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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO

SUDOESTE DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E EXATAS


DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL E EXPERIMENTAL
PROFESSORA: ROSANE AGUIAR

Cromatografia e
Extração

VITOR HUGO MIGUES


EMANUELA DOS SANTOS SILVA
JEQUIÉ
NOVEMBRO / 2007
Sumário

1. Introdução 3
2. Objetivo 6
3. Material e Métodos 7
3.1 Material 7
3.2 Métodos 8
3.2.1 Cromatografia 8
3.2.2 Determinação do teor de álcool em gasolina 8
4. Resultados e Discussão 9
5. Conclusão 13
6. Referências Bibliográficas 14
7. Anexos 15

1. Introdução
A cromatografia é uma técnica da química analítica utilizada para a separação de

misturas e substâncias. De maneira mais completa, a técnica baseia-se no princípio da

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adsorção seletiva, um tipo de adesão. A técnica foi descoberta em 1906 pelo botânico italiano

Mikahail Tswett, mas não foi largamente utilizada até os anos 30. Tswett separou pigmentos

de plantas (clorofilas) adicionando um extrato de folhas verdes em éter de petróleo sobre uma

coluna com carbonato de cálcio em pó em um tubo de vidro vertical. Enquanto a solução

percolou através da coluna os componentes individuais da mistura migraram para baixo em

taxas diferentes de velocidades e então a coluna apresentou-se marcada com gradientes

horizontais de cores. A esse gradiente deu-se o nome de cromatograma.

A cromatografia em coluna usa atualmente uma grande variedade de adsorventes

sólidos, incluindo sílica, alumina e sílica gel. Os líquidos também podem ser adsorvidos por

estes sólidos e assim atuarem como adsorventes - num processo chamado de cromatografia de

partição - que permite aos químicos construir colunas com propriedades muito diferentes para

utilizações particulares. A Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE, ou HPLC do

inglês High Performance Liquid Chromatography), uma variável desta técnica que hoje tem

uso bastante comum, promove a adsorção de líquidos em partículas extremamente pequenas e

uniformes para promover alta sensibilidade. Uma bomba é requerida para levar a mistura até a

coluna, como mostra a figura 1.

Figura 1: Cromatógrafo Líquido de Alta Eficiência (CLAE) High Performance Liquid

Chromatograph (HPLC)

A cromatografia em camada delgada é outra forma de cromatografia em coluna, onde

o material adsorvente fica sobre um vidro ou filme plástico. O exemplo de cromatografia mais

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clássico é a cromatografia em papel. Neste tipo de cromatografia, uma amostra líquida flui

por uma tira de papel adsorvente vertical, onde os componentes depositam-se em locais

específicos. O papel é composto por moléculas extremamente longas chamadas celulose. A

celulose é um polímero, o que significa que ela é composta por milhares de moléculas

menores que se organizam juntas. Esta organização molecular que compõe as cadeias de

celulose é polar e, como resultado, a celulose tem muitas regiões de altas e baixas densidades

de elétrons. As regiões "carregadas" em uma cadeia de celulose são atraídas para as regiões de

cargas opostas de outras cadeias adjacentes, e isto ajuda a unir as fibras de papel. O fato das

longas cadeias de celulose serem alinhadas em uma direção pode ser demonstrado rasgando

um pedaço de jornal. Perceberá que aquele jornal rasga facilmente e ao longo de uma linha;

mas quando rasgado a um ângulo de 90° o papel não rasgará facilmente ao longo de uma

linha reta. Quando se mergulha uma das pontas de uma tira de papel, como um filtro de café,

em uma xícara de água, a água escala o papel. Este processo acontece porque as moléculas

polares de água que estão em contato com a tira de filtro de café começam a subir pelas fibras

do papel (por efeitos de micro-capilaridade) conforme acham novas regiões de celulose

carregadas para interagir e são substituídas por outras moléculas de água na xícara, que vêm

de baixo. A cromatografia em papel é uma das técnicas mais simples e que requerem menos

instrumentos para realização, porém também apresenta as maiores restrições para realização

em termos analíticos.

