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Secretaria de Educação, Cultura e Esportes

Instituto de Educação Profissional e Tecnológica – IEPTEC


Escola Técnica em Saúde Maria Moreira da Rocha

REGIMENTO INTERNO

COLETÂNEA DE TEXTOS
DO CURSO TÉCNICO DE
NÍVEL MÉDIO EM ESTÉTICA
Presidente da República

Jair Messias Bolsonaro

Ministro da Educação

Abraham Weintraub

Governador do Estado

Gladson de Lima Cameli

Secretário de Estado de Educação, Cultura e Esportes

Mauro Sérgio Ferreira da Cruz

Presidente do Instituto Estadual de Educação Profissional e Tecnológica

Francineudo Souza da Costa

Diretor de Desenvolvimento de Educação Profissional e Tecnológica


Felipe Pietro de Araújo

Chefe do Departamento Pedagógico e Curricular

Anna Lúcia Leandro de Abreu

Chefe do Departamento de Planejamento e Gestão

Sebastião de Jesus Ferreira

Coordenadora Geral da Escola Técnica em Saúde Maria Moreira da Rocha

Adriana Alves de Lima


................................................................................................................................................

Figura 1 freepik.com1

1 Mulher fazendo procedimentos cosmético. Meramente ilustrativa. Foto gratuita freepik.com. Disponível em:
<ahref="https://br.freepik.com/fotos-vetores-gratis/mulher">Mulher foto criado por senivpetro - br.freepik.com>.
SUMÁRIO

1 DEFINIÇÃO DE ELETROTERAPIA .................................................................................... 8


1.1 HISTÓRIA DA ELETROTERAPIA ............................................................................................ 9
2 FUNDAMENTOS DA ELETRICIDADE...............................................................................11
3 TIPOS DE CORRENTE ELÉTRICA E MEDIÇÕES ELÉTRICAS ....................................12
3.1 MEDIÇÕES ELÉTRICAS ....................................................................................................13
4 POLARIDADE ........................................................................................................................14
5 SEGURANÇA DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS ...........................................................16
6 ONDAS/ RAIOS DE LUZ .......................................................................................................18
7 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA CORPORAL.....................................................................20
8 PARÂMETROS FÍSICOS ......................................................................................................22
9 CLASSIFICAÇÃO DAS CORRENTES ELETROTERAPÊUTICAS ..................................25
9.1 CORRENTE CONTÍNUA.....................................................................................................25
9.2 CORRENTE ALTERNADA .................................................................................................25
9.3 CORRENTE PULSADA .......................................................................................................27
10 ELETRODOS..........................................................................................................................28
11 MODALIDADES (CORRENTES ELÉTRICAS UTILIZADAS NA ESTÉTICA)...............29
11.1 CORRENTE GALVÂNICA ..................................................................................................30
11.1.1 IONTOFORESE: (IONIZAÇÃO) ..................................................................................32
11.1.2 DESINCRUSTAÇÃO (Desincruste) ..............................................................................34
11.1.3 ELETROLIFTING OU GALVANOPUNTURA .............................................................35
11.1.4 MICROCORRENTES ...................................................................................................39
11.2 CORRENTE SINUSOIDAL..................................................................................................44
11.3 CORRENTE RUSSA ............................................................................................................44
11.4 ELETROLIPOFORESE OU ELETROLIPÓLISE..................................................................50
11.5 ALTA FREQUÊNCIA ..........................................................................................................55
11.6 VAPOR DE OZÔNIO ...........................................................................................................59
11.7 VACUOTERAPIA ................................................................................................................61
11.8 ENDERMOLOGIA VIBRATÓRIA ......................................................................................66
11.9 MICRODERMOABRASÃO .................................................................................................70
11.10 ULTRASSOM ...................................................................................................................75
11.10.1 FONOFORESE .............................................................................................................87
11.11 PEELING ULTRASSONICO ............................................................................................89
11.12 ELETROPORAÇÃO .........................................................................................................92
11.13 MANTAS TÉRMICAS .....................................................................................................94
11.14 INFRAVERMELHO LONGO ...........................................................................................97
11.15 LÂMPADA DE WOOD ....................................................................................................98
TEXTOS COMPLEMENTARES ................................................................................................ 102
RADIOFREQUÊNCIA................................................................................................................. 102
LUZ INTENSA PULSADA: TRATAMENTO PARA O FOTOENVELHECIMENTO............ 106
PARA (NÃO) FINALIZAR .......................................................................................................... 114
REFERÊNCIAS............................................................................................................................ 115
ÍNDICE DE LEGENDA
FIGURA 1 FREEPIK.COM ...................................................................................................................................... 3
FIGURA 2: ILUSTRAÇÃO DA EXPERIÊNCIA DE T ALES DE MILETO. .......................................................................... 9
FIGURA 3 OS ELÉTRONS GIRANDO AO REDOR DO NÚCLEO ATÔMICO .................................................................... 11
FIGURA 4 RAIO NO CÉU. ................................................................................................................................... 11
FIGURA 5 ILUSTRAÇÃO DE UM CIRCUITO ABERTO. ............................................................................................. 11
FIGURA 6 CORRENTE CONTÍNUA E ALTERNADA. ................................................................................................ 12
FIGURA 7 TIPOS DE FUSÍVEIS............................................................................................................................. 16
FIGURA 8 ILUSTRAÇÃO DE UM DISJUNTOR ......................................................................................................... 16
FIGURA 9 USO INADEQUADO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PODE ACARRETAR EM INCÊNDIOS ............................... 17
FIGURA 10 COMPRIMENTO DE ONDA .................................................................................................................. 18
FIGURA 11 FLUXO DA INFORMAÇÃO PELO NEURÔNIO ......................................................................................... 21
FIGURA 12 DURAÇÃO DE UM PULSO. ................................................................................................................. 23
FIGURA 13 CIRCUITO ELÉTRICO SIMPLES NO QUAL UMA PILHA RODA EM VELOCIDADE CONSTANTE E MUDA
REGULARMENTE A DIREÇÃO DA FORÇA ELETROMOTRIZ ( VOLTAGEM), QUE AGE SOBRE OS ELÉTRONS NO CONDUTOR
(A). OBSERVE O MOVIMENTO PARA TRÁS E PARA FRENTE DOS ELÉTRONS. CIRCUITO ANÁLOGO HIDRÁULICO DO
CIRCUITO ELÉTRICO EM (B) ILUSTRANDO O MOVIMENTO PARA TRÁS E PARA FRENTE DA BOMBA, QUE PRODUZ O
MOVIMENTO ALTERNADO DO LÍQUIDO DENTRO DO SISTEMA ............................................................................... 26
FIGURA 14 FORMAS DIFERENTES DE CORRENTE (NÃO MODULADA) ALTERNADA (CA) (FUIRINI JUNIOR,
2005)............................................................................................................................................................... 26
FIGURA 15 RELAÇÃO ENTRE A FREQUÊNCIA DE PULSO E A DURAÇÃO DE FASE DE ONDAS SINUSÓIDES LIBERADAS DE
FORMA CONTÍNUA (A), DURAÇÃO DA FASE (B), DURAÇÃO (1 CICLO) DO PULSO. NOTAR QUE TANTO A DURAÇÃO DA
FASE QUANTO À DO PULSO DIMINUEM CONFORME A FREQUÊNCIA AUMENTA (FUIRINI JUNIOR, 2005). ............. 27
FIGURA 16 FLUXO UNI OU BIDIRECIONAL DE PARTÍCULAS CARREGADAS QUE É INTERROMPIDO POR UM PERÍODO DE
TEMPO FINITO. ................................................................................................................................................. 28
FIGURA 17 CORRENTE PULSADA MONOFÁSICA, DEMONSTRANDO O REPOUSO (R) ............................................... 29
FIGURA 18 ELETRÓLISE ABAIXO DOS ELETRODOS. ............................................................................................. 30
FIGURA 19 APLICAÇAO IONTOFORESE ............................................................................................................... 32
FIGURA 20 CANETA DO TIPO "ROLINHO" PARA IONIZAÇÃO. ................................................................................ 33
FIGURA 21 CHAMEX E PLACA METÁLICA. .......................................................................................................... 33
FIGURA 22 A ESQUERDA O BASTONETE E A DIREITA O ELETRODO EM FORMA DE GANCHO..................................... 34
FIGURA 23 APLICAÇÃO COM CANETA PONTEIRA/ ELETROLIFTING. ...................................................................... 37
FIGURA 24- CASCATA DE INFLAMAÇÃO ............................................................................................................. 38
FIGURA 25 CORRENTE MONOFÁSICA COM PULSOS, REPRESENTANDO UMA MICROCORRENTE. .............................. 39
FIGURA 26 APLICAÇÃO DE MICROCORRENTES. .................................................................................................. 43
FIGURA 27 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS BURSTS. FONTE: BORGES, 2007. .................................................... 45
FIGURA 28 ASPECTO DA RAMPA DE SUBIDA E DE DESCIDA. FONTE: BORGES, 2007. ........................................... 47
FIGURA 29 ELETROESTIMULAÇÃO COM CORRENTE RUSSA: REGIÃO DE GLÚTEO. ................................................. 49
FIGURA 30 ONDA RETANGULAR AGUDA. FONTE: SILVA, 1997. ......................................................................... 51
FIGURA 31 ONDA RETANGULAR AMPLA. FONTE: SILVA, 1997. ......................................................................... 51
FIGURA 32 ONDA TRAPEZOIDAL AGUDA. FONTE: SILVA, 1997. ......................................................................... 51
FIGURA 33 ONDA TRAPEZOIDAL AMPLA. FONTE: SILVA, 1997. ......................................................................... 51
FIGURA 34 POSICIONAMENTO DOS ELETRODOS. ELETROLIPÓLISE. ...................................................................... 54
FIGURA 35 APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE ALTA FREQUÊNCIA. E LETRODO "CEBOLÃO"............................................ 55
FIGURA 36 TIPOS DE ELETRODOS/ ALTA FREQUÊNCIA. ....................................................................................... 58
FIGURA 37 ELETRODO TIPO ROLO/ ALTA FREQUÊNCIA. ...................................................................................... 58
FIGURA 38 APLICAÇÃO DE VAPOR DE OZÔNIO.................................................................................................... 59
FIGURA 39 ELETRODOS DE VACUOTERAPIA CORPORAL. ..................................................................................... 61
FIGURA 40 ELETRODOS DE VACUOTERAPIA USADOS NA APLICAÇÃO EM ÁREAS MENORES E FACIAIS. .................... 63
FIGURA 41 A) DIREÇÕES DO DESLOCAMENTO DO CABEÇOTE PARA MELHORAR A CIRCULAÇÃO; B) DIREÇÕES DO
CABEÇOTE PARA DIMINUIR MEDIDAS. FONTE: BORGES, 2016) .......................................................................... 65
FIGURA 42 DEMONSTRAÇÃO DA PREGA CUTÂNEA NO LOCAL A SER TRATADO PARA A ESCOLHA CORRETA. .......... 65
FIGURA 43 CABEÇOTE ESFÉRICO/ VACUOTERAPIA. ............................................................................................ 66
FIGURA 44 E XEMPLO DE PONTEIRAS EM PVC EXTRA MACIO (EQUIPAMENTO VIBROCELL®). ............................... 68
FIGURA 45 EXEMPLO DE PONTEIRAS EM PVC EXTRA MACIO (EQUIPAMENTO VIBROCELL®) A PONTEIRA A9 É
ESPECÍFICA PARA MASSAGEAR A CINTURA E A COXA. O ACESSÓRIO A8 É UTILIZADO COMO INTERMEDIÁRIO PARA
MUDAR O ÂNGULO DE APLICAÇÃO. .................................................................................................................... 68
FIGURA 46 APLICAÇÃO DO APARELHO DE ENDERMOLOGIA VIBRATÓRIA.............................................................. 69
FIGURA 47 APLICAÇÃO DO PEELING DE CRISTAL. ............................................................................................... 71
FIGURA 48 APLICAÇÃO DA TÉCNICA PEELING DE DIAMANTE............................................................................... 72
FIGURA 49 TRÊS PONTEIRAS PARA PEELING DE CRISTAL (NO EXEMPLO POSSUEM CABO CINZA COM AZUL); UMA
CANETA E TRÊS PONTEIRAS PARA PEELING DE DIAMANTE. .................................................................................. 72
FIGURA 50 ESPECTRO SONORO. FONTE: BORGES, 2016.................................................................................... 75
FIGURA 51 REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA INFLUÊNCIA DAS ONDAS DE COMPRESSÃO E RAREFAÇÃO. FONTE
BORGES, 2016. .............................................................................................................................................. 77
FIGURA 52 COEFICIENTE DE ABSORÇÃO DO ULTRASSOM NOS DIFERENTES TECIDOS. FONTE: BORGES, 2016. ...... 79
FIGURA 53 FORMAÇÃO DE BOLHAS NO CAMPO ULTRASSÔNICO POR INFLUÊNCIA DAS ONDAS DE COMPRESSÃO E
RAREFAÇÃO. FONTE: BORGES, 2016. .............................................................................................................. 80
FIGURA 54 EXEMPLOS DE TRANSDUTORES DE ULTRASSOM: A) TRANSDUTOR SIMPLES, COM UMA CERÂMICA
PIEZOELÉTRICA E DE ERA COM PEQUENA DIMENSÃO; B) TRANSDUTOR DE ULTRASSOM DE ALTA POTÊNCIA, COM
TRÊS CERÂMICAS PIEZOELÉTRICAS, QUE, SOMADAS, PROPORCIONAM UMA ERA TOTAL DE GRANDE DIMENSÃO. ... 85
FIGURA 55 DIVISÃO DA REGIÃO A SER TRATADA EM PEQUENOS QUADRANTES PARA A APLICAÇÃO DE TEMPOS MAIS
CURTOS DO ULTRASSOM. .................................................................................................................................. 86
FIGURA 56 EQUIPAMENTO DE PEELING ULTRASSÔNICO. FONTE: BORGES, 2016. ............................................... 89
FIGURA 57 AÇÃO DO PEELING ULTRASSÔNICO SOBRE A CAMADA CÓRNEA DA PELE. TRANSDUTOR ESPÁTULA PARA
PEELING ULTRASSÔNICO NA POSIÇÃO INCLINADA NUM ÂNGULO DE 45°. ............................................................. 89
FIGURA 58 APLICAÇÃO COM O DORSO. PEELING ULTRASSÔNICO. ....................................................................... 90
FIGURA 59 APLICAÇÃO DO PEELING ULTRASSÔNICO. ......................................................................................... 91
FIGURA 60 ILUSTRAÇÃO DA AÇÃO DA ELETROPORAÇÃO..................................................................................... 93
FIGURA 61 APLICAÇÃO DA BANDAGEM UMEDECIDA: A) ENFAIXAMENTO COM A BANDAGEM; B) FINALIZAÇÃO DO
ENFAIXAMENTO. FONTE: BORGES, 2016. ........................................................................................................ 96
FIGURA 62 MANTAS TÉRMICAS: A) DEMONSTRAÇÃO DE COLOCAÇÃO DA MANTA TÉRMICA CORPORAL; B)
TERMOSTATO PRESENTE NA MANTA TÉRMICA: DISPOSITIVO DE SEGURANÇA PARA CONTROLE DA TEMPERATURA. 97
FIGURA 63 AÇÃO DOS RAIOS INFRAVERMELHOS SOBRE OS CLUSTERS. FONTE: BORGES, 2016. .......................... 98
FIGURA 64 ROSTO: ANÁLISE LUZ NATURAL (ESQUERDA) E AO LADO COM LAMPADA DE WOOD (DIREITA). .......... 100
FIGURA 66 EMISSOR DE LUZ DE WOOD FIXO .................................................................................................. 101
FIGURA 65 LÂMPADA DE WOOD LUPA DE MÃO. ............................................................................................... 101
FIGURA 67 FLACIDEZ TISSULAR NA REGIÃO DE ABDÔMEN. .............................................................................. 102
FIGURA 68 TERMOMETRO INFRAVERMELHO. ................................................................................................... 104
FIGURA 69 APLICAÇÃO DA RADIOFREQUÊNCIA.
TABELA 1 EFEITOS DOS DIFERENTES TIPOS DE RAIOS USADOS NA TERAPIA PELA LUZ ...........................................20
TABELA 2 COMPARAÇÃO DOS EFEITOS DOS POLOS DA CORRENTE GALVÂNICA. ...................................................31
COMPETÊNCIA 20
FUNDAMENTOS DE ELETROESTÉTICA – 40h
AÇÃO: Conhecer os aspectos físicos, e demais conceitos dos materiais e equipamentos
eletroestéticos para a compreensão da aplicabilidade na estética facial e corporal.
BASES CIENTIFICAS E VALORES E
HABILIDADES
TECNOLOGICAS ATITUDES
 Compreender conceitos  Definição de eletroterapia;  Ser solidário e
dos tipos da corrente e  Fundamentos da Eletricidade; cooperativo;
polaridade para utilização  Tipos de Corrente Elétrica e Medições  Demonstrar
dos aparelhos de Elétricas; interesse e
eletroestética;  Polaridade; iniciativa;
 Desenvolver  Segurança de Equipamentos Elétricos;  Interagir com
habilidades no manuseio  Ondas/ raios de luz: Raios Ultravioleta; cliente/paciente e
dos equipamentos, com Raios Infravermelhos; Raios de luz visíveis. seus familiares;
segurança;  Condutividade elétrica corporal;  Respeitar os
 Caracterizar e  Eletrodos; direitos do
correlacionar materiais e  Modalidades das correntes elétricas cliente/paciente.
equipamentos com os encontradas nos aparelhos eletroterápicos;
procedimentos estéticos
 Aplicações, indicações, contraindicações,
dispondo das indicações de higiene adequada do aparelho e limitação de
uso;
uso na estética, Parâmetros utilizados de
 Avaliar tratamentos acordo com o objetivo do tratamento de
propostos com base nos aparelhos de eletroestética:
resultados obtidos; - Iontoforese, Desincruste, Eletrolifting,
 Conhecer a microcorrentes, Eletroestimulação Russa,
aplicabilidade nas Eletrolipólise (não invasiva), Alta
alterações estéticas e frequência, Vapor de Ozônio, Vacuoterapia,
parâmetros utilizados; microdermoabrasão (peeling de diamante e
 Conhecer as técnicas de peeling de cristal), Endermologia vibratória
higienização dos Ultrassom de 3MHz, peeling ultrassônico,
aparelhos; eletroporação, manta térmica, lâmpada de
 Conhecer alguns Wood, entre outros;
aparelhos que são  Conceitos e características de outros
utilizados na área de aparelhos usados na estética: Luz Intensa
estética por outros Pulsada, Laser, Infravermelho,
profissionais. microagulhamento, bronzeamento artificial,
radiofrequência e outros.
Sugestões de Atividades: Pesquisa e seminário para trabalhar os outros aparelhos usados na
estética. Debates e elaboração de uma ficha de anamnese com a turma.
Sugestão de Atividades p/ às 10 horas práticas: Visita técnica a uma clínica particular de
fisioterapia dermato-funcional ou estética onde possa o educando ter uma vivência e aula pratica
ou ao laboratório de estética da escola, demonstrando os parâmetros.
8

1 DEFINIÇÃO DE ELETROTERAPIA

A eletroterapia é o emprego da corrente elétrica como agente terapêutico (AGNE, 2004).


Na medicina, o termo eletroterapia pode se aplicar a uma variedade de Cardioversão -
método de
tratamentos, incluindo o uso de corrente direta, como na cardioversão e tratamento de certos
utilização de aparelhos elétricos. problemas do ritmo
cardíaco pela
O termo eletroterapia também se aplica à aplicação de corrente aplicação de choque
elétrico na parede do
elétrica para acelerar a reabilitação de lesões, como também tem sido tórax; desfibrilação.
usado para uma gama de aparelhos e tratamentos alternativos em diversas
áreas.
A Eletroterapia inclui uma variedade de tipos de estimulações, protocolos e usos. Os mais
comuns são: Eletroestimulação neuromuscular para reabilitação; TENS para terapia contra dor;
Corrente Russa; Microcorrentes; Corrente galvânica para iontoforese (introdução de químicos
nos tecidos através de campo elétrico).
Na estética, vem sendo cada vez mais utilizada nos tratamentos faciais e corporais, sendo
até considerada como fundamental por muitos profissionais da área. Por esse fato, torna-se
imprescindível o conhecimento pleno das técnicas e sua correta utilização, evitando lesões.
Muitas melhorias no tratamento estético são temporárias, mas conforme o tratamento vai sendo
realizado, os benefícios tornam-se mais duradouros, pois, o efeito continuo da corrente faz com
que ela atue mesmo após a aplicação. Vale ressaltar que esses benefícios não são definitivos,
visto que os efeitos do tempo continuarão a incidir sobre o organismo.
Um dos exemplos de tratamentos estéticos com eletroterapia é a microcorrente que é
uma eletroestimulação que utiliza correntes de baixa frequência. O objetivo desta técnica é
promover a revitalização cutânea, com o objetivo de melhorar a flacidez muscular.
O uso de corrente elétrica também ajuda nos seguintes requisitos:
- Redução de espasmos musculares;
- Dores agudas e crônicas;
- Fortalecimento dos músculos;
- Facilita a reeducação muscular;
- Reduz edemas;
- Entre outros;
9

1.1 HISTÓRIA DA ELETROTERAPIA

Segundo Agne (2004) a aplicação da corrente elétrica com fins terapêuticos em geral e
especialmente para se combater a dor é extensa. Na antiguidade, em 2750 a.C., no Egito
descargas de peixes elétricos foram utilizadas com a finalidade terapêutica.
Em 130 a.C., Galen recomendava como agente calmante choque produzido por um peixe
elétrico que proporcionavam descargas elétricas com uma tensão de 50-80Volts e uma
frequência de aproximadamente 200Hz.
Scribonius Largus (46 a.C.) também está relacionado por fazer uso da estimulação
elétrica para o tratamento de dor. Ao avaliar os benefícios dos peixes elétricos no manejo da
dor provocada pela doença gota, pode-se dizer que o primeiro protocolo de eletroterapia
pertence a ele.

experiência de Tales de Mileto.


Filósofo Tales de Mileto realizou algumas

Figura 2: Ilustração da
experiências com uma barra de âmbar (uma espécie de
resina). Verifico que depois de ser atritada com um pelo de
animal a resina adquiria a propriedade de atrair pequenos
corpos como pensa de cabelos.
A palavra âmbar vem de elektron em grego, daí o
surgimento da palavra ELETRICIDADE.
Em 1745, Pivatti, ao tentar administrar medicamento ao corpo com a ajuda de uma máquina
elétrica, dando origem ao método conhecido como Iontoforese.
Em 1791, Luigi Galvani publicou o tratado “De viribus electricitatis in motu
muscularis” (sobre a ação da eletricidade no movimento muscular), sendo um dos primeiros
fisiologistas que investigou as correntes de excitação nervosa (contração muscular na pata de
rã).
Alessandro Volta construiu, em 1800, a primeira pilha elétrica. Analisando o
experimento de Galvani, acreditou que era possível produzir eletricidade por meio químico.
Como consequência, a corrente contínua foi batizada como corrente “galvânica”, em
homenagem a L. Galvani.
A obra “eletrofisiologia dos movimentos”, publicada por Duchene (1806-1875),
indicava pela primeira vez os “pontos motores” para eletroestimulação cutânea.
A aplicação da energia eletromagnética com fins medicinais por d’Arsonval, em 1892,
e posteriormente por Zeynek e Nagelschidt em 1908, criadores do termo diatermia que
significa “aquecimento através de. ”
10

Nos anos 30, a diatermia de ondas longas, que trabalhava inicialmente com uma
frequência de 1MHz, foi substituída pela de ondas curtas com frequência muito superior a
27MHz e comprimento de onda 11 metros. No início dos anos 50, introduziram na terapia de
micro-ondas com uma frequência superior a 25000MHz e comprimento de ondas de 12
centímetros. A frequência e o comprimento de ondas são inversamente proporcionais.
Emile Du Bois Reymond (1818-1869) aparece como fundador da moderna
eletrofisiologia. Estabeleceu a Lei geral de excitação elétrica, que expressada em termos
matemáticos, diz: “A excitação é função derivada da densidade da corrente em relação ao
tempo” (AGNE, 2004). Em 1848, estabeleceu o conceito de aneletrotono e cateletrotono,
propriedades importantes da corrente galvânica: No nervo isolado pode constatar no polo
positivo (ânodo) uma redução e inclusive a supressão da excitabilidade assim como da
capacidade condução da excitação elétrica. No polo negativo (cátodo) se produzia um
incremento da excitabilidade.
Em 1844, Werner von Semens, utilizou a corrente farádica no nervo trigêmeo facial
para analgesia. Nessa mesma época era utilizada a corrente farádica para anestesia local por
dentistas americanos.
Oliver, em 1859, obteve uma patente de eletroanestesia, nos Estados Unidos. O
aparelho que consistia num indutor adaptado se se empregava sob a forma de anestesia em
diferentes intervenções cirúrgicas das extremidades.
Nos anos 50, Bernard, dentista e fisiologista francês, revitalizou as correntes galvano-
farádicas combinadas, com a ajuda da Iontoforese, sob uma nova forma e variação, hoje
conhecida como de correntes diadinâmicas de Bernard.
A eletroterapia Analgésica teve seu renascimento através da técnica de implantação de
eletrodos na região do cérebro e da medula espinhal, elaborada por neurocirurgiões americanos,
assim como pelas novas teorias de Melzack, sobre mecanismos da dor (1965).
Com o passar dos anos, mais estudos foram e estão sendo feitos, por isso entende-se
mais sobre os efeitos da eletroterapia.
11

2 FUNDAMENTOS DA ELETRICIDADE

Não é possível ver a eletricidade, mas seus efeitos. Os raios, em uma noite de tempestade,
por exemplo, são efeitos da eletricidade. Outro exemplo é a
faísca produzida quando não se encaixa corretamente um
aparelho elétrico na tomada, este é outro efeito da eletricidade.
A eletricidade não ocupa espaço nem tem propriedades
Figura 4 Raio no céu. físicas ou químicas; portanto, ela não é matéria. A eletricidade é
uma forma de energia que, quando está em movimento, exibe efeitos magnéticos, químicos ou

Figura 3 Os elétrons
térmicos; um fluxo de elétrons. Ela é um fluxo de elétrons, que

girando ao redor do
núcleo atômico
são partículas de carga negativa que giram ao redor dos átomos
(para recordar sobre a definição de átomo veja a coletânea de
texto de Cosmetologia I).
Uma corrente elétrica é o fluxo da eletricidade ao longo
de um condutor. Todas as substâncias podem ser classificadas como condutoras ou isolantes,
dependendo da sua facilidade para transmitir a corrente elétrica.
Um condutor é qualquer substância que transmita a eletricidade facilmente. A maioria
dos metais são bons condutores. O cobre é um condutor particularmente bom e é usado nos
cabeamentos e motores elétricos. Os componentes iônicos da água a tornam uma boa condutora,
isso explica por que não se deve nadar em um lago durante uma tempestade elétrica.
Um isolante ou não condutor é uma substância que não transmite a eletricidade facilmente.
Borracha, seda, madeira, vidro e cimento são ótimos isolantes. Os cabos elétricos são
constituídos de fios de metal trancados (condutor) coberto por borracha (isolante). Um circuito
completo é o caminho de uma corrente elétrica desde a fonte geradora, passando pelos
condutores e voltando a fonte original.

