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INSTITUTO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO VALE DO ACARAÚ-IVA

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA


DISCIPLINA: SEMINÁRIO DE PESQUISA III

MARIA BIANCA SOUSA COSTA

A REFLEXÃO ACERCA DA DIMENSÃO E FUNÇÃO DA AVALIAÇÃO ESCOLAR


NA VISÃO DO PEDAGOGO

ITAPAJÉ-CE
2019
1 INTRODUÇÃO

É interessante que se saiba como foi processado o desenvolvimento da


avaliação ao longo da história da humanidade, pois como é sabido, a avaliação
como juízo de valor está presente em todas as atividades humanas, com a finalidade
de comprovar ou determinar e mensurar valor.
Nesse sentido Lima (2010) afirma que:

Sócrates submetia seus alunos a um exaustivo e preciso inquérito oral que


ainda é utilizado, atualmente, por muitos educadores em suas atividades de
classe, durante as argüições ou questionários orais. "O conhece te a ti
mesmo" no qual empenhou toda a sua vida de sábio. Apontava a
auto-avaliação como um pressuposto básico para o encontro com a
verdade. Seu método pedagógico também chamado maiêutica pôs em
evidência o processo da conceituação, considerado básico sobre o ponto de
vista científico.

Levando em consideração que a autoavaliação aplicada por Sócrates


permanecem na atuação do educador, é interessante pontuar que esse tipo de
avaliação continua com a mesma importância, tanto para o professor conhecer seu
perfil de ensino quanto para o aluno reconhecer a sua identidade de uma forma
geral.
Em algumas pesquisas, educadores discorrem sobre a existência de
diferenças entre algumas práticas avaliativas. Desse modo é comum que se
encontre textos diferenciando exames de avaliações, elencando as diferenças e
muitas vezes confundindo ainda mais o docente, já que ambas as formas exigem o
conhecimento por parte do aluno para que funcione para uma determinada
metodologia.
Luckesi, (2000) explica que o ato de avaliar busca conhecer o perfil
educacional do aluno, além de proporcionar ao professor a reflexão das metodologia
que utiliza em sala, em contra partida, o exame tem a premissa de condicionar o
aluno a se encaixar na sua proposta, ou seja, para esse tipo de método é levando
em conta que ao examinar o aluno precisa repetir tal qual estudou, um esquema de
memorização do conteúdo. O que prejudica o educando no tocante a sua
desenvoltura no meio social quando for exigível que ele possua determinados
conhecimentos.
Assim é possível perceber que os mecanismos utilizados pelos educadores
geralmente possuem fins de segregação, ou seja, dividir em quem sabe e quem não
sabe, o que caracteriza como exame, mas seria mais eficiente definir níveis e
observar em quais níveis os alunos se encontram o que seria a realização de uma
avaliação nos parâmetros idealizados por Bloom e utilizados nos parâmetros da
Base Nacional Comum Curricular - BNCC.
As avaliações escolares no Brasil raramente são o foco de discussões, mas a
metodologia aplicada para medir o que se aprende nas escolas públicas afeta
diretamente o resultado de modo geral.
Mediante o que foi exposto a pesquisa se fundamenta no interesse de mapear
o que se conhece sobre as avaliações e que se produza um material que facilite a
compreensão à respeito desse tema que não é tão mencionado na academia.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Se faz necessário elucidar sobre o que é aprendizagem para posteriormente


entender o processo de avaliação. Portanto a aprendizagem é um processo de
expansão cognitiva onde a mente assimila conhecimento por meio da interação com
o ambiente, ou seja, a criança aprende pelos canais sensoriais e interpreta a
experiência como um novo conhecimento. Tomando por base essa definição existe a
questão: Como avaliar um processo expressivamente particular? A resposta ainda
não é clara. No entanto pretende-se pôr em pauta a visão que se têm de avaliação.

