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revista

Edição
com 16
páginas.
As Dicas MARÇO/ABRIL.2002.ANO 24.Nº140.WWW.WERIL.COM.BR

Técnicas
estão nas
páginas
11, 12,
13 e 14.
Trompetes
para todos
os músicos
WERIL LANÇA 40 MODELOS DIFERENTES
DO INSTRUMENTO - PÁG. 4

UM ASTRO DO SAX
Pág. 3

É Léo Gandelman, o brasileiro


que tocou com Bill Clinton
EDITORIAL
N O V I D A D E S E M U I TA F E S TA PA R A V O C Ê

Caro Leitor,
SUAS NOTAS

A
o completar sua edição número 140, a Revista Weril
apresenta sua nova programação visual: diagramação “Sou estudante de clarineta e pretendo mudar para a tuba. Por
isso, gostaria de ver em uma próxima edição, uma matéria sobre
diferenciada e moderna, matérias técnicas em
como obter uma melhor embocadura na tuba.”
páginas com picote e muito mais informação. Jairo Sankey (CE)
Sentimos que era chegada a hora de modernizar a R: Jairo, sua sugestão foi anotada. Continue acompanhando as
publicação e torná-la ainda melhor. E o momento novidades da Revista Weril em nossas próximas edições.
para isso é propício, pois há muita novidade para “Gostaria que publicassem um encarte sobre técnicas para tuba
anunciar neste bimestre. (bombardão). Sou tubista e sinto necessidade de mais fontes
Para começar, conheça os 40 novos modelos de de estudos.”
trompete Weril, nas páginas 4 e 5. Confira também, Rodrigo Nunes (MG)
R: Olha aí os tubistas se manifestando. Sua sugestão também foi
na página 9, a festa de lançamento desses anotada, Rodrigo.
instrumentos e também da nova linha de sax Spectra
II, sobre a qual falaremos mais na próxima edição. E “Parabéns pela reportagem com Carlos Malta. Ela me incentivou
a continuar estudando e desenvolvendo a arte da música.”
não custa lembrar que há ainda outro evento musical
Marcone J. da Silva (PE)
imperdível para os próximos dias, a final do Prêmio
Weril, marcada para 19 de maio. “Quero parabenizar a toda a equipe Weril pela excelente matéria
É música que não acaba mais,para todos os gostos. feita com o nosso genial Moacir Santos. Conheço alguns de seus
trabalhos e são maravilhosos. A homenagem foi merecida.”
REVISTA WERIL André Luz (SP)

ÍNDICE REVISTA WERIL é uma publicação bimes-


Perfil – Léo Gandelman 3 tral da Weril Instrumentos Musicais Ltda.
Conselho Editorial: Angelino Bozzini,
Dalmário Oliveira, Domingos Sacco,
4 Efeito Sonoro – Nova linha de trompetes Weril Gilberto Siqueira, Mônica Giardini, Rade-
gundis Feitosa, Renato Farias, Sílvio Depieri
Editora: Aurea Andrade Figueira (MTb
Papo com o Mestre – Gilberto Siqueira, da Osesp
5 12.333) - Redatores: Nelson Lourenço e
Mônica Ranieri - Fotos de capa: Marcelo
Breyne e Beatriz Weingrill - Redação e
6 Por Estas Bandas – Vil Metal correspondência: Em Foco Assessoria de
Comunicação - Rua Dr. Renato Paes de
Intercâmbio 8 Barros, 926, São Paulo/SP 04530-001
e-mail: revista@weril.com.br
Projeto gráfico, diagramação e edito-
9 Fique de Olho - Prêmio e festas da Weril, com muita música ração eletrônica: Yvonne Sarué Design
Tiragem: 32.500 exemplares

Música Viva – Um dia musical com Márcio Montarroyos 10 As matérias desta edição podem ser utili-
zadas em outras mídias ou veículos, des-
de que citada a fonte.
11 Dicas Técnicas Matérias assinadas não expressam obri-
gatoriamente a opinião da Weril Instru-
Todos os tons 15 mentos Musicais

Distribuição gratuita
16 Entrevista – Radegundis Feitosa Nunes
Atendimento ao Consumidor
Weril 0800 175900
10 04/2002
2 04/2002
PERFIL

Aprovado
Beatriz Weingrill

pelo
presidente
O SAXOFONISTA LÉO GANDELMAN, QUE JÁ TOCOU
COM BILL CLINTON, FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DO
CONHECIMENTO E DE SUA EFERVESCENTE FASE ATUAL

S
eis anos vivendo fazer meu próprio som, minhas próprias com-
em Nova York posições”, revela o músico. Logo depois foi para
foram suficien- Boston, estudar a escola jazzista.
tes para que o Ao voltar para o Rio, dois anos depois, tra-
saxofonista bra- balhou “na noite” e como músico de estúdio,
sileiro Léo Gan- tocando diversos estilos musicais. Hoje, já con-
A música foi mais que uma opção, foi uma delman conse- ta com oito CDs próprios gravados e mais seis
obra do destino guisse proezas coletâneas. “Esse ecletismo influenciou minha
incríveis, como formação profissional e o resultado de meus tra-
subir ao palco com o ex-presidente (e músico balhos. Acredito que a principal ferramenta de
amador) Bill Clinton. Agora, Gandelman retor- um músico seja o conhecimento. Ao pensar em
na ao Brasil trazendo muitas novidades na ba- fazer um improviso, por
gagem e boas lembranças na memória. O dia exemplo, precisamos ter “Acredito que a principal
em que Clinton, seu fã, fez um dueto com ele, em mente que esta é uma ferramenta de um músico
é uma delas. Mas ele também se recorda da linguagem fundamentada seja o conhecimento”
tristeza que se abateu em Nova York após os em estudos teóricos. É ne-
atentados terroristas. “A vida artística da cida- cessário estudo, dedicação, persistência e, so-
de, que sempre foi muito intensa, parou, e até bretudo, uma séria noção de onde se quer che-
hoje a situação está muito parada no mercado gar”, diz ele. “Minha conclusão, depois de anos
cultural americano”, conta. de carreira, é que o artista deve seguir seus so-
Gandelman é carioca e pertence a uma fa- nhos e, ao mesmo tempo, fazer sua música sem-
mília de músicos. Sua mãe é professora de pia- pre tentando manter o pé no chão, porque é
no, e o pai, maestro, foi gerente artístico da gra- preciso pagar as despesas da família. Sou um
vadora que atualmente é conhecida por Sony felizardo, por ter conseguido um público que
Music. O saxofonista considera a música em sua viabiliza minha carreira”, conclui.
vida “mais do que uma opção, uma obra do des- Além das composições, o músico também
tino”. Aos 17 anos, quando era flauta solo na Or- se aventurou na produção de um DVD, no fi-
questra Sinfônica Brasileira, na série Concertos nal do ano passado, e se prepara para a gra-
para Juventude, chegou a desistir da carreira, pois vação de um CD com a Orquestra Filarmônica
não via perspectivas como intérprete de música da Amazônia, em junho. Paralelamente, está
clássica. “Me sentia limitado”, conta ele, que fi- em turnê com seu quinteto, o BGB – Banda
cou dois anos trabalhando como fotógrafo. Groove Brasil. “Fazemos um espetáculo inte-
Seu primeiro contato com o saxofone veio rativo e dançante que talvez resulte em um
pelas mãos de um amigo, que passou em seu próximo CD. Estou tentando viabilizá-lo, pois
laboratório levando o instrumento. “Foi amor à é um trabalho superpessoal e alternativo, sem
primeira vista. Além de uma grande afinidade, nenhuma interferência mercadológica ou pre-
percebi que com ele poderia me dedicar ao jazz, tensão maior”, assegura o artista.
3
revista 3
15
EFEITO SONORO

Prepare-se para
novas emoções
Algumas das 40 novas opções:

TRIUNFAL EM DÓ

com campana normal ou leve


Gatilho e travessim
Dedeira do Regium
do Flugelhorn Regium TROMPETE DE ROTOR

na foto, modelo Sib


FLUGELHORN

Receiver e travessim do Volta geral de afinação com


cano de embocadura reverso maior definição
Regium Studio em Si bemol
e dedeira em balanço na afinação

