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Isário Luís Nº 159

Isordina da Silva Avelino Nº 160

Jacinto Faustino Nº 161

Jafar Carlitos Daniel Nº 162

Jaime Eduardo Nº 163

I Grupo, Turma G, I Semestre

Curso Regular de Formação de Professores, 10ª + 1 Ano

Instituto de Formação de Professores-Belmiro Obadias Muianga

Cuamba
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Maio de 2018

Isário Luís Nº 159

Isordina da Silva Avelino Nº 160

Jacinto Faustino Nº 161

Jafar Carlitos Daniel Nº 162

Jaime Eduardo Nº 163

I Grupo, Turma G

Trabalho em grupo de carácter avaliativo da cadeira de


Noções Básicas de Manutenção, Construção e Produção
(NBCMPE), Curso Regular de Formação de
Professores, 10ª + 1 ano, IFP-BOM-Cuamba, orientado
pelo formador:

dr. Wilson Machacala

Instituto de Formação de Professores-Belmiro Obadias Muianga

Cuamba

Maio de 2018
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Índice

Introdução...................................................................................................................................4

1. A CULTURA DA COUVE....................................................................................................5

1.1. Origem da cultura................................................................................................................5

1.2. Variedades de couve............................................................................................................5

1.3. Importância..........................................................................................................................7

1.3.1. Importância sócio-económica...........................................................................................7

1.3.2. Importância nutricional e medicinal.................................................................................7

1.4. Descrição botânica...............................................................................................................9

1.5. Exigências edafo – climáticas............................................................................................10

1.5.1. Temperatura (época de plantio)......................................................................................10

1.5.2. Precipitação.....................................................................................................................10

1.5.3. Luminosidade..................................................................................................................10

1.5.4. Vento...............................................................................................................................11

1.5.5. Humidade relativa...........................................................................................................11

1.5.6. Altitude...........................................................................................................................11

1.6. Práticas culturais................................................................................................................11

1.6.1. Material necessário para a actividade.............................................................................11

1.6.2. Épocas de sementeira......................................................................................................11

1.6.3. Formas de propagação: estabelecimento dos alfobres e sementeira...............................12

1.6.4. Uso de quebra-ventos......................................................................................................13

1.6.5. Irrigação..........................................................................................................................14

1.6.6. Nutrição mineral, calagem e adubação...........................................................................16

1.6.7. Controlo de pragas e doenças.........................................................................................17

1.6.8. Tratos culturais: manejo de plantas daninhas.................................................................19

1.6.9. Colheita, embalagem e comercialização.........................................................................20

1.6.10. Mercado........................................................................................................................21
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Conclusão..................................................................................................................................22

Referências bibliográficas.........................................................................................................23
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Introdução

No nosso dia-a-dia temos visto pessoas a praticar a agricultura no cultivo de plantas com
objectivo de obter alimentos, bebidas, energia, matéria-prima, para roupas construções,
medicamentos, ferramentas entre outras finalidades. Nessa actividade, o objectivo de qualquer
produtor/agricultor é a obtenção de altas produtividades e qualidade do produto que
correspondam com as necessidades do público consumidor. Existe um grande número de
factores agronómicos que podem influenciar tais objectivos. Muitos deles podem ser
controlados pelos produtores, de acordo com as condições de clima e solo.

Essa obtenção de altas produtividades da cultura, com a qualidade da fruta conforme


demandas dos mercados, exige o uso de técnicas adequadas e a atenção especial dos
produtores em todas as fases do seu cultivo. Ciente disso, fez-se este trabalho da cadeira de
Noções Básicas de Manutenção, Construção e Produção Escolar (NBCMPE) para abordar
sobre tema: “Cultura de Couve”. O interesse das vegetais, como a couve, para a alimentação
varia entre o aproveitamento das suas folhas, as suas raízes (como no caso do nabo) e pelas
suas inflorescências (couve grelo, brócolos ou couve flor).

O trabalho tem como objectivos:

 Objectivo geral: Estudar a cultura da couve.


 Objectivos específicos:
 Identificar os procedimentos necessários para a produção da couve;
 Definir couve e falar da sua origem;
 Descrever as fases do desenvolvimento da couve;
 Caracterizar a cultura da couve;
 Explicar a importância do uso de produtos químicos na produção da couve.

A consulta bibliográfica foi a principal metodologia usada para compor este trabalho. Em
termos de estrutura, o trabalho comporta cerca de três partes fundamentais: introdução,
desenvolvimento e conclusão.
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1. A CULTURA DA COUVE

A couve é um vegetal muito rico em Cálcio, Fósforo e Ferro, minerais importantes à formação
e manutenção de ossos e dentes e à integridade do sangue.
A couve é uma cultura hortícola (hortaliça) mais explorada com uma importância económica,
pois é mais utilizada na alimentação humana.

Nome científico: Brassica oleracea.

1.1. Origem da cultura


Segundo ALMEDIA (2006) as couves são consumidas desde tempos pré-históricos, há 4000
a.C. Na Roma antiga, consumia-se muita couve a seguir ao estado de embriagueis, o que se
provou mais tarde que a couve tem um efeito desintoxicante sobre o fígado. Estas couves,
podem durar mais de 4 anos e atingir grandes alturas, 4-5 metros.
A couve (Brássica olerácea L.), é uma hortícola pertencente à grande família das Brassicáceas
ou Crucíferas, é constituída por mais de 300 géneros e 3000 espécies. O centro de origem é
provavelmente a região do Mediterrâneo (originária da costa do Mediterrâneo onde é
cultivada desde antes de Cristo), e que actualmente se encontra expandida nas regiões
tropicais e subtropicais. O género mais conhecido dentro desta grande família é o género
Brássica, onde se destacam: a mostarda, a colza, a couve-flor, a couve repolho (couve
coração, repolho liso, couve roxa, couve portuguesa), os brócolos e o nabo (Tindall, 1993;
Almeida, 2006).

