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Cuamba
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Maio de 2018
I Grupo, Turma G
Cuamba
Maio de 2018
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Índice
Introdução...................................................................................................................................4
1. A CULTURA DA COUVE....................................................................................................5
1.3. Importância..........................................................................................................................7
1.5.2. Precipitação.....................................................................................................................10
1.5.3. Luminosidade..................................................................................................................10
1.5.4. Vento...............................................................................................................................11
1.5.6. Altitude...........................................................................................................................11
1.6.5. Irrigação..........................................................................................................................14
1.6.10. Mercado........................................................................................................................21
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Conclusão..................................................................................................................................22
Referências bibliográficas.........................................................................................................23
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Introdução
No nosso dia-a-dia temos visto pessoas a praticar a agricultura no cultivo de plantas com
objectivo de obter alimentos, bebidas, energia, matéria-prima, para roupas construções,
medicamentos, ferramentas entre outras finalidades. Nessa actividade, o objectivo de qualquer
produtor/agricultor é a obtenção de altas produtividades e qualidade do produto que
correspondam com as necessidades do público consumidor. Existe um grande número de
factores agronómicos que podem influenciar tais objectivos. Muitos deles podem ser
controlados pelos produtores, de acordo com as condições de clima e solo.
A consulta bibliográfica foi a principal metodologia usada para compor este trabalho. Em
termos de estrutura, o trabalho comporta cerca de três partes fundamentais: introdução,
desenvolvimento e conclusão.
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1. A CULTURA DA COUVE
A couve é um vegetal muito rico em Cálcio, Fósforo e Ferro, minerais importantes à formação
e manutenção de ossos e dentes e à integridade do sangue.
A couve é uma cultura hortícola (hortaliça) mais explorada com uma importância económica,
pois é mais utilizada na alimentação humana.
As variedades de couves mais conhecidas são: Manteiga verde lisa, Manteiga verde crespa,
Manteiga roxa e Gigante. Dentre as várias espécies de couves, destacam-se couve-mineira (ou
manteiga) e a couve tronchuda, fontes magníficas de cálcio, ferro, iodo e vitamina C.
Dentre as variedades apreciadas, as couves-manteiga são preferidas por serem mais tenras,
enquanto que a couve gigante tem as folhas muito mais desenvolvidas.
1.3. Importância
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Segundo MOURAO (2006) a couve possui 93% de água, sais minerais e vitaminas
importantes para o organismo humano. A couve possui vitaminas: A (Beta-caroteno)
Complexo B; C; K.
Por causa de seu elevado conteúdo em celulose, que a torna algo indigesta, a couve deve ser
picada bem fina e muito bem mastigada. Devido à grande quantidade de enxofre, quando
cozida a couve frequentemente produz flatulências intestinais, pelo que as pessoas de
estômago delicado estão propensas a indisposições originadas pelos gases, quando comem
couve.
Os que preferem comer a couve ligeiramente cozida, aconselha-se não jogar fora a água da
fervura, mas aproveitá-la em sopas e outros preparos, pois parte dos minerais e vitaminas fica
dissolvida na água.
O Dr. Paul Younis afirma que a couve é remineralizante forte, laxante, oxidante e boa para
asma e bronquite.
Além disso, a couve é muito boa para combater enfermidades do fígado, como icterícia e
cálculos biliares, assim como os cálculos renais, hemorróidas, colite ulcerosa, menstruação
difícil ou dolorosa.
Por seu conteúdo em iodo, a couve dá excelentes resultados contra o bócio exoftálmico, caso
em que se usa, de preferência, couve vermelha ou verde.
As couves verdes, mais ricas em sais minerais do que as brancas, se utilizam contra a anemia
e clorose. Podem ser utilizadas nessas doenças em mistura com espinafre, cenoura, alface,
picados bem finos, na dose de uma a duas colheradas em cada refeição, juntamente com
outros alimentos.
Observação: Para o bom aproveitamento de suas vitaminas e sais minerais, a couve deve ser
consumida, preferivelmente crua, em saladas, porque quando cozida, perde grande parte de
seus elementos nutritivos e se torna alimento morto, no que diz respeito às vitaminas.
Evitar ressacas (deve-se consumir couve com vinagre antes de se ingerir álcool, alguns
países inclusive utilizam a couve como aperitivo em bares.)
Aliviar a prisão de ventre (para aliviar a prisão de ventre deve-se consumir pratos com
couve cozida.)
