda se encontram no centro
de acolhimento da província.
Crianças há que se encontram a praticar trabalho de vendas ambulantes
de mercadorias diversas na cidade de Cabinda provenientes da
república do Congo – Brazzaville.
Na Província do Zaire, até o momento da nossa pesquisa, encontravam-
se 17 crianças no centro de acolhimento a espera de serem reintegradas
nas suas famílias, de nacionalidade congolesa – RDC, detidas na
fronteira por se fazerem acompanhar de pessoas adultas
desconhecidas, sem nenhuma autorização dos progenitores;
De acordo as nossas investigações, crianças têm sido reinseridas nas
suas famílias, sendo, em alguns casos, os familiares vêm para Angola,
saíndo da República Democrática do Congo, a procura dos filhos que
tinham sido raptados. Em certos casos autoridades angolanas, da
província do Zaire, deslocam-se a República Democrática do Congo
para fazer a reintegração de crianças detidas na fronteira e, que muitas
dessas crianças, tinham sido dadas por raptadas e eventualmente
mortas19.
Nas zonas diamantíferas, Lundas Norte e Sul e Bié, muitas crianças
vindas de países africanos estão envolvidas na exploração ilegal de
diamantes, a trabalharem para outrem, pessoas adultas, sem o mínimo
de condições de habitabilidade, negando-lhes os direitos consagrados
na Convenção sobre os Direitos da Criança.
35
e merecedor de destaque nas agendas internacionais e nacionais. De acordo
com o Estudo, 2 milhões de meninas entre 5 e 15 anos são introduzidas a cada
ano no comércio sexual.
21
Organização Internacionl para as Migrações – OIM Angola, 2012, pag. 19
36
2.2.1. Angola, Um País de Origem, de Trânsito e de Destino de Crianças
Vítimas de Tráfico.
22
Manual para Parlamentares, 2005, pag. 29
37
e Angola. Segundo o relatório, crianças e mulheres angolanas são submetidas
a escravidão doméstica na Àfrica do Sul, na República Democrática do Congo,
na Namíbia e países europeus, principalmente Portugal.
38
2.2.2. O Impacto do Tráfico nas Crianças.
O tráfico anula o direito das crianças a uma infância saudável e uma vida
produtiva, recompesadora e dígna. As crianças vítimas de tráfico são
subjugadas e abusadas fisicamente pelos infractores: traficantes,
empregadores, proxenetas e clientes. As crianças traficadas são muitas vezes
espancadas e abusadas, e a violência ocorre em todos os estágios do cíclo de
tráfico23.
Impacto emocional.
Impacto físico.
Impacto psico-social.
23
Manual para Parlamentares, 2005, pag. 35
39
É necessário coordenar esforços para parar e prevenir o tráfico de
crianças. Os parlamentares são actores-chave no estabelecimento de pontes
entre as preocupações políticas, governamentais e civis e na reunião de muitos
parceiros por uma causa comum. Através de medidas específicas para
promover a consciencialização, a resposta e as políticas públicas, é possível
por fim ao flagelo do tráfico de crianças, responsabilizar os autores de crimes
de tráficos de crianças e criar um ambiente protector para manter as crianças
livres de perigo.
40
2.2.3. Estruturas e Mecanismos de Prevenção, Combate e Apoio às
Crianças Vítimas de Tráfico em Angola.
41
Quadro de indicadores dos ODM’s
42
alfabetização das mulheres
No quadro geral e atendendo
o elevado índice de actos de
violência contra a criança,
desenvolvem-se campanhas
de prevenção e combate à
violência contra a criança,
enquadradas no
Compromisso do Governo, Proporcionar melhor
Proteger as crianças contra entre as quais se destacam: protecção às crianças em
os maus-tratos, a exploração palestras; Identificação e circunstâncias especialmente
e a violência divulgação de boas práticas; difíceis e atacar na raiz das
constituição de redes e causas que levam a essa
núcleos de protecção e situação
promoção dos direitos da
criança aos níveis província,
municipal comunal e local;
capacitação de pessoal
envolvido em programas que
visam promover e proteger os
direitos da criança em termos
de método de trabalho na
tarefa de prevenção e
combate a violência contra a
criança, que inclui os
membros das Redes já
referidas
As estimativas que apontam
para cerca de 207.879
pessoas a viverem com VIH
em Angola com base numa
prevalência de 2,1% na
população geral, segundo
estudo serológico em
mulheres grávidas em
consulta pré-natal de 2007,
preocupam o Executivo
Angolano. Que procura
incrementar as acções Deter e começar a reduzir a
Combater o VIH/SIDA programadas para combate e propagação do VIH/SIDA
controlo do VIH/SIDA no
país, com grande
envolvimento das autoridades
e programas provinciais.