Outra técnica, conhecida como cromatografia gás-líquido (cromatografia gás-sólido é

outra variação utilizada mais raramente), permite a separação de misturas dos componentes de

uma mistura gasosa ou de substâncias que podem ser vaporizadas por calor. A mistura

vaporizada é forçada por um gás inerte através de um tubo fino e enrolado, empacotado com

um material por onde os componentes fluem em diferentes taxas e são detectados no final

desse tubo.

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Na cromatografia por troca iônica, um gás é quebrado em seus íons (fragmentos

moleculares eletricamente carregados) quando passa através de uma chama de hidrogênio,

bombardeando-o com raios X ou com algum material radioativo, ou utilizando substâncias

adsorventes que trocam íons com o material sendo analisado.

A cromatografia por permeação em gel é uma outra técnica, baseada na ação filtrante

do adsorvente com pores de tamanho uniforme; as moléculas de alto peso molecular são

separadas e detectadas por este método.

As técnicas cromatográficas são essenciais para a separação de substâncias puras de

misturas complexas e são amplamente utilizadas nas análises de alimentos, drogas, sangue,

produtos derivados de petróleo e produtos de fissão nuclear.

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2. Objetivo
Aprender a técnica de separação dos componentes de uma mistura através de

cromatografia e extração.

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3. Material e Métodos

3.1 Material
Cuba cromatográfica ou vidro com tampa

Giz inteiro

Folhas de espinafre fresco

Algodão

Tubo de vidro ou seringa descartável

Frascos de vidros para coletar as frações

Conta gotas ou pipeta Pasteur

Proveta de 100,00 mL com tampa

Solução de éter e etanol 1:1 (v/v)

Gasolina comum

Solução saturada de água e sal

Água destilada

Solução de azul de metileno e alaranjado de metila

Bastão de vidro fino

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3.2 Métodos

3.2.1 Cromatografia
Mergulhar o bastão de vidro na solução de azul de metileno e alaranjado de metila.

Encostar o bastão na placa de silica para cromatografia em camada delgada e deixar

secar. Repetir 4 vezes.

Pegar um vidro de maionese ou uma câmara cromatográfica e adicionar a soulução de

éter e etano 1:1 (v/v) até cobrir o fundo.

Inserir um pedaço de papel de filtro.

Inserir a placa de sílica para cromatografia em camada delgada no vidro e tampar.

Deixar o solvente subir até atingir 1 cm do topo da placa.

Observar a coloração das regiões obtidas.

3.2.2 Determinação do teor de álcool em gasolina


Colocar 50,00 mL de gasolina comum em uma proveta de 100 mL com tampa.

Adicionar 30.00 mL de solução saturada de água e sal.

Fechar a proveta e misturar os líquidos virando a proveta de cabeça para baixo três a

quatro vezes.

Deixá-la em repouso até que novamente os dois líquidos fiquem separados.

Efetuar a leitura do volume da fase aquosa.

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4. Resultados e Discussão
A cromatografia é muito utilizada para isolamento de produtos naturais e purificação

de produtos de reações químicas. As fases estacionárias mais utilizadas são sílica e alumina,

entretanto estes adsorventes podem servir simplesmente como suporte para uma fase

estacionária líquida. Fases estacionárias sólidas levam à separação por adsorção e fases

estacionárias líquidas por partição. Suportes quimicamente modificados também têm sido

usados, sendo o processo de separação misto neste caso.

Esses suportes são acondicionados em tubos cilíndricos geralmente de vidro, de

diâmetros variados, os quais possuem uma torneira em sua extremidade inferior. A Figura 2 é

uma ilustração de uma coluna cromatográfica empacotada com sílica, sendo mostrados seus

demais constituintes.

