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1 - MOLDEIRAS:

Sempre que desejamos a cópia de um determinado objeto físico, há necessidade de


realizarmos uma ação denominada MOLDAGEM. O resultado da moldagem, que
corresponde ao negativo do objeto moldado denomina-se MOLDE. A inserção de um
determinado material no interior do molde (gesso, resina acrílica, metal etc) resulta em um
MODELO, que representa a cópia idêntica do objeto moldado. No entanto, para que esta
ação seja realizada, necessitamos de um recipiente para conter o material moldador
durante a execução da moldagem denominado MOLDEIRA.
Portanto, em prótese, moldeiras são recipientes apropriados para levar à boca do paciente
certa quantidade de material de moldagem, previamente e corretamente manipulado,
distribuindo-o uniformemente sobre uma área a moldar e mantê-lo em posição até seu
endurecimento total. Temos dois tipos de moldeiras: de ESTOQUE e INDIVIDUAIS. As
moldeiras de estoque, como o próprio nome diz, são aquelas encontradas nas casas de
artigos dentários, geralmente feitas de alumínio, podendo ser LISAS quando utiliza-se um
material de moldagem que adere ao metal (godiva) ou PERFURADAS quando o material
não oferece aderência (silicone) (Figura 1a e 1b).

As moldeiras INDIVIDUAIS são aquelas feitas manualmente, geralmente de resina acrílica


ativada quimicamente (RAAQ), sobre um modelo obtido preliminarmente. Portanto ela é
específica para cada indivíduo, daí seu nome (Figura 2).
Técnica De Construção De Moldeiras Individuais:
Inicialmente devemos realizar um exame do modelo para determinar a presença de áreas
retentivas. Retenções são alterações da superfície do modelo que poderão impedir a
remoção da moldeira após sua confecção (Figura 3).

Assim, sempre que encontrarmos áreas retentivas, elas deverão ser ALIVIADAS com a
deposição de cera rosa nº 7, transformando-as em áreas expulsivas (Figura 4a,b, c e d).
O passo seguinte consiste no isolamento do modelo. Ele é necessário para evitar que a
resina acrílica penetre nos poros do gesso e impeça a sua remoção. Normalmente o
isolamento é feito com um material à base de alginato, denominado Cel-Lac e aplicado
com um pincel em camadas. O material, ao secar, forma uma película protetora, evitando
a aderência da RAAQ (Figura 5).

Materiais E Instrumentais Utilizados:


Os materiais e instrumentais necessários para a construção das moldeiras individuais são
mostrados nas figuras 5a e 5b.
O preparo da RAAQ se faz proporcionando corretamente o monômero e o polímero de
acordo com as instruções do fabricante. Para a resina da marca Clássico (normalmente
utilizada no laboratório) a proporção é de 3/1, ou seja, três partes de pó para uma de
líquido. Coloca-se inicialmente o monômero no pote e a seguir, o polímero. O conteúdo é
espatulado até que ocorra a saturação de todo pó, com uma mistura totalmente
homogênea. Em seguida o pote de vidro é imediatamente fechado com tampa para evitar
a evaporação do monômero. Após esta mistura, a RAAQ passará por fases até estar
pronta para a utilização.
As fases são as seguintes:
a) Fase arenosa – logo após a mistura
b) Fase pegajosa - começa a adquirir consistência
c) Fase fibrilosa – ao tocá-la nota-se a formação de fibrilas (fios)
d) Fase plástica – a resina permite a manipulação.
e) Fase borrachóide – a resina não permite mais ser manipulada
f) Fase densa ou dura – a resina esta polimerizada.
Logo após a fase plástica, a resina passa para a fase borrachóide onde não é mais
possível sua manipulação. Portanto, o trabalho deve ser executado na fase plástica para
permitir sua adaptação sobre o modelo, sem deformações. Enquanto aguarda-se a fase
plástica da resina, sobre o modelo isolado demarca-se os limites das bordas da moldeira,
que deverá ser aproximadamente 1,5 mm aquém do fórnix do vestíbulo. Para tal,
marcaremos com um lápis cópia o fundo do sulco que servirá de referência para o
estabelecimento do limite (Figura 6).

