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1.1.Objetivo geral.....................................................................................................................2
1.2.Objectivos específicos........................................................................................................2
2. Motivação.............................................................................................................................2
3. Conclusão.............................................................................................................................9
4. Referências bibliográficas..................................................................................................10
1. Introdução
Neste trabalho, pretende-se fazer uma pequena abordagem a um tema que, segundo a
revisão da literatura, tem sido considerado um dos mais relevantes para o sucesso
académico dos alunos.
No contexto educacional a motivação dos alunos é um importante desafio com que nos
devemos confrontar, pois tem implicações directas na qualidade do envolvimento do
aluno com o processo de ensino e aprendizagem. O aluno motivado procura novos
conhecimentos e oportunidades, evidenciando envolvimento com o processo de
aprendizagem, participa nas tarefas com entusiasmo e revela disposição para novos
desafios (Alcará e Guimarães, 2007). A motivação do aluno é uma variável relevante do
processo ensino/aprendizagem, na medida em que o rendimento escolar não pode ser
explicado unicamente por conceitos como inteligência, contexto familiar e condição
socioeconómica.
2. Motivação
Muitos autores interessaram-se por estudar a motivação e, pelo que podemos constatar
na revisão da literatura, são múltiplas as definições acerca desta temática (Barrera,
2010; Lourenço & Paiva, 2010; Ruiz, Leite & Lima, 2002; Santrock, 2009; Siqueira &
Wechsler, 2006).
De acordo com Ruiz, Leite e Lima (2002), não é possível observar-se directamente a
motivação de um indivíduo; é sim, pela observação do comportamento que se
depreende a existência de motivação. Segundo estes autores, a motivação caracteriza-se
por uma forte energia despendida para realizar um determinado comportamento, que se
dirige para alcançar um objectivo ou uma meta (Ruiz, et al., 2002). De facto, a revisão
da literatura efetuada por Siqueira e Wechsler (2006) indica que a motivação é um
factor interno que permite o começo, orientando e integrando o comportamento de uma
pessoa, dirigindo-se sempre para o alvo a alcançar.
Seja qual for a perspectiva que se adopte, o que sempre se verifica é a existência de dois
tipos de motivação: extrínseca e intrínseca.
A motivação extrínseca está assim relacionada, tal como reforça Tapia (1997), com
metas externas, ou seja, com situações em que a conduta se produz com a finalidade de
apenas se receber uma recompensa ou se evitar qualquer punição ou castigo. Nessas
situações, o sujeito preocupa-se sobretudo com a sua imagem, com o seu “eu”. A
motivação intrínseca corresponde, por seu turno, a situações em que não há
necessariamente recompensa deliberada, ou seja, relaciona-se com tarefas que
satisfazem por si só o sujeito; correspondem-lhe, por isso, metas internas. Vários
autores identificam as metas externas como metas de rendimento e as metas internas
como metas de aprendizagem (Arias, 2004).
Os alunos movidos por motivação intrínseca têm, assim, face às tarefas escolares, o
objectivo de desenvolver as suas competências; aqueles que, ao contrário, são sobretudo
impulsionados por mecanismos de motivação extrínseca, o seu objectivo são apenas
obter avaliações positivas (Fontaine, 1990; Arias, 2004).
Quando confrontados com tarefas específicas, alguns alunos reagem por um aumento de
esforço, de persistência e de maior envolvimento na acção; outros, pelo contrário,
tentam escapar-se e manifestam reacções de inibição. Destes dois tipos de
comportamento advêm geralmente resultados escolares diferentes, mais satisfatórios no
primeiro e menos no segundo, algo que vários autores atribuem a diferenças
motivacionais dos sujeitos (Fontaine, 1990.
Isso significa dizer que os alunos que estão orientados para aprender, norteiam-se para a
conquista de conhecimentos, ou seja, almejam habilidades ou o aperfeiçoamento dessas
habilidades. Eles não se negam a enfrentar os desafios, esforçam-se de modo
persistente, procurando deter o controle sobre a tarefa e envolvem-se mais
profundamente na busca de soluções criativas para as inquietações decorrentes das
dificuldades que surgem (BROPHY,1999).