T
Novos botões rompetistas já têm uma REGIUM CONCERT EM DÓ
nova opção em instrumen-
tos musicais. Uma não, vá-
rias. Afinal, a Weril está lan-
çando 40 novos modelos.
Com essa grande variedade, o
músico poderá escolher qual o
instrumento ideal para sua apre- campana leve, afinação precisa
sentação ser um sucesso, seja
qual for o ambiente. Com certe- REGIUM STUDIO EM SI BEMOL
Novos capelotes za, um ou mais modelos irão se
adaptar ao estilo e às necessi-
dades musicais do profissional
ou estudante – basta começar a
experimentar!
A linha profissional “Regium” –
com as especificações Concert
ou Studio – tem disponíveis cam- calibre meio largo ou extra-largo
panas em latão amarelo, latão
avermelhado e alpaca, além de
dois pesos diversos. A variação CORNET REGIUM
permite obter resultados diferen-
Gatilhos do Cornet Regium ciados na execução ou mesmo na
adequação à acústica das salas.
Medidas do calibre meio-largo e
extra-largo são oferecidas nos para grandes
trompetes em Sib. performances

4 04/2002
PAPO COM 0 MESTRE

Equilíbrio

Beatriz Weingrill
total
“E
m primeiro lugar, gostaria de deixar cla- das) é
ro: acredito que a preocupação da Weril muito
com a qualidade tecnológica na fabrica- evidente.
ção de seus instrumentos é uma conquis- Mas o
ta significativa para todo o mercado na- instru-
cional. E, sem dúvida, como conseqüên- mento
cia dessa evolução, a linha de trompe- não pro-
tes foi reformulada”, diz Gilberto Siquei- porciona
ra, professor de repertório em Tatuí e pri- apenas
meiro trompete da Orquestra Sinfônica benefíci-
de São Paulo (Osesp), que experimentou os audi-
um dos novos trompetes da linha Re- tivos. O
Gilberto Siqueira aprovou o
gium, o Studio em Dó. equilí- trompete Regium em Dó
Uma das alterações mais elogiadas brio ob-
pelo músico foi o novo projeto, que tido proporciona muito conforto tam-
utiliza o cano principal em reverso, ou bém na hora de tocar.”
seja, um cano mais comprido – quase O músico destaca que ainda foram
a medida de um Sib. Por isso, em sua realizados outros ajustes no instrumen-
extremidade de afinação, o encaixe é to, alguns perceptíveis e outros nem
macho ao invés de fêmea (por isso, diz- tanto. A reunião desses cuidados, em
se que é reverso). “Na prática o resul- sua opinião, transformou o trompete
tado é impressionante. O poder de som Weril em um instrumento extrema-
do instrumento e o equilíbrio em to- mente confiável.
das as regiões (graves, médias e agu- Contato com o Mestre através do fax (11) 3884-1834

PN EA RW FE RI I LL
Mestre Gagliardi na revista da ITA
Beatriz Weingrill

Falecido em 2001, o mestre Gilberto Gagliardi receberá uma merecida ho-


menagem da ITA – International Trombone Association . Os responsáveis pela
concretização do projeto são o casal de professores de trombone Janet e Verner
Kagarice, da University North Texas, Estados Unidos. Em recente viagem pelo
Brasil, o casal entrevistou diversos músicos e parentes do maestro, e ainda visitou
a fábrica da Weril, onde acompanhou de perto a fabricação dos trombones que
Gagliardi ajudou a desenvolver. “Conhecemos Gilberto em 1998 e ficamos im-
pressionados com sua carreira e competência musical”, conta Janet. “Quero
conhecer o máximo de histórias sobre sua vida, seu método de ensino e sua
carreira, para poder escrever um artigo que retrate esse talento com fidelidade.
Será uma forma das pessoas conhecerem sua grandiosidade e de manter seu
trabalho sempre vivo”, finaliza Verner, também editor do jornal da ITA.

Casal Kagarice: artigo sobre Gagliardi


revista 5
PP 0E RR EF S IT AL S B A N D A S

Música para
ultrapassar gerações
Divulgação

O Grupo Vil Metal


já conquistou o
público mineiro

D
esde 1992, quando começou pop-rock brasileiro. Baseado em mú-

Encontro
a acompanhar o grupo Skank sicas de grandes compositores da
em suas apresentações, o MPB, o grupo oferece especial des-
trompetista João Vianna já so- taque para as releituras, com arran-
nhava com a formação de uma jos dançantes, que permitem o uso
banda diferente, em que os ins-
trumentos de sopro estivessem à fren-
te do grupo, fugindo do tradicional
trinômio baixo, bateria e guitarra. Foi
dos metais. Um exemplo é a versão
para “Preta, Pretinha”, de Moraes
Moreira. “Não gostamos de modis-
mos. O trabalho, para ser considera-
Weril
A Weril marcou presença com um
em 1999, quando o músico deixou o do bom, precisa estar apto a ultra- agitado estande no I Congresso Téc-
Skank, que seu antigo sonho come- passar gerações”, considera o músi- nico para Regentes, Instrutores, Co-
çou a tomar forma. “Aproveitei mui- co. reógrafos, Balizas e Dirigentes de
to da bagagem adquirida e, ao lado Além de João Vianna no trompe- Fanfarras e Bandas do Estado de São
de Divas, que também esteve no te, o grupo é formado por Pedro Tar- Paulo. Organizado pela Federação
Skank por alguns anos, criei o Vil Me- císio (substituindo Divas) no trombo- de Fanfarras e Bandas do Estado,
tal”, conta João Vianna. O resultado é ne; Jader Joanes, guitarra e vocal, e o evento reuniu cerca de 200 pes-
um som irreverente, inteligente, cria- Clayton Homem, no baixo. Uma cu- soas e teve como objetivo princi-
tivo, acompanhado nos palcos de riosidade: todos os integrantes já to- pal discutir e votar as propostas
coreografias animadas e, acima de caram em bandas de baile. “Acho que foram levadas ao IX Encontro
tudo, contagiantes. que essa vivência comum acabou Nacional e III Congresso Técnico,
O repertório da banda logo con- contribuindo para nossa integração em abril.
quistou Belo Horizonte, a capital do e sucesso”, completa João.

6 04/2002
Alemão gosta
Divulgação

de retreta
ouvir a Banda Treml tocar o estilo com MPB, sucessos internacionais e clás-
o qual ganhou notoriedade entre os sicos. “O crescimento industrial, es-
habitantes, a música típica alemã. pecialmente o moveleiro, o cerâmi-
Com quase 90 anos de idade, a co e o têxtil, mudou o perfil da po-
Banda Treml é um dos mais antigos pulação e seu gosto musical, por isso,

D
O coreto, palco para as retretas da Treml
e autênticos legados musicais folcló- sentimos a necessidade de nos atua-
esde o início da década de 40, ricos do Estado. Criada por 16 músi- lizar, incluindo outros tipos de peças
quarta-feira de verão é dia de cos imigrantes alemães, que deseja- nas apresentações, além das típicas
sair às ruas para ouvir música vam preservar as tradições musicais germânicas”, diz o atual maestro,
na cidade de São Bento do Sul, de seu país de origem, a banda se Pedro Machado Bittencourt.
em Santa Catarina. O local tornou conhecida através dos tem- E para quem ficou curioso, o
todo mundo já conhece, é a Pra- pos, aumentando seu número de in- nome Treml, foi dado em homena-
ça Getúlio Vargas, onde pessoas de to- tegrantes e também seu repertório, gem ao primeiro regente da banda,
das as idades se reúnem para ver e que ganhou a força das peças de João Treml.

