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RESUMO
ABSTRACT
1. Introdução
Segundo Capra (1999), as últimas três décadas vêm registrando um momento crítico e sem
precedentes em toda história da humanidade. Esta ação destruidora do homem sobre a
biosfera não se manifesta apenas sobre o ambiente natural. Mas, através de um sistema
predatório e exploratório, o capitalista, também empurra milhões de pessoas para a miséria e
a alienação. A conseqüência desta progressiva degeneração dos modos de vida humanos,
individuais e coletivos, manifesta-se através da fragmentação da subjetividade (singularidade
ou alteridade), ou seja, daquilo que confere ao homem, segundo Guattari (2001), a sua
aspereza, “a consciência do seu estar” dentro de sua comunidade e do planeta – na linguagem
de Capra (2001): o seu pertencer ao universo.
A raiz desta crise está na maneira que o homem conhece e transforma a sua realidade,
produto de uma ética funcional ou utilitarista, que não permite a reflexão das conseqüências
dos atos humanos, mas que foi e continua sendo motivadora de uma progressiva
desvalorização dos processos integrativos em prol de uma gritante racionalização
decompositora de todos os processos subjetivos, sociais e naturais.
Conforme Hinkelammert (2000), o sujeito investido pela razão funcional ou por esta ética
utilitarista é o indivíduo calculista que age sempre em função de seus interesses materiais, de
sua satisfação pessoal. É o indivíduo da alta produtividade obtida às expensas da exploração e
expropriação do homem e da natureza. Não é capaz de pensar em si mesmo como ser vivente,
muito menos em seus iguais – enfim, na totalidade da qual faz parte. Imerso neste sistema,
utiliza-se de todas as formas para atingir seus objetivos, mesmo que estes afetem diretamente
e contribuam para a destruição dos sistemas ecológicos e, conseqüentemente, a sua própria
destruição.
Conforme este autor, esta ética tem sua raiz no cogito cartesiano: “Penso, logo existo”
(DESCARTES, 2000). A divisão entre corpo e matéria, além de atribuir existência à somente
aqueles que pensam, ou seja, aos homens, contribuiu para que os seres humanos se
reconhecem como egos isolados dentro de seus corpos, trazendo sérias implicações éticas
para outros dois dos três registros ecológicos que compõem o que se entende por meio
ambiente: as relações sociais e a subjetividade.
Para este sujeito atomizado e transcendental, o do cogito cartesiano, não há relações que
impliquem tornar o outro (homem/natureza) pessoal, tudo se reduz numa ética da
coisificação, num mundo de relações onde os “objetos” (homem/natureza) têm que ser
dominados (explorados e expropriados) para satisfazer sua parte imperfeita funcionando, ou
seja, o seu corpo, durante seu trajeto na Terra.
Diante desta crise, várias são as discussões que apontam a educação, em seu espectro maior, a
educação ambiental, como um dos meios capazes de gerar uma mudança qualitativa em toda
a visão de mundo imperante, indo em direção à construção de um novo paradigma, baseado,
sobretudo, no desenvolvimento de uma consciência democrática (REIGOTA, 2002).
Como procedimentos e práticas pedagógicas que buscam fomentar esta nova postura da
humanidade diante deste quadro crítico em que se encontra, multiplica-se, mesmo que ainda
de forma incipiente, as propostas de projetos de educação ambiental. Mas como avaliar se
estes projetos estão inseridos numa concepção naturalística ou “ingênua” de meio ambiente,
influenciados, sobretudo, pela dualidade cartesiana entre sujeito e objeto, mente e corpo e,
por fim, homem e natureza? Ou então, estão envolvidos por uma concepção socioambiental
de ambiente?
Neste sentido, torna-se necessário definir o que representam estas duas concepções de
ambiente e quais as suas implicações para a reprodução ou para a mudança da visão de
mundo até agora imperante e, conseqüentemente, para a transformação da sociedade como
um todo.
Segundo Campos (2000), Brügger (2004) e Oliveira e Novicki (2004), a concepção naturalística
ou ingênua de ambiente, além de associá-lo apenas e somente aos aspectos naturais, como,
por exemplo, à fauna; a flora; aos fatores climáticos e aos acidentes geográficos, não entende
a participação do homem como sujeito biológico (parte integrante da natureza) e agente
político, consciente e crítico na transformação da sociedade – o ser humano é tido como o
indivíduo transcendental ou atomizado. Nesta concepção, o que importa é a base científica e
tecnológica (a razão instrumental), sob a ótica reducionista, para a utilização racional e a
conservação dos recursos naturais.