1.2. Variedades de couve


A cultura das couves é muito comum em todo o País. MOURAO (2006) afirma que os tipos
cultivados dividem-se nos seguintes grupos:
 Brassica oleracea, Grupo Acephala - ou couves, propriamente ditas, com grandes
semelhanças à espécie-tipo - como a couve-galega;
 Brassica oleracea grupo Alboglabra - couve-chinesa-kairan, bróculos chineses ou
Kai-lan;
 Brassica oleracea, grupo Botrytis - couve-flor e brócolos romanesco;
 Subgrupo Chlorusa;
 Subgrupo Erytrobotrys;
 Subgrupo Phaeusa;
 Subgrupo Theiusa;
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 Brassica oleracea, grupo Capitata - ou repolhos;


 Brassica oleracea, grupo Capitata Rubra (Repolho-de-erfurte ou couve-roxa)
 Brassica oleracea, grupo Costata - couve-portuguesa ou tronchuda.
 Brassica oleracea, grupo Gemmifera - ou couve-de-bruxelas;
 Brassica oleracea, grupo Gongylodes - ou couve-rábano, couve-nabo ou couve-naba;
 Brassica oleracea, grupo Itálica - brócolos ou bróculos;
 Subrupo Albida;
 Subgrupo Cymosa;
 Subrupo Flava;
 Subgrupo Itálica;
 Brassica oleracea, grupo Medullosa - couve-cavaleiro, couve-forrageira ou couve-
repolho-branca;
 Subgrupo Rubra - couve-repolho-vermelha ou couve-forrageira-vermelha;
 Brassica oleracea, grupo Nanofimbriata - couve-frisada-anã;
 Brassica oleracea, grupo Palmifolia - couve-palmeira;
 Subgrupo Laciniato - também incluído nos grupos Viridis e Sabellica - ainda que
pertença indubitavelmente à Brassica oleracea acephala;
 Brassica oleracea, grupo Ramosa- outro tipo de couve-cavaleiro;
 Brassica oleracea, grupo Sabauda - couve-lombarda, lombardo, couve-crespa, couve-
de-sabóia ou couve-de-milão;
 Brassica oleracea, grupo Sabellica - couve-frisada (bem como a couve-galega, ambas
pertencentes também ao tipo Acephala, nem sempre consideradas como grupo, mas
como “variante”);
 Brassica oleraceae, grupo Viridis - couve-forrageira;

As variedades de couves mais conhecidas são: Manteiga verde lisa, Manteiga verde crespa,
Manteiga roxa e Gigante. Dentre as várias espécies de couves, destacam-se couve-mineira (ou
manteiga) e a couve tronchuda, fontes magníficas de cálcio, ferro, iodo e vitamina C.

Dentre as variedades apreciadas, as couves-manteiga são preferidas por serem mais tenras,
enquanto que a couve gigante tem as folhas muito mais desenvolvidas.

1.3. Importância
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1.3.1. Importância sócio-económica


Uma das espécies com mais interesse comercial é a colza, em que as suas sementes são
utilizadas para a produção de óleo vegetal, também utilizado na produção de Biodiesel. As
suas folhas também podem ser utilizadas como forragem (erva, pasto) para o gado. São
vegetais que geram rendimento, apesar do seu baixo custo. Em geral, seu custo de produção é
relativamente baixo quando comparado ao de outras espécies hortícolas. Em Moçambique é
cultivada maioritariamente para a subsistência. Aproximadamente 65% dos mais de 33 mil
produtores rurais, concentram a produção em áreas com menos de 10 hectares, indicando
uso intensivo de mão-de-obra familiar, fixação do homem no campo e geração de renda. (
ARAUJO, 2009).

1.3.2. Importância nutricional e medicinal


O seu interesse para a alimentação varia entre o aproveitamento das suas folhas, as suas raízes
(como no caso do nabo) e pelas suas inflorescências (couve grelo, brócolos ou couve flor).

Segundo MOURAO (2006) a couve possui 93% de água, sais minerais e vitaminas
importantes para o organismo humano. A couve possui vitaminas: A (Beta-caroteno)
Complexo B; C; K.

Por causa de seu elevado conteúdo em celulose, que a torna algo indigesta, a couve deve ser
picada bem fina e muito bem mastigada. Devido à grande quantidade de enxofre, quando
cozida a couve frequentemente produz flatulências intestinais, pelo que as pessoas de
estômago delicado estão propensas a indisposições originadas pelos gases, quando comem
couve.

Os que preferem comer a couve ligeiramente cozida, aconselha-se não jogar fora a água da
fervura, mas aproveitá-la em sopas e outros preparos, pois parte dos minerais e vitaminas fica
dissolvida na água.

O Dr. Paul Younis afirma que a couve é remineralizante forte, laxante, oxidante e boa para
asma e bronquite.

Médicos naturistas têm utilizado a couve-flor no tratamento de graves disenterias, com


esplêndidos resultados, ministrando-as simplesmente fervida em água, com um pouco de
manteiga, pão torrado e sal.
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Além disso, a couve é muito boa para combater enfermidades do fígado, como icterícia e
cálculos biliares, assim como os cálculos renais, hemorróidas, colite ulcerosa, menstruação
difícil ou dolorosa.

Por seu conteúdo em iodo, a couve dá excelentes resultados contra o bócio exoftálmico, caso
em que se usa, de preferência, couve vermelha ou verde.

As couves verdes, mais ricas em sais minerais do que as brancas, se utilizam contra a anemia
e clorose. Podem ser utilizadas nessas doenças em mistura com espinafre, cenoura, alface,
picados bem finos, na dose de uma a duas colheradas em cada refeição, juntamente com
outros alimentos.