Orgulho em ser
RW: Qual a sua opinião sobre
as bandas brasileiras?
PP: Há bandas aqui em São Paulo

mestre de banda
com nível de orquestra, com en-
saios diários de duas horas. Isso faz
a diferença! A partir desse ponto,
pode-se iniciar um movimento para
Peter Persohn, trombonista cam. É importante também saber o expandir essa qualidade para as de-
alemão, foi primeiro trombone que o público quer ouvir. No caso da mais regiões do país. Para chegar-
na Orquestra Sinfônica de Minas nossa banda em Haslach, a popula- mos ao topo, é preciso enxergar
Gerais, de 1984 a 1987. De volta ção não queria ouvir peças desconhe- em que posição estamos agora,
à sua terra natal, em 1989, cidas. Então reformulei o repertório, traçando metas possíveis. Ou seja,
tornou-se mestre de banda. incluindo todo tipo de música. É fun- com um planejamento a médio
Atualmente dirige a Banda damental que o povo se identifique prazo, o nível das bandas brasilei-
Municipal da cidade de Haslach. com a banda, sinta orgulho de tê-la ras pode melhorar em todos os
Revisitando o Brasil, ele nos em sua cidade, em sua escola. Estados.
concedeu esta entrevista à RW: Como é tocar em uma banda Revista Weril: O que é preciso
Revista Weril: na Alemanha? para ser um mestre de banda?
PP: Normalmente, o músico de ban- PP: A primeira coisa é ter em men-
RW: Qual a melhor forma de “le- da na Alemanha tem de tudo: ins- te que trabalhar com amadores é
vantar” uma banda já existente? trumento, partituras, uniforme. O pro- diferente de trabalhar com profis-
PP: Para começar, verificar as condi- blema é a falta de alunos novos. No sionais. É preciso saber explicar coi-
ções dos instrumentos já existentes, país, existe uma concorrência gran- sas complicadas de maneira sim-
se são suficientes e estão em boas de da música com o esporte, que ples. Por exemplo, para fazer
condições. Outros fatores também atrai crianças ainda pequenas para meus alunos entenderem o “pia-
precisam ser avaliados, como as pe- treinar. Para solucionar isso, estamos no”, peço para que imaginem o
ças em arquivo e a programação dos incentivando o ensino de instrumen- som de uma banda tocando a 500
últimos anos, para se ter idéia do ní- tos de fácil aprendizado, como a metros dali e digo que é assim que
vel dos integrantes, do estilo que to- flauta doce. quero ouvi-los.

revista 7
INTERCÂMBIO

QUEREM TROCAR PARTITURAS Eduardo Ribeiro do Amaral (para de bandas e fanfarras) – R. 1o de Maio,
principiantes de saxofone) – R. Divo 79, Vila S. Pedro (SP) – CEP 09760-
Poluceno, casa 52, Otacílio Costa (SC) 530
Marlus Muriel (chorinho, samba e – CEP 88540-000 Isaac Oliveira Silva (com flautistas)
dobrados) – R. Castro Alves, 246, Cen- Diogenes do Carmo (para trompete) – R. Rui Barbosa, 61, Centro, Jaboti
tro, M. Calman (BA) – CEP 44720-000 – R. Padre de Alencar, 2069, Messe- (PR) – CEP 84390-000
Valdir Santana (de jazz para trompe- jana, Fortaleza (CE), CEP 60840-280 Cinthia Gabrir (com músicos em ge-
te) – R. Maria Ciambelli, 353, Parque Juan Carlos Lopes (para iniciantes ral) – R. Oscar Ribeiro, 1162, Indaiatu-
Maria Adelina, Rancharia (SP) – CEP em trombone de vara) – R. Eber Bra- ba – CEP 13330-000
19600-000 ga, 380, Santa Rita (MA) – CEP 65105- Elias Francisco de Lima Neto (com
Clayton Miguel (evangélicas e dobra- 000 saxofonistas) – R. Joaquim Moita, 48,
dos militares) – R. “J”, loteamento Ilha, Décio Raimundo (para clarineta) – R. Centro, Tacaimbu (PE) – CEP 55140-000
71, Ponte dos Carvalhos, Cabo de Sto. Conselheiro Paranhos, 45, Centro, San- Luiz Waldir Colombo (com trompe-
Agostinho (PE) – CEP 54520-000 to Amaro (BA) – CEP 44200-000 tistas) – R. Euclides da Cunha, 310,
João Batista Sabóia (quintetos e du- Descalvado (SP) – CEP 13690-000
etos para trompete) – R. Marechal Na- QUEREM TROCAR Abiqueila Lima (com músicos em
pion, 763, Barra do Ceará, Fortaleza CORRESPONDÊNCIAS geral) – R. das Camélias, 867, Jd. Rê-
(CE) – CEP 60332-690 mulo Zoppi, Indaiatuba (SP) – CEP
Abiqueila Lima – R. das Camélias, Marlus Muriel (com amantes da 13345-080
867, Jd. Rêmulo Zoppi, Indaiatuba (SP) música) – R. Castro Alves, 246, Cen- Saulo Dimas Ferreira – (com saxofo-
– CEP 13345-080 tro, M. Calman (BA) – CEP 44720-000 nistas, trombonistas e trompetistas) -
Saulo Dimas Ferreira (evangélicas) Valdir Santana (com trompetistas) – R. Barão de Pouso Alegre, 1338, São
– R. Barão de Pouso Alegre, 1338, São R. Maria Ciambelli, 353, Parque Ma- Dimas, Conselheiro Lafaiete (MG) –
Dimas, Conselheiro Lafaiete (MG) – ria Adelina, Rancharia (SP) – CEP CEP 36400-000
CEP 36400-000 19600-000 Luciano de Lima Leite (admiradores
Clayton Miguel (com trompetistas) – da música cristã) – R. Francisco R. Al-
QUEREM RECEBER DOAÇÕES R. “J” loteamento Ilha, 71, Ponte dos ves, 60, Lorena (SP) – CEP 12600-000
DE TÉCNICAS / MATERIAIS Carvalhos, Cabo de Sto. Agostinho (PE)
– CEP 54520-000
João Batista Sabóia (para trompete) Daniel Aguiar (com percussionistas) PROCURA/OFERECE
- R. Marechal Napion, 763, Barra do – Av. Vasco Neto, s/nº, Manoel Vitori-
Ceará, Fortaleza (CE) – CEP 60332-690 no (BA) – CEP 45240-000 Vilmar Sampaio oferece “Poema Sin-
Valdir Santana (de improviso e arti- Dacil Virginio Gomes (com trompe- fônico” – O Planeta Esperança – para
culação) – R. Maria Ciambelli, 353, tistas) – R. Maranhão, 40, Jaboatão Banda Sinfônica – R. Cáceres, 228,
Parque Maria Adelina, Rancharia (SP) dos Guararapes (PE) – CEP 54100-500 Casa 2, Centro, Corumbá (MS) – CEP
– CEP 19600-000 David Chaves Tavares (com maestro 74304-040

EU RECOMENDO

João Leite, saxofonista Otávio Bangla, saxofonista


“Aldeia”, Banda Mantiqueira “Quinto Elemento”, Sizão Machado
Gravadora Pau Brasil Rainbow Records
Informações: (11) 3871-5931 Informações: (11) 3021-9863/ 9435
“Acho que a música brasileira deve ser tratada com muito cari- “Nesta obra o contra-baixista expõe toda sua técnica, mostran-
nho, e isso a Banda Mantiqueira sabe fazer, pelo fino trato na do porque é um dos músicos mais solicitados pelos grandes artis-
maneira de executar e arranjar. Este CD é uma aula para qual- tas nacionais. As composições são próprias e os arranjos de me-
quer músico. Destaque para a improvisação. É uma verdadeira tais estão realmente muito bons. Um ótimo lançamento de mú-
expressão da alma brasileira.” sica instrumental brasileira”

