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Governo altera as Normas

Regulamentadoras-NRs
Segundo o governo, as alterações nas normas regulamentadoras aumentam a
competitividade das empresas brasileiras, mas ainda preservam a segurança e
saúde do trabalhador. Será?

A decisão de realizar alterações das normas regulamentadoras é alvo de


controvérsia.

Para verificar as alterações que ocorreram até o momento, clique na NR abaixo:

 NR 1;
 NR 3;
 NR 7;
 NR 9;
 NR 12;
 NR 15;
 NR 16;
 NR 18;
 NR 20;
 NR 24
 NR 28.
Além disso, houve a revogação da NR 2.

Confira abaixo nossa análise sobre cada uma delas.

O que está acontecendo?


O governo informou, na terça-feira, dia 30/07/2019, sobre o processo de
atualização das principais normas reguladoras trabalhistas do país.

Essa decisão é alvo de controvérsias.

Isso porque embora as alterações das normas regulamentadoras contem com o


apoio dos empresários, são muito criticadas por sindicatos e avaliadas com
ressalvas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
Foi previsto, pelo governo, que essa modernização tem como objetivo reduzir as
exigências feitas às empresas e as três primeiras mudanças já computam um
ganho gigantesco para elas (R$ 68 bi em 10 anos).

Analisamos as mudanças e preparamos um quadro comparativo


com todas mudanças da NR 12. Baixe agora!

Entenda as Normas Regulamentadoras


As Normas Regulamentadoras – NRs são normas que advêm do texto legal da
CLT (Decreto Federal 5.452/43).

Elas foram criadas para regulamentar os artigos 154 a 201 do Capítulo V do


Título II da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) no âmbito da saúde e
segurança dos trabalhadores.

E tem como finalidade explicitarem os procedimentos a serem seguidos pelas


empresas quando da contratação dos funcionários, tendo em vista a atividade por
elas realizadas.

Atualmente há 37 normas regulamentadoras. Destas, apenas a NR 27 estava


revogada.

São elas:
 NR 1
Esta norma estabelece atribuições de empregados e empregadores quanto à
Saúde e Segurança do Trabalho – SST;

 NR 2
Dispõe sobre a inspeção prévia e aprovação de instalações.

 NR 3
Estabelece os casos de embargo ou interdição.

 NR 4
Esta norma disciplina os Serviços Especializados em Segurança e Medicina do
Trabalho – SESMT.

 NR 5
Dispõe sobre a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA.

 NR 6
Disciplina a utilização de EPI – Equipamento de Proteção Individual.

 NR 7
Dispõe sobre o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional – PCMSO.

 NR 8
Estabelece os requisitos técnicos a serem observados nas edificações para
garantir a segurança e o conforto.

 NR 9
Dispõe sobre o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.

 NR 10
Dispõe sobre as atividades em instalações elétricas.

 NR 11
Estabelece normas de segurança para o transporte, manuseio, movimentação e
armazenagem de materiais.

 NR 12
Estabelece normas de segurança no trabalho em máquinas e equipamentos em
geral.

 NR 13
Dispõe sobre a gestão da integridade estrutural de caldeiras a vapor, vasos de
pressão, suas tubulações e tanques metálicos.

 NR 14
Dispõe sobre as diretrizes para construção, operação e manutenção dos fornos.

 NR 15
Disciplina as atividades e operações insalubres.

 NR 16
Dispõe sobre as atividades e operações perigosas.

 NR 17
Estabelece sobre as condições ergonômicas do trabalho.

 NR 18
Trata sobre o meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção.
 NR 19
Regulamenta as atividades de fabricação, armazenamento e transporte de
explosivos.

 NR 20
Dispõe sobre as atividades com inflamáveis e líquidos combustíveis.

 NR 21
Dispõe sobre as condições do trabalho a céu aberto.

 NR 22
Dispõe sobre segurança e saúde ocupacional na mineração.

 NR 23
Dispõe sobre a prevenção e combate a incêndios.

 NR 24
Dispõe sobre as condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho.