Figura 2: Ilustração de uma coluna cromatográfica

Os adsorventes possuem partículas na faixa de 60-230 mesh, de modo a possibilitar

um fluxo razoável do solvente através da coluna. O uso de sílica de partícula menor (230-400

mesh) como adsorvente para essas colunas requer a utilização de um sistema de bombeamento

para o empacotamento e eluição, sendo conhecido como Cromatografia Flash. A principal

etapa ao se utilizar essa técnica é o empacotamento, o qual, entre outros fatores, definirá a

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eficiência da separação. Enquanto a alumina é empacotada em sua forma original e a sílica na

forma de suspensão.

À coluna adiciona-se uma pequena quantidade de solvente e deposita-se na sua

extremidade inferior um chumaço de algodão com espessura de aproximadamente 0,5 cm para

impedir a passagem de partículas da fase estacionária. A adição de sílica deve ser feita com a

torneira semi-aberta. O adsorvente (sílica)é adicionado lentamente à coluna fixada na posição

vertical, batendo-se continuamente ao longo da mesma para que todo o ar seja expulso, de

modo a se obter uma compactação uniforme. A existência de ar entre as partículas leva à

formação de canais na coluna, os quais alargam as bandas separadas.

Nunca se deve permitir que o nível do solvente desça abaixo do nível do adsorvente, o

que poderia acarretar rachaduras, comprometendo a eficiência da coluna. A amostra é

adicionada à coluna com o auxílio de uma pipeta no momento em que o nível do solvente

esteja o mais próximo possível do adsorvente. Esse procedimento ameniza o alargamento das

bandas a serem eluídas. Tendo a amostra penetrado no adsorvente, o solvente é então

adicionado cuidadosa e continuamente.

A escolha do eluente* segue os princípios discutidos em CCD, mas neste caso ele

pode ser mudado durante o processo cromatográfico. Se, por exemplo, a amostra é constituída

por duas substâncias, uma apolar e outra polar, utiliza-se primeiramente um eluente apolar e

em seguida um eluente polar.

O volume das frações a serem recolhidas é função da quantidade de amostra e do grau

de dificuldade da separação. Para análise das mesmas, recorre-se a alguma técnica auxiliar,

usualmente CCD. Em vista de que geralmente algumas partículas da amostra permanecem

irreversivelmente adsorvidas à fase estacionária, a cada separação é necessário um tratamento

para a recuperação do adsorvente.

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O eluente usado foi éter e etanol 50% que, quando subiu pela placa de sílica separou

o adsorvente em duas cores. A primeira era amarela e a outra azul. Na cromatografia de

coluna, ao se adicionar o aluente na coluna cromatográfica, o primeiro composto a ser

recolhido foi a solução que apresentava a coloração alaranjada. E o segundo composto aferia

a coloração azulada.

A gasolina é uma mistura de hidrocarbonetos obtida a partir da destilação de petróleo,

não sendo, portanto, uma substância pura. No Brasil, antes da comercialização, adiciona-se

álcool anidro à gasolina. A mistura resultante é homogênea (monofásica).

A mistura água-álcool também é um sistema homogêneo (monofásico), com

propriedades diferentes daquelas das substâncias que a compõem (densidade, ponto de fusão,

ponto de ebulição, etc.). Já a mistura água-gasolina é um sistema heterogêneo, bifásico.

Quando a gasolina (que contém álcool) é misturada à água, o álcool é extraído pela água e o

sistema resultante continua sendo bifásico: gasolina-água/álcool.

O álcool contido na gasolina dissolve-se na água porque suas moléculas são polares

como as da água. Isto é, aqui se aplica o dito "semelhante dissolve semelhante": substâncias

polares dissolvem-se melhor em solventes polares e substâncias apolares dissolvem-se melhor

em solventes apolares.

O teor porcentual (volume a volume) de álcool na gasolina, T%, pode ser calculado

utilizando-se a seguinte expressão:

T% = (V álcool / V inicial gasolina) . 100%

Onde:

V álcool = V inicial da mistura – V final gasolina

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Atualmente recomenda-se que o teor (volume a volume) de um líquido numa solução

líquida seja expresso como concentração em volume, f, (em mL/L, por exemplo).