10
8 04/2002
04/2002
EVENTOS FIQUE DE OLHO
Shows e muita música para LIVROS
lançar as novas linhas Weril
Apresentações imperdíveis , com grandes atrações, Musicalização para Pré-Escola e
marcaram os lançamentos Iniciação Musical
Lilia Rosa - Irmãos Vitale
A Weril preparou duas superfestas para apresentar seus mais recentes lançamentos 68 páginas
em trompetes e saxofones. No dia 30 de abril, foi a vez de o músico brasileiro R$ 26,00
conhecer a nova linha Regium de trompetes. A festa foi no Teatro São Pedro, em Informações: (11) 5574-7001
São Paulo, e contou com um show comandado por Gilberto Siqueira, com
participação especial de Chiquinho Oliveira, Quinzinho Oliveira, Márcio Montarroyos O livro trabalha de maneira criativa e
e convidados. A direção artística é de Gilberto Siqueira. eficaz as diferenças entre grave e
agudo, o forte e fraco, o som e o
No dia seguinte, 1o de maio, músicos e o público em geral foram colocados frente silêncio, sempre tendo como base
a frente com a nova linha Spectra II de saxofones. O evento aconteceu na casa situações do dia-a-dia da criança.
noturna Bourbon Street, em São Paulo, e reuniu, sob o comando de Proveta, toda a
sonoridade da Banda Mantiqueira, o talento do multiinstrumentista Paulo Moura e Memórias perdidas: Biografia de
o violonista Yamandu Costa, em um encontro memorável. músico – Chet Baker
Jorge Zahar – Jorge Zahar
128 páginas
Mais festa na final R$ 17,00
Informações: (21)
do Prêmio Weril 2240-0226
O leitor poderá conhe-
Outro evento que merece todas as atenções do músico é a grande final do 5º cer a vida do jazzista
Prêmio Weril para Solistas de Instrumentos de Sopro, marcada para o dia 19 de Chet Baker, um dos
maio, no Teatro Municipal de São Paulo. Com entrada grátis, a finalíssima vai criadores do cool
revelar os vencedores do concurso, que este ano conta com artistas jazz, tido por muitos
internacionais em seu corpo de jurados. A noite ainda reserva outras surpresas como uma figura dis-
para os presentes, incluindo um grande show de música instrumental para tante, de vida pessoal
encerrar o Prêmio Weril. Não deixe de assistir essa noite de gala e muita música atribulada e cheia de
de qualidade no Municipal! altos e baixos.

NAVEGUE CDS
www.brasilbandas.com.br
Ideal para quem quer ficar atualizado so- Jazz Legends - Hinos Pátrios
bre as últimas notícias de bandas no Brasil SaxTenor Gravadora: Playarte Music
e no mundo. Possui diversos links, tais como Gravadora: Informações:
para a Confederação Nacional de Bandas MoviePlay (11)5051-5776
e Fanfarras e a Weril. O interessado tam- Informações: Reúne os hinos brasileiros in-
bém pode se cadastrar e receber as infor- 3115-6833 terpretados pela Banda Sinfô-
mações em seu endereço eletrônico.
Apesar de faltarem nica do Corpo de Fuzileiros
www.catabandas.com nomes como Coltra- Navais e o Coral UNIT –Cen-
É uma ferramenta virtual que divulga músi- ne, Coleman Hawkins e Lester Young, tro Universitário Do Triângulo. Desta-
cos (bandas, solo, lírico, orquestra, big ban- a coletânea é interessante, ao permitir que para as faixas em playback e para
ds e etc.) e empresas afins (estúdios, grava-
a comparação de quatro grandes ex- o bônus especial, com letras, partitu-
doras, aluguel de palco-som-luz, banheiros
poentes do sax tenor: Ben Webster, Don ras e cifras, que podem ser visualiza-
químicos e espaços para eventos entre ou-
tros) para casas noturnas e organizadores de Byas, Dexter Gordon e Johnny Griffin. das e impressas por um computador.
eventos em todo o Brasil.

revista 9
15
PM EÚ SR I F C I A L V I V A

Um dia musical
no Rio
MÁRCIO MONTARROYOS dá a dica para quem vai ao
Rio de Janeiro consumir música

N
esta e nas próximas edições, a com música instrumental ao vivo e vale
Revista Weril irá apresentar os a pena participar.
melhores lugares que as capitais Para quem gosta de espaços al-
oferecem para quem curte mú- ternativos, a loja Severyna, do Guto
sica, sempre através da visão de Goff, baterista do Barão Vermelho, é
Beatriz Weingrill um grande instrumentista. Para uma excelente pedida. Além de ofe-

SERVIÇO começar, Márcio Montarroyos indica


seus pontos preferidos para comprar
instrumentos, acessórios e CDs, além
recer tudo em percussão, ainda pro-
move jam session todas as segundas.
Imperdível!
de lugares para ouvir boa música no A noite carioca oferece diversas
Music Mall – Av. das Américas 7700 –
Rio de Janeiro. opções para quem gosta de boa
lojas 104 a 106 – Barra da Tijuca – Tel: “Um bom dia na cidade do Rio música. O Mistura Fina, restauran-
(21) 3325-4554 de Janeiro pode começar com uma te e casa número 1 do jazz, do meu
Arlequim CDs – Paço Imperial – Praça visita ao Music Mall – State of the amigo Pedro Paulo Machado, pro-
Art Equipaments, no Shopping Barra move, além do piano bar com Os-
15 n. 98 – loja 2
Mall, na Barra da Tijuca. Procure por mar Milito Trio, shows nacionais e
Casa Clarim – Av. Gomes Freire 176 – Renatinho, que é o ‘comandante’ do internacionais em datas pré-deter-
loja A – Tel: (21) 2221-6825 local e pode orientá-lo em sua esco- minadas.
Pro Music – R. Barata Ribeiro, 391 – lha – tanto para compra de instrumen- No restaurante Boteco 66, o visi-
tos musicais, quanto dos programas de tante vai conhecer o melhor encon-
sala 201 – Copacabana –Tel: (21)
computador mais adequados à sua tro entre a cozinha franco-brasileira e
2236-0394 necessidade. Seguindo para o Cen- o brazilian jazz. Ali, eu e outros con-
Modern Sound - R. Barata Ribeiro, 502 tro, visite a loja Arlequim CDs, no vidados nos apresentamos nas véspe-
D – Tel: (21) 2548-5005 Paço Imperial. Ali, é possível encon- ras de feriados.
trar lançamentos raros, desses que re- Uma nova opção no centro histó-
Severyna – R. Ypiranga, 54, Laranjeiras almente não se acha em lugar algum. rico é o belíssimo restaurante Cais do
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pacabana, entre na Pro Music, loja bém irá se deleitar com música ins-
3207 – Lagoa - Tel: (21) 2537-2844
do baixista Maurício Scarpelli. Não trumental de primeira linha.
Boteco 66 – Shopping Down Town, tem lugar melhor para quem está em E para quem não quer gastar
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e metais em geral. E já que você está mão de jazz de qualidade, a suges-
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no bairro, aproveite para dar uma tão são os quiosques da Lagoa Ro-
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Quiosques da Lagoa Rodrigo de e mais completa megastore do Rio. Júnior (teclados), Wilson Meireles
Freitas – Av. Borges de Medeiros, na Procure pelo Pedrinho, que conhece (bateria), Guilherme Dias Gomes
altura do Jockey Club ‘tudo de tudo’ e pode auxiliar na es- (trompete), Idriss Boudrioua (sax alto)
colha dos acessórios, livros e méto- e Ney Conceição (baixo) são alguns
Na próxima edição, “Um Dia Musical em dos. Se a visita for no final da tarde, dos excelentes músicos que por lá se
BH”, com o naipe de sopros do Jota Quest. melhor. A loja promove happy hour apresentam.”