 NR 25
Dispõe sobre a eliminação de resíduos industriais nos locais de trabalho.

 NR 26
Disciplina a classificação, rotulagem preventiva e ficha com dados de segurança
de produtos químicos.

 NR 27 – Revogada.
 NR 28
Estabelece penalidades por infrações às normas de segurança do trabalho.

 NR 29
Dispõe sobre primeiros socorros a acidentados e sobre as condições de segurança
e saúde do trabalho dos trabalhadores portuários.

 NR 30
Dispõe sobre as condições de segurança e saúde do trabalho nas atividades de
transporte aquaviário.

 NR 31
Estabelece normas de SST nas atividades de Agropecuária, Silvicultura,
Exploração Florestal e Aquicultura.
 NR 32
Estabelece sobre as medidas de proteção de segurança e saúde do trabalho nos
serviços de saúde.

 NR 33
Estabelece sobre espaços confinados.

 NR 34
Estabelece sobre as atividades da indústria de construção, reparação e desmonte
naval.

 NR 35
Dispõe sobre o trabalho em altura.

 NR 36
Dispõe sobre as atividades de abate e processamento de carnes.

 NR 37
Disciplina “Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo”.

A NR 37 foi publicada recentemente, no final de 2018.

Assim, atualmente haviam 36 NRs em vigor.

Alteração das normas regulamentadoras de saúde e segurança do trabalho


Das alterações das normas regulamentadoras em
2019 e 2020
Em maio deste ano, o presidente Jair Bolsonaro afirmou seu desejo de rever
todas as 36 NRs, reduzindo as normas vigentes em 90%.

Segundo ele isso iria “simplificar as regras e melhorar a produtividade“.

E dia 30/07/2019, o governo anunciou as alterações das Normas


Regulamentadoras, além da consolidação e simplificação de decretos
trabalhistas.

Segundo o posicionamento do órgão, essas medidas ainda vão assegurar a


segurança do trabalhador, mas com regras mais claras e racionais, de modo a
estimular a economia e gerar mais empregos.

No referido anúncio foi confirmada a revisão de duas normas regulamentadoras:

 NR 1;
 NR 12.
Também foi comunicada a revogação da NR 2, sobre inspeção prévia.

No dia 24/09/2019 foi publicada no Diário Oficial da União a revisão de mais


três NRs:

 NR 3;
 NR 24;
 NR 28.
No dia 10/12/2019 foram publicadas no Diário Oficial da União – DOU:

 Nova redação da NR 20;


 Alteração do Anexo III da NR 28;
 Acrescentado um item na NR 16;
 Alteração de itens da NR 9;
 Revisão do anexo 3 da NR 15.
E na data de 10/02/2020 foi publicado no DOU:

 Aprovação do novo texto da NR 18.


Dia 11/03/2020 foram assinadas, pelo secretário especial de Previdência e
Trabalho do Ministério da Economia, as novas redações de três normas
regulamentadoras:
 NR 1;
 NR 7;
 NR 9.
As novas redações devem ser publicadas no DOU ainda nesta semana.

Segundo a Secretaria de Trabalho:

Os textos foram simplificados para facilitar a compreensão dos


empregadores e a burocracia foi reduzida. Com as inovações, também
deve ocorrer redução de custos para os empregadores.
As novas redações dessas três normas têm prazo de um ano para entrarem em
vigor. Até lá, seguem valendo as regras antigas.

Sobre as alterações das normas regulamentadoras, o auditor-fiscal do Trabalho


do Ministério da Economia, representante da Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho, durante audiência pública, explicou:

“Existe uma necessidade de harmonização, simplificação e


desburocratização das normas sem deixar de garantir a saúde e segurança
do trabalhador”
Fernando Gallego Dias – auditor

Equipamentos de Segurança no Trabalho | Alterações das normas


regulamentadoras
Como será a alteração na NR 1?
A nova versão da NR 1 assegura um texto mais simples e moderno, visando
reduzir a burocracia e o custo para se investir em empresas no Brasil.