Evitar má disposição (deve-se consumir algumas folhas de couve crua ou cozida antes
de uma refeição pesada.)
Curar e aliviar a dor de úlceras gástricas (a receita tradicional para as úlceras é a de 1L
de sumo de couve durante 8 dias. Contudo esta prática não deve ultrapassar os 8 dias,
nem deve ser mais de um litro pois este sumo pode inibir o organismo de absorver o
ferro e consequentemente criar uma anemia.)
Cortes e feridas (para uma cicatrização rápida deverá aplicar-se uma folha de couve
fresca sobre a ferida).
Dores, inchaço e feridas no peito devido à amamentação (em caso de uma
amamentação dolorosa, para aliviar a dor e o inchaço, deve-se abrir ao meio os caules
e os veios das folhas e aplicar sobre a zona afectada).
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Prevenir e curar constipações e gripes (a couve é por excelência uma fonte de vitamina
C, contudo para prevenir gripes e constipações tem que ser consumida crua pois ao ser
cozinhada perde quase metade da grande quantidade de vitamina C que possui).
Recentemente que estudos levados a cabo no Japão e EUA vieram mostrar que a couve é
realmente eficaz na prevenção de certos tipos de cancro, como o do cólon e cancros hormono-
dependentes como o da mama e dos ovários pois estimula o metabolismo das mulheres.
Outro estudo levado a cabo recentemente em Lyon, França, veio comprovar que comer pelo
menos uma vez por semana couve ou brócolos previne o cancro do pulmão em 70% dos
indivíduos, pois estes vegetais são ricos em isothiocyanate, um químico natural que protege
contra este cancro.
Por fim, Investigadores da Universidade Nacional de Seoul, Coreia do Sul, após alimentarem
com couve chinesa (napa) 13 aves contaminadas com o vírus da gripe das aves constataram
surpreendentemente que em 1 semana 11 das 13 aves recuperaram.
O seu valor nutricional e medicinal faz dela uma cultura bastante importante e mais
consumida em Moçambique.
1.5.2. Precipitação
Para obtenção de colheitas economicamente rentáveis, considera-se suficiente uma quantidade
que capaz de deixar o solo todo molhado (húmido). O solo deve ser mantido sempre húmido,
mas nunca encharcado, pois isso pode prejudicar as raízes e favorecer o surgimento de
doenças.
1.5.3. Luminosidade
A couve cultiva-se em condições de alta luminosidade, com sol directo. Nas estações mais
quentes do ano, prover sombra parcial nas horas mais quentes do dia pode ser benéfico para as
plantas.
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1.5.4. Vento
O vento é um factor climático importante, podendo causar pequenos danos, até a destruição
das folhas ou do caule. O vento é um factor climático importante, podendo causar desde
pequenos danos, até a plantas de maior porte mas com caule mole, como é o caso da
bananeira. A velocidade do vento deve ser inferior a 20 km/h, pois pode levar a fendilhamento
das nervuras secundárias e diminuição da área fotossintética.
1.5.6. Altitude
No verão a couve se desenvolve bem em áreas serranas, com altitudes acima de 800 m do
nível do mar.
Repetir-se-ão as regas durante os dias que se seguirem, desde que o tempo decorra seco, a fim
de activar a germinação e amaciar a crosta que tende a formar-se a superfície do terreno.
Se o tempo decorrer muito firo e seco, sendo de recear as geadas, convém proteger os
alfobres, durante as noites, com quaisquer palhuços, esteiras velhas, capim, etc. De igual
maneira se procedera durante os dias quentes, preservando o terreno da incidência directa dos
raios solares, para que a humidade nele se conserve por muito mais tempo.
Se em todo o alfobre ou em partes dele as pequenas couves aparecem muito bastas, convêm
desbastar, arrancando algumas para que as restantes fiquem distando umas das outras uns 2
cm e, assim, se desenvolvam melhor. Convêm, por último, mondar as ervas espontâneas que
forem aparecendo.
O espaçamento ideal pode variar com a cultivar e as condições de cultivo, mas geralmente um
espaçamento de 50 cm a 1 m entre as linhas de cultivo e de 25 a 50 cm entre as plantas é
adequado. Dentro de certos limites, quanto maior o espaçamento, maiores serão as plantas e
maiores serão suas folhas.
A couve também pode ser cultivada em vasos com um mínimo de 25 cm de diâmetro e altura.
