Estiver Roberto Bertolle dos Santos

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR VOLTAIRE DE LIMA

MORAES DA 19º CÂMARA CÍVEL DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO
DO RIO GRANDE DO SUL

Proc. de origem nº.:  5011668-09.2019.8.21.7000

MICHELE PEREIRA SCHIMITT e JOSÉ NILSON ESPÍNDOLA NETO, já devidamente

qualificados nestes autos, vem, mui respeitosamente, à honrosa presença de
Vossa Excelência, em manifestação a intimação referente ao evento 17, requerer.

O Agravado compareceu espontaneamente nestes autos requerendo a

reconsideração da liminar concedida, o que restou indeferido.

Firmou tese defensiva quanto à matéria de fato, no sentido de asseverar a

continuidade dos atos de Abuso de Direito perpetrados (demolição da residência)
bem como, repisou as decisões proferidas em primeiro grau, a fim de ver afastado
o temerário cenário que se criou nas irresponsáveis medidas de reintegração.

Tamanho desespero, que se tenta atacar o objeto da posse ou sua perca, pela dita
demolição da edificação, que em nada se confundem.

Os atos expropriatórios praticados em abuso de direito, avançam no sentido

exclusivo de chancelar ainda mais a situação deplorável a que se levaram os
Agravantes. Pois ainda que a parte Agravada pleiteie a proibição de construir, não
se pleiteou a proibição de acampar. Grifo

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Mas não percamos o Direito de vista, e nesse sentido, se atendo ao caderno

processual, a parte Agravada colacionou a estes autos eletrônicos além das já
referidas decisões de primeiro grau, LEVANTAMENTO PLANIMÉTRICO, (EVENT 12,
OUT 05, OUT O6, OUT 07, OUT 08) O QUE VAI DESDE JÁ IMPUGNADO EM SUA
FORMA E CONTEUDO, eis que produzido unilateralmente, alheio ao juízo de piso,
e incongruente ao lapso temporal dos fatos.

Vejamos então, que o dito LEVANTAMENTO PLANIMÉTRICO, guarda exata

precisão de sua emissão com a data da medida reintegratória que se quis efetivar
de fato em 21/11/2019. Ficando nítido que este não foi apreciado pela
magistrada a quo.

E não percamos de vista ainda que tal LEVANTAMENTO PLANIMÉTRICO, só veio a

ter seus efeitos legais trazidos ao mundo quando do registro da ART no CREA RS
em 11/12/2019, ((EVENT 12, OUT 08).

Mostra-se portando, medida abominável por parte do Agravo, que tenta de

qualquer forma afastar a situação fática narrada pelos Agravantes:

Que o Agravado:

mostrou-se imprudente e imperito, ao não saber com

exatidão quais as referencias de georeferênciamento que
delimitam sua propriedade.

Tamanha incongruência, que na quinta-feira afirma-se que o

imóvel da Osvaldo Pires 431, estava um metro a dentro do
referido loteamento, mas sem nenhum mecanismo hábil para
sua aferição no local.

Já na sexta-feira havia plena convicção por parte do Agravado,

de que seriam três metros, ao passo que, em sua tese, in loko,
não se desincumbiram do ônus de demonstrar, quais seriam as
medidas exatas que se tratariam como irregulares.

(trecho extraído da Petição de

Agravo)

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Também não percamos de vista que se trata de Reivindicatória proposta em

2015, do qual o Agravado nunca se sentiu seguro ao cumprimento da medida
deferida ao piso.

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Percebe-se que mesmo depois de deferida a medida pleiteada aos autos da ação
reivindicatória em 05/10/2017, o autor, ora Agravado, não se sentia
seguro ao cumprimento da medida, o que bem se retrata a Nota de
Expediente Nº 545/2018 de 16/10/2018:

Vistos. Defiro o pedido de complementação para o cumprimento da medida em

razão da dificuldade para o cumprimento do mandado de imissão de posse e da
amplitude da área. Indefiro o pedido de nomeação de um profissional
técnico, visto que a área já está delimitada nos próprios autos,
competindo à parte autora indicar os limites quando do cumprimento
da medida. Consigno que, quanto ao pedido de reforço ao efetivo de Oficiais de
Justiça para o cumprimento, deverão organizar-se entre si. Ainda, diante da
complexidade da execução do ato, defiro o pedido de complementação de 1
URC, conforme previsto no Provimento 23/2018 CGJ, tendo em vista que os
trabalhos iniciam antes do horário de expediente e terminam após o horário de
expediente, valor que deverá ser dividido entre os Oficiais que cumprirão a
medida. Defiro o prazo de 60 dias para o cumprimento da medida, eis que é
necessário tendo em vista a complexidade. Oficie-se, requisitando força policial.
Quanto às casas existentes no local, os ocupantes poderão retirá-las, às suas
expensas, até o momento do cumprimento da medida, sob pena de, em não o
fazendo, ser dado o destino que entender a parte demandante, inclusive com
demolição. Dil. Legais.

Gravataí, 22 de outubro de 2018

Ex positis, que a decisão advinda da ação reivindicatória nunca propiciou melhor

aferição da área em litígio, e que escritura de propriedade e R.I. que decreta a
medida total de 98.254,82 metros quadrados, pouco ou nada solucionou a
demarcação da área. Vindo só agora o Agravado tentar adéqua - lá ao já
ocorrido.

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DA AUSENCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECIFICA (ART. 341, do CPC)

As questões destacadas no presente recurso de Agravo de Instrumento são de

gravidade extremada e reclama, sem sombra de dúvidas, saneamento.

Há elementos probatórios suficientes a comprovar que o mandado dirigiu-se

exclusivamente a Rua: ANTONIO CARLOS JOBIM S/N, fls. não fazendo menção
alguma as RUA: OSVALDO PIRES 431, Rua: Recanto das Taquareiras, Rua:
Crisântemo, Rua: Flor do Campo e Rua: Flor de Lótus , travessas laterais
ao lado norte do mapa da área pretendida, cerca de meio quilômetro de
distancia do local de cumprimento da diligencia citatória, de forma a propiciar a
reintegração mesmo daqueles não trazidos ao processo.

Assim, pela simples aplicação da letra da lei, presumindo-se verdadeiras as

alegações de fato constantes da peça inicial e seus respectivos documentos
anexos, não impugnadas pelo Agravado. (EVENT 1 , MAND 9)

Requer em saneamento, seja provida a pretensão recursal em sua integralidade.

4 - D O S  P E D I D O S

Em suma, tem-se que a pretensão recursal, citada em linhas anteriores, com o

devido respeito, merece provimento integralmente.

Por todas as considerações relevadas, pede-se, como questão de fundo, a

nulidade/reforma do ato decisório atacado, o qual atrelado ao processo nº.
015/1.15.0015887-0, por este combatido, objetivando em consequência, seja
confirmado o efeito suspensivo pelo presente Agravo de Instrumento, e, mais,
acolhendo-se este recurso para:

1) Anular/reformar o ato decisório que indeferiu a tutela pleiteada

a cerca da manutenção da posse, determinando por conseguinte,
a responsabilização do Agravado pelas perdas e danos em caso
de prejuízos causados ao imóvel dos Agravantes;

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AO MÉRITO

Afastar do litígio aos autos da ação reivindicatória e da medida

reintegratória determinada aquele, o imóvel da RUA: OSVALDO PIRES 431
em face dos Agravantes;

Respeitosamente, pede deferimento.

Porto alegre, 10 de fevereiro de 2019

Dr. Estiver Roberto Bertolle dos Santos

Advogado
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Dra. Juliane Rosa Espindola

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