Mas garante que a proteção aos direitos dos trabalhadores será garantida, mesmo
com as modificações.

Estabelece, ainda, que as novas disposições serão mais vantajosas especialmente


para micro e pequenas empresas, pois irá liberá-las, quando forem de baixo risco,
de elaborar planos de riscos químicos, físicos e biológicos.

Um exemplo de alteração:
A NR 1, em seu antigo texto, estabelecia a obrigatoriedade de que o empregado,
sempre que começasse um novo serviço, fosse treinado nos riscos da função.

Se começou o serviço em uma nova função, teria que ser treinado para estar
ciente de todos os riscos a que estaria submetido.

Com essa modificação da NR 1 será permitido o aproveitamento total e


parcial de treinamentos quando o trabalhador mudar de emprego dentro de uma
mesma atividade.

E ela foi alterada novamente…


A NR 1 já havia sido totalmente revisada e publicada com nova redação no ano
passado. Todavia, no dia 11/03/2020, foi assinado um texto atualizado para
a inclusão do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).

A partir da criação do PGR, todos os segmentos da economia farão seus


planos de acordo com as diretrizes estabelecidas na NR 1,
independentemente da área com a qual a empresa trabalha. Isso acaba
com a duplicação de planos de prevenção, diminui a
burocracia e deixa mais claras as regras que devem ser seguidas.

Para ajudar micro e pequenos empresas e microempreendedores


individuais (MEIs), o Ministério da Economia lançará ferramentas on-
line para ajudar os setores na elaboração do PGR. O sistema deve estar
em funcionamento no prazo de um ano, que é o tempo estabelecido para
o programa entrar em vigor.

Outra vantagem é que o PGR reduzirá custos, pois não precisará mais
ser renovado todos os anos, como ocorre hoje com o Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Os empregadores
precisarão refazer o plano a qualquer momento sempre que houver
mudanças no ambiente de trabalho. Se não ocorrer mudanças, a
avaliação de riscos deverá ser revista: a cada dois ou três anos para
empresas que tenham certificações em sistema de gestão de
Segurança e Saúde no Trabalho, um incentivo para quem adota boas
práticas.
Ministério da Economia
Ou seja, as empresas certificadas em sistema de gestão de SSO, terão o
benefício de, quando não houver modificações, refazer o plano a cada 2 ou 3
anos.

Qual foi a explicação pra revogação da NR 2?


A NR 2, conforme disposto acima, trata da inspeção prévia de estabelecimentos
novos.

Pelo seu texto, antes do início efetivo das atividades, as empresas deveriam
solicitar a aprovação de suas instalações ao órgão regional do Ministério da
Economia, a quem caberia verificar as condições de saúde e segurança no
trabalho.

A explicação para a revogação da NR 2 foi que havia muita burocracia e custos


para o processo.

Como é a alteração na NR 3?
A antiga NR 3 possuía poucos itens e isso tornava seu conteúdo subjetivo.

A Portaria Nº 1.068/19 trouxe a nova redação da NR 3.

Com as alterações, a nova versão da NR 3 estabelece requisitos técnicos


objetivos para caracterização das situações ou condições de trabalho que
resultem em embargo e interdição.

Essas situações ocorrerão sempre que houver risco de acidente ou doenças


graves relacionadas ao trabalho.

Assim, esses requisitos técnicos visam auxiliar os auditores a tomarem decisões


consistentes e transparentes.

Um exemplo de alteração:
A alteração da NR 3 prevê que para o risco ser caracterizado como grave e
iminente deve considerar a:

 Consequência: resultado ou resultado potencial esperado;


 E a probabilidade: chance do resultado ocorrer.
Além disso, há agora uma tabela para se classificar as consequências (TABELA
3.1: Classificação das consequências) e uma tabela para classificar as
probabilidades (TABELA 3.2: Classificação das probabilidades).

Lembrando que a classificação delas será realizada de forma fundamentada pelo


Auditor-Fiscal do Trabalho.

Dessa forma, as novas disposições permitirão uma melhor atuação do Estado, das
empresas e dos trabalhadores, que poderão atuar de forma mais assertiva na
prevenção de riscos e acidentes.