1.6.5. Irrigação
O produtor deve estar sempre atento às condições climáticas e necessidade hídrica da cultura.
A falta de água (déficit hídrico) provoca o murchamento das plantas e, juntamente com a
insolação, podem acarretar queimaduras nas folhas e nos brotos, causando a morte da couve.
Por outro lado, o excesso de humidade, pode causar podridão das raízes e favorecer a
incidência de doenças. Em relação à irrigação da cultura, deve-se levar em consideração
factores como: período de cultivo no ano, ciclo da cultura, tipo de solo, declividade do
terreno, capacidade de drenagem e/ou retenção de água e insolação diária. Normalmente, o
produtor se baseia nas condições de temperatura e de precipitação, bem como, nas condições
do seu solo para essa prática.
Por isso, a reposição da água evapotranspirada deve ser feita diariamente, caso não chova.
Recomenda-se utilizar a cobertura morta (mulching) para diminuição das perdas de água do
solo. Na escolha do sistema de irrigação, devem ser levados em conta a disponibilidade e o
custo dos equipamentos e da mão-de-obra para cada local e região de cultivo.
Segundo FERREIRA (2009) os sistemas de irrigação que podem ser utilizados no cultivo da
couve são:
a) Irrigação por sulcos
É o sistema de irrigação por superfície que aplica a água para as plantas através de pequenos
canais ou sulcos paralelos às linhas de plantio, por onde se movimenta ao longo do declive.
Nesse sistema, a água se infiltra no fundo e nas laterais do sulco, movimentando-se vertical e
horizontalmente no perfil do solo, proporcionando assim, a humidade necessária para o
desenvolvimento vegetal. Entre os benefícios ou vantagens da irrigação por sulcos menciona-
se que a operação do mesmo é realizada sem gasto de energia durante o processo de irrigação.
Este sistema de irrigação não é afectado pela qualidade física e biológica da água e também
pode ser operado na presença de vento, que afectaria o sistema de aspersão, por exemplo.
Uma limitação desse sistema consiste na dificuldade do tráfego de equipamentos e tractores
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em culturas de porte baixo, como a couve. Este sistema pode também ser vulnerável a ventos
fortes e altas taxas de evaporação.
Observação: O solo deve ser mantido sempre húmido, mas nunca encharcado, pois isso pode
prejudicar as raízes e favorecer o surgimento de doenças. O intervalo de rega e a quantidade
de água depende da humidade em que apresentar o solo, lembrando que a couve requer solo
húmido.
A couve é uma hortaliça exigente em boro e molibdénio. O boro deve ser aplicado junto com
os fertilizantes de plantio, na dose de 1,0 a 2,5 kg ha -1, conforme o teor deste micronutriente
no solo. Recomenda-se, de maneira complementar, realizar pulverizações com solução de
ácido bórico a 0,1%, iniciando-se aos 20 dias após o transplante das mudas e depois a cada 30
dias. O molibdénio deve ser aplicado via foliar, na forma de molibdato de sódio ou molibdato
de amónio, utilizando-se as concentrações de 0,05% a 0,1%. Iniciar as pulverizações aos 20
dias após o transplante das mudas e depois a cada 30 dias. Utilizar espalhante adesivo,
visando a melhor aderência do produto à folha.
humidade do ar. Em solos compactados, com pouca aeração e excesso de humidade, observa-
se maior incidência dessas doenças. Outra prática que reduz a incidência de doenças fúngicas
de solo e bacterioses, consiste no bom preparo do terreno para proporcionar uma boa aeração,
possibilitando assim o pleno desenvolvimento das raízes da couve. A pulverização da couve
com fungicidas cúpricos reduz o desenvolvimento destas doenças. Importante ressaltar que a
formação de mudas sadias e a rotação de cultura são também, práticas agronómicas efectivas
na redução de doenças da couve.
A cultura da couve está sujeita a outras doenças tais como, mancha-de-alternaria, podridão de
esclerotínia, míldio, bolor cinzento e oídio, causadas por fungos.
Não se recomenda utilizar o leite “longa vida”, pois este tem baixa eficácia contra o oídio.