A ação educativa ambiental, baseada nesta concepção conservadora de meio ambiente, irá se
traduzir e se reduzir numa pretensa solução técnico-científica, um movimento isolado, muitas
vezes alienado das problemáticas ambientais locais. Assim, a concepção de uma educação
ambiental conservadora está pautada numa concepção naturalística de ambiente, informada
pelo paradigma cartesiano. Por conseguinte, tende a se transformar numa simples prática,
voltada para a solução de um problema de forma “pontual”, estritamente utilitária e
desvinculada dos fatores sociais, políticos e econômicos.
Por outro lado, a concepção de uma educação ambiental crítica, popular e política está
relacionada a uma concepção socioambiental de ambiente. Ela privilegia a resolução dos
problemas ambientais enquanto tema gerador, baseando-se em uma práxis transformadora,
na medida em que os sujeitos, partindo dos fatores cotidianos e locais, ampliam a discussão
atingindo níveis cada vez mais complexos e globais de conhecimento e ação (CAMPOS, 2000;
BRÜGGER, 2004; OLIVEIRA e NOVICKI, 2004).
Portanto, através deste exercício democrático e crítico, as ações coletivas podem ser capazes
de transformações profundas no modo de produção, consumo e organização social, o que
transforma os seres humanos em sujeitos históricos, construtores de um novo modelo de
sociedade (MARX, 1975; OLIVEIRA e NOVICKI, 2004; TRISTÃO, 2005).
Desta forma, a metodologia de pesquisa que atende a uma proposta de educação ambiental
crítica e transformadora, viabilizadora desta nova práxis, na resolução dos problemas
ambientais, refere-se às metodologias participativas. Estas metodologias requerem o
conhecimento da realidade e a intervenção conjunta, envolvendo o pesquisador e os membros
da situação estudada para a solução de problemas concretos. Em síntese, estas metodologias
possibilitam o encontro entre diferentes atores sociais na busca de soluções para um problema
concreto, visando à conscientização dos participantes e transformação da realidade. O efeito
deste processo de construção de conhecimento coletivo e participação nas decisões, numa
leitura gramsciana, objetiva forjar o intelectual das classes populares (OLIVEIRA e NOVICKI,
2004).
Através destas discussões, percebe-se que esta proposta para a realização de uma educação
ambiental realmente profícua, baseada numa concepção socioambiental de ambiente,
fundamenta-se no paradigma da teoria crítica. Desta maneira, visa contribuir para a revisão de
valores e transformação da sociedade como um todo, por meio da superação da alienação e
instauração de uma nova práxis pautada em princípios ecológicos e de justiça social.
• O que pensam um grupo de professores que realizam projetos de educação ambiental sobre
a concepção de meio ambiente?
2. Objetivos
Tendo em vista aprofundar com maiores detalhes o problema em questão, os objetivos desta
pesquisa podem ser enunciados da seguinte forma:
· Sugerir como deve ser a formação destes educadores para a realização destas práticas
educativas ambientais através da estruturação de um curso de especialização “Formação de
Educadores Ambientais”.
3. Metodologia
Para se ter uma visão geral a respeito da quantidade de projetos de educação ambiental que
são desenvolvidos pelos professores do ensino básico e as concepções de ambiente que os
norteiam foi escolhida, como palco desta investigação, a diretoria de ensino de um município
do interior paulista.
Esta escolha partiu da hipótese de que são poucos os projetos de educação ambiental
realizados por estes professores, em decorrência das grandes jornadas de trabalho a que estes
estão submetidos para dar conta da manutenção de suas necessidades básicas e da falta de
preparo técnico para a realização dos mesmos.
Moraes (2002, p.14) salienta que estes dois pontos são alguns problemas inerentes à falência
da escola pública brasileira. Conforme a investigação desenvolvida durante mais de dez anos
por consultores do Banco Mundial sobre a reprovação nas escolas do nordeste brasileiro,
chegou-se a quatro conclusões principais, dentre as quais podem ser citadas a falta de uma
política de valorização e a baixa qualificação do professor:
Este trabalho pode ser enquadrado em uma pesquisa epidemiológica que se insere na
modalidade de estudo transversal.
Segundo Vieira e Hossne (2001), os estudos transversais são feitos para descrever os
indivíduos de uma população com relação às suas características pessoais e às suas histórias de
exposição a fatores suspeitos, em determinado momento.
Como esta pesquisa visou analisar qual a representação de meio ambiente de um grupo de
professores que desenvolvem projetos de educação ambiental na diretoria de ensino de uma
cidade do interior paulista, ela se insere no estudo transversal, pois os indivíduos foram
examinados uma única vez e buscou-se analisar quais são as suas concepções (características)
de meio ambiente.