Avaliação escolar é um meio e não um fim em si mesma, está delimitada


por uma determinada teoria e por uma determinada prática pedagógica. Ela
não ocorre num vazio conceitual, mas está dimensionada por um modelo
teórico de sociedade, de homem, de educação e, consequentemente, de
ensino e de aprendizagem, expresso na teoria e na prática pedagógica.
(CHUEIRI apud CALDEIRA, 2000)

Comumente se confunde exame com avaliação e mensurá-los pode ser ainda


mais confuso, no entanto o objetivo dos exames são de selecionar o indivíduo que
possui um determinado grau de conhecimento daquele que se comparado ao
primeiro não obteve os mesmos resultados ou seja, se um professor aplica um
exame ao fim de bimestre com o intuito meramente de atribuir uma nota aos alunos
cobrando o conteúdo lecionado, mas ao determinar o número de acertos de cada
aluno ele percebe que alguns poucos alunos não alcançaram o esperado, o que
geralmente se vê é a correção da prova em sala e parte-se para o próximo conteúdo
que será cobrado na prova seguinte.
O contrário disso são as avaliações que não se pretende excluir, mas sim
classificar. Para classificar os indivíduos é fundamental que se conheça os tipos de
avaliação que são diferenciados por suas finalidades.
Segundo Morales (2003) a função da avaliação formativa é conseguir
informação (feedback) ao longo do processo de ensino aprendizagem, enquanto a
somativa se caracteriza pela certificação quanto ao nível do aluno ao término de um
determinado período.
A avaliação formativa tem como um dos principais objetivo proporcionar ao
educador a reflexão da própria metodologia, ou seja, uma espécie de autoavaliação
de acordo com o que o mesmo conseguiu despertar no aluno. Assim é necessário
citar o que se tem como perfil de um educador avaliador, visto que Luckesi, (2000)
discorre que o docente quando era aluno foi avaliado por meio de exames e só
conhece esse método, então por conseguinte submete seus alunos à este tipo de
medição. Essa questão também é pontuada por outro autor.
Hoffman afirma:

Minhas investigações sobre avaliação sugerem fortemente que a


contradição entre discurso e a prática de alguns educadores e,
principalmente, a ação classificatória e autoritária, exercida pela maioria,
encontra explicação na concepção de avaliação do educador, reflexo de sua
estória de vida como aluno e professor. [...] É necessária a tomada de
consciência dessas influências para que nossa prática avaliativa não
reproduza, inconscientemente, a arbitrariedade e o autoritarismo que
contestamos no discurso.

Um dos fatores que impede a difusão da avaliação é o sistema vertical de


ensino que exige nota azuis, pois o bom desempenho dos alunos enquanto massa
(na sua totalidade) garante à escola um prêmio, isso mostra que o que se considera
importante é a quantidade de alunos que conseguem memorizar o conteúdo para
determinada prova como, por exemplo, uma prova externa do governo onde alguns
professores treinam os alunos com repetitivos simulados. Outra implicação do
governo é o fato de quem delega aos professores não sabe o contexto social em que
o aluno está inserido, finda em cobranças impossíveis de serem realizadas.
Libâneo expõe:
Uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, que deve
acompanhar passo a passo o processo de ensino e aprendizagem. Através
dela, os resultados que vão sendo obtidos no decorrer do trabalho conjunto
do professor e dos alunos são comparados com os objetivos propostos, a
fim de constatar progressos, dificuldades, e reorientar o trabalho para as
correções necessárias. A avaliação é uma reflexão sobre o nível de
qualidade do trabalho escolar tanto do professor como dos alunos. Os
dados coletados no decurso do processo de ensino, quantitativos ou
qualitativos, são interpretados em relação a um padrão de desempenho e
expressos em juízos de valor (muito bom, bom, satisfatório, etc.) acerca do
aproveitamento escolar. A avaliação é uma tarefa complexa que não se
resume a realização de provas e atribuição de notas. A mensuração apenas
proporciona dados que devem ser submetidos a uma apreciação qualitativa.
A avaliação, assim, cumpre funções pedagógico-didáticas, de diagnóstico e
de controle em relação às quais se recorrem a instrumentos de verificação
do rendimento escolar. (LIBÂNEO apud ​CONCEIÇÃO).