Observação: Para o bom aproveitamento de suas vitaminas e sais minerais, a couve deve ser
consumida, preferivelmente crua, em saladas, porque quando cozida, perde grande parte de
seus elementos nutritivos e se torna alimento morto, no que diz respeito às vitaminas.

 O uso medicinal da couve


Nos dias de hoje a couve ainda é utilizada com alguma regularidade nas seguintes situações:

 Evitar ressacas (deve-se consumir couve com vinagre antes de se ingerir álcool, alguns
países inclusive utilizam a couve como aperitivo em bares.)
 Aliviar a prisão de ventre (para aliviar a prisão de ventre deve-se consumir pratos com
couve cozida.)
 Evitar má disposição (deve-se consumir algumas folhas de couve crua ou cozida antes
de uma refeição pesada.)
 Curar e aliviar a dor de úlceras gástricas (a receita tradicional para as úlceras é a de 1L
de sumo de couve durante 8 dias. Contudo esta prática não deve ultrapassar os 8 dias,
nem deve ser mais de um litro pois este sumo pode inibir o organismo de absorver o
ferro e consequentemente criar uma anemia.)
 Cortes e feridas (para uma cicatrização rápida deverá aplicar-se uma folha de couve
fresca sobre a ferida).
 Dores, inchaço e feridas no peito devido à amamentação (em caso de uma
amamentação dolorosa, para aliviar a dor e o inchaço, deve-se abrir ao meio os caules
e os veios das folhas e aplicar sobre a zona afectada).
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 Prevenir e curar constipações e gripes (a couve é por excelência uma fonte de vitamina
C, contudo para prevenir gripes e constipações tem que ser consumida crua pois ao ser
cozinhada perde quase metade da grande quantidade de vitamina C que possui).

Recentemente que estudos levados a cabo no Japão e EUA vieram mostrar que a couve é
realmente eficaz na prevenção de certos tipos de cancro, como o do cólon e cancros hormono-
dependentes como o da mama e dos ovários pois estimula o metabolismo das mulheres.

Outro estudo levado a cabo recentemente em Lyon, França, veio comprovar que comer pelo
menos uma vez por semana couve ou brócolos previne o cancro do pulmão em 70% dos
indivíduos, pois estes vegetais são ricos em isothiocyanate, um químico natural que protege
contra este cancro.

Por fim, Investigadores da Universidade Nacional de Seoul, Coreia do Sul, após alimentarem
com couve chinesa (napa) 13 aves contaminadas com o vírus da gripe das aves constataram
surpreendentemente que em 1 semana 11 das 13 aves recuperaram.

O seu valor nutricional e medicinal faz dela uma cultura bastante importante e mais
consumida em Moçambique.

1.4. Descrição botânica


É uma planta cuja descrição se torna difícil, já que as diversas variedades são bastante
diferentes em termos morfológicos.
No entanto, em geral, a Couve é uma planta de porte herbácea, de ciclo anual ou bianual
(variando com a espécie e o clima), com um  caule direito (erecto), glabra e que pode variar
em altura desde os quarenta centímetros até um metro e vinte centímetros de altura (podendo
ser curto, como no repolho, ou longo, como na couve-galega). Ao longo do caule (também
chamado de talo) podem formar-se pequenos ramos ou gemas, como na couve-galega, ou na
couve-de-bruxelas. As suas folhas são verdes, pecioladas, espessas, ligeiramente carnosas,
lisas e tenras (quando jovens). As suas flores são pequenas, brancas ou amarelas, agrupadas
em grandes inflorescências do tipo racemo, às vezes em corimbos. As flores, dispostas em
rácimos terminais erectos, podem ser brancas ou amarelas, com sépalas erectas e corola
composta por quatro pétalas obovadas, unguiculadas (com forma de unha). Tem estames
tetradinâmicos, (quatro com filetes compridos e dois curtos). O fruto é do tipo síliqua, de
formato cilíndrico e ligeiramente comprimido (com um prolongamento em forma de bico na
extremidade). É uma planta originária da costa ocidental europeia.
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1.5. Exigências edafo – climáticas


Os solos preferenciais para implantação da cultura, são os argilosos, ricos em matéria
orgânica, bem drenados, com pH entre 6 e 7,5.

1.5.1. Temperatura (época de plantio)


De acordo com CASTRO e KLUGE (1998) a temperatura é um factor muito importante nas
diversas culturas, porque influi directamente nos seus processos respiratórios e
fotossintéticos da planta, estando relacionada com a altitude, luminosidade e ventos.
A couve é uma hortaliça que cresce melhor em clima ameno ou frio, sendo que algumas
cultivares podem sobreviver mesmo quando a temperatura chega a -10°C se as plantas já
estão bem desenvolvidas. Algumas cultivares de couve toleram altas temperaturas, mas a
couve é cultivada normalmente durante o Outono e o inverno em regiões de clima mais
quente.
Durante períodos de calor a couve reduz seu crescimento e a qualidade das folhas produzidas
é pior, tanto em tamanho e aparência, quanto em sabor. Em regiões de clima ameno a couve
pode ser cultivada durante o ano todo, embora não sejam semeadas durante o inverno em
locais onde este é rigoroso.
Nas regiões de clima ameno (até 22ºC) pode ser plantada o ano inteiro, sendo que nas demais
regiões deve escolher o período de meses húmidos e de calor menos intenso, portanto é uma
planta típica de Outono e Inverno.
Em diversas partes de Moçambique a melhor época para o plantio vai de Fevereiro a Maio,
mas pode ser cultivada o ano todo.

1.5.2. Precipitação
Para obtenção de colheitas economicamente rentáveis, considera-se suficiente uma quantidade
que capaz de deixar o solo todo molhado (húmido). O solo deve ser mantido sempre húmido,
mas nunca encharcado, pois isso pode prejudicar as raízes e favorecer o surgimento de
doenças.