Segundo Bzuneck (2004c), a motivação como objecto de socialização, não pode ser
ensinada e nem treinada, mas cabe ao professor o papel de motivar os seus alunos,
sendo, portanto, indispensável que se leve em conta, antes da acção pedagógica, rever
certas atitudes negativas e crenças erróneas que os professores podem ter e que
poderiam colocar em perigo o seu trabalho de socialização para uma motivação
positiva. Pode-se perceber, portanto, que analisar a motivação no contexto escolar
implica em abordar um processo que envolve diversos factores e que recai directamente
no comportamento do aluno. Nesse sentido, Tapia (2004) afirma que a motivação está
relacionada à interacção dinâmica entre as características pessoais do aluno e o contexto
em que as actividades escolares acontecem.
A última palavra cabe, todavia, sempre ao aluno. Martín Díaz e Kempa (1991)
defendem, a esse respeito, que se devem ter em conta as características individuais dos
alunos, se o objectivo for o de melhorar o processo de ensino e de aprendizagem. Na sua
opinião, os materiais didácticos poderão até ser os “melhores”, mas tornarem-se inúteis
se os alunos não estiverem interessados neles; as supostas “melhores” estratégias
didácticas não terão qualquer resultado positivo se os alunos não se encontrarem
motivados para elas. Estas preferências por métodos de ensino e por estratégias de
aprendizagem diferentes são determinadas pelo “estilo motivacional” de cada um. A
literatura sobre esta problemática identifica, a esse respeito, quatro categorias de alunos:
os que procuram o sucesso, os curiosos, os conscienciosos e os socialmente motivados
(Martín Díaz e Kempa, 1991).
Do ponto de vista educativo, partilhamos com Neto (1996) a ideia de que o ideal no acto
educativo seria o professor ter em conta a multiplicidade de estilos motivacionais
existentes na sala de aula e ser capaz de adaptar as características dos procedimentos
didácticos a essa multiplicidade. Se existe grande preocupação face à forma como os
conhecimentos prévios dos alunos influem na forma como aprendem e constroem
conhecimento, também devem ser tidos em conta as suas características motivacionais.
Os alunos socialmente motivados, por exemplo, reagem melhor em situações de
aprendizagem em grupo e os curiosos em situações de resolução de problemas. A força
motivadora de determinada estratégia resulta, desse modo, não da estratégia em si, mas
da interacção da mesma com as características individuais dos alunos, nomeadamente
com os seus estilos motivacionais e cognitivos.
Seja como for, o professor deverá optar sempre, em nosso entender, por uma
diversidade de processos pedagógicos, visando promover a motivação (intrínseca,
extrínseca ou combinada) do maior número de alunos.
3. Conclusão
4. Referências bibliográficas
1. Arias, J. F. (2004). Perspectivas recientes en el estúdio de la motivación: la
teoría de la orientación de meta. Revista Electrónica de Investigación
Psicoeducativa, 2 (1), 35-62.
2. Boruchovitch, E. (1999). Estratégias de aprendizagem e desempenho escolar:
Considerações para a prática educacional. Psicologia: Reflexão e Crítica, 12
(2), 361- 367.
3. Boruchovitch, E. (2009). A motivação do aluno (4.ª ed.). Rio de Janeiro: Editora
Vozes.
4. Bzuneck, J.A. (2001). O esforço nas aprendizagens escolares: mais do que um
problema motivacional do aluno. Revista Educação e Ensino – USF, 6, 7-18.
5. Campos, D. (1986). Psicologia da aprendizagem. Petrópilis
6. Cavenaghi, A. R. (2009). Uma perspectiva autodeterminada da motivação para
aprender língua estrangeira no contexto escolar. Ciências & Cognição, 14 (2),
248-261.
7. Martini, M.L. (2008). Promovendo a motivação do aluno: contribuições da
teoria da atribuição de causalidade. Psicol. Esc. Educ., 12 (2), 479-480.
8. Martini, M.L. e Boruchovitch, E. (1999). As atribuições de causalidade, o
desenvolvimento infantil e o contexto escolar. Psico - USF, 4 (2) 23-36.
9. Martini, M.L. e Boruchovitch, E. (2004). A teoria da atribuição de causalidade:
Contribuições para a formação e atuação de educadores. São Paulo: Alínea.
10. Mitchell, Jr., J.V. (1992). Interrelationships and predictive efficacy for indices of
intrinsic and extrinsic, and self-assessed motivation for learning. J. Res.
Develop. Educ., 25, 149-155.