Figura 5 Ilustração de um circuito aberto.


12

3 TIPOS DE CORRENTE ELÉTRICA E MEDIÇÕES ELÉTRICAS

Corrente elétrica
O movimento gerado entre o núcleo atômico e os elétrons livres de cada material é
realizado de forma aleatória e caótica, isto é, sem que haja uma direção definida. É o fluxo
ordenado de elétrons que produz DDP (diferença de potencial) entre os extremos de um
condutor. DDP é a força eletromotriz disponível para produzir o movimento de uma corrente
elétrica, ou seja, a força que faz com que os elétrons sejam movidos. Quando devido a um
processo externo gera-se uma força elétrica que os obriga a executarem um movimento em
direção ordenada que se sobreponha ao caótico, denominamos corrente elétrica a esse fluxo
ordenado de elétrons livres.
Corrente elétrica em um condutor é definida como a quantidade de carga que atravessa o
fio em um intervalo de tempo. Sua unidade no sistema internacional é o ampère (A) e, por
convenção, o sentido da corrente é o oposto ao movimento de elétrons livres.

Tipos de Corrente elétrica


Corrente Contínua: acontece quando a fonte que alimenta um condutor tem a polaridade
de seus terminais fixa, a força elétrica tem direção e sentido constantes. Isso obriga o fluxo de
elétrons livres também ter direção e sentidos fixos caracterizando o que chamamos de corrente
contínua, ou seja, a corrente contínua é unidirecional, constante, possui efeitos polares e seu
gráfico possui uma só fase positiva ou negativa.
Corrente Alternada: existem fontes que alternam constantemente sua polaridade.
Consequentemente o sentido da força elétrica que surge no condutor, de um aparelho que esteja
ligada à tomada de 110V ou 220V, também se alterna. Assim, o movimento de elétrons livres
será ora para um lado ora para o outro lado, dando origem ao que chamamos de corrente
alternada, ou seja, bidirecional, não tem efeito polar e seu gráfico apresenta das fases uma
positiva e outra negativa.

Figura 6 Corrente
contínua e alternada.

Conversor é o aparelho que transforma a corrente continua em corrente alternada.


Alguns carros, por exemplo, possuem conversores que permitem usar aparelhos que
normalmente seriam ligados em uma tomada elétrica.
13

Um retificador é o aparelho que transforma a corrente alternada em corrente continua.


Os carregadores de baterias usam um retificador para converter a CA de uma tomada elétrica
na CC necessária para recarregar suas baterias CC.
Mais à frente iremos trabalhar mais esses conceitos.

3.1 MEDIÇÕES ELÉTRICAS

Para compreender melhor como é o fluxo de uma corrente elétrica pode-se comparar
com a água passando por uma mangueira e jardim. Os elétrons individuais passam pelos cabos
da mesma maneira que as moléculas de água individuais passam pela mangueira.
O volt (V), ou tensão (termo usado atualmente em vez de voltagem), é a unidade que
mede a pressão da força que empurra o fluxo de elétrons para frente através de um condutor,
assim como a pressão da água que empurra as moléculas de água ao longo da mangueira. Sem
pressão, nem água nem elétrons poderiam fluir. A bateria do carro tem 12 volts; as tomadas
normais para ligar o secador e a chapinha têm 110 volts; e a maioria dos aparelhos de ar-
condicionado e secadoras de roupas funciona a 220 volts. Uma tensão mais alta indica mais
pressão ou força. Os volts medem a pressão da forca que empurra os elétrons para frente.
Um ampère (A) é a unidade que mede a força de uma corrente elétrica (o número de
elétrons que fluem por um cabo). Como ocorre na mangueira de água, que deve ser capaz de
expandir à medida que a quantidade de água aumenta o cabo também deve expandir conforme
há aumento na quantidade de elétrons (ampères). Um secador de 12 amperes deve ter um cabo
duas vezes mais grosso que um secador de 5 amperes; do contrário, o cabo pode superaquecer
e pegar fogo. Uma classificação mais alta indica um número maior de elétrons e uma corrente
mais forte.
Um miliampère (mA) é um milésimo de um ampère. A corrente para os tratamentos
faciais e do couro cabeludo é medida em milampères; uma corrente de ampères seria forte e
poderia machucar a pele.
Um microampère (µA) é um milhão de vezes menor que o Ampére. Não se sente a
corrente (sub sensorial), trabalha dentro da célula.

Dessa forma:

 Um Ampére é igual a mil milampères que é igual a um milhão de microampères.

1 A = 1 000 mA = 1 000 000 μA


14

 Meio Ampére é igual a quinhentos miliampères que é igual a quinhentos mil


microampères.

0,5 A = 500 mA = 500 000 µA.

 Um miliampère é igual a mil microampères.

1 mA = 1 000 μA

O ohm (O) é a unidade que mede a resistência de uma corrente elétrica. A corrente não
flui através do condutor a menos que a força (volts) seja mais forte que a resistência (ohms).
Um watt (W) é a medição de quanta energia elétrica que está sendo usada em um segundo.
Um quilowatt (K) corresponde a 1.000 watts. A eletricidade de uma casa é medida em
que quilowatts por hora. (Kwh).
Hertz (Hz) é a unidade que determina o comprimento da onda sonora e envolve a
frequência do som, ou seja, a capacidade de perceber sons graves e agudos. Assim, a audição
normal é aquela que se situa entre 0 a 20 dB e entre 250 a 4.000 Hertz. Para determinar a perda
em um teste audiométrico geralmente são usadas às frequências 500, 1000, 2000 Hz e 4000 Hz.
Frequência = Número de oscilações que acontecem em um evento/período de tempo.
Hz = 1 oscilação em 1 segundo.
Megahertz: Um megahertz, ou MHz, equivale a 1 milhão de ciclos (oscilações) por
segundo, ou 10 elevado à potência 6, diferentemente de megabyte. Em termos científicos, serve
para medir qualquer coisa que oscila a intervalos regulares (como as ondas de rádio). Quem
tem, por exemplo, um daqueles relógios de parede antigos, com pêndulos, notará que o pêndulo
faz um vai-e-vem a cada 2 segundos. O relógio, portanto, oscila a velocidade de 0,5 Hz (2
segundos divididos por quatro movimentos), ou 0,0000005 megahertz. Hoje em dia, no
computador, já temos processador com 3 gigahertz (GHz), ou seja, que funcionam a 3 bilhões
de ciclos por segundo.
Em um aparelho de eletroterapia que trabalha com MHz Quanto mais baixa a frequência
(Hz) mais profundo atinge: 1 MHz atinge tecido ósseo (uso médico) e 3 MHz (3 Milhões de
oscilações em 1 segundo) atinge a derme.
Intensidade = Quantidade de energia oferecida para o corpo.

4 POLARIDADE

Polaridade indica o polo negativo ou positivo de uma corrente elétrica.


15

Os aparelhos de eletroterapia sempre possuem um polo de carga negativa e um de carga


positiva:
O eletrodo positivo é chamado ânodo. O ânodo é normalmente vermelho e marcado com
um “P” ou sinal de positivo (+).
O eletrodo negativo é chamado cátodo. Ele é normalmente preto e marcado com um “N”
ou sinal negativo (-).

FAÇA O TESTE!
Para descobrir a polaridade do eletrodo existe um teste simples: coloque as pontas
dos cabos condutores em dois pedaços separados de papel tornassol azul úmido. O papel
sob o polo positivo se torna vermelho e o negativo permanece azul. Se você usar o
tornassol vermelho, o papel sob o polo positivo permanece vermelho e o negativo torna-
se azul.

IMPORTANTE
Se tratando de correntes utilizadas nos tratamentos estéticos é importante saber que
existem duas classificações para as correntes elétricas:
≫ despolarizadas: Também conhecidas como as correntes pulsadas. São correntes bifásicas,
não apresentando polos definidos, uma vez que eles se alteram a cada fase da corrente.
Num primeiro momento o negativo (-) é preto e o positivo (+) vermelho, e num segundo
momento, isso inverte, o negativo (-) é vermelho e o positivo (+) é preto.
São usadas, principalmente, em correntes para efeito analgésico e contração muscular. São
utilizados eletrodos de borracha ou ato adesivo.
≫ polarizadas: Também conhecidas como correntes Diretas. São correntes monofásicas,
apresentam polos definidos: um negativo (-) na cor preta e um positivo (+) na cor vermelha.
A definição dos polos é importante quando se necessita de correntes com efeitos polares.
Já sabemos que nosso organismo possui energia elétrica, portanto, cargas positivas (cátions) e
cargas negativas (aníons).
Quando aplicamos uma corrente polarizada temos que ter em mente que as cargas
positivas (+) de nosso organismo vão em direção ao eletrodo negativo (-), e que as cargas
negativas (-) vão em direção ao eletrodo positivo (+). Devido a isso essa corrente se torna útil
quando temos interesse em efeitos ionizantes.
Essas correntes são usadas, principalmente, para cicatrização, diminuição de edema
(drenagem) e tratamento de estrias, mas também podem ser utilizadas no alivio da dor.
16

5 SEGURANÇA DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

Ao trabalhar com aparelhos elétricos, deve-se prestar atenção a segurança do cliente e do


próprio profissional. Como medida de segurança todos esses equipamentos devem ser
inspecionados regularmente para determinar se estão em boas condições de funcionamento.
Conexões defeituosas e circuitos sobrecarregados podem resultar em choque elétrico,
queimadura ou até mesmo incêndio.

5.1 DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA

Um fusível é um dispositivo especial que impede que a

Figura 7 Tipos de fusíveis


corrente excessiva atravesse um circuito. Ele foi projetado para
explodir ou derreter quando o cabo se torna muito quente porque
o circuito está sobrecarregado com um excesso de corrente (isto
é, muitos aparelhos ligados ou equipamento com defeito). Para
restabelecer o circuito, desconecte o aparelho, verifique todas as
conexões e o isolamento e insira um novo fusível.
Um disjuntor é um interruptor que cessa ou fecha automaticamente um circuito elétrico
na primeira indicação de sobrecarga. Os disjuntores substituíram os fusíveis

Figura 8 Ilustração de um
nos circuitos elétricos modernos. Eles possuem todas as suas características

disjuntor
de segurança dos fusíveis, mas não precisam ser trocados e podem
simplesmente ser reconectados. O secador de cabelo, por exemplo, tem um
disjuntor no plugue elétrico, que serve para proteger no caso de sobrecarga
ou curto-circuito. Quando um disjuntor desliga, deve-se desconectar o
aparelho e verificar todas as conexões e o isolamento antes de reconectar.
O princípio do “aterramento” é outra maneia importante de promover a segurança elétrica.
Todos os aparelhos devem ter pelo menos duas conexões elétricas. A conexão “viva” fornece a
corrente para o circuito. A conexão “terra” completa o circuito e carrega a corrente com
segurança, descarregando-a na terra. Para aumentar a proteção, alguns aparelhos têm uma
terceira conexão elétrica redonda, que fornece um aterramento adicional. Esse aterramento
extra serve para garantir um caminho seguro para a eletricidade, se o primeiro falhar ou não
estiver corretamente conectado. Os aparelhos com o terceiro pino redondo oferecem mais
proteção para você e seu cliente.
17

5.2 DIRETRIZES DE SEGURANÇA NO MANUSEIO DE APARELHOS


ELETROESTÉTICOS

Há algumas diretrizes que poderão ajudar a eliminar acidentes em atenção ao uso seguro
da eletricidade. Tais como:
 Antes de usar qualquer equipamento elétrico leia todas as instruções com atenção;
 Desconecte os aparelhos quando não estiverem em uso;
 Inspecione todos os aparelhos regularmente;

Figura 9 Uso inadequado de instalações


elétricas pode acarretar em incêndios
 Mantenha todos os cabos, plugues e equipamentos
elétricos em boas condições;
 Use apenas um plugue em cada tomada; disjuntor;
 O profissional e o cliente devem evitar o contato com água
e superfícies de metal ao usar a eletricidade; não manuseie o
equipamento com as mãos molhadas;
 Não deixe o cliente sozinho quando ele estiver conectado
a um aparelho elétrico;
 Mantenha os cabos longe do chão e dos pés das pessoas; isso pode evitar tropeços;
 Não tente limpar as tomadas elétricas quando um aparelho estiver conectado;
 Não toque dois objetos de metal ao mesmo tempo se um deles estiver conectado a corrente
elétrica;
 Não pise nos cabos nem coloque objetos sobre eles;
 Não deixe os cabos ficarem torcido; isso pode causar curto-circuito;
 Desconecte o aparelho puxando-o pelo plugue, não pelo cabo;
 Não tente consertar aparelhos elétricos se você não for um técnico qualificado;
 Antes de utilizar o aparelho eletroestético, certificar-se da intensidade ao iniciar a técnica
necessária, para que não conduza a choque ou assuste o paciente. Os aparelhos de alta
frequência, de endermoterapia, infravermelho, microcorrente, vaporizador (vapor de ozônio) e
laser necessitam de controle durante toda a aplicação das técnicas e também se deve respeitar a
intensidade de sensibilidade do paciente; o aumento ou a diminuição devem ser realizados
lentamente;
 A corrente elétrica é malconduzida por eletrodos secos, sendo necessário umidificá-los com
água ou com gel – exceto os eletrodos metálicos e adesivos;
 Deve-se tomar precauções antes de iniciar o vapor de ozônio, o infravermelho e o laser –
por exemplo, proteger os olhos durante as aplicações;
18

6 ONDAS/ RAIOS DE LUZ

As ondas de luz ou elétricas se deslocam a uma velocidade altíssima – 300.000 Km por


segundo. Existem muitos tipos de raios de luz, mas no trabalho estético apenas três nos
interessam – aqueles que produzem o calor (infravermelho), as reações químicas e germicidas
(ultravioleta) e a luz visível; todos esses estão contidos no espectro solar.
Se um raio de sol passa por um prisma de vidro, ele aparece em sete cores diferentes –
isso é o arco-íris e está organizado da seguinte maneira: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul,
índigo e violeta. Essas cores, que são visíveis para os olhos, constituem os raios visíveis.
Os cientistas descobriram que em cada ponta do espectro visível estão raios do sol que
são invisíveis para nós. Os raios além do violeta são ultravioletas, também conhecido como
raios frios ou actínicos. Esses raios são mais curtos e menos penetrantes. Além dos raios
vermelhos do espectro estão os infravermelhos. Esses são os raios de calor puro.
Luz visível é a radiação eletromagnética que podemos ver.
A radiação eletromagnética, também chamada energia radiante, transporta ou irradia a
energia através do espaço em ondas. Essas ondas são semelhantes as causadas quando
derrubamos uma pedra na superfície da água. A distância entre dois picos sucessivos é chamada
de comprimento de onda.

Figura 10 comprimento de onda

Os comprimentos de onda longos possuem baixa frequência, o que significa que o número
de ondas é menos frequente (menos ondas) dentro de determinado comprimento. Os
comprimentos de onda curtos possuem frequência mais alta, porque o número de ondas é mais
frequente (mais ondas) dentro de determinado comprimento.
Raios ultravioletas e infravermelhos também são formas de radiação eletromagnética,
mas são invisíveis porque seus comprimentos de onda estão além do espectro visível da luz. Os
raios invisíveis constituem 65% da luz solar natural.
19

6.1 RAIOS ULTRAVIOLETA

Precisamos de luz solar para sobreviver no planeta. As plantas verdes, por exemplo usam
a luz solar para o processo de fotossíntese. A luz solar também controla nosso clima e é
considerada nossa principal fonte de energia. Os raios ultravioletas (UV) constituem 5% da luz
solar natural. Os raios UV têm comprimentos de onda mais curtos, penetram menos
profundamente e produzem menos calor que a luz visível. Eles também produzem efeitos
químicos e matam os germes.
Pequenos períodos de exposição ao sol podem ser benéficos na produção da vitamina D,
no entanto, estudos recentes mostraram que a exposição excessiva causa danos a pele,
envelhecimento precoce e câncer de pele. Existem três tipos de raios ultravioletas.
Ultravioleta A (UVA). Esses raios são os mais longos entre os raios UV e penetram
diretamente na derme, danificando o colágeno e a elastina; eles são usados frequentemente nas
camas de bronzeamento artificial.
Ultravioleta B (UVB). Esses são chamados de raios que queimam, porque são mais
associados as queimaduras provocadas pelo sol. Os raios UVB penetram na epiderme até a
camada basal, estimulam a formação de melanina e causam a maioria dos cânceres de pele.
Ultravioleta C (UVC). Esses são os raios mais curtos, bloqueados pela camada de ozônio.
Eles possuem propriedades germicidas, mas em quantidades maiores eliminariam a vida como
a conhecemos. Não podemos esgotar a camada de ozônio, porque ela nos protege contra a
radiação UVC.
Também é necessário manter uma relação saudável com a exposição à luz do sol. Lembre-
se de que a pele bronzeada é uma pele danificada. O bronzeamento causa o foto envelhecimento
(envelhecimento precoce em decorrência da exposição ao sol) e danos irreversíveis as
propriedades de criação de colágeno da pele.

6.2 RAIOS INFRAVERMELHOS

Os raios infravermelhos constituem 60% da luz solar natural. Eles têm comprimentos
de onda mais longos, penetram mais profundamente e produzem mais calor que a luz visível.
As lâmpadas infravermelhas são frequentemente usadas nos salões para aquecer os
condicionadores e produtos químicos para os tratamentos para os cabelos. Também são usados
nos Spas e saunas para o relaxamento e para aquecer os músculos.
20

6.3 RAIOS DE LUZ VISÍVEIS

Esses raios são a fonte primária de luz, usada em tratamentos faciais e do couro cabeludo.
As lâmpadas usadas para o tratamento com a luz visível terapêutica são brancas, vermelhas e
azuis.
A luz branca é chamada de luz combinada, porque é uma combinação entre todos os
raios visíveis do espectro. Ela tem os benefícios de todos os raios do espectro visível. A luz
azul deve ser usada apenas sobre uma pele oleosa e descoberta. Ela contém menos raios de
calor, é menos penetrante e possui alguns efeitos germicidas e químicos. A luz vermelha é
usada na pele seca, em combinação com cremes e óleos. Ela penetra mais profundamente e é a
que produz mais calor.
EFEITOS DOS DIFERENTES TIPOS DE RAIOS USADOS NA TERAPIA PELA LUZ
Tipos de luz Efeitos benéficos
Ultravioleta  Aumenta a eliminação dos resíduos;
 Melhora o fluxo do sangue e da linfa;
 Possui efeito germicida e antibacteriano;
 Produz a vitamina D na pele;
 Pode ser usado para tratar raquitismo, psoríase e acne
Infravermelho  Esquenta e relaxa a pele;
 Dilata os versos sanguíneos e aumenta a circulação;
 Produz alterações químicas;
 Aumenta o metabolismo;
 Aumenta a produção de perspiração e óleo;
 Alivia a dor muscular, quando penetra profundamente;
 Acalma os nervos
Luz Branca  Alivia a dor na nuca e nos ombros;
 Produz alguns efeitos químicos e germicidas;
 Relaxa os músculos
Luz azul  Acalma os nervos;
 Melhora a acne;
 Melhora o tônus da pele;
 Fornece alguns efeitos químicos e germicidas;
 É usada para casos brandos de erupções na pele;
 Produz pouco calor.
Luz vermelha  Melhora a pele seca, descamada e enrugada;
 Aumenta o índice de produção de colágeno;
 Relaxa os músculos;
 Penetra mais fundo;
 Produz mais calor.
Tabela 1 Efeitos dos diferentes tipos de raios usados na terapia pela luz

7 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA CORPORAL

O corpo humano é composto de 64% de solução salina chamada na medicina de "soro


fisiológico" que é um bom condutor de eletricidade. A solução salina é chamada na
eletrotécnica de "solução eletrolítica" que em contato com as células nervosas, gera
21

bioeletricidade química. A cada batida do nosso coração (pulsação) produz-se uma corrente de
um ciclo por segundo de um watt de potência elétrica dissipada. A potência elétrica e a
resistência do corpo humano variam de um indivíduo para outro: dependem da constituição
orgânica das células e da condutibilidade do corpo. O corpo humano é constituído por
moléculas, átomos, prótons, nêutrons e elétrons.
O sistema nervoso constitui a rede de distribuição elétrica e as células são os
semicondutores, funcionando à semelhança dos diodos e transmissores.
Há polaridade, em processos como estímulo doloroso, contração muscular, processo de
cicatrização/regeneração e lesão tecidual, existe efeito elétrico. O impulso nervoso é o sinal
elétrico transmitido ao longo do axônio. Esse sinal elétrico e iniciado por algum estímulo, que
causa uma alteração da carga elétrica do neurônio, sendo sua direção a dos dendritos para os
terminais axônios. Esse sinal passa de um neurônio ao seguinte, ou termina num órgão efetor,
como um grupo de fibras musculares, ou retorna ao sistema nervoso central.

Figura 11 Fluxo da informação pelo neurônio

Em qualquer evento, existe polaridade e quando a polaridade é interrompida, ou por lesão,


ou por dor, ou quando se quer aumentar a intensidade do evento, precisamos restabelecer a
polaridade do local.
Quando se fala em eletroterapia, tem-se que ter consciência dos efeitos da eletricidade em
nosso organismo, pois, quando se pensa em tratamentos estéticos, baseados na eletroterapia,
pode-se dizer que ela vai estimular ou inibir a eletricidade do nosso organismo, baseando-se na
terapêutica aplicada.
A Corrente elétrica que passa pelo corpo em um determinado nível é chamada de choque
elétrico, o pior choque é aquele que passa pelo
PESQUISE:
tórax, pois pode afetar o coração ou a respiração.
O que é Lei de Ohm?
O valor mínimo de corrente perceptível por uma Do que se trata Impedância Elétrica?

pessoa, é de 1mA. Com o valor de 10mA, a pessoa


22

pede o controle dos músculos, e entre 10mA à 3ª é um valor mortal. A resistência elétrica da
pele é grande quando a pele está seca. Porém com a pele úmida, a resistência cai e pode-se levar
um choque considerável. A frequência em que o corpo humano, é de 60Hz, e a medida que
frequência aumenta são menos sentidas pelo corpo humano.
A resistência elétrica do corpo varia de pessoa para pessoa, e quando o corpo humano é
intercalado em um circuito elétrico, passa a ser percorrido por corrente elétrica de intensidade
de acordo com a lei de ohm.
As correntes estimuladoras de músculo e nervo dos aparelhos de eletroterapia são
correntes elétricas capazes de causar a geração de potenciais de ação. Elas precisam ter
intensidade suficiente e uma duração apropriada para causar despolarização da membrana
nervosa ou muscular.

Relembre sobre o potencial de ação para compreender como acontece a


despolarização da membrana e a Sinapse estudada em Biologia/Anatomia
(Apostila anterior).

Íons em alta concentração tendem a difundir para áreas de baixa concentração e


seu movimento é também influenciado por gradientes de voltagem, com íons
positivos sendo atraídos em direção ao gradiente negativo e vice-versa.

8 PARÂMETROS FÍSICOS

Se pensamos que a eletroterapia é a aplicação de eletricidade no paciente/cliente, por que


não colocarmos o dedo do paciente na tomada?
Porque a amperagem (intensidade) é alta e ele iria levar um choque.
a) Eletricidade: Uma forma básica de energia na ciência física e pode produzir efeitos sobre
os tecidos.
b) Carga Elétrica: propriedade física, com cargas positivas e negativas. A carga e carregada
por elétrons (negativa) e prótons (positiva).

Lembre-se!
Cargas iguais se repelem umas as outras, enquanto cargas opostas se atraem.

≫ Átomo: Formado por elétrons e prótons.


23

≫ Íons: São átomos carregados positivamente ou negativamente.

Átomo (positivos): cátions.

Átomo (negativos) aníons.

Os tecidos biológicos são condutores, porque os íons são livres para se moverem, quando
expostos as forças eletromotrizes.

c) Campo Elétrico: Um campo eletromagnético é um espaço onde agem forças magnéticas,


que se formam em torno de um condutor elétrico. Quando há uma corrente elétrica num
condutor, não somente o condutor e submetido a alterações, mas também a região que o
circunda sofre modificações. Forma-se um campo eletromagnético em volta do condutor.
Quanto maior a intensidade da corrente no condutor, tanto mais forte e o campo eletromagnético
ao seu redor. Sempre quando o campo eletromagnético ao redor do condutor se desfaz, ele se
desprende do condutor e parte em direção ao infinito. Enquanto há corrente ao redor do
condutor, ondas eletromagnéticas são geradas. Uma onda é a propagação de uma oscilação.

d) Pulso: é a largura de fase da onda, a medida de onde inicia até onde termina uma onda, em
cada pulso se obtém uma determinada quantidade de energia já preestabelecida.
Um estímulo pode ser simples, um único pulso, ou um trem de pulsos, uma série de pulsos.
Os pulsos podem variar em sua forma e duração (curto, <1 ms, ou longo, >1 ms).
Um período entre dois trens de pulso é período de repouso.

Duração do pulso
A duração do pulso, às vezes conhecida como largura de pulso, é definida como o tempo
que leva para o valor instantâneo de um pulso subir e descer até uma fração especificada do
valor de pico - ou seja, a duração do pulso de saída a 50% da amplitude máxima (Figura abaixo)

Figura 12 Duração de um pulso.