1.5.3. Luminosidade
A couve cultiva-se em condições de alta luminosidade, com sol directo. Nas estações mais
quentes do ano, prover sombra parcial nas horas mais quentes do dia pode ser benéfico para as
plantas.
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1.5.4. Vento
O vento é um factor climático importante, podendo causar pequenos danos, até a destruição
das folhas ou do caule. O vento é um factor climático importante, podendo causar desde
pequenos danos, até a plantas de maior porte mas com caule mole, como é o caso da
bananeira. A velocidade do vento deve ser inferior a 20 km/h, pois pode levar a fendilhamento
das nervuras secundárias e diminuição da área fotossintética.

1.5.5. Humidade relativa


A couve, como planta típica das regiões tropicais húmidas, apresenta melhor produtividade
em locais húmidos.

1.5.6. Altitude
No verão a couve se desenvolve bem em áreas serranas, com altitudes acima de 800 m do
nível do mar.

1.6. Práticas culturais


1.6.1. Material necessário para a actividade
Enxada, Fertilizantes (húmus ou estrume), Adubo nitrogenado (ureia), Regador, Pulverizador,
Equipamento de protecção, Água, Pesticidas, Sementes, Bloco de nota e esferográfica.

1.6.2. Épocas de sementeira


Segundo CASTRO e KLUGE (1998) a couve semeia-se couves em todos os meses, pode
dizer-se; desde fins de Janeiro até Outubro, as couves são repolhudas (couve portuguesa,
galega, tronchuda, penca, de grelos ou couve-nabiça) e as de repolho (gigante das hortas,
murciana, coração de boi, Sabóia e bacalan).
 De Janeiro a Marco, a couve-flor serôdia gigante de Nápoles.
 Durante os meses de Maio, Junho e nos de Setembro a Novembro as couves-flor
temporãs, gigante de Nápoles, imperial e outras.
 De marco a Junho, as couves-rabano e os brócolos e roxo, podendo este semear-se,
ainda, nos fins do verão e princípios do Outono.
 Em Maio e Junho, a couve-nabo.
 E, finalmente, durante a primavera e verão a couve-de-bruxelas e a lombarda.
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1.6.3. Formas de propagação: estabelecimento dos alfobres e sementeira


Segundo ALMEDIA (2006) a propagação da couve pode ser feita através de mudas ou
sementes.
 Mudas
O meio mais fácil e rápido de propagação é feito por mudas destacadas do pé-mãe, essas
mudas são brotos que nascem nas axilas das folhas, principalmente durante a época mais
quente. Os rebentos devem ser retirados preferencialmente da base da planta, já com
aproximadamente 20 cm de comprimento ou mais. Os rebentos laterais da couve enraízam
facilmente em solo húmido.
 Sementes
Propaga-se também por sementes. Para tal é necessário fazer alfobres. Os alfobres ou
pequenos canteiros instalam-se no melhor terreno, depois de muito bem cavado, esmiuçado e
estrumado com estrume miúdo. O local e a armação dos alfobres variam consoante a época da
sua sementeira. Para a de inverno escolhem-se sítios soalheiros e abrigados por um murro ou
qualquer elevação, armando-os um pouco mais altos que o nível de terreno para que as chuvas
não os encharquem. Para os de verão é preferível um local meio ensombrado, devendo a
armação ser feita a mesma altura do restante terreno e tendo o cuidado, ainda, de os cercar por
um rebordo ou combronzinho de terra em toda a volta, para que melhor aproveitem e
conservem as águas das regas. Preparados assim os canteiros, procede-se o alisamento e
nivelamento da sua superfície, a mão ou com um ancinho ou, melhor, peneirando sobre ela
uma ligeira camada de terra, destinada a receber as sementes. Estas distribuir-se-ão com a
maior regularidade possível e não muito bastas, devendo ficar tanto quanto possível espaçadas
de 1,5 a 2 cm. Depois cobrem-se com uma nova camada 4 a 5 mm de terra, preferencialmente
peneirada, sendo possível, ou não sendo, espalhada a mão com a maior regularidade. Resta
aconchegar a terra às sementes, batendo-a com a palma da mão ou com um pequeno pedaço
de tábua e, feito isto, proceder a uma rega a regador com crivo fino, a pouca altura e
cautelosamente, para evitar que a água desenterre ou arraste as sementes.

Repetir-se-ão as regas durante os dias que se seguirem, desde que o tempo decorra seco, a fim
de activar a germinação e amaciar a crosta que tende a formar-se a superfície do terreno.

Passados uns 5 a 7 dias, conforme a época de sementeira e o estado do tempo, as couvezinhas


começam a nascer e dai por diante a desenvolverem-se, não devendo faltar-se-lhes com as
precisas regas pela maneira já indicada.
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Se o tempo decorrer muito firo e seco, sendo de recear as geadas, convém proteger os
alfobres, durante as noites, com quaisquer palhuços, esteiras velhas, capim, etc. De igual
maneira se procedera durante os dias quentes, preservando o terreno da incidência directa dos
raios solares, para que a humidade nele se conserve por muito mais tempo.

A quantidade de sementeira necessária pode calcular-se entre 15 a 20 gramas por metro


quadrado, quantidade bastante para que, se a germinação for regular e decorrer em condições
normais, se obtenham plantas em número mais do que o suficiente para a plantação de um
talhão de 100 metros quadrados.

Se em todo o alfobre ou em partes dele as pequenas couves aparecem muito bastas, convêm
desbastar, arrancando algumas para que as restantes fiquem distando umas das outras uns 2
cm e, assim, se desenvolvam melhor. Convêm, por último, mondar as ervas espontâneas que
forem aparecendo.

Em suma, a semente semeia-se em lugar sombreado, transplantando-se para o definitivo. Um


grama (1g) de semente fornece mudas para cerca de 50 metros quadrados.