Face ao problema,
desenvolvem-se acções;
sensibilização nos Centros de
Aconselhamento e Testagem
Voluntária; assegura-se
consultas de pré-natal e
serviços de Prevenção da
Transmissão Vertical de mãe
para o filho.
43
2.2.4. Legislação Angolana de Protecção à Criança Vítima de Tráfico.
44
Devido à necessidade de actualizar a lei penal elaborou-se um
Anteprojecto de Código Penal, que, embora não contemple na plenitude o ilícito
de tráfico de pessoas, adoptado no Protocolo de Palermo, traz à luz do dia a
penalização do tráfico transnacional sexual de pessoas e de menores, bem
como da escravidão e da privação de órgãos ou membros para fins lucrativos.
Porém, a exploração laboral e a remoção de órgãos não são relacionadas com
o tráfico, o que caso Angola venha a ratificar o Protocolo de Palermo terá de
ser alterado.
45
3. Necessidade de Criar Um Ambiente Protector Para Prevenção, Combate
e Apoio a Crianças Vítimas de Trafico em Angola.
46
divulgar o posicionamento do País em relação a todas as formas e
dimensões, e avaliar os impactos e resultados das acções de
mobilização.
Defesa e Responsabilização: Contribui para a elaboração, criação e
actualização da legislação pertinente e dos mecanismos e instrumentos
de defesa e responsabilização sobre o crime de tráfico de criança,
combater a tendência de impunidade, implementar serviços de
notificação, investigação e capacitar os profissionais da área jurídico-
policial e social.
Atendimento e Protecção: Garantir e efectivar, por meios técnicos e
financeiros, o atendimento especializado, a articulação e integração dos
programas, projectos e as redes de serviços de protecção às crianças e
às das famílias envolvidas em situação do tráfico. Realizar o
reordenamento dos órgãos e reestrururação dos programas, projectos e
serviços e assegurar o atendimento integral por meio de recursos
humanos especializados e capacitados.
Participação da Criança: a este respeito torna-se necessário promover
e estimular a participação activa de crianças na defesa de seus direitos,
fortalecer a sua autoestima e capacitá-las com vista ao
acompanhamento e execução das acções por meio de suas próprias
organizações, foruns e assembléias, como sujeitos de direitos e actores
de transformação, e ainda contribuir para uma cultura social que
reconheça a criança como sujeito histórico, e de mudança e
transformação da sociedade.
47
recolha de constribuições, com vista a elaboração de uma Estratégia Nacional
de Participação da Criança.
48
3.1. Empenho do Governo de Angola em Garantir o Direito de Proteção da
Criança.
24
Extracto do Discurso do saudoso Presidente Agostinha Neto, por ocasião do 1 de Junho de 1979.
49
Duma maneira geral, o empenho do Governo de Angola em garantir os
Direitos da Crinça centra-se na criação e aprovação de progrmas, políticas e
instrumentos jurídicos, no qual destacmoas:
50
Registo Civil e Bilhete de Identidade: O Decreto n.º 31/07, de 14 de
Maio, estabelece a gratuitidade dos registos de nascimentos e de óbitos
até aos 5 anos de idade e para a concessão do bilhete de identidade
dos menores entre os 8 e os 11 anos.
Lei Contra a Violência Doméstica: A Lei n.º 25/11, de 14 de Julho,
contra a violência doméstica, aplica-se aos factos ocorridos no seio
familiar ou outro que, por razões de proximidade, afecto, relações
naturais e de educação, tenham lugar, em especial nos infantários,
asilos, nos hospitais, nas escolas, nos internatos femininos ou
masculinos e nos espaços equiparados de relevante interesse
comunitário ou social (artigo 2.º) e visa reforçar a protecção à mulher
grávida e às crianças, garantindo os respectivos mecanismos de
assistência (artigo 4.º, alínea d)).