Imagem do livro “Eletroterapia: Prática baseada em evidências", Kitchen, 2003.
24

A largura de pulso é expressa em microssegundos (μs).

e) Frequência
É a quantidade de pulso em um determinado tempo. É medida em Hertz, onde 1 Hz é 1
ciclo/segundo A frequência do trem de estímulos, o intervalo inter-pulsos, é o tempo entre o
início de um pulso e o início do pulso seguinte.
Relação Frequência versus largura de pulso – sempre que for alterada a frequência de um
equipamento é o repouso do pulso que está sofrendo alteração.
É uma grandeza física associada a movimentos de característica ondulatória que indica o
número de revoluções (ciclos, voltas, oscilações, etc.) por unidade de tempo.
Alternativamente, podemos medir o tempo decorrido para uma oscilação. Esse tempo, em
particular, recebe o nome de período (T). Desse modo, a frequência é o inverso do período.
Considere o evento “dar a volta em torno de si mesmo”.
a) primeiro caso, 2 × 0,5 s = 1 s, temos que: F = 2 Hz; T = 0,5 s
1
Portanto, 2 × 0,5 s = 1 s; ou seja, dai, temos que: F = 𝑇

b) segundo caso, 4 × 0,25 s = 1 s, temos que: F = 4 Hz; T = 0,25 s


1
Portanto, 4 × 0,25 s = 1 s; ou seja, dai, temos que: F = 𝑇

Perceba que o tempo considerado para frequência é sempre o mesmo, ou seja, 1 segundo.
O que varia é o período do evento, que no primeiro caso foi de 0,5 s e no segundo de 0,25 s.
Assim sendo, para sabermos quantas vezes o evento ocorre em 1 segundo, precisamos saber
quantas vezes ele “cabe” dentro desse segundo.
Sempre a frequência é inversamente proporcional a largura da onda, ou seja, quanto
maior a largura da onda menor a frequência. E quanto maior a frequência menor a
resistência cutânea, portanto mais agradável é a corrente.
Classificação das Frequências:
≫ Baixa Frequência: 1 a 1.000 Hz, mas utilizada na pratica clínica a faixa de 1 a 200 Hz.
Galvânica, Farádica, Diadinâmicas, Tens e FES.
≫ Média Frequência: 1.000 a 100.000 Hz, sendo utilizado na eletroterapia de 2.000 a 4.000
Hz. Interferencial e Corrente russa.
≫ Alta Frequência: Acima de 100 mil Hz. Ondas Curtas, Ultracurtas, Dessimétricas, Micro-
ondas, Ultrassom.
25

Diferentes frequências interferem no limiar sensitivo de cada pessoa, pois frequências


maiores ocasionam percepções menores, pois alta frequência apresenta resistência menor da
pele à passagem da corrente a passagem da corrente. As formas de pulso podem ser monofásicas
no qual tem a fase positiva ou negativa separadamente, e possui efeito polar e as bifásicas no
qual tem a fase positiva e negativa, portanto não possui efeito polar. As correntes bifásicas
podem ser com um pulso ou contínuas.

f) Intensidade (μA ou mA)


Quando se aumenta a intensidade no aparelho aumenta-se a unidade motora recrutada, o
tamanho da área que está sendo atingida e também a magnitude com que ela está sendo atingida.
Serve também para manter o estimulo sensorial.

g) Resistencia
É a propriedade do material em promover oposição de fluxo:
≫ Materiais Isolantes: alta resistência.
≫ Materiais Condutores: baixa resistência.

9 CLASSIFICAÇÃO DAS CORRENTES ELETROTERAPÊUTICAS

As correntes elétricas usadas na eletroterapia clínica contemporânea podem geralmente


ser divididas em três tipos: corrente contínua, corrente alternada e corrente pulsada (pulsátil).
Veja abaixo as diferenças entre esses três tipos de correntes baseados em suas
características qualitativas e quantitativas.

9.1 CORRENTE CONTÍNUA


Segundo Fuirini Junior (2005), o fluxo unidirecional contínuo ou ininterrupto de
partículas carregadas é definido como corrente contínua (CC). Tradicionalmente utiliza o
termo corrente ¨galvânica¨ para esse tipo de corrente, contudo, esse não é mais o termo usual,
ela é chamada de corrente direta ou contínua.

9.2 CORRENTE ALTERNADA


A corrente alternada (CA) é definida como o fluxo bidirecional contínuo ou ininterrupto
de partículas carregadas. Para produzir esse tipo de corrente, a voltagem aplicada através de
26

um circuito simples oscila em magnitude e a polaridade da voltagem aplicada é


periodicamente revertida. Os elétrons no circuito movem-se primeiro em uma direção.
Quando o campo elétrico é revertido, os elétrons movem-se para trás na direção de suas
posições originais.

Figura 13 Circuito elétrico simples no qual uma pilha roda em velocidade constante e muda regularmente a
direção da força eletromotriz (voltagem), que age sobre os elétrons no condutor (A). Observe o movimento para
trás e para frente dos elétrons. Circuito análogo hidráulico do circuito elétrico em (B) ilustrando o movimento
para trás e para frente da bomba, que produz o movimento alternado do líquido dentro do sistema

A CA mais comum é simétrica e pode ser aplicada em formatos variados, incluindo


sinusóide, retangular, trapezóide e triangular. A CA também pode ser assimétrica e possuir
vários formatos:

Figura 14 Formas diferentes de corrente (não modulada) alternada (CA) (FUIRINI JUNIOR, 2005).
27

A Corrente Alternada possui relações inversas entre as frequências e as durações de


pulso e de fase, logo, conforme a frequência da CA é aumentada, as durações da fase e do
pulso são automaticamente diminuídas. O oposto ocorre se a frequência de pulso diminui
(figura abaixo). As durações da fase e do pulso podem então ser calculadas em relação à
frequência.

Figura 15 Relação entre a frequência de pulso e a duração de fase de ondas sinusóides liberadas de forma
contínua (A), Duração da fase (B), Duração (1ciclo) do pulso. Notar que tanto a duração da fase quanto à do
pulso diminuem conforme a frequência aumenta (FUIRINI JUNIOR, 2005).

9.3 CORRENTE PULSADA


A corrente pulsada (corrente pulsada ou interrompida) é definida como fluxo uni ou
bidirecional de partículas carregadas, que periodicamente param por um período de tempo
finito. Uma descrição desse tipo de corrente pode não ser encontrada em livros de física
básica, mas o termo é importante, porque descreve a forma de corrente mais comumente
usada em aplicações clínicas de estimulação elétrica. Os físicos e os engenheiros podem
referir-se à corrente pulsada como CC interrompida ou CA interrompida.
A corrente pulsada é caracterizada pelo aspecto de uma unidade elementar desse tipo
de corrente chamado pulso. Um pulso único é definido como um evento elétrico isolado
separado por um tempo finito do próximo evento. Isto é, um pulso único representa um
período finito de movimento de partícula carregada.
Se uma voltagem fixa for aplicada a um circuito elétrico de resistência simples, uma
corrente unidirecional será induzida no condutor. Se o circuito for periodicamente
interrompido abrindo e fechando um interruptor no circuito, o movimento de elétrons
produzido irá começar e parar em sincronia com o fechamento e a abertura do interruptor. A
corrente produzida é intermitente e somente em uma direção e é referida como pulsada
monofásica.
28

De forma semelhante, se uma voltagem alternada for aplicada a um circuito elétrico


simples, como mostrado, e o circuito for interrompido no término de cada ciclo de voltagem
alternada, os elétrons nos condutores irão mover-se brevemente para trás e para frente, parar
e depois começar a oscilar novamente. A corrente produzida é intermitente e o movimento
da partícula carregada é bidirecional. Tal corrente é chamada de corrente pulsada bifásica.
As mudanças na amplitude das correntes pulsadas bifásicas para cada pulso são
determinadas pelas mudanças na amplitude da voltagem aplicada.

Figura 16 Fluxo uni ou bidirecional de partículas carregadas que é interrompido por um período de tempo finito.

10 ELETRODOS

Os eletrodos têm como função primordial transmitir ao cliente a corrente que está sendo
gerada no equipamento. Eles podem ser confeccionados em materiais diversos – silicone-
carbono, autoadesivos, metálicos, esponjas, canetas, esferas, vidros – e formas: redondas,
quadradas e retangulares. O tipo de eletrodo será conforme o aparelho e a técnica escolhida.
Cada modalidade (exceto o Tesla de alta frequência) exige dois eletrodos – um negativo
e um positivo – para conduzir o fluxo da eletricidade pelo corpo.
As técnicas utilizadas pelos profissionais de Estética são as de procedimento não invasivo,
técnicas como de desincrustação, ionização, microcorrente, eletrolifting e eletroestimulação
muscular são realizadas por meio de diversos eletrodos cutâneos.
Pouca literatura se tem a respeito disso, no entanto é um ponto muito importante.
A dimensão, constituição e colocação dos eletrodos são, em grande parte, responsável
pelo êxito do tratamento, bem como causadores de desconforto e queimaduras, se não forem
aplicados devidamente. Sua função é a transmissão de fluxo de corrente ao paciente. Tipos de
eletrodos:
 Em placas, flexível e maleável; usados geralmente em áreas planas de fácil acesso.
 Em luvas;
 Em rolos;
29

 Puntiformes ou em forma de canetas;


 Ganchos;
A cada aparelho estudado será melhor visualizado o eletrodo para o determinado tipo de
aparelho.

LEMBRE-SE
As substâncias que permitem a passagem de corrente elétrica são chamadas de condutores,
enquanto aquelas que não dão passagem são chamadas de isolantes. Existem 3 tipos de
condutores, são eles:
1. Condutores de primeira ordem: metais, com exceção do mercúrio.

2. Condutores de segunda ordem: líquidos, na maioria dos casos do tipo aquoso, que contém
íons, provenientes de sais, ácidos ou bases dissolvidas; também conhecidos como eletrólitos.

3. Condutores de terceira ordem: gases e ar rarefeito; conduzem a eletricidade em forma de íons


quando expostas a alta tensão.

11 MODALIDADES (CORRENTES ELÉTRICAS UTILIZADAS NA ESTÉTICA)

ALGUMAS MODULAÇÕES EXISTENTES NOS APARELHOS

≫ TON/ TOFF – tempo de transmissão da corrente/ tempo de repouso (sem corrente) unidade
em segundos. A contração da corrente elétrica e mais fatigante que a voluntaria. Por isso o
TON/TOFF é usado exclusivamente em correntes excitomotoras.
O tempo on que é composto do tempo de subida e tempo de descida, é importante devido
aos efeitos de “acomodação”. O tempo off é o tempo em que não existe corrente passando.
≫ Subida/descida – Tempo de subida é o tempo necessário para que a extremidade de uma
fase saia da linha de base zero até atingir a amplitude de pico. Tempo de descida e o tempo
necessário para que a extremidade de uma fase diminua da amplitude de pico até a linha de base
zero.
≫ Burst ou salva – É o tempo que a corrente fica em TON. Quando ouvimos a pronúncia
burst, logo imaginamos o tempo que ela está sendo conduzida.
≫ Repouso (R) – E o que está entre as faces das ondas (figura 1).

Figura 17 Corrente pulsada monofásica, demonstrando o Repouso (R)


(Fonte: Nelson, Hayes, Currier. Eletroterapia Clínica apud SANTANA)
30

11.1 CORRENTE GALVÂNICA

É uma corrente elétrica unidirecional, contínua e constante (a intensidade não varia em


relação ao tempo). O fluxo dessa corrente se dá do polo positivo para o negativo (polarizada).
Devido a essa particularidade, ela produz um efeito eletroquímico.
O efeito eletroquímico é a movimentação dos íons:
Cátodo – eletrodo negativo: para onde as cargas positivas (cátions) se direcionam.
Ânodo – eletrodo positivo: para onde as cargas negativas (aníons) se direcionam.
Para que estejamos cientes de onde aplicar cada polo (+ ou -) e importante saber que tipo
de molécula cada um desses polos atrai, não devendo ser esquecido que o polo negativo atrai
íons positivos, e vice-versa.
Como se pode observar na a carga positiva atrai moléculas do tipo: HCL, O2, e H2O e a
carga negativa atrai moléculas do tipo NaOH e H2.

Figura 18 Eletrólise abaixo dos eletrodos.

O pH da pele abaixo do cátodo torna-se gradualmente alcalino à medida que íons positivos
são atraídos em sua direção enquanto a pele debaixo do ânodo sofre a reação oposta. E estas
alterações químicas induzem a uma vasodilatação reflexa, presumivelmente com a finalidade de
manter um pH homeostático. Com isso há:
 Aumento do metabolismo: decorrente da vasodilatação e consequente aumento da oxigenação
e substâncias nutritivas na região a ser tratada.
 Aumento da ação de defesa: pela vasodilatação eleva os elementos fagocitários e anticorpos.
 Endosmose: as partículas fluidas também se deslocam, seu deslocamento se dá do pólo
positivo para o negativo. Esses fenômenos são basicamente em duas situações:
Cataforese: (polo +) para amolecer cicatrizes e queloides.
Anaforese (polo -): na facilitação da derivação de fluidos no edema.
31

Polo Positivo (Ânodo) Polo Negativo (Cátodo)


Repele íons positivos Repele íons negativos
Atrai íons negativos Atrai íons positivos
Analgésico Estimulante
Sedante Irritante
Vasoconstritor Vasodilatador
Menor hiperemia (isquemia) Maior hiperemia
Ácido Alcalino
Detém o sangramento Causa sangramento
Coagulação Liquefação
A membrana fica menos permeável A membrana fica mais permeável
Corrói metais por oxidação Não corrói metais
Bactericida Hidrata os tecidos
Anti-inflamatório
Desidrata os tecidos
Tabela 2 Comparação dos efeitos dos polos da corrente galvânica.

EFEITOS FISIOLÓGICOS

 Produção de calor: o transporte de corrente elétrica através de íons produz calor e sua
intensidade tem relação direta com a resistência especifica do meio em que é aplicado este tipo de
corrente.
 Eletrólise: é o fenômeno pelo qual as moléculas se dividem em seus diferentes componentes
químicos, pelo fato de cada um deles leva consigo uma carga elétrica diferente, e estaremos
aplicando uma corrente que se desencadeiam efeitos polares por ter fases distintas em seu gráfico.
 Fenômeno do Eletrotônus: é a alteração que a corrente produz na excitabilidade e
condutibilidade do tecido.
 O Aneletrotonus ocorre no polo positivo e causa a depressão da excitabilidade facilitando as
atividades específicas do tecido nervoso.
 Vasodilatação: se dá devido à ação da corrente galvânica sobre os nervos vasomotores,
provocando uma hiperemia ativa, que chega a atingir os tecidos mais profundos por ação reflexa.
Com isso há um aumento da irrigação sanguínea, acarretando maior nutrição tecidual profunda.

GALVANIZAÇÃO

Administração de corrente galvânica, utilizando no material intermediário uma solução


Eletrolítica comum como água. E o mecanismo terapêutico baseia-se nos efeitos
resultante de própria ação da corrente.
32

11.1.1 IONTOFORESE: (IONIZAÇÃO)

É a penetração de substâncias no organismo, por meio de uma corrente galvânica.


Quando dois eletrodos metálicos, conectados a uma fonte de corrente contínua, são
interpostos a um segmento corpóreo, em contato com uma

Figura 19 aplicaçao
solução eletrolítica, há possibilidade de se promover a

Iontoforese
transferência de íons para o interior dos tecidos, utilizando-se
para tanto, das propriedades polares da corrente galvânica.
A passagem da corrente galvânica através de uma
solução eletrolítica produz íons, partículas eletricamente
carregadas, dissolvidas ou suspensas na solução, migrando de acordo com a carga elétrica.
A base do sucesso da transferência iônica está no princípio físico básico:
“Polos semelhantes se repelem e polos opostos se atraem”, sendo, portanto, a seleção
da polaridade iônica correta, e a realização desta com a polaridade semelhante do eletrodo para
administração são da maior importância.
A iontoforese associa os efeitos polares da corrente galvânica aos efeitos inerentes do
produto utilizado, sendo, portanto bastante efetiva para diversos protocolos na área estética.
A cataforese força as substâncias ácidas a penetrarem em tecidos mais profundos, usando
a corrente galvânica do polo positivo na direção do negativo.
A anaforese é o processo que força os líquidos alcalinos a penetrarem nos tecidos do polo
negativo na direção do positivo.
Pensando nisso, é de extrema importância que o profissional da estética tenha amplo
conhecimento sobre o produto a ser utilizado.

INDICAÇÕES
Essa técnica e indicada para introdução de ativos, vai depender da necessidade da pele
e do ativo a ser aplicado. É utilizada tratamentos na adiposidade localizada, preventivos de
envelhecimento ou mesmo para atenuar os sinais do envelhecimento como rugas, hidratação,
tratamentos de Fibro edema gelóide, estria entre outros.

CONTRA-INDICAÇÕES
 Implantes metálicos e cardíacos portadores de marca-passo ou cardiopatias congestivas;
 Patologias circulatórias tipo flebite, trombose,
 Renais crônicos,
33

 Clientes com dermatites ou dermatoses ou lesões na região a ser ionizada,


 Gestantes em qualquer idade gestacional,
 Processos inflamatórios ou infecciosos,
 Clientes portadores de neoplasia,
 Hipertensos sem controle
 Clientes com alteração da sensibilidade como pessoas diabéticas ou com
hipersensibilidade na pele/
 Epilepsia mal maior ou patologias neurológicas que contraindiquem aplicação de corrente
elétrica.

TÉCNICA
Com a ajuda de uma caneta rolo – que faz parte do equipamento – com o objetivo de introduzir
substâncias que tem os princípios ativos específicos para o objetivo esperado e tais substâncias
devem ser ionizáveis e hidrossolúveis. Só utilizar substâncias
hidrossolúveis, portanto, gel, pomadas e emulsões não são ionizáveis.
Figura 20 Caneta do tipo Quem informa a polaridade e a composição do produto ionizável
"rolinho" para ionização.
é o fabricante do cosmético, assim como o tempo de aplicação,
normalmente.
São utilizados dois eletrodos, um positivo e outro negativo, havendo necessidade dos
dois estarem em contato com o cliente fechando o circuito.
Placas metálicas devem ter acoplamento de chamex
embebecido em água, usado como eletrodo inativo (para
fechamento de circuito). Observe sempre se a placa está toda
coberta para não haver riscos.
A pele da cliente deve estar íntegra, ou seja, sem lesões ou Figura 21 Chamex e placa
metálica.
irritações e limpa sem cosmético antes da aplicação.
Dosimetria: Quantidade de dose que eu estou usando em um determinado tempo
(quantidade de energia). Quanto mais energia maior a produção de ácido e base aumentando o
perigo de queimaduras.
É necessário avaliar os parâmetros, a área e o eletrodo (escolhido conforme a área).
34

Anotações dos parâmetros e higiene dos eletrodos:

11.1.2 DESINCRUSTAÇÃO (Desincruste)

É uma técnica que utiliza a corrente galvânica para facilitar a retirada do excesso de
secreção sebácea da superfície da pele, através da qual podemos obter processo eletroquímico,
de nome eletrólise, transformando o sebo da pele em sabão, numa reação chamada de
saponificação.
Utiliza-se o polo negativo para amolecer e emulsificar os depósitos de gordura (óleo) e
os comedões. Como não há a necessidade de permeação do produto, vai ocorrer a atração.

INDICAÇÕES
Esse processo é frequentemente usado para tratar acne, millium (pústulas pequenas,
parecidas com cistos brancos) e comedões. Também tem sido bastante utilizada nos tratamentos
capilares para redução da oleosidade nos quadros seborreicos.

CONTRA-INDICAÇÕES Figura 22
a esquerda
o bastonete
Mesmos da ionização, pois também se trata de uma corrente em mA. e a direita
o eletrodo
em forma
TÉCNICA de gancho.

Os produtos mais utilizados são os seguintes: Carbonato de Sódio a 2% e Lauril Sulfato


de Sódio a 2%, Salicilato de Sódio que possuem características alcalinas. A função da corrente
é facilitar a penetração do produto, por isso a polaridade selecionada no aparelho deve ser a
mesma do produto, seguindo o mesmo princípio da ionização. A diferença entre a ionização e
desincruste é que este último atinge a camada mais superficial da pele.
A aplicação do desincruste deve ser feita principalmente na zona T.
Os eletrodos que devem ser utilizados são o gancho (jacaré) envolvido por algodão
embebido na solução (eletrodo ativo) e o bastonete (eletrodo inativo).
35

O bastonete é segurado pelo cliente para fechamento de circuito, posicionado próximo a


região de aplicação.
Intensidade máxima de 3mA respeitando a sensibilidade do cliente.
Ao finalizar remove-se os resíduos com água.

Anotações dos parâmetros e higiene dos eletrodos:

11.1.3 ELETROLIFTING OU GALVANOPUNTURA

É uma técnica que utiliza a corrente galvânica, porém em microamperagem


(microgalvânica). Utiliza-se uma corrente contínua filtrada microamperada, a qual tem como
objetivo suavizar, atenuar e eliminar as rugas e linhas de expressão, baseado nos efeitos
fisiológicos da corrente galvânica (BRAGATO et. al., 2013). A estimulação galvânica, descrita
como corrente direta, não tem pulso reverso, assim a intensidade da corrente é constante em
valor e sentido. Pode ser utilizada não somente em rugas como também em estrias, em que o
procedimento e o objetivo são os mesmos.
É possível encontrar relatos na literatura sobre o processo inflamatório que a corrente
galvânica microamperada estimula.
De acordo com Guirro e Guirro (2002) o tratamento com a microgalvanopuntura ou
eletrolifting tem como objetivo através da aplicação desta técnica em provocar um processo
inflamatório (agudo) que determinará em uma regeneração tecidual, através de um trauma
provocado pela agulha associado aos efeitos da corrente galvânica, aumentando a atividade
metabólica e a formação de colágeno preenchendo a área degenerada trazendo de volta a
sensibilidade no local afetado, isso se dá devido a um aumento no número de fibroblastos
jovens, uma neovascularização do tecido, o que melhora no aspecto da pele, que fica mais
próxima do normal.
A mobilização eletro iônica da água e das células sanguíneas e a eletroendosmose que
possibilita o abrandamento de lesões dérmicas no polo negativo são as bases para o tratamento
das rugas.
36

Não se pode negar que esta técnica traga desconforto, pois a passagem da corrente
contínua é sentida pelo paciente, o que normalmente não é um obstáculo para este
procedimento, dado o bom resultado obtido.
Segundo Guirro e Guirro (2004), o aumento da sensibilidade às correntes com
intensidades menores é um parâmetro para se observar a melhora do tecido, em resposta à
estimulação elétrica. Por outro lado, o aumento da sensibilidade é um fator que dificulta a
evolução do tratamento, pois aumenta a resistência das pacientes em relação à técnica utilizada,
o que dificulta as aplicações, diminuindo sua eficácia por não atingir todos os pontos
necessários. No início do tratamento o paciente pode não sentir dor, entretanto, conforme se
avança no número de sessões, esta aumenta e pode ser percebida como dor suportável e até
intensa. Próximo ao final do tratamento o seu limiar já é bem evidenciado.

INDICAÇÕES

Tratamento de envelhecimento facial (rugas) e Estrias.


Se tratando de envelhecimento facial sabe-se que o processo de envelhecimento (seja por
fatores intrínsecos ou extrínseco) a pele forma pregas, enruga, fica flácida e hiperpigmentada,
provocando o agravamento ou exagero dos sulcos e pregas naturais das regiões comprometidas.
Na camada da derme, há diminuição da espessura e fragmentação das fibras elásticas, que
consistem basicamente de elastina e micro fibrilas, sendo a elastina, seu maior componente
(GUIRRO; GUIRRO, 2004).
As estrias são atrofias dérmicas adquiridas, geralmente linear, iniciando com coloração
violáceo ou avermelhada e com o tempo sua coloração fica branco nacarado (branco com ligeiro
tom rosado). Ocorre a perda de elastina, colágeno, pelos e cor na região. (SILVA, 1997)
O resultado varia de acordo com a profundidade da ruga, o tempo da estria, a idade e os
cuidados que se tem com a pele.

CONTRA-INDICAÇÕES

 Implantes metálicos e cardíacos portadores de marca-passo ou cardiopatias congestivas;


 Patologias circulatórias tipo flebite, trombose,
 Renais crônicos,
 Clientes com dermatites ou dermatoses ou lesões na região a ser ionizada,
 Gestantes em qualquer idade gestacional,
 Processos inflamatórios ou infecciosos,
37

 Clientes portadores de neoplasia,


 Hipertensos sem controle
 Clientes com alteração da sensibilidade como pessoas diabéticas ou com
hipersensibilidade na pele;
 Epilepsia mal maior ou patologias neurológicas que contraindiquem aplicação de corrente
elétrica.
 Hipersensibilidade dolorosa;
 Feridas de processo inflamatório ativo;
 Puberdade;
 Clientes com tendência a Queloide;

TÉCNICA
Para a realização dessa técnica há necessidade de um eletrodo passivo do tipo placa de
alumínio, cobertos com esponja vegetal (chamex), esta deve ser umedecida com água e
colocados em contato com membro superior ou membro inferior do paciente/cliente. E um
eletrodo ativo especial, o qual consiste de uma fina agulha, necessária para que haja a
concentração da corrente, sustentada por uma haste do tipo caneta com porta agulha ou somente
o eletrodo caneta.
Vai atuar em nível celular para restaurar a camada colágena e estimular a produção de
elastina. O objetivo é causar uma lesão tecidual em que, junto com os efeitos da corrente, gera-
se um processo inflamatório que será seguido pelo reparo tecidual.
Os procedimentos técnicos para a execução do eletrolifting podem ser divididos em três
grupos:
Figura 23 Aplicação com caneta

1. Deslizamento da agulha deitada na extensão da


ponteira/ Eletrolifting.

ruga/estria; esse deslizamento pode ser feito om o eletrodo


caneta ponteira, sem a necessidade da agulha (método
utilizado pelo esteticista);
2. Penetração da agulha em pontos adjacentes no
interior da ruga/estria; e,
3. Escarificação que se assemelha ao método de
deslizamento, porém a agulha é posicionada a noventa graus, ocasionando uma lesão do tecido
(GUIRRO, 2002).
Os últimos dois métodos são específicos de médico, pois o esteticista não pode realizar
procedimento invasivos.
38

A intensidade da corrente é dada pela sensibilidade do paciente. Por se tratar de corrente


de baixa intensidade é dada por microampères.

Anotações dos parâmetros e higiene dos eletrodos:

O QUE É PROCESSO INFLAMATÓRIO?

A inflamação é uma resposta protetora imediata que ocorre nos tecidos ao redor, sempre
que há lesão ou destruição celular. O processo inflamatório envolve uma série de fenômenos
que podem ser desencadeados não só por agentes infecciosos, como também por agentes físicos,
químicos isquemia e interações antígeno-anticorpo.
A capacidade de desencadear uma resposta inflamatória é natural e fundamental à
sobrevivência, embora em algumas situações e doenças, a resposta inflamatória possa ser
exagerada e persistente sem qualquer benefício aparente.