A concentração de álcool na gasolina brasileira, segundo o CNP - Conselho Nacional

do Petróleo, deve estar entre 18% e 24%, volume a volume (ou, em unidades de concentração

em volume, 180 mL/L a 240 mL/L). Assim, este experimento pôde ser usado no contexto de

resolução de um problema real mais amplo: verificação do cumprimento ou não da norma do

CNP por postos de gasolina onde aferimos que a gasolina analisada estava em conformidade

com as normas, apresentando 20% de teor de álcool.

* Solvente usado em decantação na cromatografia.

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5. Conclusão
Com este experimento concluímos importância da cromatografia de placa também

denominada de cromatografia de camada delgada (CCD) para o desenvolvimento de algumas

áreas da química, já que desde a sua proposição em 1938, tem sido considerada como umas

das ferramentas mais poderosas e úteis em um laboratório de química. A técnica é

relativamente simples e o equipamento exigido é de baixo custo. Sendo assim, a CCD

encontrou aplicações em vários campos da química, desde aqueles que envolvem a análise de

substâncias orgânicas até aqueles envolvendo a análise de íons. O processo de separação está

baseado, principalmente, no fenômeno de adsorção, sendo que teremos uma “competição” de

interações amostra-fase estacionária e amostra-fase móvel e também os aspectos micro e

macroscópicos envolvidos em tais separações.

Com o experimento de separação dos componentes da gasolina, verificou-se que a

gasolina continha cerca de 20% de álcool em sua composição. Corroborando o permitido por

lei para o consumo.

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6. Referências Bibliográficas
CIOLA, R. Introdução à cromatografia em fase gasosa. São Paulo: Edgard Bülcher, 1973.

CIOLA R. Fundamentos da cromatografia a líquido de alto desempenho HPLC. 1ª Ed. São

Paulo: Edgard Bülcher, 1998.

COLLINS, C. H.; BRAGA, G. L. & BONATO, P. S. Introdução a métodos cromatográficos.

6ª Ed. Campinas: Editora UNICAMP, 1995.

http://br.geocities.com/chemicalnet/cromatografia.htm (Acessado em 23/11/2007)

http://www.cdcc.sc.usp.br/quimica/experimentos/teor.html (Acessado em 23/11/2007)

PERES, B. T. Noções básicas de cromatografia. São Paulo, v.64, n.2, p.227-229, jul./dez.,

2002

ROQUE, C. Experimentos de Química em Microescala - Química Orgânica. São Paulo,

Editora Scipione, 1992.

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7. Anexos
1. Defina Cromatografia e classifique os diversos tipos dessa técnica.

R: A definição e os tipos foram expostos na introdução

2. Defina extração líquido-líquido.

R: A extração líquido-líquido (ELL) é um processo de separação que se utiliza da propriedade

de miscibilidade de líquidos. Por exemplo, em uma situação onde temos dois líquidos, A e B,

miscíveis entre si, e queremos separar A de B, podemos usar um terceiro líquido, C, que seja

mais miscível com A do que com B (veja figura). A separação entre o extrato, A e C, e o

rafinado, A e B, é feita com uma ampola de decantação ou um funil separador. O refinado

pode ser mais purificado com etapas adicionais sucessivas de extração líquido-líquido. A

recuperação de A a partir do extrato é geralmente feita por destilação.

3. Calcule o teor de álcool na gasolina que analisou-se.

R: Adicionadas antes da mistura:

50 ml de gasolina

30 ml de solução saturada de água com sal

80 ml de mistura

Depois da mistura obteve-se:

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40 ml de gasolina

40 ml de salução saturada

80 ml de mistura

Aumentou-se 10 ml na solução saturada e, diminuiu-se 10 ml pertinentes a gasolina,

portanto, conclui-se que havia 10 ml de álcool, apresentando 20% da solução

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