As sementes podem ser semeadas directamente na horta ou podem ser semeadas em


sementeiras e outros recipientes, com as mudas sendo transplantadas quando têm de 4 a 6
folhas verdadeiras e estão com pelo menos 10 cm de altura, ou quando as mudas tiverem
cerca de um palmo de altura. O transplante das mudas deve ser feito de preferência em dias
nublados e chuvosos ou no fim da tarde, irrigando logo em seguida. Semeie as sementes a
aproximadamente 1 cm de profundidade. A germinação ocorre normalmente dentro de uma
semana ou duas.

O espaçamento ideal pode variar com a cultivar e as condições de cultivo, mas geralmente um
espaçamento de 50 cm a 1 m entre as linhas de cultivo e de 25 a 50 cm entre as plantas é
adequado. Dentro de certos limites, quanto maior o espaçamento, maiores serão as plantas e
maiores serão suas folhas.

A couve também pode ser cultivada em vasos com um mínimo de 25 cm de diâmetro e altura.

1.6.4. Uso de quebra-ventos


É importante a utilização de quebra-ventos na cultura da couve. Isto porque a mão-de-obra e o
material utilizado para tutoramento, em geral o bambu, são escassos e dispendiosos.
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Recomenda-se a implantação de faixas de protecção com bananeiras, pupunheiras e outros


palmitos, os quais, além de impedir ou minimizar a passagem de ventos, proporcionam uma
renda extra ao produtor. Outras plantas, como palmeiras ornamentais diversas e guandu,
podem ser utilizadas como quebra-ventos, devendo-se evitar o plantio de espécies da mesma
família botânica da couve.

1.6.5. Irrigação
O produtor deve estar sempre atento às condições climáticas e necessidade hídrica da cultura.
A falta de água (déficit hídrico) provoca o murchamento das plantas e, juntamente com a
insolação, podem acarretar queimaduras nas folhas e nos brotos, causando a morte da couve.
Por outro lado, o excesso de humidade, pode causar podridão das raízes e favorecer a
incidência de doenças. Em relação à irrigação da cultura, deve-se levar em consideração
factores como: período de cultivo no ano, ciclo da cultura, tipo de solo, declividade do
terreno, capacidade de drenagem e/ou retenção de água e insolação diária. Normalmente, o
produtor se baseia nas condições de temperatura e de precipitação, bem como, nas condições
do seu solo para essa prática.

Por isso, a reposição da água evapotranspirada deve ser feita diariamente, caso não chova.
Recomenda-se utilizar a cobertura morta (mulching) para diminuição das perdas de água do
solo. Na escolha do sistema de irrigação, devem ser levados em conta a disponibilidade e o
custo dos equipamentos e da mão-de-obra para cada local e região de cultivo.

Segundo FERREIRA (2009) os sistemas de irrigação que podem ser utilizados no cultivo da
couve são:
a) Irrigação por sulcos
É o sistema de irrigação por superfície que aplica a água para as plantas através de pequenos
canais ou sulcos paralelos às linhas de plantio, por onde se movimenta ao longo do declive.
Nesse sistema, a água se infiltra no fundo e nas laterais do sulco, movimentando-se vertical e
horizontalmente no perfil do solo, proporcionando assim, a humidade necessária para o
desenvolvimento vegetal. Entre os benefícios ou vantagens da irrigação por sulcos menciona-
se que a operação do mesmo é realizada sem gasto de energia durante o processo de irrigação.
Este sistema de irrigação não é afectado pela qualidade física e biológica da água e também
pode ser operado na presença de vento, que afectaria o sistema de aspersão, por exemplo.
Uma limitação desse sistema consiste na dificuldade do tráfego de equipamentos e tractores
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sobre os sulcos. Pode ainda ocorrer dificuldades em se automatizar o sistema, principalmente


com relação a aplicar a mesma vazão em cada sulco. O alto custo inicial de implantação do
sistema quanto à construção dos sulcos e o uso mais intensivo de mão-de-obra necessário ao
manejo da irrigação constituem-se, também, em limitações desse sistema de irrigação por
superfície.
b) Aspersão tradicional
Aspersão é o método de irrigação que aplica água simulando a chuva, ou seja, a água é
aplicada sobre as plantas e a superfície do solo na forma de gotas. As principais vantagens são
a durabilidade do equipamento (normalmente canos de PVC) e a facilidade de deslocamento e
instalação em outros locais da propriedade. A irrigação por aspersão pode se constituir,
também, em uma prática auxiliar na redução do número de pulgões e lagartas, pragas que
incidem nas folhas da couve. Como limitação, o sistema de aspersão favorece a incidência de
doenças da parte aérea e pode, inclusive, levar a perdas significativas de água por evaporação,
principalmente em dias quentes e pela acção do vento.
c) Gotejamento
Este sistema se caracteriza por aplicar pequenos volumes de água, na forma de gotas, com alta
frequência em regiões próximas às raízes das plantas, molhando uma fracção da superfície do
solo, reduzindo as perdas e apresentando altos valores de eficiência de aplicação de água,
quando comparada aos sistemas de aspersão e sulcos. Uma limitação do gotejamento é o
tratamento inadequado da água de irrigação, o que vai gerar problemas de obstrução dos
emissores e outras consequências operacionais, como aumento do tempo para limpeza do
equipamento ou para substituição dos gotejadores, aumento dos custos de manutenção e de
operação da irrigação. Outra limitação é a menor durabilidade dos equipamentos de gotejo em
relação ao sistema de aspersão.
d) Microaspersão
O sistema de irrigação por microaspersão apresenta os mesmos componentes do gotejamento,
com excepção dos emissores utilizados. Os microaspersores apresentam vazões superiores aos
gotejadores e molham áreas maiores do solo, na forma circular. Uma das vantagens da
microaspersão é a facilidade de distribuição da água na superfície do solo. Comparado ao
sistema de gotejamento oferece menos riscos de entupimento. Normalmente, exige mínima
filtração. Como limitação da microaspersão cita-se a possibilidade da incidência de doenças
da parte aérea, pois permite o molhamento de parte do caule da planta, e mesmo das folhas,
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em culturas de porte baixo, como a couve. Este sistema pode também ser vulnerável a ventos
fortes e altas taxas de evaporação.