Figura 24- Cascata de inflamação


A resposta inflamatória apresenta uma série complexa de adaptações teciduais, que
envolvem principalmente os vasos sanguíneos, os componentes (líquido e celular) do sangue e
o tecido conjuntivo subjacente, tendo como objetivo a destruição, diluição ou encarceramento
do agente agressor e das células que este lesou, seguida de uma série de eventos que visam
cicatrizar ou reconstruir o tecido lesado.
Durante o reparo o tecido lesado é substituído pela regeneração de células
parenquimatosas nativas, por tecidos fibrosos ou pela combinação desses dois processos.
39

Os sinais cardinais da inflamação, tais como: calor, rubor, dor e turgor, são consequentes
ao efeito local induzido por mediadores no fluxo sanguíneo, permeabilidade vascular,
infiltração de leucócitos e liberação de agentes indutores da dor.
A resposta inflamatória consiste de dois importantes componentes: a reação vascular e a
reação celular. Muitos tecidos e células estão envolvidos nestas reações, incluindo fluidos e
proteínas plasmáticas, células circulantes, vasos sanguíneos e os constituintes celulares e
extracelulares do tecido conjuntivo. As células circulantes são neutrófilos, monócitos,
eosinófilos, linfócitos, basófilos e plaquetas.
A célula do tecido conjuntivo é o mastócito, que está intimamente circundado por vasos
sanguíneos. A matriz extracelular consiste em proteínas estruturais de fibras (colágenos e
elastina), glicoproteínas adesivas (fibronectina, laminina, colágeno não fibroso) e
proteoglicanas. A membrana basal é um componente especializado da matriz extracelular,
consistindo de glicoproteínas adesivas e proteoglicanas.
A inflamação é dividida em aguda e crônica. A inflamação aguda é rápida no início e tem
uma duração relativamente curta, por alguns minutos, horas ou alguns dias. Estas principais
características são a exsudação de fluido e proteínas plasmáticas (edema) e a emigração de
leucócitos (predominantemente neutrófilos).

11.1.4 MICROCORRENTES

É um tipo de Corrente Galvânica modificada,


modulada em tipos de onda contínua ou pulsada, com valores
de frequência baixa e com amperagem medida em
microamperagem (μA). Sendo a contínua a mais utilizada. Figura 25 Corrente monofásica com
pulsos, representando uma
Ao lado temos a figura de um exemplo da onda de microcorrente.
microcorrente.
Essas variáveis quando combinadas, efetuam trabalhos específicos. Foi criada a partir dos
conceitos de galvanização, porém é mais específica e mais confortável, pois o cliente não tem
a percepção da corrente. É também chamada de Micro Electro Neuro Stimulation (MENS).
A aplicação dos aparelhos de microcorrentes ocorre em níveis (μA) que não consegue
ativar as fibras nervosas sensoriais subcutâneas e, como resultado, os pacientes não tem
nenhuma percepção da sensação de formigamento tão comumente associada com
procedimentos eletroterapêuticos, ou seja, é subsensorial.
40

Na literatura encontram-se duas aplicabilidades, já bem documentas, na cicatrização e no


rejuvenescimento.
Existe um montante considerável de literatura cientifica, sugerindo que a cicatrização,
crescimento e regeneração em todos os organismos vivos são mediados por um fluxo endógeno
de corrente elétrica. Em tecidos lesados, entretanto, uma “interrupção elétrica” toma lugar,
ocorrendo um aumento na resistência ao fluxo elétrico (bioimpedância elétrica), o que impede
a resolução de problemas crônicos. A microcorrente exógena (milionésimo de um ampere) pode
ser utilizada no local lesado, para normalizar o fluxo de corrente endógena, algo que não é
permitido com correntes de média e alta intensidade. A bioimpedância dos tecidos lesados é
então reduzida, restabelecendo a bioeletricidade para rentabilizar a homeostase local.
A terapia com estimulação por microcorrente pode, então, ser vista como uma
catalisadora, nos processos iniciais e de sustentação, em numerosas reações químicas e elétricas
que ocorrem no processo cicatricial.
A cicatrização ocorre baseando-se na ideia que a corrente polarizada, serve para
restabelecer a alteração nos sítios de lesão.
A célula é negativa em seu interior e positiva em seu exterior, porém numa situação de
lesão, há uma inversão da situação e a microcorrente passa a atuar restabelecendo o equilíbrio
elétrico local e assim evitando os fenômenos de apoptose, que é a morte programada das células
que foram pouco atingidas pela lesão e sofreram aquilo que se chama de lesão secundaria. A
microcorrente atende esse tipo de demanda e pode servir para o restabelecimento dos potenciais
locais.
Também se utiliza dessa técnica para promover a revitalização cutânea, melhorando a
flacidez muscular, elasticidade, a viscosidade e o brilho da pele.
A seleção do tipo da onda se deve a cada etapa do tratamento, ao grau de flacidez e ao
estado geral da pele, sendo algumas utilizadas para flacidez mais leves e outras para flacidez
mais acentuada.
A técnica atinge tanto a camada superficial da pele, possibilitando a movimentação dos
líquidos intersticiais, como a camada superficial da musculatura facial, estimulando as fibras.
Ela deve ser aplicada em três etapas: na primeira fase o objetivo e promover a
movimentação de líquidos, na segunda promover a estimulação muscular e na terceira ionizar
um produto com características nutritivas e hidratantes, próprias para revitalização cutânea.
41

EFEITOS FISIOLÓGICOS

 Elevação da temperatura local;


 Formação de hiperemia;
 Otimização do metabolismo;
 Aumento da síntese de ATP e de colágeno;
 Aumento do transporte de aminoácidos;
 Aumento da síntese de proteínas;
 Aumento do transporte de membranas,
 Aumento das trocas iônicas intracelulares;
 Mobilização de líquidos provenientes das circulações linfática e sanguínea;
 Aumento da reabsorção de hematomas, edemas e cicatrização em pós-cirúrgicos.

INDICAÇÕES

Devido aos seus efeitos fisiológicos, essa corrente é muito bem utilizada em processo de
reparo e em rejuvenescimento, sendo assim observamos uma boa aplicabilidade em processos
como:
 Acne (anti-inflamatório, cicatrizante, bactericida e antiedematoso);
 Flacidez cutânea e muscular (aumento do número de fibroblastos e realinhamento das
fibras colágenas);
 Rugas;
 Pós-operatório de cirurgia plástica (cicatrizante, anti-inflamatório e antiedematoso);
 Estrias (rearranjo das fibras colágenas);
 Eliminação de metabólitos celulares, relaxamento muscular (restabelecimento da
bioeletricidade tecidual);
 Celulite (antiedematoso);
 Pós Peeling (cicatrizante anti-inflamatório);
 Hidratação;
 Revitalização cutânea

CONTRAINDICAÇÕES

 Alergia ou irritação a corrente elétrica;


 Queloide;
42

 Fibrose;
 Pós-operatório imediato de lipoaspiração (por favorecer a formação de fibrose por
agregação de proteína);
 Gravidez;
 Marca-passo;
 Próteses metálicas no local de aplicação;
 Com doenças cardíacas, como arritmias severas, insuficiência cardíaca congestiva;
 Encurtamento funcional do musculo;
 Traumas locais;
 Câncer;
 Sensibilidade alterada.
 Patologias circulatórias tipo flebite, trombose;
 Renais crônicos;
 Processos inflamatórios e infecciosos;
 Sobre a pele anestésica (sem sensibilidade);
 Epilepsia ou patologias neurológicas que contraindiquem aplicação de corrente elétrica.
Obs.: O uso de microcorrentes em pacientes desidratados pode causar náuseas, tontura e/ou
dores de cabeça.

TÉCNICA

Os controles de intensidade normalmente permitem um ajuste de amplitude em torno de


10 a 1000 microampères (μA). Os controles de frequência permitem ajuste de 0,5 Hz a 900 Hz
ou em até 1000 Hz (baixa frequência) e a duração de pulso de microcorrente típico é de
aproximadamente 0,5 segundo, que é cerca de 2500 vezes maior que um pulso típico de TENS,
por exemplo.
Uma frequência abaixo de 1 Hz realiza penetração profunda e indicada para estimular
cicatrizes.
Uma frequência de 10 a 900 Hz é indicada para analgesia, efeito bactericida, entre outros.
Para a aplicação são utilizados sempre dois eletrodos com um polo positivo e outro
negativo, ocorrendo o mesmo com os eletrodos utilizados para aplicação estética da corrente
galvânica, ou eletrodos de borracha. Os eletrodos podem ser fixos ou móveis (bastões).
A Microcorrentes Galvânica tem uma forma de onda de pulso monofásico retangular,
podendo reverter periodicamente sua polaridade.
43

a) primeira fase:
Conectar os bastões (eletrodos) no equipamento, manter o bastão de
polaridade negativa parado no local de aplicação e movimentar o
bastão eletrodo positivo em sentido da musculatura para a
movimentação dos líquidos; realizar 3 vezes cada movimento.
Nutrição: 150 Hz e 200 μA
Figura 26 Aplicação de b) segunda fase:
microcorrentes.
Já na segunda etapa, priorizamos a estimulação da musculatura com movimentação no
sentido das fibras, seguindo-as em um mapa anatômico.
Para essa fase, devemos utilizar os eletrodos de borracha, localizando o eletrodo negativo
ao lado do eletrodo positivo, com gel condutor. Fixa-se na pele e liga o equipamento regulando
a intensidade, deixando agir de 10 a 15 minutos.
Tonificação: 100 Hz e 300 μA

c) Terceira fase:
A terceira consiste em ionizar um produto cujos benefícios estão diretamente
relacionados com o seu princípio ativo.
Para a aplicação: são utilizados eletrodos como bastões, canetas, ou esferas, enrolando-se
um algodão na parte metálica de cada caneta junto com uma solução aquosa, geralmente
solução N.M.F., (Natural Moisturizing Factor), fator hidratante sintético semelhante ao
encontrado na pele, rico em aminoácidos, lactato e sais, conhecida por Ureia. Pode-se utilizar
também produtos de lifting, lipossomas ou produtos hidratantes e rejuvenescedores ionizáveis
de acordo com a preferência.
Iontoforese: 500 Hz intensidade baixas para não produzir contração.
Para essa fase existem algumas sugestões de aplicação. Pode-se esquematizar o
movimento das canetas como:
As duas canetas se movimentam de dentro para fora.
As duas canetas se movimentam de fora para dentro.
Uma caneta fica parada enquanto a outra se movimenta de fora para dentro.
Uma caneta fica parada enquanto a outra se movimenta em ziguezague de dentro para
fora.
Cada movimento (passo) com a caneta deve ser feito durante, aproximadamente, em 10
segundos.
O tempo pode variar de 01 a 30 minutos.
44

Sugestão: Geralmente são feitas 10 sessões com intervalos de dois dias entre elas. Depois
uma sessão de manutenção pode ser feita a cada mês.
OBS: São sugestões de parâmetro. Há diferentes parâmetros na literatura.

Anotações dos parâmetros e higiene dos eletrodos:

11.2 CORRENTE SINUSOIDAL

A corrente sinusoidal é alternada produz contrações mecânicas que produz contrações


mecânicas que tonificam os músculos. A corrente sinusoidal possui as seguintes vantagens:
Fornece mais estimulação, penetração mais profunda e é menos irritante que a corrente
farádica;
Acalma os nervos e atinge tecidos musculares mais profundos;
É mais adequada para clientes ansiosos.

11.3 CORRENTE RUSSA

A Corrente Russa ou Estimulação Russa é o nome do tratamento de tonificação muscular


realizado através de um aparelho de eletroterapia, capaz de promover a contração muscular por
meio de corrente elétrica de média e baixa frequência, despolarizada.
Recebeu esse nome por ter sido desenvolvido na Rússia por Yakov Kots na década
de 80. Após retornar de missões espaciais, os astronautas sofriam flacidez, atrofia e
fadiga muscular. Observando esse quadro, cientistas desenvolveram essa corrente para
solucionar o problema no menor tempo possível.
Segundo Borges (2007), na corrente russa encontramos dois tipos de frequência:
Frequência portadora e frequência modulada.
45

A frequência portadora é definida como a frequência de pulsos dentro dos bursts, ou


seja, é a corrente de média frequência que vai gerar a corrente de baixa frequência para a
estimulação muscular.
A frequência portadora encontra-se na faixa de 2500 Hz a 5000 Hz, entretanto
encontramos no mercado 2500 Hz como a frequência única predominante na grande maioria
dos equipamentos construídos. Encontramos também uma parcela considerável de aparelhos
oferecendo a frequência de 4000 Hz juntamente com a de 2500 Hz.
A corrente russa foi projetada para produzir bursts de corrente alternada modulada por
tempo. Os bursts foram criados para permitir que uma corrente pulsada passe por alguns
milissegundos e depois deixe de passar por alguns milissegundos, em um ciclo de repetição.
Os bursts são chamados também de “envelopes” ou “rajadas" e correspondem aos pulsos
de uma corrente pulsada, por isso, tanto 10 bursts como 10 pulsos individuais são capazes de
causar contrações isoladas, entretanto, a percepção dos bursts é diferente daquela de pulsos
individuais.

Figura 27 Representação gráfica dos bursts. Fonte: BORGES, 2007.

Para que possamos entender como usá-la e importante lembrar um pouco sobre a
fisiologia muscular.
O musculo estriado esquelético possui fibras (Fatores genéticos e atividade física que irá
determinar a maior ou menor quantidade dessas fibras):
≫ Fibras do TIPO I
Já está bem estabelecido pela ciência que elas são as responsáveis pelo desempenho dos
atletas (maratonistas, ciclistas de estrada, nadadores de longa distância etc.). Carregam muitas
mitocôndrias que são responsáveis por produzir energia, e a enzima (acelerador metabólico)
SDH, são volumosas e possuem altos níveis de mioglobina, que lhes dão coloração vermelha,
razão do outro nome a elas atribuído: fibras vermelhas.
≫ Fibras do TIPO II
Só são trabalhadas com exercícios extenuantes e realizadas numa frequência muito rápida.
Assim, costumam ser as primeiras a se atrofiar. Em geral, as fibras de contração rápida são
46

ativadas nas atividades explosivas e rápidas, tipo basquete ou hóquei de campo, necessitando,
às vezes, de energia rápida que somente as vias metabólicas anaeróbicas podem fornecer.
Dependem quase que inteiramente do metabolismo anaeróbico para a produção de
energia. São as principais responsáveis por flacidez e perda de tônus. Cansam-se com facilidade
e não toleram contrações prolongadas.
São estimuladas na frequência 50 a 150Hz
Fibras do TIPO I – contração lenta / metabolismo oxidativo / alta resistência à fadiga.
Fibras do TIPO II – contração rápida / metabolismo glicolítico/ baixa resistência à fadiga.
≫Intermediária: São uma mistura entre a branca e a vermelha.
A corrente russa trabalha apenas as fibras vermelhas e brancas.
Fibras do Tipo I (vermelha): É mais utilizada a frequência modulada de 20 a 30Hz.
Fibras do Tio II (branca): Mais utilizado de 70 a 80 Hz, depene do condicionamento do
cliente, mas pode entre 50 a 150Hz

EFEITOS FISIOLÓGICOS

 Contração Muscular (objetivo da técnica);


 Estimulação da circulação (aumenta o aporte sanguíneo);
 Aumento da nutrição e oxigenação;
 Estímulo ao retorno venoso;
 Aumento do metabolismo;
 Estímulo ao peristaltismo intestinal;

INDICAÇÕES

Aumento da potência muscular (força);


Hipertrofia;

CONTRA-INDICAÇÕES

 Cardiopatias congestivas;
 Portadores de marca-passo;
 Patologias circulatórias como flebites, embolias, varizes, tromboflebites;
 Gestantes;
 Hiper e hipotensos descompensados;
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 Processos infecciosos e inflamatórios;


 Neoplasia;
 Problemas renais crônicos;
 Patologias pulmonares como enfisema pulmonar;
 Epilepsia;
 Regiões com dermatites ou dermatoses;
 Prótese metálica
 Fraturas não consolidadas;
 Espasticidade;
 Lesão muscular e nervosa;
 Clientes com alteração da sensibilidade como pessoas diabéticas ou com
hipersensibilidade na pele.

TÉCNICA

O tempo médio, para pacientes sedentários é de 20 minutos. Durante a evolução do


tratamento ou em pacientes que realizam atividade física, o tempo pode ser estendido para 25
ou 30 minutos.
Uma modulação encontrada mais frequentemente na estimulação elétrica clínica é a
modulação de rampa. A rampa determina um aumento ou diminuição gradativa da duração de
pulso, da amplitude de pulso, ou ambos, dentro de um determinado período de tempo, variando
normalmente de 1 a 5 segundos, permitindo assim um aumento ou diminuição gradual da
contração muscular.
O aumento progressivo da carga do pulso é chamado de rampa de subida ou Rise, e a
diminuição gradual da carga até o fim do tempo ON é chamada de rampa de descida ou Decay.

Figura 28 Aspecto da rampa de subida e de descida. Fonte: BORGES, 2007.

A rampa tem como função dar um aspecto mais fisiológico à contração eletroestimulada,
pois diferentemente das correntes sem rampas, ditas correntes de pulso brusco, a contração
inicia e termina de forma abrupta, proporcionando desconforto e receio ao paciente, pois em
48

algumas vezes o mesmo se assusta quando a corrente se inicia ou termina. A inclusão de uma
rampa de subida no bordo anterior de um trem de pulsos leva em conta o restabelecimento
gradual das fibras do nervo motor e sucessivamente o aumento gradual na contração muscular,
resultando no aumento suave da força contrátil do músculo. Este início gradual de estimulação
produz contrações musculares que, copiam com mais rigor aquelas produzidas nas atividades
funcionais durante a contração muscular voluntária e o início gradual é mais confortável para o
indivíduo submetido à estimulação.
Os aparelhos que permitem o controle manual das rampas de subida e descida, na qual o
profissional pode eleger os tempos de cada uma delas independentemente do tempo ON, são
considerados clinicamente superiores aos outros aparelhos, nas quais o tempo de rampa é parte
integrante do tempo ON.
Na prática, muitas vezes quando se ajusta a rampa de subida, adota-se o mesmo valor
para a rampa de descida (isso muitas vezes é imposto pelo design eletrônico do aparelho).
Borges (2007) explica que normalmente utiliza-se 3 segundos de rampa de subida em início de
tratamento visando dar conforto e segurança ao paciente que está se submetendo pela primeira
vez a um tipo de sensação, para muitos, desagradável. Com a adaptação do paciente ao estimulo
e a confiança na terapêutica os valores de rampa de subida normalmente passam para 2
segundos. O uso de 2 segundos de rampa de descida tem se estabelecido como usual na prática
clínica na maioria dos protocolos.
O período de contração depende do tratamento. Fibras vermelhas são mais resistentes
Orienta-se trabalho de eletroestimulação com a máxima intensidade de corrente tolerada,
pois há uma dependência da intensidade da contração eletricamente com o ganho de forma
muscular.
Embora haja relatos associando a intensidade da contração estimulada com a força ganha,
na prática clínica, algumas vezes clientes se queixam da dor, durante a eletroestimulação com
doses de intensidade mais altas. Isto muitas vezes acontece em virtude do aumento excessivo
da amplitude da corrente diante de pouca ou nenhuma contração muscular. Quanto a isso, deve-
se observar, por exemplo, se há uma grossa camada de gordura subcutânea, muito comum nos
tratamentos, onde as áreas mais trabalhadas são as regiões glútea e abdominal. Neste caso a
gordura atuaria como "isolante" para corrente elétrica, dificultando sua chegada até os tecidos
excitáveis. Orienta-se deslocar os eletrodos para as regiões mais excitáveis na pele (ponto motor
ou emergência nervosa) ou modificar a técnica de aplicação (tamanho e/ou tipo dos eletrodos,
meio de acoplamento dos eletrodos, modulação dos parâmetros de eletroestimulação, etc.).
49

Deve-se, então se orientar pela intensidade contrátil gerada pelo músculo e não pela
intensidade da corrente produzida pelo aparelho.
Dependendo da formatação eletrônica do aparelho, podemos modular o regime de saída
de corrente nos diversos canais. Há três maneiras comuns de estimulação para serem
coordenadas quando vários canais:
Contínuo: todos os canais fornecem estimulação ininterrupta (sem OFF Time) para todo
o período de tratamento. Este padrão de estimulação é geralmente chamado de modo de
estimulação contínuo (bastante utilizado para protocolos visando analgesia). Não recomendado
para fins estéticos porque o estimulo é contínuo e pode fadigar a fibra.
Sincronizado: Muitos aparelhos podem ligar e desligar a saída de corrente para todos os
canais ao mesmo tempo. A corrente é emitida pelos canais, durante um período, de acordo com
o ajuste do tempo ON, e consequentemente cessa, em todos os canais, por um período de acordo
com o ajuste do tempo OFF. É empregado normalmente para estimulação de músculos ou
grupamentos musculares isolados (Tem um momento de contração e outro de relaxamento). É
o mais utilizado na estética.
Alternado ou recíproco: Nesse padrão a saída de corrente é regulada através de dois
canais, onde-se alterna a estimulação entre grupos de canais, ou seja, um grupo de canais
permite a saída de corrente enquanto outro grupo de canais está desligado e vice-versa. Este
modo permite o recrutamento de músculos agonistas e antagonistas de um membro, ou a
estimulação, num mesmo momento, de músculos localizados em segmentos corpóreos distintos
(Ex.: Estimulação dos quadríceps, de ambos os membros, num mesmo momento).
Alguns aparelhos fabricados no Brasil apresentam apenas o
modo sincronizado. Isto limita a aplicação terapêutica da
eletroestimulação neuromuscular, pois os grupamentos musculares
serão estimulados todos ao mesmo tempo, podendo produzir
contrações de agonistas e antagonistas ao mesmo tempo, ou tornando
a contração muscular pouco fisiológica.
Os eletrodos mais utilizados são os de borracha, sendo Figura 29 Eletroestimulação
recomendado um, no ponto motor, local de maior inervação da fibra com corrente Russa: região
de glúteo.
muscular, e um, no ventre muscular. Existe também os eletrodos tipo adesivos.
50

Anotações dos parâmetros e higiene dos eletrodos:

11.4 ELETROLIPOFORESE OU ELETROLIPÓLISE

Por definição a eletrolipólise é uma técnica destinada ao tratamento das adiposidades e


acúmulos de ácidos graxos localizados. Caracteriza-se pela aplicação de microcorrentes
específicas de baixa frequência, que atuam a nível dos adipócitos e dos lipídios acumulados
produzindo sua destruição e favorecendo sua posterior eliminação. (GUIRRO e GUIRRO,
2004).
No início, a eletrolipoforese se aplicava por meios de eletrodos em forma de finíssimas
agulhas, diretamente implantadas no tecido adiposo, realizada somente por equipe médica.
Segundo Guirro e Guirro, a indústria de estética criou a eletrolipoforese com placas
transcutâneas na tentativa de ampliar o mercado de vendas. A utilização das tiras de silicone
condutor, possuem resultados um pouco mais demorados, porém, satisfatórios. (SILVA, 1997)
Nesta técnica também se utiliza a corrente galvânica polarizada em placas retangulares e
finas de borracha condutora, que promove os efeitos fisiológicos apresentados na Eletroforese,
mas com adaptações de tipos de ondas e frequências para proporcionar outras funções como
lipólise no tecido adiposo.
Essa corrente pode ser trabalhada em miliamperagem e microamperagem.
Tipos de corrente: Contínua com inversão de polaridade, contínua em microamperagem,
alternada.
A frequência será baixa (15 a 50Hz).

TIPOS DE ONDA

A - Retangular aguda: utilizada com frequência de 40Hz a 50 hertz, propicia um efeito


galvânico, atuando na dermo-epidérmica, baixando a resistência extrínseca da pele,
proporcionando analgesia.
51

Figura 30 Onda retangular aguda. Fonte: SILVA, 1997.

B - Retangular ampla: utilizada com frequência de 30 ou 20 hertz, age no tecido dérmico,


aumentando a circulação periférica local, e beneficia o intercâmbio metabólico celular,
promovendo uma drenagem linfática periférica. Aumenta a atividade do músculo tornando o
tônus melhor. Ao ativa o metabolismo celular estimula os fibroblastos, consequentemente
melhora o aspecto da pele.

Figura 31 Onda retangular ampla. Fonte: SILVA, 1997.

C - Trapezoidal aguda: corrente tipo rampa (mais agradável), utilizada com frequência de 20
ou 30 hertz, de acordo com o tratamento, proporcionando ressonância dos elementos celulares,
atuando no AMP (Adenosina monofosfato) cíclico e na dissociação dos nódulos adiposos, a
nível hipodérmico.

Figura 32 Onda trapezoidal aguda. Fonte: SILVA, 1997.

D - Trapezoidal ampla: utilizada com frequências de 5 ou 10 hertz, atua a nível muscular,


melhorando a nutrição das células musculares, beneficiando o seu trofismo, muda a estrutura
da lipase (enzima pancreática que atua na degradação dos lipídios), de estado inativo para ativo.
Realiza a degradação dos triglicerídeos e células adiposas.

Figura 33 Onda trapezoidal ampla. Fonte: SILVA, 1997.

Segundo Silva (1997) se trabalha as 4 ondas com funções diferentes.

FORMAS DE APLICAÇÕES DAS CORRENTES MISTAS

 Adiposidade localizada
1-onda A-frequência de 50 Hz-tempo 10 minutos.
2-onda B-frequência de 20 Hz-tempo 5 minutos.
3-onda C-frequência de 30 Hz-tempo 30 minutos.
52

4-onda D-frequência de 50 Hz-tempo 5 minutos.


 Celulite grau 1, com pequena fibrose
1-onda A-frequência de 50 Hz-tempo 10 minutos.
2-onda B-frequência de 30 Hz-tempo 10 minutos.
3-onda C-frequência de 30 Hz-tempo 20 minutos.
4-onda D-frequência de 5 Hz-tempo 10 minutos.
 Celulite grau 2, adiposidade túrgida (compacta) e aumento de fibrose
1-onda A-frequência de 50 Hz-tempo 10 minutos.
2-onda B-frequência de 20 Hz-tempo 5 minutos.
3-onda C-frequência de 30 Hz-tempo 20 minutos.
4-onda B-frequência de 30 Hz-tempo 10 minutos.
5-onda A-frequência de 50 HZ-tempo 5 minutos.
Estas são algumas opções de tratamentos para celulite e adiposidade (SILVA, 1997).
Para Borges (2007) a melhor para ser usada é retangular aguda, mas pode-se usar as
quatro frequências diferentes, promove efeitos fisiológicos diferentes.