Como será a alteração na NR 7?


A assinatura do novo texto da NR 7 ocorreu dia 11/03/2020.

Segundo o Ministério da Economia, as mudanças foram feitas para adequar as


exigências normativas ao objetivo principal: saúde ocupacional dos
trabalhadores.

Uma das alterações que passarão a valer a partir da mudança, por exemplo,
estabelece que deve-se exigir apenas exames que avaliem questões de saúde
que tenham relação com o trabalho exercido pelo empregado na empresa.

Outro exemplo é em relação à prevenção: serão elaborados anexos com as


medidas a serem adotadas pelos empregadores em caso de riscos ocupacionais,
como exposição à poeira, radiações ionizantes etc.

Esses anexos objetivam garantir a segurança dos trabalhadores e dar mais clareza
aos empregadores sobre como agir em situações de risco ocupacional.

Como é a alteração na NR 9?
Houve a alteração de alguns itens, dispostos na Portaria 1.358, de 9 de
dezembro de 2019.

Mais precisamente, foram alterados os itens 9.2 (e seus subitens) e 14.3 do


Anexo nº 2 da NR 9.

Já com a Portaria 1.359, de 9 de dezembro de 2019, foi incluído o Anexo 3 –


Calor na NR 9.
O Anexo 3 trata exclusivamente sobre atividades com calor, com regras sobre
trabalho em condições de sobrecarga térmica, para que essa exposição ao calor
não cause danos à saúde do trabalhador.

Fazem parte do documento medidas de prevenção à exposição que


incluem aclimatização, controle médico, oferecimento de água fresca,
orientação dos trabalhadores e permissão para a autolimitação do
trabalho, além de procedimentos para emergências.
Secretaria de Trabalho
O empregador deve-se atentar para que a exposição ocupacional ao calor não
cause efeitos adversos à saúde do trabalhador.

No dia 11/03/2020, foi assinado um novo texto para a NR 9.

Com o Programa de Gerenciamento de Riscos na NR 1, o PPRA (antes previsto


na NR 9) deixa de existir.

Por esta razão, o novo texto trata mais especificamente da metodologia para a
avaliação da exposição aos agentes ambientais químicos, físicos e biológicos,
como ruído, poeira, calor e radiação.

O texto explica sobre como identificar os agentes e quais os métodos a


ser adotados para fazer a avaliação e o controle de cada um deles. Os
parâmetros que devem ser usados para medir as quantidades aceitáveis e
nocivas aos trabalhadores estão sendo especificados nos anexos da
norma. Dois deles já passaram por revisão – são os casos dos anexos de
calor e de vibração. Os demais estão passando por revisão, trabalho que
deve ser concluído até o final deste ano.
Ministério da Economia

Como é a alteração na NR 12?


A NR 12, segundo justificativas do governo, era de difícil aplicação e até mesmo
compreensão de algumas de suas partes e demandava um custo muito grande dos
empresários.

Assim, até mesmo uma empresa que estivesse disposta a atendê-la totalmente
(levando em conta sua aplicabilidade) poderia ter dificuldade de entender
completamente o que a norma estabelecia para a questão.

Com as alterações dessa norma regulamentadora, foram incorporados alguns


itens que garantem mais segurança jurídica.
Todavia, a NR 12 aborda a regulamentação de máquinas e equipamentos em
geral e era a norma que mais preocupava as entidades de classe, em razão
dos riscos que podem ser acarretados por essa alteração.