Apodridão de esclerotínia pode ser controlada com a aplicação prévia do fungo Trichoderma
harzianum ESALQ 1306 no solo ou na muda, por ocasião do transplante de mudas. Nas
culturas adequadamente adubadas e com a irrigação feita de forma apropriada, o
desenvolvimento destas doenças é limitado pelas frequentes colheitas e, por isto, o surgimento
de focos não é significativo do ponto de vista económico. Deve ser mencionada ainda a
doença causada pelo turnip mosaic virus (vírus do “mosaico do nabo”), que ocorre
principalmente em hortas antigas onde frequentemente são utilizadas mudas de baixa
qualidade sanitária, originárias de plantas com esta doença. As plantas infectadas mostram
distorção no formato das folhas e mosqueamento entre as nervuras, intercalando áreas
amarelecidas e verdes. Estes sintomas são visíveis principalmente nas folhas mais jovens. O
controlo deve ser realizado com a produção de mudas sadias oriundas de cultivares isentas
dessa virose e também, o uso de sementes de couves híbridas.
Em suma,
Retire as ervas invasoras que estiverem concorrendo por recursos e nutrientes. Por vezes,
dependendo da variedade da couve, a planta pode ficar muito alta. Neste caso, pode-se cortar
a extremidade do caule principal para favorecer o desenvolvimento dos brotos laterais e
manter assim a planta em uma altura considerada confortável para o manuseio e a colheita.
Por outro lado, excluir ou limitar o número dos brotos laterais pode estimular o crescimento
das folhas no caule principal.
pelo mercado (20-30 cm de comprimento). Estas devem ser colhidas puxando seus pecíolos
(talos) para baixo, com o objectivo de destacá-los junto ao ponto de inserção com o caule.
Plantas mais jovens podem ter suas folhas colhidas, mas isso pode prejudicar o crescimento
das plantas. Evite colher as folhas nas horas mais quentes do dia e deixe pelo menos as 5
folhas mais jovens no caule. Acredita-se que as folhas colhidas após a ocorrência de uma
geada têm melhor sabor. Em condições adequadas, a couve pode produzir por alguns poucos
anos sem necessidade de replantio.
Em seguida à colheita, as folhas de couve são juntadas em maços com 8 a 12 unidades. Esse
procedimento pode ser realizado directamente no campo ou em um barracão de
beneficiamento. Os maços são mantidos em água, para não murcharem, até a comercialização.
A produtividade média da couve é de 3 a 5 kg de folhas por planta, durante o ciclo de 6 a 8
meses. As folhas podem ser consumidas cruas, em saladas. Pode-se também ser cozidas (a
forma ideal é o cozimento à vapor, para se evitar a perda das propriedades medicinais). O
suco da couve também é muito apreciado.
1.6.10. Mercado
Para notar a qualidade da couve verifica-se se as folhas estão bem verdes e sem marcas de
picadas de insectos. Folhas amarelas indicam que a couve está velha.
Conserva-se em saco plástico transparente na parte inferior da geladeira por cinco dias.
A análise temporal das demandas de hortaliças é uma das estratégias que tem por finalidade
estudar o comportamento dos preços e da oferta de hortaliças ao longo do ano e por vários
anos. O objectivo desta análise é conhecer os períodos de maior oportunidade de lucro
específico de cada cultura e também as tendências de consumo.
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Conclusão
Neste trabalho, partimos da ideia de que o plantio das bananeiras pode ser realizado em
qualquer época do ano, desde que toda a região a implementar a cultura seja possível ser
irrigada.
Foi possível notar que a não observância das técnicas e exigências da produção de couve
propicia fraco rendimento da couve nas hortas. A pesquisa deste tema fornece ferramentas
fundamentais ao pesquisador na prática desta cultura. O seu valor nutricional e medicinal faz
dela uma cultura bastante importante e mais consumida em Moçambique.
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Referências bibliográficas
1. ALMEDIA, D. Manual de Culturas Hortícolas. Editorial Presença, Lisboa, 2006.
2. ARAUJO e L.M. Brito. Câmara Municipal de Terras de Bouro. Porto Alegre, São
Paulo, 2009.
3. CASTRO, P. R. C.; KLUGE, R. A. Ecofisiologia de fruteiras tropicais. São Paulo:
Nobel, 1998.
4. FERREIRA, J. (Coordenador) As bases da agricultura biológica (Produção Vegetal),
1ª Edição. Porto Editores, Lisboa, 2009.
5. MOURAO, I. & Pinto, R., Manual de Agricultura Biológica. Terras de Bouro. I.
Mourão. São Francisco, 2006.
6. FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na
produção e comercialização de hortaliças. 2ª Edição. Viçosa: UFV, 2003. p. 274-294.