MECANISMO DE AÇÃO

 Efeito Joule: Aumento de temperatura local, essa temperatura na eletrolipólise não atinge
tecidos orgânicos, visto que se trata de uma corrente de uma intensidade muito pequena, porém
suficiente para contribuir para uma vasodilatação, melhorando o sistema circulatório local,
incrementando o intercâmbio metabólico celular, auxiliando na eliminação de toxinas e
degradação de gorduras.
 Auxilia na permeabilização da membrana celular pela ação da corrente polarizada.
 A estimulação elétrica provoca diversas modificações fisiológicas no adipócito, dentre elas,
o incremento do fluxo sanguíneo local, aumentando o metabolismo celular e facilitando a
queima de calorias.
 A ação hidro-lipolítica da corrente se inicia com a estimulação do sistema nervoso
simpático, provocando a liberação dos hormônios epinefrina e noraepinefrina pela suprarrenal.
Ambos se ligam aos receptores beta-adrenérgicos presentes na membrana celular dos adipócitos,
provocando reações bioquímicas que vão culminar com a ativação da enzima triglicerídeo
lipase sensível a hormônio, a qual hidrolisa os triacilgliceróis. Como resultado, há liberação de
glicerol e ácidos graxos. Os ácidos graxos livres são transportados pela albumina no plasma
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até as células, onde são oxidados para a obtenção de energia. O glicerol, por sua vez, é
transportado pelo sangue até o fígado e pode ser usado para formar triacilglicerol.
O tratamento com a eletrolipólise, portanto, precisa ser acompanhado de dieta e/ou
exercícios físicos, para que os ácidos graxos sejam utilizados como fonte de energia (GARCIA
e GARCIA,2006).

EFEITOS FISIOLÓGICOS

 Vasodilatação (Acelera os sistemas circulatório e linfático e promove redução dos edemas);


 Aumento do metabolismo celular;
 Aumento do consumo de energia a nível celular;
 Aumento do catabolismo local (lipólise), reduz, portanto, as massas adiposas excessivas
presentes no tecido subcutâneo;
 Ativa as funções da membrana plasmática (osmose, transporte ativo e passivo, endocitose,
exocitose), favorecendo trocas iônicas.

INDICAÇÕES

Lipodistrofia ginóide e adiposidades localizadas;

CONTRA-INDICAÇÕES
 Cardíacos portadores de marca-passo e cardiopatias congestivas;
 Pinos ou placas no corpo, em áreas onde a corrente elétrica será aplicada,
 Gravidez em qualquer idade gestacional,
 Renais crônicos,
 Patologias circulatórias descompensadas,
 Patologias ginecológicas, tipo fibroma uterino,
 Utilização de medicamentos, como corticoides e progesterona,
 Diuréticos,
 Clientes com neoplasia,
 Clientes com dermatites e dermatoses, e qualquer outra
 Patologia que o médico contraindique;
 Presença de cicatrizes no local;
 Existência de cirurgias, problemas circulatórios e nefropatias;
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 Alterações da integridade da pele, como quadros alérgicos, psoríase, ferimentos (picadas


de insetos, pelos encravados, cortes, raspões), queimaduras por exposição solar, depilações
recentes, etc.
 Epilepsia;
 Quadros Infecciosos;
 Fobias à corrente elétrica.

TÉCNICA

Observe a integridade da pele nas regiões a serem trabalhadas!


Antes de iniciar o procedimento de operação com o equipamento, verifique se ele está
ligado direto na tomada, observando a voltagem, e se todos os potenciômetros de ajuste de
intensidade estão zerados.
A pele da cliente deverá estar limpa e não deverá ser feito nenhum procedimento anterior
tipo crioterapia, ou cobertor térmico com soluções hiperemiantes.
Verificar se não existe lesões na pele, efetuar a assepsia nos locais onde serão colocadas
as tiras de silicone.
As correntes polarizadas atuam por área de saturação, ou seja, entre os eletrodos
conectadas entre um positivo e negativo. A técnica aplicada pelo profissional de estética é a
epicutânea, com as tiras de silicone condutor, dando uma distância, entre uma tira e outra
(positivo e negativo) para a corrente saturar a região. Esta técnica pode ser utilizada por
fisioterapeutas, enfermeiros e esteticistas.
Essa distância entre cada par é de 4 a 5 cm (no máximo 10cm) para que as correntes,
atuem por área de saturação.
Os silicones deverão estar com gel não iônico de contato, para acoplamento entre a
epiderme e o silicone.
Após a distribuição dos pares de silicone, conectar os cabos através das garras tipo jacaré,
deixando a película preta (isolante) voltada para a pele.
Colocar os jacarés em alternância, ou seja, um (+), outro (–).
Ligar o equipamento, utilizando a programação
apropriada para o tratamento.
Ao término do programa, zerar os potenciômetros de
intensidade e desligar a chave geral. Figura 34 Posicionamento
dos eletrodos. Eletrolipólise.
55

As tiras de silicone, após a aplicação, devem ser limpas com água e detergente.
O tratamento de eletrolipoforese com tiras de silicone pode ser feito até 3 vezes por
semana.
O tempo de cada sessão é de 30 min., podendo ser aplicada com intervalos de 5 dias e até
de 4 semanas.

Anotações dos parâmetros e higiene dos eletrodos:

11.5 ALTA FREQUÊNCIA

A alta frequência, de acordo com Borges (2006, p.76), “É um aparelho que trabalha com
correntes alternadas de alta frequência, cujos parâmetros de frequência e tensão podem variar
de acordo com o fabricante. ”
Essa técnica trabalha com correntes alternadas de alta frequência, em que os gases argón,
xênon ou neon, em contato com o oxigênio do ar transformam-se em ozônio. A corrente ao
atravessar o eletrodo de vidro adquire diferentes tonalidades de
acordo com o conteúdo do mesmo, no caso do vácuo à corrente
adquire uma luminescência azulada, já na presença de gás neon,
a corrente adquire uma tonalidade alaranjada (SILVA; STEINER,
2018).
O ozônio é uma substância instável que se decompõe
Figura 35 Aplicação da técnica
rapidamente em oxigênio molecular (O2) e em oxigênio ativo de alta frequência. Eletrodo
"cebolão".
(O). O poder de desinfecção do ozônio é resultado da grande
agressividade do oxigênio ativo nascente liberado durante a decomposição do ozônio.

MECANISMO DE AÇÃO

O eletrodo de vidro é oco, onde se encontra um gás (como já foi explicado). Esse gás ao
ser atingido pela corrente tem suas moléculas dissociadas e libera energia em forma de fóton.
56

A energia liberada cria um campo eletromagnético em volta do eletrodo (parte externa) e


quando em conato com o oxigênio provoca a formação do ozônio a nível de pele, ou seja, o
faíscamento quando percorre o ar que separa o eletrodo da pele, rompe a Ligação covalente das
moléculas de oxigênio (O2), liberando assim os seus átomos.

Ozônio = O3 – gás instável composto por três átomos de oxigênio.

EFEITOS FISIOLÓGICOS

 Ação bactericida e antimicrobiana: É comprovado que o ozônio é um agente


esterilizante que atua sobre dois microrganismos presentes na pele humana, o Staphylococcus
aureus e esporos de Bacillus subtilis, capaz de destruí-los completamente os Bacillus subtilis
em tempo inferior a 15 minutos e células de Staphylococcus aureus quando exposto ao ozônio
por 10 minutos. Com isso, notou-se então que o ozônio representa uma opção bactericida de
grande importância na abordagem fisioterapêutica dermato-funcional através do equipamento
de alta frequência (SILVA; STEINER, 2018).
A ação direta antimicrobiana que o ozônio exerce contra bactérias, vírus e fungos
ocorrem devido a esses microrganismos não possuírem um sistema de tamponamento
antioxidante, portanto o estresse causado pelo ozônio acaba tornando-os frágeis. Já a ação
microbicida indireta do ozônio é resultante das mudanças metabólicas que este provoca.
 Vasodilatação: Devido a agitação das moléculas há uma geração de calor, aumentando
assim a circulação (no local).
 Anti-inflamatório e Minimiza a irritação da pele: Em baixas concentrações o ozônio,
liberado pela alta frequência, pode ainda modificar e estimular a resposta imunológica, pois é
um potente oxidante que, ao entrar em contato com fluídos orgânicos, vai promover a formação
de moléculas ativas de oxigênio que agirão no metabolismo celular, proporcionando tanto
benefícios à reparação tecidual, quanto tendo ação antimicrobiana.
 Cicatrizante: Em um estudo, realizado por Silva e Duarte (2010), sobre a aceleração do
processo cicatricial com o uso da eletroterapia, verificaram que as aplicações em pacientes com
lesão de primeira intenção, contribuíram com um processo de neoformação, com a aceleração
de fibroblastos e organização do colágeno, melhorando, assim, o estado estético na área.

INDICAÇÕES

 Auxilia na limpeza de pele (pós extração);


57

 Desinfecção após extração de acne;


 Cicatrização das lesões causadas por acnes, favorecendo o processo de reparação da pele;
 Tratamentos capilares: queda de cabelo pela estimulação da circulação periférica do couro
cabeludo, e tratamento da seborreia pela desinfecção.
 Desinfecção Pós-depilação;
 Foliculite.

CONTRAINDICAÇÕES

A principais são: As principais contraindicações são: marca-passo cardíaco, gestantes,


alterações de sensibilidade, pele com produtos inflamáveis e neoplasias (OLIVEIRA; PEREZ,
2008)
 Cardíacos portadores de marca-passo e cardiopatias congestivas;
 Gestantes (também não pode ficar dentro da sala de procedimento);
 Alterações de sensibilidade da pele (não conseguirá relatar o que está sentindo);
 Diabetes;
 Pele com cosméticos inflamáveis;
 Zonas hemorrágicas;
 Quadros alérgicos;
 Epilepsia;
 Neoplasias;
 Fobia a corrente elétrica.

TÉCNICA

Os equipamentos tradicionais comportam uma só porta eletrodo, os equipamentos


recentes, com maior performance permitem a utilização de vários eletrodos simultaneamente,
tais eletrodos são flexíveis por serem envoltos em silicones. Existe ainda os portáteis.
Para as diversas aplicações de alta frequência são utilizados eletrodos constituídos por
um tubo de vidro que podem assumir formatos variados, adaptando-se às diferentes regiões
corporais nas quais serão aplicados:
Pente: é utilizado nos tratamentos capilares;
58

Standarts pequeno e grande (cebolinha e


cebolão): são utilizados nos tratamentos faciais e
corporais, ou seja, em áreas maiores.

Cauterizador (fulgurador): após extrações. É


pontual.

Forquilha: É utilizada após depilações no corpo e


também para relaxamento da cervical.

Saturador (ionizador indireto): utilizado nos


tratamentos faciais e capilares, associado as
massagens, facilitando a penetração de substâncias
nutritivas.
Figura 36 Tipos de eletrodos/ Alta frequência.
Rolo: também serve para aplicações em áreas maiores.

Existem três métodos de aplicações da corrente de alta


frequência: Figura 37 Eletrodo tipo rolo/
Alta frequência.
1. Aplicação direta na superfície. O esteticista segura a manopla
em que o eletrodo de vidro está inserido e o aplica diretamente na pele do cliente,
movimentando-o lentamente sobre todo o rosto.

2. Aplicação a distância (com faísca). O esteticista não encosta o eletrodo na pele. Apenas a
faísca que vai encostar (para acne inflamada). É preciso ter cuidado com a sensibilidade, pois
o cliente sente mais quando aplicado assim.

2. Aplicação indireta ou saturada. O cliente segura o eletrodo de tubo (com a espiral de metal
dentro) enquanto o esteticista massageia o rosto com as mãos. Em nenhum momento o
esteticista deve segurar o eletrodo. Para impedir choques, ligue a corrente apenas depois que o
cliente esteja segurando o eletrodo firmemente. Desligue a corrente antes de remover o eletrodo
da mão do cliente.

NÃO COLOQUE O ELETRODO NA BOBINA (ONDE SE ENCAIXA O


ELETRODO) COM O EQUIPAMENTO LIGADO, RISCO DE CHOQUE!
59

Para utilizarmos os eletrodos de alta frequência a pele deve estar limpa e sem produtos.
O único eletrodo que permite a utilização com produtos cosméticos é o denominado saturador.

A aplicação da alta frequência é tempo dependente, ou seja, depende do tratamento e da


área a ser tratada, mas varia entre três a dez minutos.

A intensidade adotada é aquela suficiente para gerar faíscamento, respeitando a


sensibilidade do indivíduo.

A desinfecção dos eletrodos após o uso é feita com algodão embebido em álcool 70%,
constatando que o mesmo esteja desligado.

11.6 VAPOR DE OZÔNIO

O vapor de ozônio, como o nome mesmo diz, é um equipamento de vapor de ozônio


destinado à nutrição, hidratação, emoliência e limpeza da pele.
Este aparelho consta basicamente de um depósito destinado a realizar a evaporação da
água através de uma resistência calefatora responsável pela ebulição. O ozônio é liberado por
uma “faísca elétrica” de baixa corrente que é disparada no vapor gerado pela ebulição da água
dentro do tanque. Sendo assim permite ao usuário escolher vapor com ozônio ou somente vapor.

MECANISMO DE AÇÃO

O vapor se obtém quando a água contida no depósito (tanque) alcança o ponto de ebulição (100
°C). Esse vapor em contato com a pele provoca uma sudorese
que facilita a eliminação de toxinas e a hidratação e eminência
da capa córnea, facilitando desta maneira a extração de
comedões e a penetração de produtos
O Ozônio é gerado através da combinação dos átomos de
Oxigênio (O) extraídos das moléculas do vapor de água (H2O)
por intermédio de um centelhamento elétrico. Estes átomos Figura 38 Aplicação de vapor de
ozônio.
são então recombinados em moléculas de Ozônio (O3).
O vapor quente e úmido favorece abaixando a resistência da pele, favorece a dilatação do
óstio, para a remoção de comedões e pústulas. Devido ao ozônio apresentar uma ação
bactericida, bacteriostática e fungicida atua como antisséptico.
60

INDICAÇÕES

O vapor de ozônio deve ser utilizado na preparação da pele, para uma limpeza, porém,
não deve ser utilizado nos tratamentos de rejuvenescimento, hidratação e nutrição. Nesses casos
utilizar o vapor sem o ozônio para evitar a formação de radicais livres, responsáveis pelo
envelhecimento cutâneo.

CONTRAINDICAÇÕES

 Distúrbios circulatórios;
 Pele extremamente sensível;
 Áreas anestesiadas ou com diminuição da sensibilidade;
 Inflamações agudas;
 Tumores malignos;
 Doenças vasculares e;
 Lesões na pele.

TÉCNICA
 Antes de iniciar verificar o nível de água no compartimento, se é adequado e suficiente,
já que depois não será possível adicionar mais água fria, pois a caldeira estará fervendo.
 Observe se a tampa está bem rosqueada vedando perfeitamente a caldeira para evitar
vazamentos e aborbulhamentos de água fervente;
 Utilize sempre água filtrada e de qualidade, que é livre de impurezas, micro-organismos,
partículas de areia e de terra, pedregulhos, etc.;
 Observe se a água forma espuma excessiva ao ferver porque, dependendo do tratamento
que essa água receber da rede de fornecimento, ela pode apresentar componentes que
modificam a sua qualidade.
 Quando o vapor começar a sair, ligar a chave formadora de ozônio. Esperar alguns
segundos para verificar se o jato de vapor está normal, e somente então direciona-lo ao cliente
com a uma distância entre o emissor de vapor e o cliente de aproximadamente 50 cm. É
importante posicionar o aparelho sempre de forma que o emissor de vapor não aponte em
direção ao cliente e que não incomode ou atrapalhe a respiração (para evitar acidentes).
 Teste antes de direcionar o bico do aparelho para o cliente. Caso o aparelho jogue água
fervente em vez de emitir vapor provavelmente é porque está cheio demais.
61

 Cubra os olhos do cliente com algodão embebido em água, se preferir pode ser em loção
calmante ou camomila;
 O tempo de aplicação deve ser de acordo com o tipo de pele, não excedendo 5 minutos.
Deve-se observar durante aplicação se a pele apresenta poros dilatados, e deve haver cautela na
utilização do vapor, pois, apesar de o ozônio ser um gás de excelente efeito bactericida e
fungicida, seu excesso pode provocar efeitos tóxicos quando inalado por um tempo prolongado,
principalmente em gestantes.
 Não utilize aparelhos de ondas curtas e micro-ondas próximos ao aparelho de vapor,
evitando a instabilidade que pode haver em seu funcionamento.
 E o mais importante, optar sempre por equipamentos de fabricantes idôneos, que tenham
Registro no Ministério da Saúde.
 Ao desligar, primeiramente desligue o formador de ozônio e em seguida o aquecedor.
Retire da rede elétrica e retire todo o restante de água. Reabasteça novamente quando precisar.
OBS: Todo fabricante fornece manual de instruções onde é possível aprender mais sobre
a utilização daquele determinado aparelho. Por isso, pode haver diferença em algumas
instruções, mas a base é a mesma.

11.7 VACUOTERAPIA

A vacuoterapia é uma técnica que utiliza aparelhos geradores de pressão negativa que
permitem a realização de uma sucção localizada, que pode ser contínua ou pulsátil. A esses
aparelhos são acopladas manoplas (cabeçotes) que podem possuir “roletes”, os quais, além da
sucção, auxiliam no “rolamento” do tecido. Algumas manoplas que não têm roletes apresentam
características semelhantes as da ventosaterapia.
Pode-se encontrar no mercado outras
denominações para os equipamentos de pressão
negativa, em que podem ser classificados como
equipamentos de vacuoterapia aqueles que possuem
cabeçotes pequenos (onde a prega tecidual sugada
pelo cabeçote é pequena) e seus roletes não são
Figura 39 Eletrodos de vacuoterapia corporal.
motorizados. Já os equipamentos classificados como
endermoterapia são aqueles em que o cabeçote é de tamanho maior (permite uma prega tecidual
62

maior), têm rolos motorizados e são utilizados normalmente com uma malha protetora sobre a
área-alvo, com a finalidade de atenuar desconforto, facilitar manobras do cabeçote em várias
direções e preservar a integridade tecidual da pele.
Na estética utiliza-se o aparelho de vacuoterapia onde não é necessário malha, pois a
pressão selecionada não altera a integridade tecidual.

MECANISMO DE AÇÃO

Na Técnica há uma dupla ação sinérgica de aspiração e mobilização tecidual, onde é


utilizada a pressão negativa na sucção, associada ao rolamento exercido pelo no cabeçote. O
aparelho trabalha um compressor provocando pressão negativa, podendo variar de 0 a 600
mmHg. Ele realiza a sucção sobre a pele por meio de ventosas e é formado por uma bomba a
vácuo que aspira o ar no tubo e na ventosa, sendo a capacidade de sucção regulada pelo
potenciômetro de acordo com o objetivo do tratamento.
Erroneamente, divulga-se que o vácuo proporciona a lipólise (“quebra da gordura”), o
que não tem comprovação, mas não há dúvidas de que a técnica melhora o aspecto da pele e o
contorno corporal, sendo responsável por diminuição de medidas em muitos protocolos
estéticos utilizados na prática clínica.
Essa massagem mecânica produz uma “mobilização” profunda do tecido subcutâneo,
melhorando o contorno corporal. Uma provável explicação para esse fato é a distorção que
ocorre com os adipócitos após aplicação da técnica e uma consequente reorganização,
resultando num alisamento da superfície corporal. Já existem estudos que comprovam que a
utilização dessa técnica resulta em aumento da atividade fibroblástica local, aumento da
espessura dos vasos sanguíneos, incremento dos queratinócitos, melhora da organização tissular
e do trofismo da pele.
Após a aplicação da vacuoterapia pode-se observar a diminuição da circunferência
corporal, e essa redução pode ser ainda maior quando os clientes associam uma dieta para a
redução do peso corpóreo.
Utilizado na estética quando o objetivo é tratar áreas pequenas ou pontuais, contudo,
quando realizada para o tratamento de grandes áreas de adiposidades, deve-se seguir o mesmo
direcionamento.

EFEITO FISIOLÓGICO

 Melhora na qualidade cutânea;


63

 Desobstrução dos folículos sebáceos: capaz de retirar o sebo superficial dos folículos,
isso ajuda na limpeza de pele, inclusive em pessoas que possuem maior sensibilidade a dor na
extração (eletrodos menores);
 Melhora o fluxo sanguíneo: aumenta a irrigação sanguínea no local e assim a nutrição e
oxigenação da pele;
 Prevenção de tratamento de fibrose pela mobilização tecidual;
 Redistribuição das células de gordura: as células de gordura (adipócitos) se depositam
desorganizadamente, a técnica tem por objetivo organizar essas células, ou seja, remodelar
(tratamento de gordura localizada).

INDICAÇÃO

 Tratamento pré e pós-operatório;


 Cicatriz hipertrófica para diminuir espessura;
 Queimaduras (ganha mais elasticidade);
 Estrias (eletrodos menores);
Figura 40 Eletrodos de vacuoterapia
 Estress (tensão muscular); usados na aplicação em áreas
menores e faciais.
 Gordura Localizada;
 Fibro edema gelóide (aumenta o metabolismo).

CONTRAINDICAÇÕES

 Tumor cutâneo;
 Câncer;
 Dermatoses;
 Fragilidade capilar (regiões com microvarizes ou telangiectasias);
 Varizes;
 Flacidez excessiva de pele;
 Diabéticos (por ter alteração vascular e de cicatrização);
 Gordura generalizada.
64

TÉCNICA

Os equipamentos mais modernos de vacuoterapia têm dois modos de sucção: o contínuo


e o pulsado. O modo contínuo realiza a sucção de forma intermitente, e o modo pulsado possui
intervalos regulares de sucção e pausa.
A duração da sucção nesse modo pulsado será determinada pela quantidade de pulsos que
o aparelho realizará por minuto (frequência de pulsação). Portanto, quanto maior a quantidade
de pulsos por minuto, menor será o tempo de duração dessa sucção. É o profissional que
determinará essa variável. Os aparelhos geralmente apresentam uma variação de 10 a 50 pulsos
por minuto.
Quanto ao tempo de aplicação, será variável para cada indivíduo. Quando utilizado no
modo pulsado, normalmente realizamos entre 5 e 10 pulsos por área correspondente ao tamanho
da manopla.
É importante que se arraste o cabeçote no intervalo da sucção, quando não houver pressão
gerada pelo aparelho, para não lesionar a pele. Posteriormente, programamos o modo contínuo,
que deve ser utilizado entre 5 e 10 minutos por área, preconizando o aparecimento da hiperemia
local.
Quanto à dosimetria da pressão negativa, sugerimos o ajuste em torno de 200 mmHg a
400 mmHg, tomando-se por base a região a ser tratada, a espessura do tecido adiposo (em caso
de pouca espessura, há risco de lesão em miofibrilas musculares) e a sensibilidade referida no
local de aplicação.
Na imagem a seguir ilustra a direção da aplicação, sugeridas por Borges (2016). Na figura
“a” demonstra sugestão de direcionamentos da aplicação do vácuo para a melhora da circulação
e para redução de medidas na “b”:
65

Figura 41 a) Direções do deslocamento do cabeçote para melhorar a circulação; b)


Direções do cabeçote para diminuir medidas. Fonte: BORGES, 2016)

Para o tratamento da adiposidade localizada utilizando equipamentos de vácuo, deve ser


aplicado o modo contínuo. Na coxa, os movimentos devem ser realizados verticalmente no
sentido antigravitacional. No abdome, o cabeçote deve ser manipulado horizontalmente, mas,
quando se objetiva a demarcação da cintura, o cabeçote deve ser direcionado de forma oblíqua,
sempre com movimentos centrípetos (para dentro do corpo).
O cabeçote é escolhido conforme o mais apropriado, de acordo com o objetivo do
tratamento, assim como a pressão negativa adequada.
É importante atentar para a espessura da prega cutânea do local a ser tratado para uma
escolha adequada do tamanho desse cabeçote. Com esse mesmo
objetivo, o cabeçote esférico também pode ser utilizado, já que
é possível movimentá-lo em todas as direções sem que a pele
sofra lesões. Esse método de aplicação permite controlar a
pressão utilizada e facilita o manuseio do equipamento no
Figura 42 Demonstração da prega
tratamento de grandes áreas, como no caso de adiposidade. cutânea no local a ser tratado para
a escolha correta.
66

Nos culotes, pode-se utilizar o cabeçote esférico para a realização de movimentos


circulares.

esférico/ Vacuoterapia.
Figura 43 cabeçote
Os cabeçotes contendo rolos são indicados para facilitar
a técnica de palpar, sugar e rolar, muito utilizadas para o
tratamento de delineamento do contorno corporal e adiposidade
localizada.
Para resultados satisfatórios no tratamento de gordura localizada, o vácuo deve ser
aplicado de duas a três vezes por semana. É interessante a realização de uma drenagem linfática
após as sessões de vacuoterapia, pois a sucção pode promover edemas que mascaram os
resultados do tratamento.
Devem-se observar na anamnese alguns pontos importantes antes e no decorrer da
aplicação do vácuo para a adiposidade localizada, como:
• presença de telangiectasias: o vácuo não deve ser aplicado nas regiões com esse tipo de lesão,
pois o uso de pressões muito altas pode agravar o quadro;
• sensibilidade: caso exista alteração de sensibilidade local, o tratamento poderá ocasionar
lesões de capilares e da pele, já que a tendência será aumentar a pressão sem relatos de
desconforto pela cliente;
• aparecimento de petéquias sanguíneas (pequenos pontos vermelhos na pele) durante a
aplicação da técnica: deve-se diminuir a pressão que está sendo utilizada.
Vale ressaltar que não encontramos evidências científicas de que o vácuo promova ou
agrave a flacidez. O que ocorre é que, se a pele está flácida, a sucção promovida pelo aparelho
mobilizará o tecido superficialmente, não atingindo com eficácia seus objetivos.

Anotações/parâmetros e higiene dos eletrodos:

11.8 ENDERMOLOGIA VIBRATÓRIA

É um equipamento que utiliza pressão positiva, onde se associa o movimento de


percussão e vibração através das suas ponteiras (aplicadores). A massagem é feita POR de
67

ondas mecânicas produzidas com esse movimento vertical e horizontal, estimulando o tecido
cutâneo.
Basicamente a massagem consiste na pratica de aplicar força ou vibração sobre os tecidos
moles do corpo, principalmente músculos e tendões.
Outro ponto interessante é que este aparelho reduz a fadiga do profissional, pois auxilia
na realização da massagem/percussão, como uma “extensão da mão do operador”, embora não
seja esse o fator principal na hora da escolha.
A técnica de massagem por percussão vibratória tem sido sugerida como coadjuvante em
alguns tratamentos corporais (não é utilizado na face) devido aos seus efeitos fisiológicos.

EFEITOS FISIOLÓGICOS

 Estímulo do sistema linfático;


 Estímulo circulatório sanguíneo (vasodilatação);
 Aumento da nutrição e oxigenação do tecido
 Aumento do metabolismo celular;
 Desagregação molecular (tratamento de fibrose);
 Relaxamento muscular.

INDICAÇÕES

 Relaxamento muscular;
 Tratamentos de Lipodistrofia ginóide;
 Tratamentos de gordura localizada;
 Prevenção e tratamento da fibrose;
 Permeação de princípios ativos (por facilitação devido ao estímulo da circulação
sanguínea).