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DICA TÉCNICA 55







Aspectos técnicos da performance




trombone

Por Alciomar Oliveira*


no



O

principal objetivo dos instrumentistas de sopro tem de ser incorporado como um ornamento, era utilizado

sido sempre o de obter um bom som. Porém, tendên- pelos instrumentistas de sopro para minimizar proble-

cias da música contemporânea permitem novas infe- mas de afinação, causados pelo Sistema Temperado. Para

rências sonoras, além das sonoridades puras, tradi- produzir o vibrato, o instrumentista pode fazer uso do

cionalmente obtidas pelos instrumentos. diafragma, do maxilar inferior ou da vibração do instru-


Explorar essas novas sonoridades implica exigir dos in- mento tocado (o trombone tem destaque, devido ao seu

térpretes efeitos de maior proporção do que aqueles pos- sistema de varas corrediças, que permite movimentos os-

sibilitados pelo som natural dos instrumentos. Exemplo cilatórios controlados).


prático é o dos trombonistas contratados para gravar tri- d) Frulatos – Este termo especial é uma palavra onomato-

lhas sonoras, em que os efeitos inusitados dão coloridos


péica. Significa bater, girar, mexer. Pronuncia-se o “rrrrrr” no


divertidos, cômicos ou muito dramáticos às produções. momento da produção sonora e, como resultado, obtém-se

Uma vez alcançado o domínio básico do instrumento som semelhante ao ronco de um motor ou rasgado de gar-

(total controle da afinação e uniformidade sonora), é hora ganta. Este recurso é muito utilizado na música contemporâ-

de se incorporar novos recursos sonoros às performances nea, choro “gaiato” e em especial no jazz norte-americano.

musicais que os permitirem. Com tantos efeitos à disposi- e) Glissandos – Este termo de origem francesa, que

ção, pode-se inovar performances a cada momento. Cabe significa escorregando, designa o processo de tocar gra-

ao intérprete saber discernir onde e quando utilizá-las. dualmente as notas existentes entre os menores intervalos

Os estilos de época também determinam a utilização, da música ocidental. O trombone é o instrumento da famí-

ou não, desses recursos. O bom senso do intérprete e a lia dos metais que pode realizar os glissandos com maior

pesquisa sobre o estilo possibilitam que os recursos não excelência. No entanto, o glissando natural máximo obti-

sejam empregados erroneamente. Por exemplo, fazer uso do tem a extensão de uma quarta aumentada, e não de

de recursos como o glissando em música Barroca seria to- toda a extensão do instrumento, conforme mencionado

talmente inadequado. Afinal, esse estilo não inclui o glis- nos mais renomados manuais de orquestração.

sando em sua composição estilística. 2) Externas:


Os efeitos sonoros especiais dividem-se em grupos de a) Surdina – Termo utilizado para designar o acessório

duas naturezas, A combinação dos efeitos especiais das duas do trombone equivalente àquele dos instrumentos da fa-

naturezas, somada à expressividade individual do intérpre- mília das cordas friccionadas, que servem para alterar o

te, tornam infinitas as possibilidades sonoras do trombone: timbre e o volume sonoro. No caso dos metais, tais ins-

1) Internas: trumentos poderiam chamar-se abafadores, com base no


a) Notas duplas e multifônicos – É tido como um dos seu real efeito. As surdinas podem ser feitas de metal, ma-

efeitos mais interessantes produzidos por um instrumento deira, papelão, plástico, fibra de vidro e outros materiais. O

de metal, muito utilizado por solistas de música de câmara, timbre obtido com ela é resultante do material utilizado em

com objetivo principal de harmonizar trechos das cadênci- sua construção e diretamente proporcional ao formato.

as virtuosísticas. Tal efeito pode ser obtido tocando um


b) Aparatos mecânicos, eletrônicos, etc. – Além das va-


som e cantando outro, conseguindo como resultado uma riedades de surdinas, podemos citar outros recursos que

terceira nota, dependendo da afinação. Se tocarmos uma enriquecem o universo sonoro do trombone. O uso de

nota do segundo harmônico do trombone e cantarmos chapéus, lenços, posicionamento das mãos diante da cam-

sua terça uma oitava acima, a quinta do acorde surgirá pana, imersão da campana em recipientes com água e ven-

como resultado da soma dos dois sons emitidos. Cabe ao tiladores em frente à campana são aparatos mecânicos que

instrumentista equalizar as notas emitidas, a fim de obter complementam os vários recursos utilizáveis na performan-

um som mais imponente ou intimista. ce do trombone. Trombonistas já fazem uso freqüente de



b) Dicções – Podem ser comparadas às inflexões da lín- câmaras de eco, reverberadores, periféricos de efeitos ele-

gua falada, em que as diferenças regionais, pátrias e étni- trônicos diversificados, controladores midi, computadores

cas constituem um conjunto que diferencia o modo de e sequencers, aumentando o número de timbres e possibi-

falar de cada indivíduo. Na prática, é algo similar ao sota- lidades sonoras a serem explorados.

que, gírias e demais nuances da fala. A escolha de articula- Referência Bibliográfica:



ções, das mais “secas” às mais “suaves”, produzirá efeitos OLIVEIRA, Alciomar. O Trombone na Música

sonoros igualmente variados. Brasileira.Goiânia-GO, UFG, 1999.


c) Vibratos – Teóricos afirmam que o vibrato surgiu


* Alciomar Oliveira é professor da UNB/UFG. Contato:


como um ornamento musical. No entanto, antes mesmo alciobone@aol.com.br ou alciobone@ig.com.br








revista 15







DICA TÉCNICA 56











As Primeiras Notas Musicais





na Clarineta









W. Hipólito da Silva*







D



urante alguns anos convivendo com o ensino palheta e permitirá que ela vibre ao receber a pres-



da clarineta para crianças e adolescentes, obser- são do ar enviada. Isso feito, o instrumento deve ser


vei que existe uma certa dificuldade dos alunos soprado sem se acionar qualquer mecanismo; ten-


no primeiro contato com este instrumento e a tando-se pronunciar a sílaba “TU”. A nota tocada



produção do som. será SOL. Para melhor desempenho, repita o exercí-


Isso acontece porque o aluno, ao se deparar com a cio várias vezes.



complexidade desse instrumento musical (composto por 4. Em seguida, feche o orifício na parte inferior junto


palheta, boquilha, barrilete, corpo menor, corpo mai- ao registro com o dedo polegar esquerdo e sopre no



or, chaves de acionamento, orifícios e campana), pres- instrumento novamente, tentando pronunciar a sílaba


supõe encontrar dificuldades em aprender a tocá-lo, o “TU”. A nota tocada será FA.



que não corresponde à realidade. 5. Continue com o dedo polegar preso sobre a “aber-


É preciso então alertar o candidato a instrumentis- tura” inferior, vedando o orifício; faça o mesmo movi-



ta para alguns pontos, lembrando que: mento com o indicador esquerdo, no primeiro orifício


1. O mecanismo evoluiu para a forma tal conhecemos superior. A resposta obtida será a nota MI.



hoje exatamente para ajudar e facilitar a execução 6. Mantenha o exercício anterior, acrescente o dedo


das escalas musicais. anular no segundo orifício, e a nota será RE.



2. Apesar de ser muito comum o iniciante acreditar 7. Finalizando as primeiras notas, mantenha o exercí-


que, para tocar as primeiras notas musicais será ne- cio anterior e acrescente o dedo médio sobre o tercei-



cessário fechar todas as aberturas e chaves, esse não ro orifício, para obter a nota DO.


é o caminho indicado. 8. Vale ressaltar que para atingir uma boa embocadu-



3. A falta de familiaridade das mãos com o instrumento ra e o controle completo pela boca e língua da boqui-


e a pequena abertura entre os dedos da criança não lha, o aluno deve tomar os devidos cuidados:



favorecem um bom desempenho aos iniciantes. a) Controlar a pressão do ar emitido na boquiha;



Para não correr o risco de perder um futuro clarine- b) Tocar a língua levemente na palheta a cada exe-


tista, aqui vão algumas dicas para um bom início de cução de notas;


aprendizado. c) Ter delicadeza e leveza na sonoridade. ○

1. Monte o instrumento com atenção, observe o en-


Bibliografia:

caixe do corpo inferior com o corpo superior, evite re-


H.Klosé. Celebrated Method for the Clarinet, by Carl

montar as chaves de ligação dos dois corpos, pois caso


Fischer Inc., 1971, New York. USA.


isso aconteça bloqueará o som.


2. Utilize preferencialmente palheta de nº 1.1/2 para Pecci, Domingos. Método para Clarineta e Saxofo-

ne, Ed. Bandeirante Musical Ltda, 1965, São Paulo,


iniciantes, por ser mais flexível.