Observação: O solo deve ser mantido sempre húmido, mas nunca encharcado, pois isso pode
prejudicar as raízes e favorecer o surgimento de doenças. O intervalo de rega e a quantidade
de água depende da humidade em que apresentar o solo, lembrando que a couve requer solo
húmido.

1.6.6. Nutrição mineral, calagem e adubação


Recomenda-se realizar anualmente a análise química do solo de 0 a 20 cm de profundidade,
amostrando-se em separado as diferentes glebas e arquivando os resultados da análise para a
rastreabilidade da produção.
a) Calagem
Aplicar calcário, de 30 a 90 dias antes do plantio (conforme o PRNT do correctivo), para
elevar a saturação por bases a 80% e o teor de magnésio a um mínimo de 9 mmolc dm- ³.
Distribuir em área total do canteiro misturando bem com a terra, desde a superfície até 20 a 30
cm de profundidade.
b) Adubação orgânica
Aplicar, cerca de 30 dias antes do plantio das mudas, 20 a 40 t.ha -1 de esterco bovino ou 5 a
10 t ha-1 de esterco de galinha ou cama de frango, todos bem compostados e bioestabilizados.
O húmus de minhoca deve ser utilizado nas mesmas quantidades em relação ao esterco de
galinha. O composto orgânico Bokashi pode ser utilizado na dose de 150 a 250 g por m 2 para
ajudar na recuperação de solos degradados. Na escolha do fertilizante orgânico a ser utilizado,
deve ser considerado o aspecto económico. É importante conhecer a procedência do esterco
animal. A definição sobre a aplicação de menores ou maiores quantidades de nutrientes em
cobertura dependerá de factores como adubação orgânica anterior, interpretação da análise do
solo e foliar, da cultivar utilizada e da cultura anteriormente instalada. A utilização de
fórmulas de fertilizantes de cobertura contendo P2 O5 (como 20-05-20; 12-04-12) juntamente
com N e K2 O tem sido praticada há décadas para diversas espécies de hortaliças,
proporcionando efeitos benéficos quanto à maior produção e melhor qualidade dos produtos
colhidos. A alta solubilidade de alguns fertilizantes fosfatados presentes em formulações de
cobertura, como o DAP e o MAP, possibilitam rápida absorção de fósforo pelas raízes de
hortaliças de ciclo médio, como a couve.
xvii

A couve é uma hortaliça exigente em boro e molibdénio. O boro deve ser aplicado junto com
os fertilizantes de plantio, na dose de 1,0 a 2,5 kg ha -1, conforme o teor deste micronutriente
no solo. Recomenda-se, de maneira complementar, realizar pulverizações com solução de
ácido bórico a 0,1%, iniciando-se aos 20 dias após o transplante das mudas e depois a cada 30
dias. O molibdénio deve ser aplicado via foliar, na forma de molibdato de sódio ou molibdato
de amónio, utilizando-se as concentrações de 0,05% a 0,1%. Iniciar as pulverizações aos 20
dias após o transplante das mudas e depois a cada 30 dias. Utilizar espalhante adesivo,
visando a melhor aderência do produto à folha.

1.6.7. Controlo de pragas e doenças


a) Pragas
De acordo com Filgueira (2003: 272) dentre as principais pragas da couve destacam-se o
pulgão (Brevicoryne brassicae), a lagarta curuquerê (Ascia monuste orseis) e a lagarta
mede-palmo (Trichoplusia ni). Quando a incidência é pequena ou inicial, os insectos podem
ser controlados por catação manual. No caso de grande incidência de pragas, o controlo é feito
com a aplicação de insecticidas sintéticos, porém, podem ser utilizados insecticidas naturais.
No caso dos pulgões são indicados dentre os produtos naturais, o Nim, extractos de alho e
pimenta, as caldas de fumo e o sabão de coco. Vale salientar, que diferentes níveis de
resistência a pulgões foram observados dentre as cultivares da colecção do IAC. Com relação
ao controlo de lagartas, deve ser destacado o insecticida microbiano à base de Bacillus
thuringiensis (Bt) que, quando aplicado em condições de humidade relativa do ar elevada e no
final da tarde, é eficaz e seguro para o meio ambiente e para o aplicador.

Moraes (2014), do INCAPER (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e


Extensão Rural) apud (FILGUEIRA, 2003: 274), recomenda o seguinte sistema de
pulverização com produtos naturais visando o controlo de pulgões, lagartas e ácaros para
diferentes espécies de hortaliças, incluindo-se a couve:
 Ingredientes: 10 g de fumo picado; 10 g de pimenta ardida (malagueta, por exemplo);
16 g de sabão de coco; 100 mL de álcool a 30% e 2 litros de água.
 Modo de preparo: cortar a pimenta em pedaços e deixar de molho em 100 mL de água
durante 3 dias. Colocar o fumo picado em 100 mL de álcool e deixar descansar
durante 24 horas. Coar os extractos do fumo e da pimenta e reservar. Derreter o sabão
de coco em 200 mL de água quente, deixar esfriar e juntar aos extractos de fumo e de
pimenta coados. Armazenar a solução ou misturar no restante dos 2 litros de água.
xviii