CONTRAINDICAÇÕES

 Sobre ferimentos abertos;


 Tromboflebite;
 Tecidos infectados;
 Sintoma de erupção cutânea, como bolhas, ferida e escabiose;
 Contusões;
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 Varizes;
 Febre;
 Fraturas;
 Hemorragias;
 Articulações inflamadas;
 Úlceras abertas;
 Tumores e inchaços não diagnosticados;
 Câncer;
 Problemas cardiovasculares como trombose ou outros males circulatórios;
 Hipertensão descontrolada;
 Sobre o abdómen: no caso de gravidez, ou de náuseas, vómitos e diarreia, ou ainda dores
abdominais não diagnosticadas e;
 Situações pós-cirúrgicas.

TÉCNICA

O efeito do equipamento se apoia em 4 fatores básicos:


1) O tipo de ponteira.

Figura 44 Exemplo de Ponteiras em PVC extra macio (Equipamento Vibrocell®).

Figura 45 Exemplo de Ponteiras em PVC extra macio (Equipamento Vibrocell®) A ponteira


A9 é específica para massagear a cintura e a coxa. O acessório A8 é utilizado como
intermediário para mudar o ângulo de aplicação.
69

2) O ângulo que a ponteira se projeta: Quando colocado à ponteira no corpo em seu mesmo
nível, trará balanço e vibração; quando colocado à borda da ponteira verticalmente no corpo,
trará batidas. Quando mudado o ângulo no manuseio, trará o efeito misto da vibração e da batida
(exceto com a ponteira adaptadora).
3) A pressão que se exerce na ponteira: não é necessário exercer pressão intensa na ponteira,
pois caso contrário, ele trará dores ou marcas rochas na pele se a pressão for muito intensa.
4) A velocidade: o aparelho trabalha com rotações por minuto (Rotações/min). Em seu visor é
possível trabalhar com programas pré-definidos ou modificáveis. Em geral indicam-se
frequências mais baixas para promover relaxamento e sobre partes sensíveis e frequências mais
elevadas para promover aumento da circulação sanguínea periférica.

Ao aplicar:
Escolha a ponteira mais adequada para a região anatômica que deseja tratar e acople-a a
manopla.
Aplique uma quantidade pequena de creme para massagem.
O cliente deve estar em decúbito dorsal ou ventral.
Segure a manopla em sua porção central, ou seja, entre o polegar e os demais dedos.
Utilize a outra mão como auxiliar para condução da
manopla.
Ajuste o tempo de tratamento e a frequência de
vibração/percussão desejada.
Faca movimentos circulares e longos,
preferivelmente seguindo os pontos de drenagem linfática
Figura 46 aplicação do aparelho de
e no sentido central para a periferia.
endermologia vibratória.
Observação: não se deve exercer pressão adicional sobre a manopla do equipamento, a
forca de contato ideal é aquela determinada pelo próprio peso do equipamento.

Não utilize sobre o crânio, a face, coluna vertebral e proeminências ósseas!


As partes soltas poderão ser lavadas em água corrente, porém, SOMENTE ESTAS
PARTES (As ponteiras aplicadoras são laváveis e reutilizáveis). Após o uso proceder à limpeza
com água e sabão e a desinfecção das mesmas. Como se trata de equipamento de borracha ou
derivados do plástico, os quais não podem ser submetidos ao calor.
Não usar álcool ou limpadores quando for limpar o equipamento.
O equipamento deverá trabalhar 30 minutos e descansar os próximos 30 minutos;
70

Quando for trocar as ponteiras, com uma mão você segura o suporte e com a outra troca
à ponteira, certifique-se que o equipamento está desligado.
Não adicione óleo lubrificante no equipamento.

Anotações/parâmetros e higiene dos eletrodos:

11.9 MICRODERMOABRASÃO

Acredita-se que a técnica de microdermoabrasão tenha vindo da técnica dermoabrasão.


A dermoabrasão é um procedimento que consiste no lixamento da pele para correção de
alterações da sua superfície, como cicatrizes ou aspereza eliminando a camada epidérmica e
possivelmente a derme papilar, realizada principalmente com uso de aparelhos dermoabrasores
(pequenas lixadeiras de alta rotação, semelhantes a um esmeril). É um procedimento invasivo
que necessita de anestesia prévia.
A microdermoabrasão, por sua vez, trabalha com o atrito superficial na pele com objetivo
de esfoliação superficial.
Vale ressaltar que o procedimento dermoabrasão está restrito aos profissionais da área da
medicina, que se distingue da microdermoabrasão por ser um procedimento invasivo atingindo
níveis mais profundos da pele, já a microdermoabrasão é um processo não invasivo, realizado
por profissionais esteticistas.
Micro= pequeno / dermo= pele / abrasão= atrito.
É possível encontrar cosméticos que utilizam a esfoliação física e por isso chamam assim.
Porém, no mercado profissional da estética, quando mencionado se refere a terapia com uso de
aparelhos.
Constata-se que no início da década de 1990, os europeus voltaram a utilizar o
equipamento que já era conhecido desde os anos 30, que utiliza como forma de tratamento o
jateamento de microcristais de óxido de alumínio (hidróxido, dióxido).
O equipamento que é utilizado atualmente oferece ao profissional a possibilidade de
regular os níveis de esfoliação.
71

Existe atualmente dois tipos de t microdermoabrasão: o Peeling de Cristal e o Peeling de


Diamante, ambos esfoliam a pele por meio de agentes físicos, respectivamente, por
microcristais de polietileno ou alumínio, ou por meio de lixa de diamante.

EFEITOS FISIOLÓGICOS

Os efeitos da utilização da técnica de microdermoabrasão é a remoção de células


queratinizadas da camada córnea com efeito regenerativo e consequente aumento da produção
de colágeno e da oxigenação da mesma. De acordo com Borges (2006), a reação abrasiva
estimula a produção de colágeno e elastina, responsáveis pela estrutura e elasticidade da pele,
melhorando a textura superficial das cicatrizes. A sucção a vácuo comprime os músculos faciais
e produz um lifting instantâneo.

MECANISMO DE AÇÃO

O procedimento é feito com níveis leves de esfoliação e com número controlado de


passagens da ponteira do equipamento sobre a pele, atingindo-a superficialmente, não
promovendo lesões.
O peeling de cristal: realiza uma esfoliação em que são
projetados sobre a pele microcristais de óxido de alumínio
(quimicamente atóxico), com a ajuda de um equipamento que
possibilita regular os níveis de esfoliação sob pressão assistida.
Figura 47 Aplicação do Apresenta um fluxo constante, de intensidade modulável, não traumática
peeling de cristal.
e assintomática. O objetivo desse procedimento é remover rapidamente
células envelhecidas e estimular a produção de células jovens e novo colágeno, deixando a pele
com aspecto mais suave e saudável.
A ponteira que aplicada sobre a pele, libera e aspira os cristais (óxido de alumínio) pelo
próprio equipamento a vácuo. Essa sucção promovida pela pressão negativa aspira junto aos
microcristais as células mortas.
A abrasão produzida nos tecidos é condicionada pela quantidade de microcristais jateado
e pela pressão utilizada para a projeção aspiração (quanto maior a pressão, mais profundo), e
também pelo número de passagens sobre a área tratada (Quanto mais se passa mais profundo).
O aparelho possui pressão controlada de 0 a 700mm/Hg, porém é mais seguro usar até
400mm/Hg.
Deve-se passar devagar para os cristais promoverem o atrito com a pele.
72

O peeling de diamante também objetiva a revitalização da pele. O profissional, com uma


ponteira “diamantada” acoplada a um aparelho de vacuoterapia (pressão negativa), faz uma
esfoliação controlada das subcamadas da epiderme, deslizando-a sobre a pele do cliente, na
qual também é observada uma hiperemia discreta após a aplicação.
A ponteira de caneta e uma lixa diamantada associada a um vácuo, é passada levemente
na pele com o propósito de causar um “lixamento” superficial, atingindo somente a epiderme.
O método é mais indicado para peles mais novas e sensíveis, que não necessitam de uma
esfoliação abrasiva.
Existem três tipos de ponteiras de diamante:
-75 microns (ponteira que pode ser grande ou pequena);
-100 microns (ponteira intermediária);
-150 microns (ponteira de menor diâmetro).
As ponteiras de 100 e 150 microns são mais Figura 48 Aplicação da técnica peeling de
diamante.
delicadas, para uma esfoliação mais superficial. A
ponteira de 75 microns realiza uma esfoliação mais profunda. O nível de esfoliação dependerá
do tipo de ponteira de diamante usada (quantos microns), da intensidade da sucção (vácuo) e
do número das aplicações por área. Para se iniciar um tratamento sugere-se o uso da ponteira
de 100 ou 150 microns com uma intensidade de sucção baixa, aumentando gradualmente.
Sugere-se antes, fazer-se um teste na parte inferior do braço para um melhor ajuste do vácuo e
deslizamento da caneta.

Figura 49 Três ponteiras para peeling de cristal (no exemplo possuem cabo cinza com azul); uma caneta e três
ponteiras para peeling de diamante.
73

INDICAÇÕES

 Pré-cirúrgico estético (melhora o processo de cicatrização);


 Pré-tratamentos de revitalização;
 Rejuvenescimento;
 Rugas finas;
 Peles lipídicas;
 Discromias;
 Sequelas de acne;
 Foliculite.
 Estrias (com o objetivo de promover a melhora da oxigenação e ativar a circulação).

CONTRAINDICAÇÕES

 Lesões tegumentares acompanhadas de processos inflamatórios na pele da face (acne


ativa);
 Sensibilidade ou alergia ao produto (óxido de alumínio);
 Grande fragilidade capilar: hemangiomas e/ou telangiectasias;
 Controle com uso de cosméticos à base de ácidos;
 Exposição solar 48 horas antes e após cada sessão.

TÉCNICA

Antes da aplicação, a região deve estar limpa sem resíduos (exemplo sem hidratante ou
protetor solar).
Quando o tratamento for facial a cliente deve estar protegida com touca e olhos cobertos
com lenço ou algodão umedecido.
Deve-se ligar o aparelho e regular a pressão e o tempo.
Cada aplicação leva aproximadamente de 20 a 40 minutos, a depender da região tratada.
As passadas da caneta devem ser feitas de maneira leve e podem ser utilizadas duas
técnicas: Utilize a outra mão para apoiar e sustentar a pele no local de aplicação.
No caso de aplicação sobre a estria, faça o movimento de passagem ao longo dela. Pode
também fazer o movimento de “vai e vem”, numa pressão sugerida de 150 a 200 mm/Hg para
não lesionar.
74

Para a limpeza de pele, utiliza-se a ponteira menos esfoliativa, ou seja, de menor


granulometria, e baixa pressão de vácuo, normalmente, 200 mmHg. Nessa pressão, a abrasão é
suave e suficiente para sugar levemente os conteúdos. Contudo, lembre-se que esse efeito de
vácuo não substitui, de forma alguma, a extração manual, pois é considerado somente um
facilitador para a extração.
Com a ponteira esfoliativa, realizam-se deslizamentos horizontais do tipo “vai e vem”
em uma mesma linha de aplicação. Borges (2016), sugere iniciar pelas regiões mais espessas,
como testa, nariz e mento, finalizando pelas áreas mais finas, como as laterais do rosto e arco
zigomático, quando possivelmente será necessário alterar o movimento de aplicação para um
único arraste por linha de aplicação, ou diminuir a pressão de trabalho para 100-150 mmHg,
conforme a tolerância sensorial do cliente ou aspecto visual da pele, quando identificar uma
vermelhidão intensa. Após completar o movimento horizontal, inicia-se o movimento vertical,
começando pelas áreas mais espessas e seguindo para as regiões finas. Na vertical, realizam-se
também movimentos de vai e vem formando ao final da aplicação, um xadrez de tramas bem
fechadas na pele do cliente. Esses movimentos cruzados e sobrepostos evitam o aspecto de
arranhadura que a ponteira poderia ocasionar se fosse aplicada de forma aleatória,
principalmente sobre as áreas mais finas.
No nariz, sugere-se deslizar a ponteira em sentido ascendente, das laterais do nariz para
o topo e deste para glabela.
Após a esfoliação, prossiga com a emoliência de costume e inicie a extração pelas áreas
mais afetadas.
Deve-se orientar o cliente para evitar a exposição solar por 48 horas antes e após a
aplicação.
É indispensável o uso de filtro solar com no mínimo FPS 30, para evitar futuros danos à
pele.
Os microcristais de óxido de alumínio nunca poderão ser reutilizados, tal procedimento
previne possíveis contaminações da pele (BORGES, 2006).
75

Sugestão de sessões: sendo realizado de maneira correta pode ser aplicado 1 vez por
semana.

Anotações/parâmetros e higiene dos eletrodos:

11.10 ULTRASSOM

Um som é caracterizado por vibrações mecânicas ou ondas mecânicas. O ser humano


consegue distinguir sons com frequências que se encontram entre 20 Hz e 20.000 Hz. Vibrações
com frequências abaixo ou acima desse espectro são inaudíveis ao ouvido humano e chamadas,
respectivamente, de infrassons e ultrassons.

Figura 50 Espectro sonoro. Fonte: BORGES, 2016.


As ondas sonoras são originadas a partir de um material e precisam de um meio para se
propagar (sólido, líquido ou gasoso), ou seja, o som não se propaga no vácuo.
A propagação das ondas sonoras não é visível, mas seu efeito promove uma vibração das
moléculas e consequente alteração do meio através do qual a onda se propaga. Além disso, essa
propagação depende das características particulares de absorção do meio (sólido, líquido ou
gasoso) e da energia que será refletida na interface desse meio.
Cada tipo de material compõe um meio de propagação. Isso resulta na diferença de
velocidade de propagação do som através de materiais com diferentes densidades. As ondas de
som no ar, por exemplo, têm uma velocidade de propagação de 343 m/s, e, na água salgada, de
aproximadamente 1.500 m/s.. Além disso, ondas na faixa de 1 MHz se propagam nos tecidos
moles com uma velocidade de 1.540 m/s, e pelo osso compacto com 4.000 m/s; ou seja, no
meio sólido, as ondas são propagadas mais rapidamente do que no meio líquido ou nos gases.
76

À medida que as ondas de som passam através de qualquer material, as moléculas se


empurram, e a energia é transferida de uma para a outra. Em um meio onde as moléculas estão
mais próximas, por exemplo, no tecido ósseo, uma pequena agitação é capaz de atingir várias
outras moléculas de forma mais rápida, fazendo com que a onda se propague com uma
velocidade maior quando em comparação a um meio onde as moléculas estão mais dispersas,
como é o caso do tecido gorduroso.
O ultrassom é uma forma de energia acústica, definido como vibrações acústicas
inaudíveis de alta frequência capazes de produzir efeitos fisiológicos térmicos e não térmicos.
No ultrassom terapêutico, a energia sonora é constantemente convertida em energia
térmica. A quantidade de calor produzida depende do meio em que as ondas sonoras são
propagadas, de modo que, nos meios onde as moléculas estão mais próximas, ocorre maior
vibração molecular, produzindo maior quantidade de calor.
O ultrassom é gerado por um transdutor, um dispositivo que transforma uma forma de
energia em outra. O transdutor mais comumente utilizado no ultrassom para transformar energia
elétrica em energia mecânica, utiliza o efeito piezoelétrico.

EFEITO PIEZOELÉTRICO

A descoberta do efeito piezoelétrico, feita por Pierre e Jacques Currie em 1880, foi
fundamental para o desenvolvimento do ultrassom. Trata-se de um fenômeno físico de certos
materiais que são capazes de produzir campos elétricos, ou seja, transformar energia mecânica
em energia elétrica ou seu reverso, elétrica em mecânica.
Quando os materiais piezoelétricos eram submetidos a cargas mecânicas, geravam cargas
elétricas em sua superfície; e o inverso era verdadeiro: ao aplicar-se cargas elétricas na
superfície desses materiais piezoelétricos, ocorriam deformações em sua estrutura.
Podemos encontrar materiais piezoelétricos naturais, como é o caso do cristal de quartzo,
e alguns materiais cerâmicos que cumprem os requisitos de qualidade e pureza para um material
piezoelétrico, assim como ótimo desempenho para a produção de ondas sonoras, como é o caso
do chumbo, zinco, titânio ou bário.
Os materiais piezoelétricos são usados nos aparelhos de ultrassom dentro dos
transdutores (cabeçotes), para produzirem ondas sonoras. Quando esses materiais recebem a
corrente elétrica através do console do equipamento, eles sofrem mudanças físicas em sua
estrutura e emitem ondas sonoras que serão utilizadas durante a terapia. As modificações na
espessura do material piezoelétrico são transmitidas em oscilações ultrassônicas para o meio
77

com o qual esteja em contato (figura abaixo), e existe, no circuito interno do aparelho, um
controlador dessas oscilações, que pode ser ligado e desligado, produzindo saídas de ondas
sonoras de forma contínua ou pulsada.

Figura 51 Representação esquemática da influência das


ondas de compressão e rarefação. Fonte BORGES, 2016.

Para ser usados dentro do transdutor de ultrassom, o material piezoelétrico deve ser
cortado de forma correta, a fim de alcançar sua máxima vibração frente a um campo elétrico e,
desse modo, promover alterações em sua espessura. Essas alterações geram movimentos na
face do material piezoelétrico, originando as ondas sonoras na mesma frequência da corrente
elétrica recebida.
A medida que a onda de ultrassom e transmitida por vários tecidos, há uma atenuação ou
redução na intensidade de energia. Essa redução se deve a absorção de energia pelos tecidos ou
a dispersão ou disseminação da onda sonora como resultado da Impedância Acústica.

IMPEDÂNCIA ACÚSTICA
A impedância acústica de um meio está relacionada com a resistência ou dificuldade que
esse meio oferece à propagação (passagem) das ondas sonoras. Cada tecido tem uma
impedância acústica diferente, ou seja, a resistência da onda sonora ao atravessar a pele, a
gordura, o músculo ou o osso é diferente, e está ligada às características moleculares de cada
meio. Dessa maneira, a velocidade de propagação da onda sonora também será diferente. A
impedância acústica corresponde ao produto da densidade do material pela velocidade do som
nesse material.
78

Uma onda sonora, ao atravessar um meio, transfere energia para ele. Ocorrem
movimentos vibratórios entre as moléculas de modo que há uma velocidade particular da
propagação para cada meio.
A transmissão das ondas ultrassônicas também depende de sua frequência e amplitude.
Quanto maior a frequência e a amplitude, maior será a energia depositada.
A agregação molecular se apresenta de forma diferente, dependendo do meio em que se
encontra (sólido, líquido ou gasoso), e no meio sólido, as moléculas estão mais compactadas,
de modo que cada uma pode mover-se apenas em uma curta distância. Nos líquidos, as
moléculas têm uma amplitude de vibração maior, e no meio gasoso, as moléculas ficam muito
espaçadas.
A impedância acústica também está relacionada à agregação das moléculas. Nos meios
de maior agregação molecular, ocorre maior interação das ondas sonoras com a estrutura
molecular do meio, fazendo com que sejam mais absorvidas, apresentando maior resistência à
passagem das ondas sonoras. Ressalta-se, ainda, que quanto maior for a impedância acústica,
maior será o aquecimento tecidual.
Quando uma onda sonora ultrapassa uma interface em que haja tecidos diferentes, ela
pode ser transmitida, refletida ou refratada. É transmitida sem interferências quando não há
diferença de impedância entre as duas interfaces.
A reflexão e a refração ocorrem quando os dois meios apresentam impedâncias acústicas
diferentes, como, por exemplo, quando as ondas sonoras passam da pele para a gordura.
Na reflexão, a onda sonora volta ao meio de origem, conservando sua frequência e
velocidade, ou seja, quando a onda bate em uma superfície volta para o meio de origem. No
aparelho quando essa onda reflete e volta, ela estimula o material pizoelétrico. Quanto maior a
diferença de impedância acústica entre os dois meios, maior a reflexão e, portanto, menor a
transmissão do som para o meio adjacente.
Na refração, a onda sonora que passa para o segundo meio não continua em linha reta.
Ela muda sua direção na interface, alterando sua velocidade, porém, conservando sua
frequência, ou seja, perde a velocidade.
Pelo fato de o ar e a pele apresentarem impedâncias acústicas diferentes, é necessário
promover um bom acoplamento entre o cabeçote e a pele do indivíduo, com o objetivo de
minimizar o efeito da reflexão.
Na prática clínica, utiliza-se o gel de contato para acoplamento, pois tem impedância
acústica mais próxima da pele e, desse modo, aumenta a transmissão da onda ultrassônica.
79

ABSORÇÃO
A Absorção é outro fenômeno ondulatório. A absorção das ondas ultrassônicas pelos
tecidos se dá por meio da retenção das ondas sonoras nos tecidos tratados, e se caracteriza pela
transformação dessas ondas sonoras em calor. Ou seja, a ação mecânica vibratória entre as
moléculas (energia cinética), ocasionada pelo ultrassom, pode gerar efeito térmico nas
estruturas atingidas. Conforme as ondas sonoras percorrem as estruturas tratadas, a energia é
aos poucos absorvida e, assim, a intensidade das ondas vai diminuindo, sendo, portanto, cada
vez menor.
A frequência de ondas do ultrassom convencional também é fator determinante para a
profundidade que as ondas sonoras irão alcançar. No ultrassom de 3 MHz, utilizado nas
afecções de estética e/ou na pele, a energia é absorvida mais superficialmente, ao passo que a
absorção no ultrassom de 1 MHz, utilizado nas afecções tratadas pela fisioterapia traumato-
ortopédica, reumatológica, desportiva etc., ocorre em nível mais profundo.
Segundo BORGES (2016), no estudo de Ferraro et al., o ultrassom de 1 MHz não
produziu alterações celulares no tecido adiposo; entretanto, frequências de 2 MHz e 3 MHz
provocaram destruição de células adiposas e fibras colágenas.
Além da frequência de ondas, a absorção da energia sonora também sofre influência da
quantidade de proteínas nos tecidos, pois naqueles com quantidade maior de proteínas e menor
conteúdo de água, a absorção ultrassônica é maior. Por isso, os tecidos ricos em colágeno
absorvem grande parte da energia promovida pelo ultrassom, gerando maior nível de
aquecimento tecidual.

Figura 52 Coeficiente de absorção do ultrassom nos diferentes tecidos. Fonte: BORGES, 2016.

Na Figura podemos observar que a gordura absorve pouca energia ultrassônica. Assim,
devemos atentar para a dosimetria do ultrassom convencional, pois doses baixas não são
capazes de obter qualquer ação lipolítica.
A utilização do aparelho de ultrassom nos tratamentos para a adiposidade localizada
tornou-se muito comum nos últimos anos, mas o seu real efeito ainda é erroneamente divulgado.
Ainda não se sabe efetivamente se o ultrassom é capaz de realizar a lipólise, apesar de alguns
estudos demonstrarem que existe a mobilização das células gordurosas após sua aplicação.
80

CAVITAÇÃO
A cavitação é um fenômeno que ocorre em toda aplicação de ultrassom, pois as ondas
individuais liberadas pelo gerador de ultrassom fazem as moléculas e as células situadas no
caminho do feixe ultrassônico oscilarem (agitarem) de maneira cíclica e diretamente
proporcional à intensidade de saída da unidade geradora de ultrassom. Essas oscilações
estimulam a formação de bolhas cheias de ar/gás nos líquidos do meio onde as ondas sonoras
se propagam.
Portanto, a cavitação acústica é consequência de uma combinação de tensões mecânicas,
em que as ondas ultrassônicas fazem os tecidos vibrarem, causando uma alternância de
compressão e rarefação nas estruturas moleculares. Durante a rarefação, ocorre a formação de
bolhas de gás, as quais oscilam em tamanho ou sofrem colapso rapidamente, causando tensões
mecânicas e aumento de temperatura.

Figura 53 Formação de bolhas no campo ultrassônico por influência das ondas de


compressão e rarefação. Fonte: BORGES, 2016.

A partir desse conceito, podem ocorrer dois tipos de cavitação: estável e instável
(transitória, temporária ou de colapso).
A cavitação estável ocorre quando as bolhas geradas oscilam de um lado para o outro
dentro das ondas de pressão do ultrassom, aumentam e diminuem de volume, mas permanecem
intactas. Esse efeito é considerado normal e desejável, pois ajuda na transmissão das ondas e
depois é dissolvida e eliminada.
A cavitação instável ocorre quando o volume da bolha se altera rápida e violentamente.
Isso provocam um colapso com a diferença de pressão gerada, de modo que, em algumas
condições, as bolhas cavitacionais implodem e o efeito de compressão sobre as bolhas de gases
internos provoca elevação da temperatura e da pressão interna.
81

EMISSÃO DE ONDA/MODO
A forma de emissão da onda ultrassônica pode ser pulsada ou contínua, gerando,
respectivamente, efeitos não térmicos e térmicos.
Modo pulsado – A voltagem pode ser aplicada em pulsos - ligada por um tempo,
desligada por um tempo e assim por diante; esse é conhecido como modo pulsado.
Continuo - A voltagem através do transdutor de ultrassom pode ser aplicada
continuamente durante todo o tempo de tratamento. Portanto, o aumento da temperatura no
tecido é maior que o modo pulsado, pois, mantém uma continua oscilação das células,
produzindo, assim, maior energia e, também, absorvendo mais onda, quando comparado ao
pulsado.

EFEITOS FISICOS DO ULTRASSOM


Quando o ultrassom penetra no organismo, ele pode exercer um efeito sobre as células e
tecidos mediante dois mecanismos físicos: térmicos e não térmicos (atérmicos).
Efeitos térmicos: Quando a onda mecânica atravessa os tecidos uma parte dela e
absorvida, e isso leva a produção de calor, porém a quantidade de absorção depende do tipo de
tecido, da quantidade de vascularização e da frequência do ultrassom.
É importante saber que tecidos com elevado conteúdo proteico absorvem mais
rapidamente que os com maior conteúdo de gordura, e quanto maior a frequência, menor
a profundidade da onda e maior a absorção.
Uma vez que a quantidade de absorção depende do tipo de tecido, é importante saber que
o periósteo, osso cortical superficial, meniscos articulares, musculo fibrosado, bainhas
tendinosas, grandes raízes nervosas e interfaces intermusculares são preferencialmente
aquecidas. Portanto, é importante que o profissional tenha conhecimento das estruturas que se
situa o tecido, e também as demais estruturas.
O calor é dissipado, tanto pela difusão térmica como pelo fluxo sanguíneo, e, por isso,
esse também se torna um fator importante a ser observado. Quanto mais vascularizado o tecido
maior a absorção de calor. Devido a essa teoria, podemos dizer que o modo pulsado preconiza
efeitos não térmicos e o modo continuo possui ambos os efeitos.
Efeitos não térmicos: O efeito de cavitação ligado a vibração das moléculas é o efeito não
térmico mais conhecido dessa onda. Esse efeito é caracterizado pela formação de bolhas nos
líquidos, o que pode ser útil ou perigoso. Ele pode ser lesivo devido a exposição contínua e de
alta intensidade da onda no tecido, o que pode ser evitado quando diminuída a continuidade
e/ou a intensidade da onda. Esse efeito se torna importante por realizar a vibração das moléculas,
82

que vão sintetizar estimular ou inibir substâncias. Quando o ultrassom é utilizado para fins
estéticos esse efeito também pode destruir moléculas.
Efeitos térmicos:
• aumento da elasticidade de estruturas com colágeno;
• tixotropia, modificando o estado de substâncias mais consistentes, por exemplo, a fibrose na
celulite;
• melhora das propriedades mecânicas do tecido;
• temperaturas acima de 45°C são destrutivas, e o aquecimento leve pode reduzir a dor e
aumentar o fluxo sanguíneo;
• retirada de catabólitos graças ao aumento do fluxo sanguíneo.