3. O instrumento deve ser colocado na boca, firman- Brasil.



do-se com os dentes incisivos superiores a parte supe- W. Hipólito da Silva é professor da Escola Cromática

rior da boquilha e dobrando-se um pouco o lábio infe- Music Center, em Sales, e do Conservatório Musical

rior sobre os incisivos inferiores. Dessa maneira, será Strauss, na cidade de Urupês, ambas no interior

formada uma espécie de acolchoado, que protegerá a de São Paulo. Contato: whipolitto@hotmail.com








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DICA TÉCNICA 57






A flauta sem mistérios







Por Renato Kimachi *



T

rataremos aqui dos aspectos técnicos que envolvem a arte deve estar perpendicular à ponta do nariz do músico.
Por Alciomar Oliveira*

de tocar flauta, começando pela respiração, o primeiro Os pés podem ficar paralelos um ao outro ou fazendo um

passo para se dominar o instrumento. Inicialmente, falare- “L”, o direito sendo a base e o esquerdo à frente, levemente

mos sobre seu mecanismo: a respiração se divide em inspira- separados. Giramos a cabeça para esquerda em direção à es-

ção e expiração. Durante a inspiração, o diafragma puxa o tante, ao maestro e ao público.


ar para os pulmões. Para se ter uma respiração silenciosa e Nosso corpo nunca ficará de frente para a estante e sim para

flexível (mais rápida ou mais lenta), devemos pronunciar a vogal a direita. O mesmo vale quando estamos sentados. Os pés devem

“Ô”como se fosse um bocejo. Assim, abrimos a garganta, abai- tocar o chão, e a cadeira voltada para a direita para girarmos a

xamos a língua e o ar passa sem obstáculos, portanto, sem cabeça para a esquerda. A flauta é transversal, não a tocamos

barulho. A língua, além de estar abaixada, deve encostar nos como um clarinete, por exemplo. Se não prestarmos atenção a

dentes inferiores (apenas encostar, sem empurrar; se isso acon- estes detalhes, pode-se desenvolver graves problemas de coluna.

tecer, haverá tensão demasiada, ocasionando o fechamento da Devemos pensar em movimentos horizontais, seguindo as linhas

garganta e, por conseqüência, do som). das frases, para não criarmos vícios de tocar acentuando notas

Na expiração, usamos os músculos abdominais para expulsar sem nessessidade, a menos que estejam indicados acentos na

o ar dos pulmões. No controle da velocidade em que ocorre este partitura. Os movimentos devem estar sempre relacionados à

processo de expulsão, através dos músculos abdominais, reside música, como se fôssemos atores interpretando um texto.

o controle da dinâmica. Quanto mais ar, mais forte; quanto Posição dos dedos: devemos pensar em dedos natural-

menos ar, mais piano. Este controle se chama “apoio” ou su- mente curvados e tocando as chaves com a região da polpa.

porte dos músculos abdominais. Os lábios se incumbem de con- Como exceção à regra, temos o dedo indicador esquerdo, que

trolar a velocidade final do ar e, por conseguinte, a afinação. toca a chave com a ponta. O polegar esquerdo, dependendo do

Para se ter a sensação do mecanismo de inspiração e expi- tamanho da mão, toca com a polpa, mas com a parte do lado

ração e do apoio, podemos imitar a respiração ofegante de um esquerdo por uma questão de comodidade. O polegar direito

cachorro (sempre pensando na vogal “Ô”). Progressivamente, participa da sustentação do instrumento, curvando-se natural-

vai-se aumentando o tempo da inspiração e da expiração, sem- mente para esquerda, posicionado entre uma região logo abai-

pre mantendo a garganta aberta, expirando o ar com som de xo do indicador e na metade entre o indicador e o médio. O

“F”(lábios mais fechados para sentir a resistência do ar sem indicador da mão esquerda também participa da sustentação

fechar a garganta), mas com a cavidade bucal bem aberta (Ô) e do instrumento, mas com sua parte baixa, após a segunda arti-

inspirando o ar como um bocejo, treinando assim a sustentação culação de cima para baixo, entre a terceira e a quarta linha.

e o apoio das notas. Em termos de anatomia, é a parte próxima da primeira falange.


Devemos estudar a respiração sem a flauta por uma ques- É aquela região onde se formam calos.

tão de concentração. Depois de devidamente trabalhado indivi- Devemos pensar em segurar a flauta pelos lados, formando

dualmente, transferimos o domínio da respiração para o instru- uma alavanca contra o queixo. O polegar direito empurra a

mento. Para tanto, podemos usar uma bolsa de ar de cinco litros flauta para frente, a parte baixa do indicador esquerdo empur-

(conhecida como ressuscitador). O ideal é comprar a bolsa impor- ra a flauta para trás, e a flauta vai direto contra o queixo. É

tada, mais lisa e fácil de visualizar. O exercício consiste em encher importante notar que tanto o polegar direito como a parte

a bolsa de ar e inspirá-lo silenciosamente e o mais rápido possível baixa do indicador esquerdo devem empurrar a flauta com um

(pensar em Ô). Pode-se, a seguir, medir a respiração, pensando- certo ângulo (aproximadamente 45º em relação ao chão) para

se em expirar em quatro semínimas e inspirar na última semínima cima, para que a flauta não tenha tendência a girar para den-

num compasso 5 por 4 e semínima = 60. Vai se aumentando a tro (o que causaria perda de flexibilidade no som).

velocidade aos poucos, respirando-se a seguir na última colcheia, Devemos perceber a importância do dedo indicador da mão

depois na última semi-colcheia e assim por diante. A idéia do uso esquerda quanto à sustentação do instrumento e a facilidade

da bolsa de ar para flautistas é do prof. Keith Underwood. Uma da técnica de digitação da mão esquerda. Ele empurra a flauta

boa respiração é silenciosa, flexível quanto à velocidade e intima- contra o queixo com a parte de baixo, onde se formam calos.

mente ligada à música, nunca cortando frases. Assim como o polegar da mão direita, ele empurra com um certo

Postura: Quando de pé, devemos pensar em uma postura ângulo para cima. Toca a chave com a ponta e não com a polpa.

relaxada, ereta, com cabeça e tronco erguidos, joelhos leve- Assemelha-se à figura de um cisne. A segunda articulação dobra,

mente dobrados, peso nas coxas, sensação de uma linha imagi- de forma a ficar perpendicular à região anterior do dedo, e a

nária que vai do calcanhar, passando pelas costas e indo até a primeira articulação dobra, de modo que o dedo toca a chave com

cabeça, alongando o corpo inteiro. Para deixar a cabeça na a ponta. Atenção: a terceira articulação deve dobrar de forma

posição certa, não muito abaixada e nem muito erguida, pode- moderada, para que o dedo não fique nem muito alto, nem muito

mos fazer um teste, cantando e sustentando a vogal “Ô” e baixo. Com isso, se obtém maior controle da digitação da mão

abaixando e erguendo a cabeça sucessivamente. Devemos pro- esquerda, facilitando passagens difíceis que envolvem esta mão.

curar o som mais ressonante e aberto, indicando que estamos O importante é que tanto o dedo indicador da mão esquerda

abrindo a garganta e com a postura correta. A sensação é de quanto o dedo polegar da mão direita fiquem relaxados.

alongamento da coluna cervical (região do pescoço). Embocadura: A embocadura é uma conseqüência da forma

Os braços formam triângulos com o corpo. Se fôssemos vistos como sopramos. Ela dá o acabamento final ao ar que produzirá o

de cima, veríamos dois triângulos cujos lados seriam formados som. Se soprarmos de forma correta, com apoio, sem fechar a

pelos braços, antebraços e corpo. Devemos sempre pensar em garganta, é quase certo que a embocadura será relaxada.

relaxar os ombros. O quanto levantamos ou abaixamos os cotove- Não devemos sorrir espremendo os cantos dos lábios e nem

los e o quanto dobramos os pulsos devem estar relacionados com o tampouco exagerar no relaxamento, enchendo as bochechas

relaxamento dos ombros e o alinhamento da flauta com relação ao demasiadamente de ar. Deve ser relaxada e natural, quase sem

corpo. Vendo um flautista de frente, a linha do instrumento deve modificar a forma dos lábios quando estamos com a boca fecha-

ser paralela com a linha dos lábios. Vista de cima, a linha da flauta da. Os lábios superiores ficam levemente na frente dos inferiores,






revista 15

















para projetar o ar na quina do buraco do porta-lábio, onde o som tinuar regando a mesma planta com mais água (tocar a mesma