Veja posicionamentos contrários à alteração:

— Consideramos essa regra essencial para a preservação da vida do


trabalhador. É a proteção fundamental, que evita que ele entre numa
prensa, que seja queimado por uma caldeira ou que perca um dedo em
serviço. Discordamos do que está sendo feito e vamos nos mobilizar
contra isso. O que temos observado é um desrespeito total às relações de
trabalho no país
Guiomar Vidor, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no
Estado (CTB-RS). .
— A NR 12 continua sendo uma boa norma. Em tese, o patamar de
segurança dos trabalhadores não vai diminuir. A questão é que a pauta do
governo é arrojada. Fala-se em redução de 90% das normas
regulamentadoras e isso, com certeza, preocupa. É muito importante
que, nas consultas públicas, a população se manifeste. O MPT tem
participado e se manifestado, mas, na sociedade em geral, o que vemos é
uma grande desmobilização.
Procurador do Trabalho Leonardo Osório Mendonça – Coordenadoria Nacional de
Defesa do Meio Ambiente do Trabalho (Codemat)
A NR 12 tem um várias disposições sobre a proteção do trabalhador e a maior
preocupação é que essas proteções sejam retiradas, aumentando ainda mais o
número de acidentes do trabalho.

Como é a alteração na NR 15?


A NR 15 teve o Anexo 3 – Limites de Tolerância para Exposição ao Calor
alterado pela Portaria 1.359/19.

Esse anexo determina os critérios para caracterizar as atividades insalubres


decorrentes da exposição ocupacional ao calor em ambientes fechados ou
ambientes com fonte artificial de calor.

Deve-se ressaltar que o Anexo 3 não se aplica às atividades ocupacionais


realizadas a céu aberto sem fonte artificial de calor.

Como é a alteração na NR 16?


A NR 16 teve um item adicionado com a Portaria 1.357, de 9 de dezembro de
2019.

16.6.1.1 Não se aplica o item 16.6 às quantidades de inflamáveis contidas


nos tanques de combustível originais de fábrica e suplementares,
certificados pelo órgão competente.
A alteração já está em vigor desde o dia 10/12/2019.

Como é o novo texto da NR 18?


Foi publicada, no dia 10.02.2020, a Portaria SEPT 3.733/20, que aprova o novo
texto da NR 18.

Esta é a norma que trata das condições de segurança e saúde no trabalho (SST)
na indústria da construção.

Ela possui um período de vacatio legis de 1 ano e entrará em vigor em


fevereiro de 2021.

A alteração promete uma série de melhorias para o empregador e para os


empregados.

Segundo Clovis Queiroz, coordenador da bancada empresarial e representante da


Confederação Nacional de Saúde na CTPP, a nova redação da norma a tornou
mais simples, moderna e fácil de ser interpretada:

Houve uma simplificação e uma harmonização com todo o trabalho que


estamos fazendo, o que deixa o resultado melhor tanto para quem
precisa aplicar as regras quanto para os trabalhadores. E todos os
aspectos de saúde e segurança estão abordados na nova norma.

Antes, pela redação anterior da norma, cada empresa que trabalhasse


em uma obra precisava elaborar seu próprio plano de segurança, que
nem sempre harmonizava com os demais, causando insegurança. Agora,
a construtora responsável pela obra deve ter um PGR único, que levará
em conta os riscos de todos os trabalhadores envolvidos na obra.

Na visão do coordenador da bancada dos trabalhadores e representante


da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Washington Santos
(Maradona), o processo de revisão da NR 18 mira um público que
merece atenção especial: o trabalhador da construção civil.
“Conseguimos construir a nova redação da NR 18 com consenso. É uma
norma que vem para facilitar e preservar a vida do trabalhador.
Conseguimos avançar muito”, afirmou.
Ministério da Economia | Secretaria do Trabalho
Uma das maiores mudanças da NR 18, no que se refere aos empregadores, é
sobre o jeito de executar os planos de segurança.

A antiga versão estabelecia o que deveria ser feito para prevenir acidentes e
descrevia exatamente como a estratégia de prevenção deveria ocorrer.

Isso engessava a atividade, prejudicando o uso de novas tecnologias, que


poderiam ser mais seguras do que os equipamentos tradicionais.

Com a nova versão da norma, a elaboração do Programa de Gerenciamento de


Riscos (PGR) fica a cargo:

 De profissional legalmente habilitado em SSO e implementado sob


responsabilidade da empresa;
 De profissional qualificado em SSO e implementado sob responsabilidade da
empresa, quando em obras com até 7m de altura e 10 trabalhadores.
Além disso, a partir de agora, a responsabilidade pelo PGR será
das construtoras e não de seus fornecedores contratados.