Efeitos atérmicos:
• micromassagem, por causa da oscilação provocada pelo feixe ultrassônico, promovendo a
circulação dos fluidos;
• neoformação angiogênica;
• aumento de síntese proteica e da secreção dos mastócitos (esses efeitos justificam o uso do
ultrassom para estímulo do reparo tecidual);
• aumento da permeabilidade celular, razão pela qual é considerado o principal efeito
responsável pela permeação de substâncias por meio da fonoforese, embora o uso do modo
contínuo não impeça a permeação de substâncias por essa técnica

EFEITOS DO TRATAMENTO COM ULTRASSOM NA ESTÉTICA


 Aumento da circulação sanguínea;
 Ação anti-inflamatória;
 Redução de edema;
 Hiperemia com aumento da temperatura local;
 Mudança na permeabilidade da membrana celular (favorecendo a troca de fluido na
célula – intercambio celular);
 Ativação do metabolismo celular;
 Estimulação da reabsorção tissular;
 Auxiliar na liberação de aderências pela separação das fibras colágenas.
Esses efeitos fisiológicos são devido aos efeitos mecânico, térmico e químico do
ultrassom.
83

Efeito mecânico: Aumento da permeabilidade das membranas celulares, incremento do


intercambio de trocas de fluidos, melhora do metabolismo celular, favorece a liberação de
aderências;
Efeito térmico: A energia mecânica se transforma em energia térmica produzindo calor local.
Quanto mais ação mecânica mais calor, instala uma hiperemia suave e vasodilatação;
Efeito Químico: Em consequência dos efeitos mecânicos e térmicos ocorre uma série de
reações químicas, agitando os íons. Há liberação de substâncias vasodilatadoras, desagregação
das moléculas (fibrose, aderência) ajuda atuando positivamente na celulite.

PARÂMETROS FÍSICOS

Frequência
Quando se fala de efeito térmico, percebe-se que ele se torna mais elevado, quando em
maiores frequências, porém a seleção da frequência não se dá única e exclusivamente,
pensando-se no efeito térmico, e, sim, na profundidade do tecido a ser atingido.
O equipamento de ultrassom clínico é comercialmente mais vendido nas frequências de
1,0 MHz a 3,0 MHz, com o comprimento de onda a 1mm, quando interage com a água, mas
isso não é por acaso, e sim porque no nosso organismo o ultrassom se desloca, na grande maioria,
pela água, visto que quase todos os tecidos do organismo são formados principalmente de água
e que os comprimentos de onda na ordem do milímetros, nas faixas de frequências de mega-
hertz (0,75 – 10 MHz) são mais compatíveis as dimensões das estruturas dos tecidos com os
quais deve haver interação, essa frequência se torna a mais eficiente.
A frequência mais indicada para os tratamentos estéticos é a de 3MHz, já que ondas
sonoras de maior frequência são absorvidas nos tecidos mais superficiais. Essa frequência de
tratamento é definida em razão da oscilação de um material piezoelétrico, presente dentro do
transdutor (cabeçote) do aparelho de ultrassom, e este transforma a energia elétrica em
mecânica.

Intensidade
A intensidade representa a força das ondas sonoras, em uma determinada área, dentro dos
tecidos tratados, medida em Watts (w/cm2). Geralmente varia de 0,5 a 5 w/cm2.
Baixa potência: até 0,3 W/cm²

Média potência: 0,3 a 1,2 W/cm²

Alta potência: 1,2 a 3,0 W/cm²


84

É preciso tomar cuidado ao escolher a intensidade.


Um fator importante ao se escolher a intensidade é o tipo de onda selecionada, pois
quando ela é pulsada, muitas vezes, a intensidade de saída pode não ser a intensidade
teoricamente absorvida. A falta de atenção para esse fato pode implicar em procedimentos
clínicos ineficientes.
Para melhor compreender esse parâmetro é de extrema importância ler o manual do
aparelho de forma minuciosa e detalhada, pois, cada aparelho traz esse parâmetro de maneira
diferente. O aparelho pode converter a intensidade para o modo desejado pelo terapeuta. Com
isso, independentemente do modo de onda escolhida pelo terapeuta, a intensidade de saída
sempre será a intensidade teoricamente absorvida, ou então, o aparelho não faz essa conversão
automática e o terapeuta então terá que fazer o seu cálculo.
No modo contínuo deve-se usar com potência de até 1W/cm². Modo pulsado no máximo
até 1,5 W/cm².

Tempo
Em geral a literatura preconiza de 1 a 2 min. para cada 2,5cm2 (tamanho do cabeçote) de
área a ser tratada, sempre em movimentos circulares.
A área a ser tratada deve ser calculada sempre fazendo comparação com o tamanho do
cabeçote. Por exemplo, uma área de aproximadamente 5cm equivale ao tamanho de dois
cabeçotes, portanto a área a ser tratada deve ser 2min + 2min, sendo assim serão 4min. de
tratamento.

INDICAÇÕES

 Celulite;
 Gordura localizada;
 Cicatrizes hipertróficas;
 Técnica em cicatrizes;
 Transtornos circulatórios e edemas;
 Fibrose;
 Aderência;
 Pós-operatório de cirurgia estética.
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CONTRAINDICAÇÕES

 Região dos olhos, ovários, ouvidos, órgãos genitais;


 Gestantes;
 Portadores de marca-passo e com problemas cardíacos;
 Infecção ou inflamação da pele;
 Neoplasia;
 Insuficiência vascular;
 Distúrbios de coagulação;
 Pacientes submetidos a rádio ou quimioterapia;
 Tumores;
Entre outras;

TÉCNICA

A terapia ultrassônica apesar de parecer simples merece uma atenção especial, já que a
sua utilização inadequada poderá gerar micro lesões e queimaduras nos tecidos submetidos à
terapêutica.
O tempo de aplicação estará relacionado à área a ser tratada, ao tamanho da área efetiva
de radiação (ERA, na sigla em inglês) do transdutor e à intensidade estipulada.

Figura 54 Exemplos de transdutores de ultrassom: a) Transdutor simples, com uma cerâmica piezoelétrica e de
ERA com pequena dimensão; b) Transdutor de ultrassom de alta potência, com três cerâmicas piezoelétricas,
que, somadas, proporcionam uma ERA total de grande dimensão.

Quanto maior a região, maior o tempo de aplicação; quanto maior a ERA, menor o tempo
de aplicação. Recomendam a utilização de um minuto de ultrassom para cada 1cm² do tamanho
da ERA.
Alguns estudos propõem equações para o cálculo do tempo de aplicação do ultrassom.
Para calcular o tempo de aplicação, deve-se dividir a área a ser tratada pela ERA do cabeçote:
Tempo = Área
ERA
86

Caso esse tempo ultrapasse 15 minutos, recomenda-se dividir a área em pequenos


quadrantes e realizar um novo cálculo para cada região, sendo essas tratadas uma por vez.
A região abdominal, é um bom exemplo para esse caso. Se a região infra-abdominal tiver
uma área de 150 cm², e o ultrassom utilizado apresentar uma ERA de 5 cm², o tempo de
aplicação será calculado da seguinte forma: Tempo = 150 cm² / 5 cm².
Tempo = 30 min
Nesse exemplo, em virtude de o tempo de aplicação exceder 15 minutos, a área-alvo deve
ser dividida em áreas menores, a fim de que não haja a dispersão da energia ultrassônica.

Figura 55 Divisão da região a ser tratada em pequenos quadrantes para a aplicação de tempos mais curtos do
ultrassom.
Para se obter o máximo aquecimento da região tratada, propõe-se realizar o seguinte cálculo
para o tempo de aplicação:
Tempo = Área
(ERA × 0,8)
Existem muitas controvérsias acerca da melhor intensidade para o tratamento das
adiposidades. O que se sabe com certeza é que as doses utilizadas comumente na prática clínica
não são capazes de reduzir a gordura.
Há relatos de que intensidades até 1 W/cm² não são capazes de promover aumento de
temperatura local, sendo percebida apenas com doses maiores.
Na prática clínica, a intensidade utilizada para a gordura localizada varia de 1,5 W/cm² a
2,0 W/cm² (isso se deve ao fato de que 2,0 W/cm² é a dose máxima atingida por vários aparelhos
comercializados na área da estética e fisioterapia tradicional), entretanto, essas doses não são
confirmadas como eficazes por estudos. Segundo Borges (2016), para se obter efeitos de “lise”
na membrana adipocitária, assim como um grande aumento de temperatura local, devem-se
utilizar doses acima de 2,0 W/cm². Recomendam-se doses entre 2,5 W/cm² e 3,0 W/cm². Porém,
essa alta intensidade deve ser utilizada com critério, a fim de que não proporcione queimaduras
na pele e não pode ser feita por esteticista.
87

É necessário utilizar um meio de acoplamento para evitar a presença de ar entre a pele e


o transdutor e, assim, permitir a chegada das ondas ultrassônicas na área a ser tratada. Esse
agente acoplador pode ser um gel hidrossolúvel, ou ainda um gel com princípios ativos
lipolíticos, ou que influenciem na melhora da circulação local. O gel deve ser em quantidade
suficiente para fazer os movimentos durante todo tempo da aplicação. Devido os movimentos
o gel se espalha pela área, porém não pode tirar o cabeçote que está em contato com a pele.
A aplicação com o cabeçote deve ser realizada com movimentos lentos, circulares, ou
varredura, entre outros, desde que dentro da área (uma área por vez). É devagar para dar tempo
de a onda entrar.
NÃO SE DEVE MATER O CABEÇOTE DP ULTRASSOM PARADO SOBRE A
PELE SOB O RISCO DE QUEIMADURAS.

Anotações/parâmetros e higiene dos eletrodos:

11.10.1 FONOFORESE

Quando utilizamos um gel com princípios ativos como agente acoplador ou não, passa-
se a utilizar uma modalidade de aplicação do ultrassom denominada fonoforese ou sonoforese.
Essa técnica consiste na penetração de substância ativa farmacológica ou cosmetológica,
através da pele, utilizando a energia ultrassônica.
A principal ação do ultrassom é o aumento da permeabilidade da membrana celular,
facilitando a permeação do produto através da pele. Uma das vantagens dessa aplicação é que
a substância que será facilitada a permear na pele não precisa ser ionizável.
88

Podemos utilizar o modo contínuo ou pulsado. As diferenças entre o uso de um e de outro


se concentram no fato de que o modo contínuo proporciona uma maior concentração de calor e
uma vasodilatação mais duradoura. Isso pode favorecer a ação do produto lipolítico, entretanto,
o uso de intensidades muito altas pode desnaturar enzimas presentes no produto utilizado.
Segundo Borges, (2016), um estudo demonstrou que intensidades de ultrassom acima de
1 W/cm² podem desativar as enzimas, tornando ineficaz o tratamento proposto. Já no modo
pulsado, isso não ocorre, pois não há aumento de temperatura, entretanto, nesse modo, a ação
de aumento da permeabilidade celular garante a permeação do produto.
A permeação do produto terapêutico (medicamentoso/cosmético) por meio da fonoforese
pode ser concretizada de três formas diferentes:
 O produto terapêutico é usado como meio de acoplamento do transdutor, e, por isso, deve
estar em forma de gel. Orienta-se que seja observado o poder de absorção de alguns dos
produtos disponíveis, pois antes do término da aplicação do ultrassom pode ocorrer intensa
penetração do produto na pele, prejudicando o acoplamento e o deslizamento do cabeçote. Se
isso ocorrer, recomenda-se adicionar mais gel terapêutico (isso pode aumentar o custo do
tratamento) ou adicionar gel comum para ultrassom.
 A substância acoplante, com propriedades terapêuticas, pode ser massageada na pele até
sua aparente ou efetiva absorção e, em seguida, aplica-se o gel comum e realiza-se a aplicação
do ultrassom.
 Pode-se, enfim, realizar a aplicação do ultrassom com gel comum. Em seguida, limpa-se
a região (retirando todo o resquício de gel comum) e massageia-se a pele com o produto
terapêutico. Dessa forma, podem ser usados produtos terapêuticos em forma de óleos, cremes
ou loções, o que é inviável nas outras duas técnicas, pois prejudicam a penetração das ondas
sonoras.
De acordo com Fábio Borges (2016), todas essas formas de aplicação são eficazes.
Lembramos, ainda, que o poder terapêutico da fonoforese é extremamente dependente da
substância terapêutica permeada por meio das ondas ultrassônicas. Eis algumas substâncias
comuns que podem ser utilizadas para a realização da fonoforese: Para efeito de incremento da
circulação: centella asiática, hera, castanha-da-índia, cavalinha, ginkgo, cafeína, entre outras.
Para efeito sobre a gordura subcutânea: cafeína entre outras.
89

11.11 PEELING ULTRASSONICO

É um aparelho que utiliza vibrações ultrassônicas para promover higienização e


regeneração cutânea. Trata-se de um peeling superficial, indolor e que não deixa eritema na
pele.
O peeling ultrassônico é um gerador de vibração
mecânica de pequena amplitude e alta frequência, na faixa
de 25 kHz a 30 kHz e tem como transdutor uma espátula
angulada, que produz efeitos como: micromassagem
Figura 56 Equipamento de peeling
tecidual e térmico e limpeza da pele. ultrassônico. Fonte: BORGES, 2016.

MECANISMO DE AÇÃO
Para efeito de limpeza de pele, a emissão de vibrações sonoras de alta frequência
promove microvibração que é repassada para a superfície da pele pela ponta do transdutor
espátula e elimina, dessa forma, as células semidesprendidas da camada córnea. Para a
realização da limpeza de pele, a espátula é utilizada no modo contínuo e na posição invertida.

Figura 57 Ação do peeling ultrassônico sobre a camada córnea da pele. Transdutor


espátula para peeling ultrassônico na posição inclinada num ângulo de 45°.

Outro efeito é a micromassagem tecidual da pele, induzindo à melhora do intercâmbio


celular e oxigenação; otimiza a circulação sanguínea periférica e produz efeito sedante das
terminações nervosas.
O aparelho quando usado no modo pulsado, as ondas sonoras são intermitentes e servem
como aplicação de ativos cosméticos, ele faz o trabalho da fonoforese ou sonoforese, levando
o princípio ativo do produto o mais profundamente possível, desde que o produto seja líquido,
90

pois cremes e óleos possuem moléculas maiores e isso dificulta sua penetração na pele. Para a
realização da técnica de sonoforese, deve-se usar o dorso da espátula aplicadora.
O mecanismo de ionização do peeling ultrassônico consiste em um sistema destinado a
realizar permeação de ativos pela saída de ultrassom com uma onda modulada, ativando
automaticamente a corrente galvânica, intensificando a penetração de micromoléculas contidas
em cosméticos para fins de hidratação, revitalização, firmeza e elasticidade da pele. Nesse caso
é necessário utilizar o eletrodo passivo para fechamento do circuito. Utiliza-se o dorso da
espátula.

Figura 58 Aplicação com o dorso. Peeling ultrassônico.

INDICAÇÕES
 Higienização da pele na preparação para tratamentos estéticos;
 Esfoliação superficial;
 Auxilia no tratamento de acne (por ajudar a diminuir a oleosidade da pele);
 Auxílio no clareamento de manchas;
 Tratamento de rugas e estrias (pela melhora da oxigenação e microcirculação local e
ativação do metabolismo tecidual);
 Hidratação da pele e introdução de cosméticos ionizáveis;
 Como uma alternativa para as peles sensíveis que não puderem receber o peeling de
diamante ou para todos os tipos de pele, mas sempre om cautela e observando a pele.

CONTRAINDICAÇÕES

 Alteração de sensibilidade.
 Próteses metálicas.
 Marca-passos ou qualquer outro tipo de dispositivo eletrônico implantado.
 Gravidez.
 Região de pálpebra;
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 Áreas de tromboflebite;
 Acne ativa.
 Cardiopatias/disritmias;
 Afecções dermatológicas;
 Processos inflamatórios e/ou infecções agudas;
 Feridas abertas;
 Febre;
 Áreas tratadas por radioterapia.
 Órgãos reprodutores;
 Tumores;
 Câncer;
 Epilepsia.

TÉCNICA

Na limpeza da pele: aplica-se o peeling ultrassônico com a loção emoliente, que agirá
como agente condutor/acoplante do ultrassom na camada córnea, além de potencializar a ação
descamativa da capa córnea. Também pode ser utilizado soro fisiológico para emoliência.
Deve-se cobrir os olhos do cliente com compressas úmidas em loção para área dos olhos
ou chá de camomila, evitando que os olhos tenham contato com o emoliente, pois durante sua
aplicação, parte dele é dispersa em forma de “spray”, podendo atingir os olhos do cliente.
 Com o emoliente na superfície cutânea, deslizamos a ponta da espátula sobre toda a área

que se deseja trabalhar, sem pressioná-la sobre a pele. Nesse caso é recomendado o modo
contínuo, e com a espátula invertida.
É preciso repor constantemente o liquido para
permitir a boa condução do ultrassom, garantindo
afinamento da superfície e ação do emoliente ao
mesmo tempo.
O tempo de aplicação total para a face é de
cerca de 10 minutos e, durante toda a aplicação, é
possível visualizar a saída do sebo dos canais
foliculares mais dilatados, como os da área do nariz,
por exemplo. Figura 59 Aplicação do peeling ultrassônico.
92

Após a aplicação do peeling ultrassônico não é necessária emoliência, pois ela já foi feita
durante o procedimento. Caso necessite de maior emoliência além da obtida durante o peeling
ultrassônico, proceda com o emoliente.
Após utilização prossiga com o tratamento selecionado.
A limpeza de pele com o peeling ultrassônico pode ser realizada a cada 15 ou 30 dias.
Para auxílio na permeação de ativos:
Depois da limpeza da pele, aplica-se o produto com ativos selecionado de acordo com o
tratamento e com a espátula no lado do dorso na pele. Prosseguir com os demais passos do
tratamento.
A espátula e o equipamento devem ser higienizados e desinfetados logo após o uso. Para
isso utilize clorexidina ou álcool 70%.

Anotações/parâmetros e higiene dos eletrodos:

11.12 ELETROPORAÇÃO

Desenvolvida na década de 1980, a eletroporação, por meio de pulsos curtos de alta


voltagem, tem como objetivo introduzir substâncias ativas via transcutânea (através da pele
intacta).
A corrente atua modificando o potencial elétrico transmembrana, permitindo que aumente
até 400 vezes sua permeabilidade para a passagem de substâncias exógenas enquanto está sob
o efeito da eletroporação. Após cessar a corrente, a célula volta ao seu estado de normalidade.
A eletroporação designa o uso de pulsos curtos (microssegundos a milissegundos) de alta
voltagem, que ultrapassam a barreira da membrana celular, promovendo um rearranjo estrutural
desta membrana e, tornando-a altamente permeável a moléculas exógenas, presentes no meio
externo.
93

Há a hipótese de que esse aumento de


permeabilidade consiste na formação de canais aquosos
temporários (poros), pelo campo elétrico, capazes de
potencializar o transporte iônico e molecular através da
membrana.
As substâncias eletroporadas, em sua maioria, são
lipossomadas e podem ser transportadas de forma
transcelular.
É importante pontuar os efeitos desejados na
terapêutica, pois a substância a ser veiculada depende dos
objetivos a serem alcançados.
A eficácia do transporte depende dos parâmetros
elétricos (frequência de pulso, formato de onda,
intensidade do campo elétrico e outros) e das
propriedades físico-químicas do ativo.
Figura 60 Ilustração da ação da
INDICAÇÃO eletroporação.

Como dito anteriormente, o efeito depende do objetivo do tratamento, pois a substância


a ser eletroporada deve ser escolhida conforme o tratamento proposto.
 Hidratação;
 Tratamento de acnes;
 Discromias (manchas);
 Flacidez;
 Pré e pós-operatório de cirurgia plástica;
 Cicatriz;
 Adiposidade localizada e Fibro edema gelóide (FEG – Celulite): é indicada para os casos
de adiposidade localizada e, consequentemente, pode ter resultados satisfatórios nos
tratamentos de FEG, em que é necessário inicialmente reduzir o panículo adiposo.

CONTRAINDICAÇÕES
As contraindicações estão relacionadas aos efeitos dos produtos utilizados para a
eletroporação, bem como às contraindicações gerais da eletroterapia para determinados grupos
como:
 Gestantes;
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 Cardíacos e portadores de marca-passo;


 Sobre lesões cutâneas;
 Entre outros.

TÉCNICA

Em relação aos parâmetros, a adoção de dosimetria e tempo de aplicação adequados, deve


seguir as recomendações do fabricante, pois os diversos equipamentos comercializados diferem
quanto às características tecnológicas de fabricação. Isso também se aplica ao produto
cosmético empregado na técnica.
Sabe-se que a técnica trabalha no modo continuo ou pulsado, sendo o modo contínuo
mais indicado para permeação de ativos, por manter os canais abertos continuamente.
Potencia pode variar de 0 a 100%, geralmente em torno de 40 % é o suficiente para abrir
os canais. Mais de 60% muito forte o estimulo e pode fechar os canais. Porém é importante
frisar que é necessário verificar as recomendações do fabricante com base nos efeitos
fisiológicos e atuação do técnico em Estética.
O transdutor deverá ser deslizado lenta e uniformemente, sem sentido específico, até
absorção total do produto.
Anotações/parâmetros e higiene dos eletrodos:

11.13 MANTAS TÉRMICAS

A manta térmica é um dispositivo que faz parte da termoterapia. É um aparelho que utiliza
calor superficial obtido por “resistências” elétricas revestidas por um tecido sintético (nylon,
silicone ou courvin), e tem forma de manta ou “tapete”. Há um termostato para manutenção da
temperatura terapêutica em torno de 50 a 60 ºC.
Vale ressaltar que, embora muito usada na prática clínica, a manta térmica ainda tem sua
eficácia questionada, tendo em vista que o calor produzido é superficial, que nem sempre os
95

cosméticos com ação lipolítica têm eficácia comprovada, e que, pelo fato de a manta térmica
ser utilizada quase sempre junto com outros procedimentos lipolíticos, dificulta a verificação
se ela foi realmente eficaz. Além disso, não encontramos artigos científicos comprovando a
eficácia da manta térmica como um recurso lipolítico eficaz (BORGES,2016).

EFEITOS LOCAIS:
 Produção de calor,
 Vasodilatação,
 Aumento do fluxo sanguíneo,
 Aumento da viscosidade dos tecidos,
 Aumento da atividade das glândulas sudoríparas
 Aumento do consumo de oxigênio
 Aumento da atividade enzimática,
 Aumento da permeabilidade celular,

CONTRAINDICAÇÕES

São contraindicações para utilização da manta térmica: edemas superficiais de natureza


não inflamatória, processos inflamatórios agudos, transtornos de sensibilidade ao calor local,
portadores de hipotensão e hipertensão arterial, portadores de transtornos circulatórios gerais
(de caráter superficial).

TÉCNICA

A aplicação da técnica será variável de acordo com a disfunção abordada.


No caso do tratamento para a gordura localizada, a região a ser tratada deve ser
higienizada com um esfoliante ou gommage, a fim de retirar as impurezas, e, a seguir, pode ser
aplicado um cosmético lipolítico que possa ser exposto ao aumento de temperatura (cosméticos
com enzimas na sua composição não devem ser utilizados com o calor, correndo o risco de
perderem sua função).
Uma faixa umedecida com loção cosmética pode envolver a região a ser tratada, mas sem
grande compressão.
O cliente deve ser posicionado na maca em decúbito dorsal, e a manta deve ser colocada
sempre com uma proteção de uma toalha ou um lençol para que o calor não fique em contato
direto com a pele, podendo gerar queimaduras.
96

A região deve ser recoberta com a manta e, em seguida, estabelece-se a temperatura no


aparelho, acima de 38 °C, respeitando a sensibilidade do cliente. Temperaturas acima de 45 °C
não terão maiores repercussões no organismo, pois este tenderá a reagir com a termorregulação,
aumentando apenas a transpiração.
O tempo preconizado é de 20 a 30 minutos e o cliente sempre deve estar acompanhado
do profissional, para evitar qualquer tipo de intercorrência.
Após o término da aplicação, deve-se retirar o produto cosmético com auxílio de uma
toalha ou esponja umedecidas em água morna ou submeter o cliente a uma ducha rápida
(quando a clínica dispuser de estrutura apropriada). Pode-se finalizar a sessão aplicando um
creme hidratante ou redutor em toda a região submetida à termoterapia.
Após o término da sessão não é indicada a utilização de tratamentos como a crioterapia,
em razão dos objetivos opostos dessas técnicas.

Sugestão de protocolo utilizando a manta térmica (BORGES, 2016):


• Aplicação do creme redutor
• A bandagem deve ser umedecida com água morna + sal termolipolítico
•. Envolve-se a região a ser tratada com a bandagem

Figura 61 Aplicação da bandagem umedecida: a) Enfaixamento com a bandagem; b) Finalização do


enfaixamento. Fonte: BORGES, 2016.

•. Oclui-se, então, com filme plástico, e protege-se a região com uma


Toalha.
•. Aplica-se a manta térmica por até 30 minutos, com a região protegida com uma toalha
•. Após a aplicação, retira-se a bandagem e a oclusão.
•. Após o término, pode ser realizada uma massagem modeladora local com creme redutor.
97

Figura 62 Mantas térmicas: a) Demonstração de colocação da manta térmica corporal; b) Termostato presente
na manta térmica: dispositivo de segurança para controle da temperatura.