Lei de Protecção e Desenvolvimento integral da Criança: Em Agosto
de 2012 foi aprovada a Lei n° 25/12 de 22 de Agosto sobre a Protecção
e Desenvolvimento Integral da Criança, com vista a materializar o
princípio constitucional de que os direitos da criança constituem um
direito fundamental, reforçado com compromissos políticos e sociais, de
carácter multissectorial, para promover e assegurar os direitos da
criança à sobrevivência, ao desenvolvimento, à participação e à
protecção, fazendo parte deste conjunto de medidas os designados “11
Compromissos”, que definem um conjunto de tarefas essenciais que
devem ser desenvolvidas a favor da criança.
51
3.2. Desenvolvimento de Políticas de Aumento das Competências
Familiares e Sensibilização da Sociedade sobre o Crime do Trafico de
Crianças.
25
Instituto Nacional de estatística – INE, 2011, pag. 26
52
mais influência em Angola, está a desenvolver um plano de acção anual que
visa implementar uma estratégia com diferentes actividades na área da
comunicação para a mudança de comportamento e promover práticas de
relacionamentos saudáveis nas famílias.
53
3.3. Promover o Direito de Participação da Criança.
54
Nessa medida, o direito à participação não é susceptível de ser
previamente definido, nem quanto ao seu âmbito, nem quanto ao seu grau de
concretização. É, assim, um direito em permanente evolução, ou mesmo em
busca de seu próprio conteúdo, como a própria criança.
O art. 12, por seu lado, aplica-se em todos os casos em que a criança
possa ser afectada, e inclui particularmente não só o direito de a criança ser
ouvida, mas também o de as suas opiniões serem tomadas em consideração
na resolução dos problemas que a afectam.
55
Tais práticas podem ter particular expressão na escola, família ou em certas
comunidades rurais.
Sublinha-se, ainda, que o direito a ser ouvido não implica o direito a que
a sua opinião venha a ser aceite, mas apenas que essa opinião seja tomada
em consideração.
56
Essas opiniões podem, por outro lado, ter lugar em todas as matérias
(de âmbito familiar, comunitário, regional, nacional ou internacional) que
possam afectar a criança, mesmo que se trate de matérias não previstas ou
contempladas na Convenção.
57
adequação física dos locais em que a criança deva intervir (por exemplo, um
tribunal), tornando-os mais amigáveis, a escolha das roupas que os operadores
judiciários deverão usar (evitando trajes demasiado formais, como tal,
susceptíveis de afectar negativamente a livre expressão das crianças), a
utilização de sistemas de videoconferência ou de salas de espera separadas, a
particular preparação de crianças que deverão intervir como testemunhas, etc.
58
acções e o reduzdo número de técnicos nos serviços provinciais, tem feito um
grande esforço de promover a participação da criança.
59
3.4. Ratificação de Instrumentos Legais Internacionais de Protecção à
Criança.
60
A Convenção sobre os Direitos Políticos da Mulher aos 17 de Setembro
de 1986;
O Protocolo Relativo aos Estatutos dos Refugiados;
A Convenção Relativa aos Aspectos Específicos dos Problemas dos
Refugiados em África;
A Convenção N.º 6 da OIT sobre o Trabalho Nocturno das Crianças;
Convenção N.º 182 sobre as Piores Formas de Trabalho das Crianças
aos 17 de Junho de 1999;
Convenção N.º 138 sobre a idade mínima de adesão ao emprego aos 17
de Junho de 1999
61
3.5. Promover o Progama de Combate a Fome e a Pobreza.
27
Ministério do Planeamento, 2003, pag.15
62
(viii) Valorizar o capital humano nacional, promover o acesso a emprego
e autoemprego e dinamizar o mercado de trabalho garantindo a protecção dos
direitos dos trabalhadores;
(xii) Aumentar o acesso à água potável para 76 por cento nas áreas
urbanas e 48 por cento nas áreas rurais, até 2006;
Grupos-alvo
(iv) Os idosos;
(v) A mulher.
64
A implementação rigorosa dessa estratégia poderá reduzir o índice de
bulnerabilidade das famílias e consequentemente as crianças estarão mais
bem protegidas contra o tráfico de pessoas.
65
3.6. Refletir sobre o Sistema de Protecção da Criança em Angola e
Desenvolver as Capacidades Institucionais.