De todas as escolas que fazem parte da diretoria de ensino da região foi verificado, através dos
dados da própria diretoria, que apenas dezessete escolas desenvolvem, conjuntamente com a
casa de agricultura de cada município, projetos com a temática ambiental.
Deste total de escolas que realizam este projeto, apenas seis professores-coordenadores
responderam e retornaram com o questionário que lhes foi enviado.
Apesar de ser importante a obtenção de um número adequado de sujeitos para que se possa
inferir sobre as características desejadas, Minayo (2003) considera que a pesquisa qualitativa
não se baseia somente e apenas no critério numérico para garantir sua representatividade.
Para ela, uma pergunta importante neste item é se estes indivíduos sociais têm uma
vinculação mais significativa com o problema a ser investigado.
O presente trabalho também adotou, como parte dos procedimentos metodológicos, três
modalidades de pesquisa: 1) Pesquisa bibliográfica: através de consultas de livros, artigos e
revistas; 2) Pesquisa Documental: através de consultas a estatutos, regulamentos, normas e
outras fontes necessárias; 3) Pesquisa de Campo: através da aplicação de questionários semi-
estruturados nos profissionais responsáveis por estes projetos.
A partir destas considerações, foi adotada “a priori”, como palco desta discussão, a categoria
básica ou simples: As representações de meio ambiente que norteiam os projetos de educação
ambiental.
Com relação à metodologia de análise, o presente estudo irá adotar a técnica da análise de
conteúdos surgida nos Estados Unidos no início do século XX. Os primeiros experimentos que
utilizavam esta técnica estavam voltados à comunicação de massa. Até os anos 50
predominava o aspecto quantitativo da técnica que se traduzia, em geral, pela contagem da
freqüência da aparição de características nos conteúdos das mensagens veiculadas (GOMES,
2003).
Atualmente, podem ser destacadas duas funções na sua aplicação. Uma se refere à verificação
de hipóteses e/ou questões. Ou seja, através da análise de conteúdo, não quantitativa, pode-
se encontrar respostas para as questões formuladas e também pode confirmar ou não as
afirmações estabelecidas antes do trabalho de investigação. A outra função diz respeito à
descoberta do que está permeando os conteúdos manifestos, indo além das aparências do que
está sendo comunicado.
4. Resultados e discussões
Este item foi subdividido em dois sub-itens que visam, num primeiro momento, apresentar os
resultados e discutir as principais representações de meio ambiente do grupo de professores
questionados e suas implicações para a educação ambiental. Num segundo momento, tendo
como base o resultado da pesquisa, ou seja, as representações das concepções de meio
ambiente destes professores, apresentar um esboço de como deve ser trilhado o caminho
entre a concepção de meio ambiente e o processo educativo ambiental por meio da
estruturação de um curso para a formação de educadores ambientais.
Pôde-se notar no discurso de todos os educadores que nas representações de meio ambiente
que baliza seus projetos de educação ambiental há uma busca de uma maior interação e
integração entre o homem e natureza, ou seja, o discurso enfatiza que o ser humano faz parte
integrante da natureza:
A concepção de ambiente que baliza meu projeto de educação ambiental é a de que somos
parte integrante da natureza, e de que sua diversidade deve ser preservada, a fim de que haja
equilíbrio e qualidade de vida.
A concepção de ambiente que baliza meu projeto de educação ambiental consiste num modo
de ver o mundo em que se evidenciam as inter-relações e a interdependência do ser humano
com o ambiente.
Neste sentido, Oliveira e Novicki (2004) salientam que a concepção socioambiental não é
apenas uma ampliação do conceito de meio ambiente, que incorpora os fatores sociais,
políticos e culturais, pois implica em perceber a mudança de paradigma gerando uma nova
percepção de realidade, que valoriza a interdependência dos aspectos naturais e sociais e
propõe a articulação entre a reflexão e ação.
O que se pode inferir do discurso destes educadores é a de que não havendo uma reflexão
crítica a respeito de meio ambiente, do que ele seja em toda sua totalidade e beleza, quer em
suas faces que se articulam e se interagem: a social, a política, a cultural e a natural, o processo
educativo ambiental porque, conforme afirma Brügger (2004), também é dependente do
conceito de meio ambiente, fica traduzido em práticas muitas vezes desarticuladas da
realidade local de cada ser humano e, portanto, não políticas.