é produzido. Segundo Keith Underwood, devemos pensar em usar nota mais forte), ao abrirmos a torneira (empurrar mais ar com


mais os músculos vizinhos dos lábios e não somente o músculo abdome) temos que, ao mesmo tempo, aumentar o tamanho do


orbicularis (lábios). Usamos o triangularis, que abaixa o canto dos buraco da mangueira por onde sai a água (relaxar mais os lábios,



lábios. Usamos o mentalis, músculo do queixo que leva o lábio infe- aumentando o tamanho do buraco dos lábios). Caso contrário, a


rior para frente, cobrindo mais o bocal. E usamos o caninus, múscu- água ultrapassa a planta com menos água (tocar a mesma nota


lo da “maçã” do rosto, que controla os lábios superiores, dando mais piano); ao fecharmos a torneira (empurrar menos ar com o


mais foco ao som. Com o uso destes músculos faciais, a embocadu- abdome), temos que, ao mesmo tempo, diminuir o tamanho do


ra resultante permite um som maior, mais flexível e interessante buraco da mangueira por onde sai a água (aproximar mais os


em termos de beleza e controle de timbre, dinâmica e afinação! lábios sem espremê-los, diminuindo o tamanho do buraco dos


Uma analogia que sempre funciona é o sopro de uma vela lábios). Caso contrário, a água se distancia da planta, indo em


ou várias velas de aniversário. A diferença é que o ângulo para nossa direção (a afinação cai). Em outras palavras, deixar os lábios


soprar na flauta é mais para baixo. Mas a embocadura é prati- relaxados, flexíveis, apenas moldando a coluna de ar, permitindo


camente a mesma, como se pronunciando o fonema “F” com as mudanças de dinâmica sem variar a velocidade e a afinação.



dentes mais afastados. Para mudarmos o timbre sem modificarmos a afinação, bas-


Muita polêmica envolve a forma como o vibrato é produzi- ta soprarmos com mais foco (som mais claro) ou menos foco


do. Primeiramente, a definição de vibrato para cantores e ins- (som mais escuro), sem modificar a velocidade da palheta de ar


trumentistas de sopros é: variação da coluna de ar através da que sopramos na quina onde o som é produzido. O foco diz


garganta (nos instrumentos de cordas, é uma variação na fre- respeito ao formato da palheta de ar. Uma palheta mais con-


qüência do som). É uma sucessão de uso alternado de uma maior centrada, fina, produz som mais claro. Palheta de ar mais difu-


quantidade de ar com uma menor quantidade de ar, como se sa, larga, produz som mais escuro. Depende da abertura dos


fossem pulsos de ar. É claro que, se a garganta estiver fechada, lábios e do uso do ar. A abertura da cavidade bucal e a posição


teremos o popular “vibrito”, o vibrato de cabrito, tão tocado da língua influenciam na ressonância do som.



nas rádios. Devemos pensar em abrir a garganta enquanto fa- A articulação é determinada pelo ataque, duração e dinâ-


zemos uma leve ação para pulsar o ar. Para efeito de aprendi- mica de cada nota a ser tocada. Para tanto, fazemos uso de


zado, podemos pensar em tocar uma nota longa na flauta e diferentes posições da língua durante o ataque e, principalmen-


tossir suavemente enquanto sopramos com a vogal “Ô”, sem te, do uso da coluna de ar.


interromper o fluxo de ar, sempre sustentando o sopro e o som. O ar é o elemento mais importante na articulação, respon-


Suavizamos cada vez mais a tosse até que não haja interrupção sável pela duração e dinâmica da mesma, pois a língua não deve


na coluna de ar pelo fechamento temporário da garganta pro- cortar a coluna de ar, nem os lábios. A língua é responsável


vocado pela tosse. É uma versão suave de tosse, sem fechar a apenas pela precisão do ataque, do início da nota. Funciona


garganta. A variação na afinação é uma conseqüência do vibra- como uma válvula que inicialmente fecha o caminho do ar para



to, não o objetivo maior, que é variar a quantidade de ar, alter- fora da boca e, quando colocada para trás, libera este caminho,


nando mais ar e menos ar no sopro. A sensação do vibrato de permitindo que o som se inicie. A língua, portanto, não bate, ela


diafragma é causada pelo ar que pode voltar para baixo enquan- sai do caminho. Existe uma certa pressão atrás da língua, devido


to vibramos com a garganta. Como sabemos, o diafragma é um ao ar que está prestes a ser liberado, articulado. Esta pressão


músculo liso, portanto, involuntário. depende do apoio dos músculos abdominais, que, além disso,


A afinação é uma questão da superfície de reflexão sonora controlam a quantidade de ar a ser liberado (dinâmica e dura-


e da velocidade da palheta de ar que sopramos. ção da nota). Os lábios dão o acabamento final ao ar liberado,


Quanto maior a superfície de reflexão sonora, mais alta é a controlando sua velocidade (afinação) e direção (foco e timbre).


afinação. Quanto menor, mais baixa. Aumentamos a superfície Vale lembrar que a língua deve estar sempre relaxada e deve-se



de reflexão sonora cobrindo menos o bocal, e a diminuímos usar movimentos mínimos.


cobrindo mais. Para cobrir menos o bocal, basta girar a flauta Alguns inícios de frase, de tão sutis, pedem articulação sem


mais para fora ou levar os lábios inferiores mais para trás; para língua. Ex.: o início do “Prélude à L’apres-midi d’un Faune”, de


cobrir mais, basta girar mais para dentro ou deixar os lábios Debussy. Usamos a articulação simples para passagens não mui-


inferiores mais para frente. Por exemplo, quando vamos tocar to rápidas, onde conseguimos articular grupos de notas sucessi-


uma nota aguda e pianíssimo, a tendência é o tensionamento e vamente com a mesma sílaba. Usamos a letra “T” ou “D”,


conseqüente colapso dos lábios inferiores para frente. Isto faz a sendo que o “T” confere ataque mais nítido e o “D” ataque


nota cair em afinação. Se usarmos a “psicologia invertida”, pode- mais suave. Formamos diferentes sílabas dependendo da vogal



mos pensar em rolar os lábios inferiores nos dentes inferiores, o que queremos para a passagem em questão. Ex.: Ta, Te, Ti, To,


que evita levarmos os lábios inferiores tão para frente, mantendo Tu ou Da, Di, Do, Du. A língua se posiciona entre os dentes para


a superfície de reflexão sonora e, por conseqüência, a afinação. os registros médios e agudos, e logo atrás dos dentes superiores

Se mudarmos o ângulo como sopramos o ar, também mudamos a (palato duro), para o registro grave. ○

afinação. Se soprarmos mais para fora do bocal, a afinação sobe, Usamos a articulação dupla para passagens mais rápidas,

pois o ar interno da flauta diminui de tamanho, aumentando a onde necessitamos alternar duas sílabas para maior comodida-

freqüência sonora e subindo a afinação. Isto ocorre porque uma de e clareza de execução (letras “T-K” alternadamente ou“D-

menor quantidade do ar soprado participa da coluna de ar inte- G”). Se a passagem for muito rápida, é mais aconselhável usar

rior, diminuindo o seu tamanho. Se soprarmos mais para dentro do o“D-G”, que deixa a articulação mais leve e a frase mais fluen-

bocal, a afinação desce, pois o ar interno da flauta aumenta de te. Como a sucessão de notas já é rápida, as notas soarão natu-

tamanho, diminuindo a freqüência sonora e abaixando a afinação. ralmente curtas. Usamos também em passagens rápidas a arti-

Isto ocorre porque uma maior quantidade do ar soprado partici- culação tripla, onde há grupos de três notas sucessivas. Usamos

pa da coluna de ar interior, aumentando o seu tamanho. as letras “T-K-T” ou “D-G-D”. O D-G-D é mais indicado para

Enquanto os músculos abdominais controlam a quantidade passagens muito rápidas.


de ar (através do apoio) e, por conseguinte, a dinâmica, os lábios O importante é que técnica e musicalidade caminhem jun-

controlam a velocidade da palheta de ar e a afinação. tas. A técnica deve ser escrava da música, e nunca o contrário!