Todavia, os fornecedores ainda terão a obrigação de criar um inventário de riscos


das atividades, de modo que elas sejam observadas no programa.

Já para os trabalhadores, uma das alterações mais importantes se refere ao uso


do tubulão (método para perfurações profundas na construção civil).

A partir da vigência da nova redação da NR 18, as empresas terão 24 meses


para erradicar o uso do tubulão com ar comprimido e os tubulões escavados
manualmente com mais de 15 metros de profundidade.

Além disso:

 Torna-se obrigatória a climatização em máquinas autopropelidas (que possuem


movimento próprio) com mais de 4,5 mil quilos e em equipamentos de guindar;
 Proibição do uso de contêineres marítimos (que eram utilizados em transporte de
cargas) em áreas de vivência;
 Novas regras, mais seguras, para realizar escavações e para trabalho a quente.
Segundo nota informativa publicada no site do Ministério da Economia, o
segmento da construção civil deve economizar R$ 470 milhões por ano com a
modernização da NR 18.
Como é a alteração na NR 20?
Houveram várias alterações no texto da NR 20 com a publicação da Portaria
1.360, de 9 de dezembro de 2019.

Com as mudanças na NR 20, haverá melhoria nos dispositivos de


proteção aos trabalhadores e redução de custo para os empregadores – a
estimativa é uma economia de aproximadamente R$ 1 bilhão por ano.
Secretaria do Trabalho – Ministério da Economia
São algumas dessas mudanças:

 Tanques de líquidos inflamáveis de acordo com os padrões internacionais.


A mudança possibilita o uso de geradores para assegurar a continuidade
operacional das empresas, situação proibida anteriormente; torna
flexíveis as regras relacionadas a quantidade de tanques para
armazenamento de diesel; e limita o volume destes tanques também de
acordo com as regras internacionais, estabelecendo exigências rígidas de
segurança para prevenir acidentes.
Secretaria do Trabalho – Ministério da Economia
 Laudos feitos por engenheiros sobre análise de risco
Antes era necessário que um engenheiro fizesse um laudo para qualquer tipo de
instalação.

Agora, para casos como, por exemplo, uma distribuidora de bebidas, basta a
análise de um técnico em segurança do trabalho.

Todavia, os empreendimentos classe II ou III, como empresas com atividade de


transporte dutoviário de gases e líquidos inflamáveis ou combustíveis, refinarias
e instalações petroquímicas, permanece a exigência de um laudo elaborado por
engenheiro habilitado.

 Prazo para ser feito curso de atualização


O texto antigo da NR 20 estabelecia que deveria ser feito, de imediato, o curso de
atualização quando ocorressem uma ou mais das situações expostas no item
20.11.13.1.

20.11.13.1 Deve ser realizado, de imediato, curso de Atualização para os


trabalhadores envolvidos no processo ou processamento, onde:

a) ocorrer modificação significativa;

b) ocorrer morte de trabalhador;


c) ocorrerem ferimentos em decorrência de explosão e/ou queimaduras
de 2º ou 3º grau, que implicaram em necessidade de internação
hospitalar;

d) o histórico de acidentes e/ou incidentes assim o exigir


Redação da NR 20 antes de ser alterado pela Portaria 1.360/19
A nova redação da NR 20, por outro lado, dá um prazo em que poderá ser feito
o curso de atualização, dependendo do caso:

20.12.9.1 Deve ser realizado curso de Atualização nas seguintes


situações:

a) onde o histórico de acidentes e/ou incidentes assim o exigir;

b) em até 30 (trinta) dias, quando ocorrer modificação significativa;

c) em até 45 (quarenta e cinco) dias, quando ocorrerem ferimentos em


decorrência de explosão e/ou queimaduras de 2º (segundo) ou 3º
(terceiro) grau, que implicaram em necessidade de internação hospitalar;

d) em até 90 (noventa) dias, quando ocorrer morte de trabalhador.