A atribuição de nota, não pode ser um jogo de quantidade, pois o aluno não é
número, mas deve apontar onde a criança se encontra em uma escala de
habilidades.

3 METODOLOGIA

O presente trabalho se caracteriza como uma pesquisa bibliográfica e de


campo que se fundamenta em uma análise qualitativa e quantitativa. Para a
presente pesquisa foi selecionado como público alvo um total de dez acadêmicos de
Pedagogia que voluntariamente se dispuseram a responder o questionário, onde os
voluntário foram direcionados de duas turmas do Instituto de Estudos e Pesquisas
do Vale do Acaraú- IVA sendo a extensão situada no município de Itapajé, Ceará,
que fica distante 130 quilômetros da capital do Estado.
A temática da pesquisa se voltou quanto a visão particular de avaliação, além
de constatar aspectos da prática docente atual do pedagogo, visando o
esclarecimento quanto a avaliação como processo fundamental e indissociável do
ensino.
O questionário conta com 5 questões, sendo uma subjetiva e as demais
objetivas, assim, tornando possível que se observe quantitativamente e
qualitativamente as considerações elencadas pelos pedagogos.
Para fins estatísticos, a pesquisa apresenta dados coletados e analisados no
Instituto de Estudos e Pesquisas do Vale do Acaraú. Para isto foi considerado com
público alvo dez alunos dentre as turmas 0747 e 0749 do curso de pedagogia que
responderam o questionário a seguir.

1. Atribua um conceito à avaliação escolar .


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2. Considerando avaliação formativa como um feedback entre aluno e professor


você costuma atribuir nota com esse tipo de avaliação?

( ) Sim ( ) Não

3. Na questão metodológica, como você classifica a avaliação formativa?

( ) Bom ( ) Regular ( ) Insatisfatório

4. Você acredita ser mais vantajoso aplicar provas em quais períodos?

( ) Diariamente ( ) Semanalmente ( ) Mensalmente ( ) Bimestralmente

5. Você como pedagogo(a) pesquisa sobre abordagem mais significativas para o


processo de avaliação?

( ) Sim ( ) Não

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do que foi exposto, compreende-se que a avaliação, tem sua


importância atrelada à toda a prática diária do professor. Esta pesquisa
proporcionou, mediante os estudos estatístico e bibliográficos a conclusão de que os
acadêmicos de pedagogia estão sensíveis quanto a importância da avaliação e
contribuiu para que os mesmos pudessem perceber que a avaliação não é o ato de
selecionar questões conteudistas com a finalidade de segregar alunos, mas sim uma
forma de conhecer as habilidades dos alunos, utilizando-se dos tipos de avaliação,
como por exemplo a formativa. Tudo o que foi observado que o aluno aprendeu
durante o processo de ensino e aprendizagem se denomina avaliação.
Foi percebido que, considerando a intenção deste trabalho, foi obtido êxito
com relação à sensibilização dos docentes frente os tipos de avaliação e suas
funções, visto que existe a expectativa de que os docentes busquem flexibilizar a
avaliação escolar e tomar consciência quanto ao seu papel com educador avaliador.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CALDEIRA, Anna Salgueiro. Avaliação e processo de ensino-aprendizagem. 3.


Ed. Belo Horizonte: Presença, 1997.

CONCEIÇÃO, José Luis Monteiro da. ​Teoria e prática da avaliação da


aprendizagem escolar. Revista Educação Pública. 2016. Disponível em:
https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/16/8/teoria-e-prtica-da-avaliao-da-apre
ndizagem-escolar Acesso em: Jun/ 2019

HOFFMAN, Jussara. ​Avaliação: Mito e Desafio.​ Porto Alegre.​ ​1998

LIMA, João. O Processo Histórico Da Avaliação. ​2010. Disponível em:


https://administradores.com.br/artigos/o-processo-historico-da-avaliacao. Acesso em
Jun/2019

LUCKESI, Carlos Cipriano. ​O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem?.


2000.

MORALES, Pedro. ​Avaliação Escolar: O que é, como se faz. Universidad Rafael


Landívar- Espanha. 2003

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