66
Os elementos mais “formais” dos sistemas de protecção da criança
correspondem às autoridades e instituições governamentais. O principal
objectivo destes intervenientes é criar condições favoráveis para os pais e as
comunidades cuidarem e protegerem as crianças.
67
3.7. Criar Programas Específicos de Luta contra o Tráfico de Crianças e
Prever a Disponibilização de Fundos.
68
mais carenciado e vulnerável motivando-o a participar activamente no processo
de desenvolvimento económico e social.
69
c) A terceira etapa – trabalhar no estabelecimento dum sistema
integrado de gestão de informação, das respostas sociais e dos resultados
correspondentes.
70
3.8. Punição.
28
Manual para Parlamentares, 2005, pag. 32
71
sistema jurídico contenha medidas que ofereçam às vítimas de tráfico de
pessoas a possibilidade obter indemnização pelos danos sofridos, mediante a
condenação dos agentes responsáveis pelo tráfico.
72
3.8.1. Promover o Cumprimento das Leis.
29
Contribuições do Instituto Nacional da Criança e UNICEF no âmbito da Proposta do Novo Código
Penal, 2008.
73
Capítulo IV – Secção III
Artº 179º nº 2 .
Artº 181º.
Artº 183º
Artº 187º
Capítulo V
Artº 189º
Artº 190º
Título II – Capítulo I
Artº 229º
Capítulo II
Artº 230º
Achamos conveniente rever com certa acuidade, por nos parecer que a
pena de prisão ou a de multa para o agente que deixar de prover a
subsistência do cônjuge, do filho menor de 18 anos ou incapaz, não resolve o
74
problema, pois a necessidade de alimentos permanecerá, mesmo depois do
pagamento de multa ou de prisão.
Achamos ser bem vinda a nova figura do Código Penal, que já consta
novas disposições actualizadas ao contexto, sobretudo o de tráfgico de seres
humanos.
75
3.8.2. Políticas de Imigração
30
Serviço de Imigração e Estrangeiro, 2007.
76
O novo Regime Jurídico de Estrangeiros na República de Angola
introduziu as seguintes inovações: restrição das disposições relativas às
expulsões administrativas, privilegiando-se as judiciais; estabelecimento de um
regime sancionatório criminal adequado a prevenir e reprimir os actos ilícitos
relacionados com a imigração clandestina e com a exploração da mão-de-obra
ilegal; agravamento das multas no sentido de desencorajar a imigração ilegal;
criação de novos vistos como seja o de cortesia e territorial; alargamento de
tipologia de vistos de entrada, criando 5 (cinco) novos tipos, designadamente
de turismo, de estudo, de tratamento médico, privilegiado e de permanência
temporária; aditamento da possibilidade de transferência de tipo de visto e
ainda a definição de infracção migratória bem como o elenco das
consequências pela prática da mesma.
77
3.8.3. Leis para a Protecção e Assistencia às Vítimas.
Identificação da idade.
Resgate.
Designação de um tutor.
31
Manual para Parlamentares, 2005, pag. 52
32
Manual para Parlamentar, 2005, pag. 54
78
A República de Angola não possui, até o momento, uma Lei de
Protecção e Assistência as Vítimas do tráfico. No entanto existem políticas e
programas de assitência a pessoas com necessidades especiais ou em estado
de vulnerabilidade.
33
Manual para Parlamentares 2005, pag. 54
34
Manual para Parlamentares, 2005, pag. 62.
79
1. Ratificar os instrumentos internacionais relativos ao tráfico de menores,
sem reservas. No caso de existirem resrvas, as normas deverão ser
reapreciadas, com vista a sua eliminação;
2. Empenhar-se em garantir o respeito pelos direitos de protecção;
3. Reforçar e melhorar a legislação nacional e a aplicação da lei, para pôr
fim ao tráfico de menores em harmonia com as normas internacionais.
80
Conclusão.
81
administrativas do Estado, se, contudo continua-se a alimentar e acobertar a
real causa do problema.
Angola não tem uma lei que proibe todas as formas de tráfico de
pessoas, embora a constituição promulgada em Fevereiro de 2010 proiba o
tráfico.
82
Bibliografia
83
Ordem dos Advogados de Angola, 2001, Analise Crítica do Ordenamento
Jurídico Angolano e sua Adequação à Convenção dos Direitos da Criança,
Luanda;
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