NR 20 – nova redação dada pela Portaria 1.360/19
Assim, não será mais de imediato para todas as situações, mas apenas quando o
histórico de acidentes e/ou incidentes assim exigir.

Como é a alteração na NR 24?


Os principais problemas da NR 24 estavam relacionados à desatualização da
norma.

Com as alterações das normas regulamentadoras por parte do governo,


a Portaria Nº 1.066/19 trouxe uma nova redação para a NR 24.

As alterações na NR 24 trazem mais calma ao empresariado, vez que diminui o


volume de exigências e atualiza os critérios utilizados no que diz respeito ao
conforto e higiene dos empregados.

Exemplos de alteração:
Um tema muito questionado que não era tratado na antiga NR 24 e que será
tratado com a atualização é sobre as condições sanitárias e de conforto em
“Shopping Center” (anexo I da norma).
Outro tópico, de acordo com a norma antiga, era de que o dimensionamento das
instalações deveria ser feito considerando todo o contingente de empregados.

Isso é, sem considerar o trabalho por turno, fazendo com que houvessem
instalações subutilizadas.

Com a alteração da NR 24, todas as instalações previstas na norma, como


vestiários, sanitários, alojamentos e locais para refeições, devem ser
dimensionados com base no número de trabalhadores usuários do turno com
maior contingente.

Outra mudança é que agora os estabelecimentos que contem com até dez
funcionários poderão ter apenas um banheiro individual, de uso comum entre os
sexos.

A nova redação permite também que as regras de conforto e higiene das


instalações possam ser observadas de maneira coletiva por um grupo de
empregadores ou condomínio.

Por fim, ficam mais claras as situações em que são exigidas:

 A existência de chuveiros nos locais de trabalho;


 O uso de armários;
 E os turnos para realização das refeições.

Como é a alteração na NR 28?


A alteração da redação do Anexo II da NR 28 veio através da Portaria Nº
1.067/19.

A versão antiga do Anexo II da norma estipulava aproximadamente 6,8 mil


possibilidades de multas.

Agora há aproximadamente 4 mil possibilidades.

Isso porque com as mudanças ocorre a eliminação das redundâncias e, com isso,
as chances das multas ocorrerem diminuem.

Além disso há a redução da subjetividade nesse assunto.

Assim, pontos que tratavam do mesmo assunto foram unificados, sem que isso
cause prejuízo aos trabalhadores ou à auditoria.
Com a publicação da Portaria 1.360/19, da Portaria 1.358/19 e da Portaria
1.359/19, o Anexo II da NR 28 também foi alterado, passando a vigorar com as
seguintes alterações:

Anexo II – NR 28 – parte sobre


Anexo II da NR 9

Anexo II – NR 28 – parte sobre Anexo 3 da NR 9

Anexo II – NR 28 –
parte sobre Anexo 3 da NR 15
Anexo II – NR 28 – parte NR 20

Alterações das demais normas regulamentadoras


Sobre as alterações das normas regulamentadoras, o Secretário Especial de
Previdência e Trabalho assim afirmou:

“Nossa preocupação desde sempre foi preservar a segurança e a saúde


do trabalhador, mas ao mesmo tempo retirar os entulhos burocráticos
que atrapalham quem empreende nesse país. Essa situação não podia
continuar. Não é à toa que se fala de custo Brasil”
Explica o Secretário Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia,
Rogério Marinho.
Ainda segundo Marinho, as alterações das normas regulamentadoras continuarão.

Segundo ele, está na fila para ser modificada a NR 17.

Ademais, um arquivo de pdf disponibilizado pelo MPT estabelece um


cronograma para as consultas públicas, veja:

Cronograma de consultas públicas para alterações das Normas Regulamentadoras


E há a Portaria 915/2019, que estabelece em seu Anexo II os dispositivos das
normas regulamentadoras que foram revogados com as alterações:
Listagem de dispositivos que
teriam sido revogados com as alterações das normas regulamentadoras.
Essa norma também foi disponibilizada pelo MTP.

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