 Procedimento: pulverizar a solução sobre as plantas à tardinha, evitando o período


mais quente do dia. Esta solução pode ser conservada por até 3 meses, em embalagem
fechada, na sombra e fora do alcance de crianças e animais.
A traça-das-crucíferas (Plutella xylosthella) é outra praga que pode causar severos danos à
couve, principalmente quando o cultivo ocorre em ambiente protegido. A infestação de
mosca-branca (Bemisia sp.), cada vez mais frequente, também pode acarretar considerável
dano económico para a couve. No caso da incidência de mosca-branca devem ser aplicados
agrotóxicos registados no Ministério da Agricultura, para combater ovos, ninfas e adultos
alternadamente, em aplicações semanais. Além destas pragas, as lesmas e os caramujos, em
locais e períodos muito húmidos, causam prejuízos grandes para a couve. Existem produtos
químicos específicos para seu controlo, tomando-se o cuidado de se verificar o registo dos
mesmos junto aos órgãos governamentais. É possível o controlo agroecológico citando-se
como exemplo a irrigação controlada, de maneira a reduzir a humidade do solo no local de
cultivo. Outra medida eficaz consiste no uso de armadilhas constituídas por panos de algodão
(estopa) molhados com cerveja ou leite, colocando-os sobre o solo dos canteiros e próximos
às plantas ao final da tarde. Isto proporciona a captura de uma grande quantidade de lesmas e
caramujos na manhã seguinte. Recomenda-se a retirada das armadilhas da área de cultivo logo
pela manhã e posterior eliminação destas pragas. O cultivo da couve e inúmeras outras
espécies de hortaliças no Estado de São Paulo e nos estados do sul tem sofrido ataques de um
roedor exótico, originário da Europa, conhecido como lebrão (Lepus europeus). Este roedor
pode atingir de 47 a 67 cm de comprimento e pesar de 3 a 5 kg. Tem hábito nocturno e é
muito arisco, sendo difícil sua captura. O controlo se restringe a evitar que as lebres entrem
nas áreas de plantio, com a construção de cercas feitas de telados de malha fina em torno da
plantação.
b) Doenças
Em relação às doenças, merece destaque a podridão-negra, causada pela bactéria
Xanthomonas campestris pv. campestris e a podridão-mole, causada pela bactéria Erwinia
carotovora var. carotovora. O sintoma característico da podridão-negra é o amarelecimento do
limbo foliar, juntamente com o surgimento de uma mancha necrótica em forma de “V”. Esta
mancha inicia-se na borda da folha e tem o vértice voltado para o centro da folha. A podridão-
mole tem como sintoma típico uma podridão húmida e mole na haste, que destrói a medula do
caule, levando à murcha completa da planta. Normalmente é acompanhada de mau cheiro
característico desta bacteriose. Ambas as doenças são favorecidas pela alta temperatura e
xix

humidade do ar. Em solos compactados, com pouca aeração e excesso de humidade, observa-
se maior incidência dessas doenças. Outra prática que reduz a incidência de doenças fúngicas
de solo e bacterioses, consiste no bom preparo do terreno para proporcionar uma boa aeração,
possibilitando assim o pleno desenvolvimento das raízes da couve. A pulverização da couve
com fungicidas cúpricos reduz o desenvolvimento destas doenças. Importante ressaltar que a
formação de mudas sadias e a rotação de cultura são também, práticas agronómicas efectivas
na redução de doenças da couve.
A cultura da couve está sujeita a outras doenças tais como, mancha-de-alternaria, podridão de
esclerotínia, míldio, bolor cinzento e oídio, causadas por fungos.
Não se recomenda utilizar o leite “longa vida”, pois este tem baixa eficácia contra o oídio.
Apodridão de esclerotínia pode ser controlada com a aplicação prévia do fungo Trichoderma
harzianum ESALQ 1306 no solo ou na muda, por ocasião do transplante de mudas. Nas
culturas adequadamente adubadas e com a irrigação feita de forma apropriada, o
desenvolvimento destas doenças é limitado pelas frequentes colheitas e, por isto, o surgimento
de focos não é significativo do ponto de vista económico. Deve ser mencionada ainda a
doença causada pelo turnip mosaic virus (vírus do “mosaico do nabo”), que ocorre
principalmente em hortas antigas onde frequentemente são utilizadas mudas de baixa
qualidade sanitária, originárias de plantas com esta doença. As plantas infectadas mostram
distorção no formato das folhas e mosqueamento entre as nervuras, intercalando áreas
amarelecidas e verdes. Estes sintomas são visíveis principalmente nas folhas mais jovens. O
controlo deve ser realizado com a produção de mudas sadias oriundas de cultivares isentas
dessa virose e também, o uso de sementes de couves híbridas.

1.6.8. Tratos culturais: manejo de plantas daninhas


O controlo de plantas daninhas deve ser realizado por meio de capina superficial, de modo a
simplesmente roçar as plantas daninhas. Este cuidado tem o objectivo de evitar os danos nas
raízes, que possibilitariam a entrada de doenças bacterianas. A utilização de cobertura morta
(mulching) auxilia no controlo das plantas daninhas, e também melhora a retenção de água no
solo. Portanto, a mão-de-obra utilizada na colecta e distribuição da cobertura morta deve ser
considerada como um investimento, cujo retorno será obtido devido ao melhor controlo da
humidade do solo, com menor necessidade de irrigação e redução no número de capinas.
Rotação e consorciação de culturas A rotação de culturas consiste em um sistema de manejo
onde se alternam culturas de diferentes espécies e famílias botânicas, proporcionando os
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seguintes benefícios: diminuição de diferentes patógenos presentes no solo, redução na


