Você está na página 1de 4

A DOENÇA EM HOMEOPATIA

A saúde configura-se como um estado de harmonia entre a


mente e o corpo, estado esse que pressupõe o equilíbrio,
quer das funções cerebrais, quer dos diversos órgãos.

A doença na concepção de Hahnemann é algo invisível. É


um distúrbio da força vital invisível. Hahnemann considera
como força vital a vida que anima um ser vivo. Toda a
globalidade psicossomática da entidade viva estruturada no
interior de um invólucro, que sem os compostos que o
“animem”, nada mais é do que um cadáver.

A definição de saúde não é compreensível sem que


tenhamos em linha de conta o “ser” global, nos seus três
níveis de existência: o mental, o emocional e o físico. A
carência fundamental da medicina moderna, mecanicista e
materialista, é a de ter ignorado e ocultado a realidade
holística do ser humano no âmbito da saúde e da
enfermidade.

Também é consequência de ter ignorado e ocultado as leis


da vida por uma ausência total de educação e do
esclarecimento.

A nossa luta permanente, desde o nascimento até à morte,


constitui-se como um combate duradouro contra as
agressões do meio ambiente, o que implica um equilíbrio
dos três níveis de existência e um fortalecimento constante
do sistema imunitário. Estamos doentes, em regra, quando
o nosso sistema imunitário é portador de uma deficiência

1
específica. Tratar uma determinada patologia ou prevenir
patologias futuras, implica grosso modo, o reequilíbrio de
todas as nossas funções e consequente reforço da
imunidade.

A doença que não tem necessidade de intervenção cirúrgica


ou é aguda, crónica, por abuso de medicamentos ou por
deficientes condições de vida.

Muito antes da conceptualização da Medicina


Psicossomática, aquele afirma que existem doenças
psíquicas geradas por doenças físicas e moléstias orgânicas
condicionadas pela persistência de ansiedades,
aborrecimentos, irritações, injustiças, medos, mágoas e
traumas, que em pouco tempo podem destruir a saúde
física.

As doenças do homem físico são as do homem psíquico.


Quanto mais forem as queixas físicas, mais doente estará o
indivíduo. Se predominarem as queixas psíquicas, a
terapêutica homeopática será extraordinariamente eficaz
impedindo que o paciente seja acometido ulteriormente por
padecimentos orgânicos.

Na doença aguda, decorrendo da sua actualidade, os


principais sintomas são facilmente individualizáveis,
exigindo-se um pequeno esforço do homeopata e do
paciente para se delinear o quadro clínico.
Seleccionado e ministrado o correcto medicamento
homeopático, a doença declinará imperceptivelmente,
levando algumas horas se é de recente instalação ou mais
tempo se for de longa duração constatando-se
primariamente a melhoria do estado mental. Um aumento
do conforto, da serenidade e de certo modo, da alegria com
retorno ao estado natural de equilíbrio, é um índice seguro
de melhoria.

2
Não deixa de ser frequente, que duas ou mais doenças
coexistam no mesmo organismo simultaneamente –
coabitação de doenças.

Caso tal facto suceda, a força relativa das enfermidades e


sua natureza é que determina qual delas irá prevalecer.
Na presença de duas doenças distintas no mesmo
organismo e sendo a mais antiga de força superior à que foi
contraída recentemente, observar-se-á que a mais actual
será repelida pela original – não se verifica uma aniquilação
da enfermidade mais recente, mas sim, uma total
inabilidade desta em penetrar no organismo.

Caso a doença recentemente instalada tenha uma força


superior à doença que já residia no organismo, ocorrerá em
regra, que a mais antiga permanecerá estacionária até que
a neoformada complete o seu curso natural.
Resulta deste conceito que a Dinamis ou Força Vital não
consegue curar uma doença com a instalação de uma outra
diferente – “ A Natureza não consegue curar uma doença
com a instalação de outra, mesmo que mais forte se a nova
doença for diferente daquela já presente no organismo” –,
mesmo de força superior.

Somente nas circunstâncias em que ambas as doenças se


assemelham ou identificam na sua sintomatologia é que se
experimenta a aniquilação mútua das enfermidades.

Dificilmente uma doença aguda constituirá um quadro


complexo com uma crónica. Aquela excluirá esta,
temporariamente.

Iatrogenia

3
No seio das doenças crónicas surge um grupo de
enfermidades que tem aumentado no decorrer das décadas
e que, infelizmente, se assumem como as mais graves e
incuráveis das doenças de longa duração. Referimo-nos às
doenças iatrogénicas, ou seja, aquelas que são produzidas
por acções médico-terapêuticas inadequadas ou até
negligentes.
Aqui vai assumir uma importância, que não pode ser
atribuída a qualquer outra terapêutica ortodoxa ou
alternativa, a Isopatia, com a inerente dessensibilização do
organismo, extirpando as toxinas acumuladas pelo efeito
antídoto.

Hahnemann afirma ser praticamente impossível proceder à


cura de tais enfermidades, após estas terem ultrapassado
certa fase do seu quadro evolutivo.

Noutro artigo, teremos em conta as denominadas barreiras


ou obstáculos produzidos por medicamentos alopáticos ao
pleno efeito dos medicamentos homeopáticos.

José Maria Alves

https://homeoesp.org/

https://josemariaalves.blogspot.com/

Você também pode gostar