Em decorrência da concepção ingênua de meio ambiente, a educação ambiental poderá se
restringir a aspectos estritamentes instrucionais, sendo caracterizada por um forte apelo aos
aspectos ecológicos e naturais e desvinculada da dimensão política e democrática. Assim, por
este viés, ela deixa de ser porta voz de uma educação ambiental libertária e promotora de uma
sociedade mais equilibrada e justa (BRÜGGER, 2004; OLIVEIRA e NOVICKI, 2004; TRISTÃO,
2005).
Por outro lado, quando o conceito de meio ambiente rompe as características naturalísticas e
simplistas e abarca o espaço social e político, a educação ambiental se transforma em uma
ação política, que tem como eixo principal à pesquisa-ação-participativa, onde o sujeito
constrói democraticamente novos valores éticos com o outro e a natureza e, partir disso,
busca intervir criticamente em sua e na realidade mundial (BRÜGGER, 2004; OLIVEIRA e
NOVICKI, 2004).
A partir desta construção com o outro e com a natureza percebe-se que a educação ambiental
é um processo que proporciona temas geradores, em níveis cada vez mais complexos de
conhecimento e ação, vislumbrando um novo paradigma para a humanidade: ecologicamente
equilibrado e mais solidário, através de uma nova práxis (CAMPOS, 2000; GUATTARI, 2001;
OLIVEIRA e NOVICKI, 2004).
Segundo Oliveira e Novicki (2004), práxis em grego, significa atividade. No sentido que lhe
atribui Marx é uma atividade livre, universal, criativa e autocriativa, por meio da qual o homem
cria, produz e transforma seu mundo histórico e a si mesmo. Esse processo ocorre a partir da
percepção que o homem tem de si mesmo e do mundo e da capacidade de ações
transformadoras da realidade.
Outro discurso, além de também não definir o que este educador entedia por meio ambiente,
chamou a atenção para o cuidado que o ser humano deve de ter com o meio ambiente para
conservar a sua saúde:
Conforme Drumond (1992), a questão do valor intrínseco é um grande problema. Para ele, é
muito difícil em nossa tradição cultural judaica e cristã – que ainda predomina no Brasil,
embora não seja a única – pensar, em termos de curto prazo, se grandes parcelas da
população virão a dar um valor intrínseco a animais, vegetais, minerais e elementos da
paisagem. Nossa tradição cultural se empenha rigorosamente em desencantar a paisagem, em
afirmar que a natureza é destituída de encantos, e será difícil devolver isto a ela.
Para Gudynas e Weil (1992), reconhecer os valores intrínsecos de todas as coisas é o que
propõe a ética profunda ou ecológica. Enquanto na ética superficial o valor é essencialmente
de troca, de uso, na ética profunda ou ecológica se reconhecem valores intrínsecos nas coisas
vivas e não vivas. Reconhecer valores intrínsecos é passar ao biocentrismo, que reconhece
valores em si mesmo em todas as formas de vida. O biocentrismo diz que os processos vitais,
os processos que a ecologia intui, são valores em si mesmos, independentemente de terem ou
não um nome para incutir-lhes valor.
Um outro educador, apesar de não definir sua concepção de ambiente, chamou a atenção que
este deve ser significativo para que cada criança perceba a interdependência entre o meio
ambiente e o ser humano. Também tentou relacionar a concepção de meio ambiente com
uma metodologia que implique em fomentar o espírito crítico nos alunos, porém sem defini-la:
Uma concepção onde a criança perceba a interdependência do ser humano com o ambiente.
Oferece também a condição que leve o aluno a percorrer caminhos que desenvolvam nele
conceitos críticos, caminhos estes através de observações, pesquisas e questionamentos.
Neste discurso, mais uma vez, o educador não definiu o meio ambiente como o espaço da
política, onde o homem constrói a sua realidade com o outro e com a natureza. O que se
percebe, nesta fala, é uma representação cartesiana de ambiente que se traduz em algo fora
ou externo ao seres humanos. Segundo Grün (2001) e Capra (1999), o modelo advindo do
cartesianismo impede de abordar o meio ambiente em sua forma complexa e multifacetada,
impossibilitando assim uma proposta de educação que seja realmente ambiental, pois esta
representação não leva em consideração os fatores éticos e, principalmente, políticos da
situação ambiental.
Além disso, este educador associou a concepção de meio ambiente com uma metodologia que
fomente o pensamento crítico em seus educandos, porém não mencionou qual o tipo de
metodologia. O fato é que a concepção metodológica está intimamente ligada à concepção de
meio ambiente, com a visão de mundo de cada educador - Weltanschauung. Sem uma
definição clara deste há, com certeza, o seu total comprometimento. Assim, através destas
concepções de meio ambiente destes educadores, conclui-se que o processo educativo
ambiental pode, mais uma vez, se resumir em práticas isoladas, muitas vezes desconectadas
da realidade de cada educando, sem, no entanto, fomentar a mudança de paradigma, tão
almejada nos dias de hoje (CAPRA, 1999; BRÜGGER, 2004; OLIVEIRA e NOVICKI, 2004).