• Deve-se orientar o cliente a não entrar em água gelada ou fria até uma hora após o tratamento
(por exemplo, banho ou piscina).
.
11.14 INFRAVERMELHO LONGO

A radiação infravermelha foi descoberta em 1800, por William Herschel, um astrônomo


inglês de origem alemã. Embora não seja percebida na forma de luz, ela pode ser percebida
como calor por terminações nervosas especializadas da pele (termorreceptores).
O aumento da temperatura gerado pela radiação infravermelha otimiza a circulação local,
aumenta o metabolismo celular e a capacidade de drenagem linfática de fluidos intersticiais.
Todos esses fatores em conjunto podem favorecer o processo de lipólise, mas ainda faltam
estudos para fundamentar melhor esse mecanismo.
A radiação infravermelha está dividida, segundo seus efeitos biológicos, em três
categorias: curta (0,8-1,5 μm) média (1,5-5,6 μm) longa (5,6-1.000 μm)
O infravermelho longo quando aplicado no corpo resulta na absorção de energia pelas
moléculas de água, sendo esse fato fundamental para gerar a bioestimulação, resultando em um
incremento do metabolismo por intermédio da microcirculação sanguínea, provocando assim
uma desintoxicação metabólica entre outros benefícios para a saúde e para a estética.
As ondas emitidas pelo infravermelho longo atuam na água do organismo, que representa
70% do corpo humano. A falta da água favorece a formação dos clusters que armazenam gases
e toxinas, dificultando a osmose (diálise).
Quando o infravermelho longo incide sobre os clusters, estes se desfazem em grupos
mínimos, eliminando as toxinas das células, favorecendo a desintoxicação e o aumento da
imunidade do organismo
98

Figura 63 Ação dos raios infravermelhos sobre os clusters. Fonte: BORGES, 2016.

Dessa forma, pode-se acreditar que o infravermelho longo atua na prevenção de muitas
doenças e auxilia nos tratamentos da saúde e afecções estéticas.
A utilização estética do infravermelho longo pode ser realizada por meio de mantas
térmicas que contêm a radiação associada e, também, por câmaras específicas de
infravermelho longo.

11.15 LÂMPADA DE WOOD

A lâmpada de wood foi desenvolvida pelo médico norte-americano Robert Williams


Wood, e se trata de um equipamento que possibilita um diagnóstico dermatológico
complementar. Nada mais é do que um exame simples que é feito por iluminação da área com
uma lâmpada de luz negra que denota fluorescência específica da área a ser observada.
O método baseia-se no fenômeno de fluorescência produzida por algumas substâncias
quando, sobre elas, incide uma radiação ultravioleta com um determinado comprimento de
ondas. Sua fluorescência possui numerosas aplicações além das incluídas no âmbito da
medicina. Em contato com a fluorescência algumas substâncias apresentam reações distintas,
assim é possível reconhecer diferentes substâncias e estruturas, sendo útil em processos de
diagnóstico (SEELIG; LOPES, 2012).
A emissão da radiação ultravioleta de onda longa que ela faz é gerada por um arco de
mercúrio de alta pressão através de um filtro feito de silicato de bário, com 9% de óxido de
níquel, denominado filtro de Wood. Esse filtro é opaco a todas as luzes, exceto às que se situam
na banda entre 320nm e 400nm, com o pico em 365nm. A fluorescência do tecido ocorre quando
o menor comprimento de onda, nesse caso, entre 340nm e 400nm, inicialmente emitido pela
luz de Wood (LW), é absorvido e apenas as radiações de comprimento de onda mais longas,
geralmente no espectro da luz visível, são emitidas
99

Quando a LW ilumina uma epiderme com grande quantidade de melanina, a maioria é


absorvida, enquanto a pele próxima, menos pigmentada, reflete luz como de costume,
resultando em contrastes na borda entre às áreas com gradientes distintos de melanização.
Sendo assim, as variações da pigmentação na epiderme se tornam mais aparentes sob a LW do
que sob a luz comum.
Nas pigmentações dérmicas, esse contraste é menos aparente sob a LW, pois algumas das
autofluorescências do colágeno se distribuem acima e abaixo da melanina dérmica, diminuindo,
portanto, a quantidade de fluorescência visível.
Pode-se através do diagnóstico com a lâmpada determinar se uma alteração hipercrômica
encontra-se em nível epidérmico ou dérmico. A utilização da lâmpada ajuda a definir a
extensão, o grau e a localização da lesão pigmentar de modo rápido e prático
O exame à LW não é confiável em tipos de pele mais escuras (fototipos V e VI), pois há
necessidade de níveis basais baixo de melanina endógena para detectar os contrastes
pigmentares que serão reforçados pela fluorescência da LW induzida pela luz (SEELIG;
LOPES, 2012).
O uso da LW requer habilidade mínima e seu uso pode servir como grande aliado nos
diagnósticos envolvendo distúrbios pigmentares, uma vez que sob a LW se permite localizar o
depósito de melanina e com isso predizer a resposta do tratamento, já que nos melasmas
epidérmicos, por exemplo, respondem mais a tratamento tópico, ao passo que os melasmas
dérmicos necessitam de maior tempo de tratamento para se obter um resultado semelhante, pois
este depende da eliminação de melanina pelos macrófagos.
Para que o diagnóstico seja feito de modo seguro, é preciso que se cumpram algumas
regras. O exame deverá ser realizado sobre a pele perfeitamente limpa e isenta de todas e
quaisquer substâncias. A causa mais frequente de erros no diagnóstico se dá em peles com
resíduos de maquiagem, suor, crostas ou outras substâncias.
É importante dizer que a LW assenta numa radiação ultravioleta, por isso não deve ser
dirigida aos olhos. Neste sentido, é preferível que a cliente feche os olhos na hora da observação.
É necessário criar previamente uma escuridão total na área que será observada, para que a LW
funcione de forma correta e para que seja possível observar a fluorescência em todos os seus
matizes.
Uma vez acesa a LW, deve-se aguardar durante três a quatro minutos antes de direcionar
as radiações para a área a ser explorada. Este período de aquecimento é necessário para que a
LW atinja o seu poder de radiação máximo.
100

NA observação, a LW deve ser colocada a uma distância aproximada de 20-25 cm da


área que se pretende estudar. No entanto, para uma melhor visualização dos detalhes mais
relevantes para o estudo, recomenda- se afastar ou aproximar a LW da referida área.
Para que haja uma interpretação segura dos dados, é importante saber que cada substância
tem um comportamento distinto face às radiações suscetíveis de produzir fluorescência.
As manchas hipocrômicas têm limites mais definidos;
Nas manchas hiperpigmentadas, a utilização da LW proporciona uma ajuda preciosa para
a localização do pigmento: quando a localização é de nível epidérmico (no caso de sardas, por
exemplo), acentua as anomalias se mais escura, enegrecida; quando o pigmento é dérmico
(incontinência pigmentaria), suaviza-as e são mais azuladas.
EPIDÉRMICO – acentuação da
coloração à medida que a luz é absorvida pelo
excesso melanina nas regiões basal ou supra
basal.
DÉRMICO – tal acentuação não é notada
MISTO – como o depósito de melanina
ocorre em ambas, derme e epiderme, o aumento
da coloração é visto em apenas alguns locais
Esta precisão revela-se de grande Figura 64 Rosto: análise luz natural (esquerda) e ao
lado com lampada de wood (direita).
interesse para a realização de prognósticos, face
ao êxito do tratamento de despigmentação.
Alguns ainda descrevem um quarto tipo que seria inaparente à luz de Wood, por se
apresentar em indivíduos de fototipo V e VI. É assim denominado, pois a melanina nestes
pacientes é abundante, e a maior parte da luz é absorvida por este pigmento. Apenas pequena
quantidade retorna aos olhos, e a pele aparece escura como um todo.
Uma nova modalidade de avaliação da pele durante o tratamento dos melasmas, mediante
foto digital tirada de dentro da LW, facilita o registro das imagens do antes e depois, permitindo
assim análises e comparações. Desse modo é possível constatar, apesar das limitações da
técnica, a evolução dos tratamentos oferecidos ao cliente.
Interpretação:
 Peles oleosas manifestam uma fluorescência intensa,
 Peles desidratadas uma fluorescência diminuída,
 Hipocromias têm limites bem definidos,
 Mancha Violeta Escuro: Pigmento superficial (mancha superficial),
101

 Mancha Violeta Clara: Pigmento profundo (mancha profunda),


 Manchas Brancas: Envelhecimento precoce.
Essa interpretação pode mudar de acordo com o fabricante da lâmpada de wood por isso
siga sempre a legenda do mesmo.

Figura 66 Emissor De Luz De Wood fixo Figura 65 Lâmpada de Wood lupa de mão.

PARA NÃO ESQUECER


A maioria das contraindicações são comuns entre elas,
por se tratar de contraindicações para o uso das correntes
elétricas e diferenciam pouco de aparelho para aparelho.
Porém, é necessário sempre ler o manual e pensar no
efeito de cada aparelho.
Lembre-se que nem sempre é possível descrever todas as
contraindicações, por isso questione com base no seu
conhecimento do efeito fisiológico de cada técnica, assim
te ajudará a evitar riscos e preservar a vida do cliente.
Tenha sempre o bom senso, senso crítico e pesquise! Não
permaneça com a dúvida.
Qualquer profissão exige atualização e estudo constante.
Não pare!
102

TEXTOS COMPLEMENTARES

RADIOFREQUÊNCIA

A radiofrequência é um tratamento estético indicado no combate à flacidez tissular. O


aparelho de radiofrequência foi criado nos EUA para o tratamento da flacidez da face sem
cirurgia.
É um equipamento que emite ondas eletromagnéticas de alta
frequência para produzir calor em nível cutâneo e subcutâneo, que
provoca a aceleração das moléculas de água e um aquecimento
controlado, provocando a contração das moléculas de colágeno
aumentando a produção de mais colágeno pelo organismo, que é Figura 67 Flacidez Tissular na
região de abdômen.
o objetivo do tratamento na flacidez da pele, rugas e linhas de
expressão.
Ainda é uma técnica recente, que gera muitas dúvidas, principalmente com relação aos
parâmetros para cada caso, mas existem muitos estudos que podem comprovar a eficácia –
principalmente com relação a regeneração de tecido. Também existe discussão de qual
profissional pode executar a técnica, devido ao nível de profundidade capaz de alcançar, embora
seja considerado não invasiva.
Seu mecanismo de ação (vibração das moléculas de água) transforma a energia
eletromagnética em energia térmica.
O equipamento de RF emite sua energia através de eletrodos específicos montados numa
ponteira de aplicação e, dependendo da tecnologia empregada na fabricação, os equipamentos
se apresentam com dois tipos de ponteira: bipolar, que possui dois eletrodos ativos na própria
ponteira de aplicação; e monopolar, em que há somente um eletrodo ativo na ponteira, e o outro,
o passivo (dispersivo), é colocado numa região plana do corpo, próximo da área-alvo (evitar
áreas com proeminências ósseas).
Há também equipamentos de ponteira monopolar com apenas um eletrodo emissor, sem
eletrodo dispersivo (padrão indutivo).
O meio de acoplamento da radiofrequência é determinado pelo fabricante do aparelho:
pode ser utilizado gel, glicerina ou óleo vegetal.
103

Quanto ao processo de aquecimento, encontramos no mercado dois tipos de equipamento:


resistivo e capacitivo. Os resistivos possuem eletrodos metálicos que ficam em contato direto
com a pele da cliente durante a aplicação (acoplamento direto-resistivo). Nos equipamentos
com padrão capacitivo, os eletrodos são metálicos, mas estão isolados, não ocorrendo contato
direto com a pele (acoplamento capacitivo).
O equipamento de RF é considerado termoterapêutico, e a passagem das ondas
eletromagnéticas pelo tecido pode gerar três fenômenos decorrentes do aumento da
temperatura:
• Vibração iônica: o aumento da temperatura é gerado quando os íons presentes nos
tecidos submetidos à RF geram fricção e colidem entre os tecidos adjacentes.
• Rotação das moléculas dipolares: a alta frequência faz as moléculas de água vibrarem e
colidirem entre os tecidos adjacentes, gerando calor.
• Distorção molecular: moléculas e átomos eletricamente neutros, ao serem submetidos à
RF, não apresentam movimentação, o que gerará uma conversão mínima de energia elétrica em
calor.97
Ao passar pelos tecidos e elevar a temperatura tissular, a RF faz com que o organismo
promova uma vasodilatação, melhorando o trofismo tissular, a reabsorção de líquidos, o que
leva a um ganho nutricional, a uma melhor oxigenação local e a um aumento da drenagem
venosa, melhorando a reabsorção de catabólitos e diminuindo edemas.
A temperatura elevada também promove a remodelação de fibras de colágeno e um
depósito de novas fibras (neocolagenase), e, consequentemente, aumento da espessura e da
densidade do tecido epitelial, minimizando a flacidez e deformidades na pele.
No FEG, esse recurso terapêutico também é indicado para diminuição da camada de
gordura imediatamente subcutânea, que normalmente está associada ao aspecto da casca de
laranja. Nesse caso, a alta temperatura é utilizada para causar um trauma térmico na membrana
adipocitária, inutilizando o adipócito para armazenar triglicerídeos, diminuindo a quantidade
de gordura subcutânea. Segundo alguns autores, o aumento da temperatura no tecido adiposo
subcutâneo, após a aplicação de uma corrente de RF, depende muito do tipo de gordura
subcutânea presente na área-alvo de tratamento. O efeito está relacionado a diferentes
condutividades elétricas através de vias específicas dentro (triglicerídeos em adipócitos) e fora
(matriz extracelular) das células, assim como a diferentes tipos de células de gordura
Sendo assim, resultados da aplicação de RF em procedimentos de contorno corporal
depende da estrutura morfológica da gordura subcutânea. Sendo assim, é mais indicado em caso
de flacidez tissular.
104

Há maior absorção de energia elétrica nos filamentos


dos septos fibrosos do que na gordura propriamente dita.
Também indicado para tratamento de rugas.
O controle de temperatura deve ser feito com o uso
de um termômetro de infravermelho, tendo em vista que a
sensação de calor referida não é a mesma em todas as
pessoas, e pelo fato de ocorrerem casos de alteração de
sensibilidade, é recomendado, a fim de prover maior
Figura 68 Termometro Infravermelho.
segurança ao procedimento, ou de câmera termográfica. Deve-se respeitar o limiar de
sensibilidade de cada cliente, mudando de área e aumentando a velocidade da manopla quando
atingir a temperatura desejada.
A radiofrequência tem sido utilizada também para tratamento de cicatriz, pois dá
maleabilidade do tecido.
Quanto à temperatura no tratamento, só se obtém a neocolagênase na faixa de 38ºC a
40ºC do uso do equipamento na epiderme. Na derme, a temperatura estará pelo menos 2 graus
a mais. Por isso, não se pode ultrapassar 41ºC na temperatura superficial. É importantíssimo
que o equipamento seja manipulado por uma pessoa capaz de usá-lo, com a potência correta
para a área trabalhada – para não queimar a epiderme e não desnaturar as proteínas na derme,
o que geraria mais flacidez no tecido – pois ocasiona a destruição das fibras de sustentação.
Para flacidez cutânea corporal, a temperatura deve ser de 38ºC a 40ºC. Para flacidez
cutânea facial, a temperatura deve alcançar 37ºC a 40ºC.
Se a área a ser trabalhada for o corpo, deve ser dividida em quadrantes (de 10x20cm ou
15x15cm). Quando for a face, deve ser dividida em partes ou hemifaces. Observar a pressão da
manopla é essencial, pois deve ser constante com toda superfície do eletrodo para que a energia
seja dissipada igualmente, evitando concentração de calor num único local. Começar a passar
o equipamento devagar.
Quando a profissional alcança a temperatura ideal na área a ser trabalhada, deve-se manter
a temperatura de 2 a 4 minutos no local. Lembre-se que a técnica da radiofrequência é de
temperatura dependente e não de tempo total de aplicação. O sucesso do protocolo depende
do tempo de permanência térmica para cada tipo de tratamento. O monitoramento da
temperatura é fundamental para o sucesso do tratamento.

INDICAÇÕES
105

 Flacidez cutânea;
 Rugas;
 Fibroses e aderências;
 Acne em fase cicatricial

EFEITOS FISIOLÓGICOS

 Vasodilatação local;
 Incremento da circulação sanguínea;
Figura 69 aplicação da radiofrequência.
 Maior aporte de nutrientes;
 Maior atividade metabólica e enzimática;
 Diminuição da viscosidade;
 Estimulação nervosa (diminui o quadro álgico).

CONTRAINDICAÇÕES

 Gestantes
 Neoplasias
 Portadores de marca-passo
 Peles com transtornos circulatórios, como varizes e tromboses
 Condições hemorrágicas
 Diabéticos
 Infecções sistêmicas ou locais
 Alterações de sensibilidade
 Hipertensão arterial.
 Diabetes;
 Uso recente de peeling químicos, biológicos ou resurfacing a laser.
Não pode ser utilizado sobre o globo ocular, glândula tireoide, regiões que possuam
próteses metálicas e órgãos genitais.
106

LUZ INTENSA PULSADA: TRATAMENTO PARA O FOTOENVELHECIMENTO2

A Luz Intensa Pulsada (LIP) é gerada por um aparelho específico que produz calor na
pele e atinge diferentes alvos: a melanina que, em excesso, causa sardas e manchas, os vasos
sanguíneos no caso, os microvasos da face e colo principalmente, e o colágeno, para tratamento
flacidez e rugas. O tratamento com Luz Intensa Pulsada (LIP) é feito com um aparelho que
possui uma lâmpada flash de alta energia, ou seja, emite luz.

INDICAÇÕES DO TRATAMENTO COM LUZ INTENSA PULSADA

A Luz Pulsada possibilita o tratamento de várias lesões causadas pelo


fotoenvelhecimento, em diversas áreas do corpo como face, dorso das mãos, colo e pescoço.
Trata rugas, vasos faciais, rosácea, manchas solares, dano solar crônico, alteração de textura da
pele, olheiras, poiquilodermia (manchas, vasos e envelhecimento do colo e pescoço), depilação
e pode ser utilizada até mesmo para remoção de tatuagens.
O que permite que a LIP trate diferentes problemas é sua amplitude de comprimento de
ondas, que atingem diferentes profundidades da pele.
O tratamento com LIP está indicado para pessoas com fototipos I (pele branca muito
sensível), II (pele branca pouco sensível) e III (pele morena clara).
Os Fototipos IV, V e VI que são peles mais escuras têm maiores chances de complicações,
pois a melanina, em maiores quantidades, pode absorver o feixe luminoso.

LUZ INTENSA PULSADA X LASER

A Luz Intensa Pulsada, assim como o Laser, é uma fonte de energia luminosa não
ablativa. Ou seja, ambos geram calor na pele sem provocar qualquer alteração da continuidade
da pele - um corte. “Mas diferentemente do Laser, a LIP apresenta diversos comprimentos de
onda, isto é, todo ou parte do espectro luminoso”. Com isso, o Laser é mais específico – age
exatamente no ponto desejado (na melanina, por exemplo) e a Luz Intensa Pulsada é
inespecífica, pois aborda diferentes alterações numa mesma aplicação.
Quem pode aplicar o procedimento com Luz Intensa Pulsada?

2 FONTE: Disponível em: <http://www.minhavida.com.br/beleza/tudo-sobre/16552-luz-intensa-pulsada-


tratamento-para-o-fotoenvelhecimento>. De autoria dos dermatologistas Luis Torezan (CRM: 72624) e Renata
Valente (CRM: 80009), membros da Sociedade Brasileira de Dermatologia
107

O tratamento só pode ser aplicado por médico especialista, e pode gerar dor e desconforto,
no entanto, são suportáveis. Caso a sensibilidade do paciente seja grande, é possível usar
medicação anestésica tópica.

Número de sessões de Luz Pulsada

Geralmente, para obter o máximo de eficácia no tratamento de manchas, sardas e vasos


sanguíneos aparentes se recomendam quatro sessões em média, mas é comum observarmos os
resultados desde a primeira aplicação. Para o tratamento de rugas e flacidez é preciso estimular
o colágeno, o que demanda mais tempo. Consequentemente os resultados aparecem com mais
tempo e podem ser necessárias até seis sessões de LIP. O intervalo entre as sessões pode variar,
mas a espera de 21 a 30 dias costuma ser suficiente.
Quais os cuidados para manter os resultados do tratamento com Luz Pulsada?
Qualquer tratamento dermatológico precisa de foto proteção para que os resultados sejam
mantidos. Está indicado o uso de protetor solar com fator de proteção mínimo de 30, com
reaplicação a cada três horas, além de evitar a exposição solar no período das 10 às 15 horas.
Pode haver a necessidade de usar medicação corticoide, caso haja informações.

CONTRAINDICAÇÕES AO TRATAMENTO COM LUZ PULSADA

Gestantes, pessoas com vitiligo ou infecções ativas no local a ser tratado devem evitar o
tratamento, pois podem ocorrer hipo ou hipercromia, isto é, alterações da coloração da pele.
Pessoas em uso de medicações que aumentem a fotossensibilidade, como alguns antibióticos e
antiacneicos, também devem evitar o tratamento com Luz Intensa Pulsada.

COMPLICAÇÕES DO TRATAMENTO COM LUZ PULSADA

Pode haver irritação, dor, inchaço, formação de feridas e vermelhidão. Em geral estas
lesões são brandas e se resolvem de cinco a sete dias após o tratamento.
Também pode ocorrer tipo ou hipercromia, ou seja, a diminuição ou aumento da
pigmentação da pele. Bolhas são raras e podem significar queimadura, necessitando de
tratamento médico específico. Complicações a longo prazo, como as cicatrizes, são raras e
ocorrem em consequência de uma técnica de aplicação falha. A técnica falha acontece quando
não é feito o ajuste adequado da amplitude de onda da Luz Intensa Pulsada.
108

ATIVIDADES

1. Diferencie peeling de cristal e de diamante.


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2. Explique a função das seguintes modalidades de correntes nos tratamentos estéticos


faciais.
a) desincruste:
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b) Corrente russa:
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c) Iontoforese:
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d) Eletrolifting:
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e) Eletrolipólise:
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f) alta frequência:
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g) Microcorrente:
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3. Qual é o mecanismo de ação do peeling ultrassônico? Explique com suas
palavras:
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4. Qual a principal diferença entre endermologia vibratória e Vacuoterapia? Quais


as indicações de cada uma?
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5. Com base no que estudou sobre manta térmica, qual a indicação e porquê?
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6. Quando o objetivo é permear ativos, quais aparelhos eletroestéticos podem ser
utilizados? Quais critérios devo seguir para escolher?
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7. As estrias também podem ser tratadas com aparelhos de eletroterapia com o
objetivo de amenizar sua aparência. Entre os aparelhos estudados, quais são indicados
para tratá-las? Com base no efeito fisiológico esperado, explique o porquê:
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8. Explique como é o mecanismo de ação da eletroporação nos tecidos:


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9. Ao analisar a pele com a lâmpada de Wood, qual a diferença entre a aparência das
hipercromias dérmicas e as epidérmicas ao exame?
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10. Ultrassom: Analisando o fenômeno de cavitação por meio das ondas no tecido,
qual é o tipo que se objetiva quando aplicado nos tratamentos estéticos, realizados pelo
Esteticista? Explique:
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11. Quais são as indicações do tratamento por radiofrequência?
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12. Com base no objetivo do tratamento, selecione o aparelho adequado para cada
problema abaixo:
a) Cliente - adolescente 16 anos, apresenta comedões abertos e fechados, pele muito
oleosa. Qual aparelho seria utilizado dentro do protocolo de tratamento? Por quê?
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b) Cliente - mulher 50 anos pele desvitalizada e com rugas. Quais aparelhos são indicados
para peles com rugas? Qual o mecanismo de cada um?
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c) Cliente - mulher com pele normal e precisa apenas de uma renovação e hidratação
cutânea.
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13. Sabendo que:

A Anamnese é uma entrevista realizada pelo profissional esteticista com seu cliente,
com a intenção de ser um ponto inicial no tratamento desejado. Uma anamnese é importante
porque ajuda num diagnóstico mais seguro e um tratamento correto. Após o preenchimento da
113

ficha de anamnese é realizada uma avaliação corporal ou facial para definir o tipo de tratamento
mais adequado, respeitando as informações disponibilizadas pelos clientes.

A ficha de anamnese ajuda o esteticista a tomar decisões importantes no tratamento a


ser realizado. Exemplo: o cliente procura você, profissional da estética, para realizar um
tratamento para manchas na pele. O obrigatoriamente necessita saber a expectativa do cliente,
seu histórico de saúde, o que costuma usar de cosméticos, se ele se expõe ao sol, se está fazendo
algum acompanhamento ou tratamento médico, se possui alguma doença, alergia, restrições e
etc.
Reunindo todos estes dados, conseguirá analisar e montar de acordo com a situação e
necessidade do cliente o melhor tratamento, sendo ele único e personalizado, além de evitar
causar danos ao mesmo.
É necessário criar, selecionar e aplicar os modelos que sejam mais adequados ao
tipo de serviço que prestam.
Com base nisso, junto a um colega seu, monte uma ficha completa de anamnese, que
pode utilizar antes de procedimentos que envolvam eletroterapia. Debata com seus colegas os
pontos e crie uma única junto ao seu mediador. Ao final imprima e anexe em sua apostila.
114

PARA (NÃO) FINALIZAR

A competência de Eletroestética apresenta uma base teórica e instrumental, oferecendo-


lhe subsídios para sua formação profissional, e para que possa atuar em tratamentos estéticos
faciais e corporais, de modo seguro, eficiente e com respaldo cientifico, baseado no
conhecimento das técnicas e de sua correta aplicação.
Lembre-se que você deve sempre estar preparado para compreender os avanços dos
tratamentos estéticos, no mundo de hoje, o que facilita a escolha do procedimento mais
favorável para cada caso, oferecendo benefícios e bons resultados nos tratamentos efetuados.
Para isso, dedique-se as atividades e as práticas que devem ser desenvolvidas, reflita, faça
relações entre dados, informações e ideias, desafie o senso comum, pesquise, troque ideias.
Questione sempre!
A aprendizagem foi um acontecimento natural e que a sua capacidade de estudos terá sido
ampliada pelo exercício e pela satisfação em sentir o próprio crescimento.
Por tudo isso, lembre-se de que o assunto não termina aqui! Há muito o que aprender.
O que foi visto nesta etapa e um caminho apontando para fontes inesgotáveis de estudos e
experimentações. Para que você continue enriquecendo seus conhecimentos. Dessa forma, seus
horizontes se ampliarão e, consequentemente, seu desempenho profissional.
115

REFERÊNCIAS

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Imagens:
BORGES, Fábio dos Santos; SCORZA, Flávia Acedo (org.). Terapêutica em estética: conceitos e técnicas. São
Paulo: Phorte, 2016. 913 p.

SILVA, M. T. Eletroterapia em estética corporal. São Paulo: Robe Editorial, 1997.

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*Todos os textos contidos nessa apostila foram retirados das referências acima citadas. Se trata de um material de
apoio em forma de coletânea de texto para o Curso Técnico em Estética.

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