Quanto ao controle de dinâmica e afinação, pensemos na


Exatamente por isso, a técnica deve estar sob controle.


analogia com a mangueira de jardim. Os músculos abdominais * Renato Kimachi, professor e mestre em Música - Flauta pela

representam a torneira, e os lábios, o final da mangueira. Ima- Arizona State University, é flautista principal da Orquestra Sinfônica

ginemos que vamos regar uma planta à nossa frente. Para con- de Ribeirão Preto. Contato:reneveski@hotmail.com






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T
O
OK, D

Divulgação
gravando
Selos independentes abrem caminho
0
S
para a música instrumental
Gravar um disco de música instrumental por uma gran-
de gravadora no Brasil é um privilégio com o qual poucos
podem sonhar. Porém, para aqueles que não desistem de
O
ver seu trabalho registrado em CD, o mercado de selos
independentes está a todo vapor e é uma boa alternativa.
S
A flautista Léa Freire, por exemplo, criou em 1997 o
selo Maritaca. Ela acredita que existe espaço no mercado
para gente dedicada, talentosa, que procura se destacar
de alguma maneira com seu trabalho. “Gravações de mú-
sica instrumental brasileira estão evoluindo rapidamente,
T
conforme a experiência dos novos selos. E o brasileiro está
cada vez mais consciente de sua própria carreira, o que O
N
colabora para o aumento do número de gravações”, co-
menta Léa. Para quem deseja gravar um CD, a diretora da
Maritaca dá algumas dicas (confira no box). Outras grava-
Léa Freire: dicas para gravar seu próprio CD
doras especializadas são a Núcleo Contemporâneo e a Pau
Brasil, de São Paulo, a Biscoito Fino e a Vison, do Rio de
Janeiro, e Terra dos Pássaros, em Minas Gerais.
S
Serviço: Maritaca, fone (11) 3021-5282.

CD passo a passo* -Hoje, os formatos de gravação uti-


lizados são o DAT, ADATs, DA88 ou ain-
dependente de Compositores e Auto-
res Musicais), podem dar mais expli-
da grava-se diretamente no Pro Tools, cações sobre o procedimento com
-Primeiro, é preciso saber exata- em sistema totalmente digitalizado essa ficha. Os dados autorais devem
mente o que se vai gravar: qual o gê- -Não se pode esquecer também constar da capa do CD, para que o
nero musical, quais e quantos instru- dos direitos autorais. Para que eles ECAD possa recolher e pagar os direi-
mentos serão utilizados. É melhor que sejam respeitados, é preciso que os tos referentes ao fonograma. O pro-
as músicas estejam devidamente en- autores ou editores que os represen- dutor musical de cada faixa também
saiadas para evitar gastos desneces- tam autorizem a reprodução da obra. recebe uma porcentagem sobre a exe-
sários com horas de estúdio. Com tudo Para tanto, é necessário entrar em cução e a venda.
ensaiado, é preciso encontrar um bom contato com o ECAD (Escritório Cen- -A parte final inclui fazer a mixagem
estúdio, que possa atender às necessi- tral de Arrecadação e Distribuição de e a masterização em estúdios de confi-
dades da gravação. É importante che- Direitos Autorais) e solicitar os dados ança; escolher o local da prensagem
car se os acompanhamentos (como a necessários, a fim de conseguir as au- (os dados do fabricante devem constar
bateria) precisarão de sala separada, torizações (as fábricas não podem da capa e do próprio CD). É importante
se a gravação será ao vivo ou não, ou prensar os CDs sem esses documen- cuidar para que a capa e o encarte te-
seja, definir a “cara” do CD. tos). Cada faixa do CD exige o preen- nham uma boa apresentação. Por fim,
-Definido o estúdio, é bom ter uma chimento de formulários que especifi- é preciso contar com um distribuidor de
ordem de gravação para poder agen- cam a obra, autor, data e tipo de gra- confiança, que coloque o CD nas lojas
dar os horários disponíveis de cada vação, músicos executantes, músicos espalhadas pelo Brasil.
músico. Assim, não se desperdiça o intérpretes, etc. Sociedades arrecada-
tempo de ninguém. doras, como a Sicam (Sociedade In- * Dicas de Léa Freire, da gravadora Maritaca.

revista 115
5
E
N
Beatriz Weingrill

T
R A caminho
E
V
do Texas
Doutor em trombone performance pela Catholic University of
America, Estados Unidos - título obtido após mestrado na Juilliard
I School, de Nova York, Radegundis Feitosa Nunes venceu diversos
concursos nacionais e internacionais.

S Como professor, mantém atividades regulares no departamento de


Música da Universidade Federal da Paraíba e ministra workshops
em festivais em todo o Brasil, além de se apresentar como solista,

T camerista e instrumentista de orquestra no Brasil, Estados Unidos e


Europa. No próximo mês de maio, acompanhado de outros
trombonistas de renome, irá representar o Brasil no Festival

A Internacional de Trombones, no Texas (EUA), um evento


organizado pela International Trombone Association.

Radegundis: repertório bem brasileiro nos EUA

Revista Weril – O que, exatamente, senvolvimento de nova literatura e 40% de teoria, porque, pelo menos
acontecerá nesse evento no Texas? construção de novos instrumentos. na música, nós sabemos que a teoria
Radegundis – O grupo Weril Trom- RW – É preciso mudar alguma coisa surgiu para explicar a prática, daí a
bone Ensemble, formado por Rade- na produção de música instrumental necessidade de se praticar mais.
gundis Feitosa, Renato Farias e o Quar- brasileira? RW – Como organizar de forma pro-
teto de Trombones da Paraíba (San- RFN – Em termos de quantidade e dutiva o tempo de estudos?
doval de Oliveira, Roberto Ângelo, Gil- qualidade de produção musical, nós RFN – Acredito que sob a orientação
vando Pereira e Stanley Bernardo), foi evoluímos bastante, mas cometemos de um professor que tenha credibili-
convidado para participar do Festival o grande pecado de não darmos im- dade pedagógica, a forma mais produ-
Internacional de Trombones 2002, que portância à maneira como esta músi- tiva para organizar o tempo de estudos
acontecerá na University of North Te- ca deveria ser levada até as pessoas, para um instrumentista de metal, de
xas, de 23 a 28 de maio deste ano. É o para que elas também aprendessem nível intermediário a avançado, é a se-
maior evento anual envolvendo trom- a apreciá-la. Por isso, o mais urgente guinte: aproximadamente 30 minutos de
bonistas de todo o mundo, das mais no momento é popularizar, de forma exercícios clínicos para aquecimento,
variadas especialidades. Por isso, é in- sistematizada, a música instrumental. uma hora para exercícios de métodos,
discutível sua importância em relação Os mecanismos para fazer com que uma hora para praticar o repertório solo,
ao intercâmbio cultural que ele propor- isto aconteça são muitos, mas preci- 40 minutos dedicados ao repertório de
ciona. O grupo vai aproveitar para de- sam ser estudados criteriosamente música de câmara e 40 minutos para
monstrar o que estamos fazendo aqui para que sua aplicação seja eficiente. praticar o repertório de orquestra, o que
no Brasil em relação à construção de Pessoalmente, acredito que isto só será soma um total de quase quatro horas,
instrumentos, que é o caso do trombo- possível se houver um compromisso que devem ser distribuídas ao longo do
ne G. Gagliardi, da Weril, e também um conjunto entre músicos, Estado, inici- dia, manhã, tarde e noite, cuidando para
repertório bem diversificado e com bas- ativa privada e mídia. que os períodos de prática sejam de pre-
tante música brasileira. Nosso objetivo RW – Teoria versus prática, o que é ferência de uma hora e meia, e não
é ser uma novidade marcante no even- mais importante? ultrapassando duas horas seguidas. É
to, edificando ainda mais a boa ima- RFN – O importante é haver um certo importante também que haja um espa-
gem do trombone no Brasil, tanto do equilíbrio entre os dois. Eu diria que a ço mínimo de duas a três horas entre
ponto de vista pedagógico como do de- fórmula ideal seria 60% de prática e um período e outro.

10 04/2002
16 04/2002 Informações sobre o Festival pelo site: http://www.ita-web.org/festival

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