Para que isto seja possível, o curso também deve contar com seminários de orientação ao
trabalho de conclusão de curso. A partir desses seminários, que se realizarão através da
apresentação dos projetos de educação ambiental, os docentes do curso podem acompanhar,
orientando e avaliando criticamente, o processo de implementação e de desenvolvimento dos
mesmos. Mas, não somente os docentes do curso deverão participar diretamente deste
processo avaliativo. Os próprios grupos de alunos pesquisadores também podem, a partir das
experiências que vão adquirindo no transcorrer da implementação e desenvolvimento de seus
projetos, discutir e sugerir modificações em cada projeto apresentado.
Assim, como uma sugestão para um currículo de um curso voltado exclusivamente para a
formação de professores visando à orientação para atividades educativas ambientais, pode ser
feita a seguinte proposta:
Disciplinas
Carga Horária
40 h/a
40 h/a
64 h/a
Oficinas
Carga Horária
1. Atividades Lúdicas
24 h/a
2. Trilhas Interpretativas
24 h/a
3. Material Didático em Educação Ambiental
24 h/a
Seminários
Carga Horária
80 h/a
È necessário ressaltar que estas disciplinas e oficinas serão ministradas na ordem em que
foram dispostas acima.
Por sua vez, os seminários de orientação ao trabalho de conclusão de curso deverão começar a
partir da disciplina metodologia da educação ambiental e coincidirão com o início do período a
ser destinado para a realização de cada projeto de educação ambiental pelos grupos de alunos
pesquisadores.
Nesta direção, irá buscar uma apropriação crítica das posturas até então adotadas pela
humanidade em termos antropológicos, religiosos, científicos, políticos, sociais, éticos e
econômicos. Herança esta que irá demonstrar as múltiplas contradições geradas pelo
paradigma moderno, ou seja, a destruição natural, a ruptura das relações sociais e a
fragmentação da subjetividade humana. Portanto, visa analisar, resgatar e reconstruir os
valores vigentes, perdidos ou jamais alcançados pelas posturas adotadas pela humanidade.
A segunda disciplina Introdução ao Trabalho Científico irá proporcionar aos alunos uma visão
geral do que é conhecimento e da relação entre teoria e prática. Além disso, irá abordar a
diferença existente entre a pesquisa qualitativa e quantitativa, o processo que envolve a
elaboração de um projeto de pesquisa e os métodos e as técnicas de investigação, coleta e
análise de dados.
A terceira disciplina Teorias do Ensino e Aprendizagem irá contribuir para a reflexão dos
conhecimentos psicológicos para a educação. Neste sentido, vai possibilitar o conhecimento
de diferentes teorias da aprendizagem e a análise de suas implicações para a prática
pedagógica, principalmente, para a construção de um projeto de educação ambiental.
No primeiro seminário de orientação ao trabalho de conclusão de curso, que terá início antes
da implementação e desenvolvimento de cada projeto de educação ambiental, será priorizada
a formação dos grupos de alunos pesquisadores e ficará decidido onde cada grupo irá atuar:
escola; empresa; asilo; etc.
Se estes objetivos tiverem sido cumpridos, os docentes do curso deverão orientar, através de
leituras de textos e de conversas com cada grupo de alunos pesquisadores, como serão as
primeiras estratégias de abordagem ao público alvo de cada projeto.
5. Conclusão
6. Referências Bibliográficas
BRÜGGER, P. Educação ou adestramento ambiental? 3a ed. Florianópolis: Letras
Contemporâneas, 2004. 197p.
CAPRA, F. O ponto de mutação: a ciência, a sociedade e a cultura emergente. 25a ed. São
Paulo: Cultrix, 1999.
FERREIRA, Y.N. Metrópole sustentável? Não é uma questão urbana. São Paulo Perspect, v.14,
n.4, p.139-144, out/dez 2000.
GOMES, R. Análise de dados em pesquisa qualitativa. In: MINAYO, M.C.S. (org). Pesquisa social;
teoria, método e criatividade. 22aed. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2003. p.67-80.
VIEIRA, S; HOSSNE, W.S. Metodologia científica para a área de saúde. 2aed. Rio de Janeiro:
Editora Campus, 2001.