compactação do solo, melhor cobertura vegetal e reciclagem de nutrientes. De maneira geral,
não se recomenda repetir em todos os anos as rotações envolvendo as mesmas espécies,
mesmo de famílias diferentes. Considera-se que nas hortas familiares existe maior facilidade
em se adoptar a rotação de culturas em relação às hortas de maior tamanho (acima de 5 a 10
ha, por exemplo) as quais possuem equipamentos de plantio e de colheita específicos para
poucas culturas e também mão-de-obra mais especializada. As hortas de maior porte têm seus
produtos comercializados em maior escala, o que também pode dificultar a produção de maior
número de outras hortaliças. Porém, mesmo nesses cultivos em grandes áreas é possível a
adopção e a implantação do sistema sustentável de rotação de culturas. Recomenda-se a
rotação da couve com milho, alface, salsa, cebolinha, coentro, feijão-vagem, pepino, pimentão
e tomate. A consorciação de culturas é uma técnica agronómica de alta sustentabilidade,
onde são instaladas e desenvolvidas duas ou mais culturas em uma mesma área, por um
mesmo período. Proporciona diversos benefícios, como o melhor controlo das plantas
daninhas, maior aproveitamento da água e dos fertilizantes pelas plantas, (FILGUEIRA,
2003: 279).

Em suma,
Retire as ervas invasoras que estiverem concorrendo por recursos e nutrientes. Por vezes,
dependendo da variedade da couve, a planta pode ficar muito alta. Neste caso, pode-se cortar
a extremidade do caule principal para favorecer o desenvolvimento dos brotos laterais e
manter assim a planta em uma altura considerada confortável para o manuseio e a colheita.
Por outro lado, excluir ou limitar o número dos brotos laterais pode estimular o crescimento
das folhas no caule principal.

1.6.9. Colheita, embalagem e comercialização


A colheita das folhas inicia-se de dois a três meses após o transplante das mudas. O
crescimento das plantas é favorecido se o produtor retardar o início da primeira colheita. Com
o maior desenvolvimento da parte aérea e do sistema radicular é possível aumentar o ciclo da
cultura, possibilitando escalonar as colheitas por períodos mais longos. Nas operações de
colheita, o produtor deve retirar os brotos “ladrões” que surgem nas axilas das folhas, os quais
podem ser utilizados para formação de mudas. A colheita é realizada a cada 7-10 dias em uma
mesma planta, sendo retiradas as folhas bem desenvolvidas e que estejam no tamanho exigido
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pelo mercado (20-30 cm de comprimento). Estas devem ser colhidas puxando seus pecíolos
(talos) para baixo, com o objectivo de destacá-los junto ao ponto de inserção com o caule.

Plantas mais jovens podem ter suas folhas colhidas, mas isso pode prejudicar o crescimento
das plantas. Evite colher as folhas nas horas mais quentes do dia e deixe pelo menos as 5
folhas mais jovens no caule. Acredita-se que as folhas colhidas após a ocorrência de uma
geada têm melhor sabor. Em condições adequadas, a couve pode produzir por alguns poucos
anos sem necessidade de replantio.

Em seguida à colheita, as folhas de couve são juntadas em maços com 8 a 12 unidades. Esse
procedimento pode ser realizado directamente no campo ou em um barracão de
beneficiamento. Os maços são mantidos em água, para não murcharem, até a comercialização.
A produtividade média da couve é de 3 a 5 kg de folhas por planta, durante o ciclo de 6 a 8
meses. As folhas podem ser consumidas cruas, em saladas. Pode-se também ser cozidas (a
forma ideal é o cozimento à vapor, para se evitar a perda das propriedades medicinais). O
suco da couve também é muito apreciado.

A comercialização é feita na forma de maços de aproximadamente 400 g ou no sistema de


semi-processamento, onde as folhas são picadas, higienizadas e acondicionadas em bandejas,
o que agrega maior valor ao produto. É frequente a comercialização em maços directamente
nas hortas, principalmente urbanas e periurbanas. O consumo se dá in natura na forma de
saladas, refogados e ainda em pratos mais requintados, como farofas e charutos, em que as
folhas de couve substituem as folhas de videira.

1.6.10. Mercado
Para notar a qualidade da couve verifica-se se as folhas estão bem verdes e sem marcas de
picadas de insectos. Folhas amarelas indicam que a couve está velha.
Conserva-se em saco plástico transparente na parte inferior da geladeira por cinco dias.
A análise temporal das demandas de hortaliças é uma das estratégias que tem por finalidade
estudar o comportamento dos preços e da oferta de hortaliças ao longo do ano e por vários
anos. O objectivo desta análise é conhecer os períodos de maior oportunidade de lucro
específico de cada cultura e também as tendências de consumo.
xxii

Conclusão
Neste trabalho, partimos da ideia de que o plantio das bananeiras pode ser realizado em
qualquer época do ano, desde que toda a região a implementar a cultura seja possível ser
irrigada.
Foi possível notar que a não observância das técnicas e exigências da produção de couve
propicia fraco rendimento da couve nas hortas. A pesquisa deste tema fornece ferramentas
fundamentais ao pesquisador na prática desta cultura. O seu valor nutricional e medicinal faz
dela uma cultura bastante importante e mais consumida em Moçambique.
xxiii

Referências bibliográficas
1. ALMEDIA, D. Manual de Culturas Hortícolas. Editorial Presença, Lisboa, 2006.
2. ARAUJO e L.M. Brito. Câmara Municipal de Terras de Bouro. Porto Alegre, São
Paulo, 2009.
3. CASTRO, P. R. C.; KLUGE, R. A. Ecofisiologia de fruteiras tropicais. São Paulo:
Nobel, 1998.
4. FERREIRA, J. (Coordenador) As bases da agricultura biológica (Produção Vegetal),
1ª Edição. Porto Editores, Lisboa, 2009.
5. MOURAO, I. & Pinto, R., Manual de Agricultura Biológica. Terras de Bouro. I.
Mourão. São Francisco, 2006.
6. FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na
produção e comercialização de hortaliças. 2ª Edição. Viçosa: UFV, 2003. p. 274-294.

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