Além disso, também devem ser isoladas as duas placas de vidro e em suas extremidades
adaptar um tira de lâmina de cera nº7 dobrada, que determinará a espessura da moldeira
individual (+ ou – 2mm). Ao atingir a fase plástica, ou ligeiramente antes, a resina é
removida do pote, manipulada formando uma esfera, colocada sobre uma das placas e
com a outra, executar compressão até que haja o contato com as tiras de cera. (Figura7a
e 7b).
Após a prensagem a manta será levada sobre o modelo e sutilmente adaptada com
pressão digital até seu perfeito assentamento (Figura 8a e 8b). Os excessos serão
recortados com a espátula Le Cron e reservados para a confecção do cabo que deverá ter
um tamanho de aproximadamente 1x1cm (Figuras 9a e 9b), posicionado centralmente e
com angulação aproximada de 45graus para vestibular, sobre a crista do rebordo alveolar.
O recorte da borda dentro do limite estabelecido (1,5mm aquém do fórnix do vestíbulo)
poderá ser realizado neste momento, recortando a resina no local demarcado com lápis
cópia ou, desgastando-se a resina após sua polimerização (Figuras 10a,b e c).

Após a separação moldeira/modelo as marcações com lápis cópia aparecerão no interior


da moldeira indicando os locais a serem desgastados com a broca Maxi-Cut (Figuras
10a,b e c). Primeiramente deve-se desgastar a borda em altura até o limite demarcado e, a
espessura da borda deverá ter, no final do desgaste, 2mm aproximadamente.
Clinicamente, a região posterior da moldeira deverá ser desgastada ao nível da linha do
ah!. Em fase laboratorial, desgasta-se observando uma linha imaginária que passe atrás
das tuberosidades palatinas e espinha nasal posterior (Figuras 11a e b).

A moldeira será finalizada com o lixamento de suas bordas, evitando dessa maneira que
quando levada à boca do paciente, não cause ferimentos decorrentes de asperezas
(Figuras 12a e b).

Para a confecção das moldeiras individuais inferiores a seqüência de construção é a


mesma das executadas para as superiores (Figura 13a e b), tendo em mente o recorte da
porção lingual.

2 - BASES DE PROVA:

É a base provisória da dentadura que possibilita ao profissional realizar na boca do


paciente as diversas operações clínicas, tais como o registro das relações maxilo-
mandibulares, a montagem e prova dos dentes na boca do paciente. Existem diversos
materiais com os quais podemos confeccionar as Bases de Prova: resina acrílica ativada
quimicamente, resina acrílica ativada termicamente, placas de policarbonato, etc. O
material recomendado é a resina acrílica ativada quimicamente (RAAQ), incolor ou rosa.

TÉCNICA DE CONFECÇÃO:
BASE DE PROVA DE RAAQ:
Material e instrumental

 Modelos funcionais maxilar e mandibular


 Cera rosa nº 7
 Espátula nº 7, 31 e Le Cron
 Pincel tigre nº 266-16
 Resina acrílica auto-polimerizável ( Clássico ou similar)
 Pote para resina acrílica
 Isolante Cel-Lac
 Duas placas de vidro
 Lâmparina a álcool
 Lixa para madeira nº 180 ou 320
 Mandril para tira de lixa
 Broca Maxi-Cut
 Micro motor

ALÍVIO DAS RETENÇÕES MECÂNICAS:


a) Todas as retenções mecânicas dos modelos são removidas através do preenchimento
das mesmas com cera rosa nº 7 (Figura 1).
b) As retenções nos maxilares são mais frequentes na face vestibular da região de canino
a canino, e na região vestibular das tuberosidades alveolares.
c) As retenções na mandíbula são mais frequentes na região de canino a canino, tanto por
vestibular, como por lingual e na região da fossa retro-miloidea. Deve ser lembrado que os
alívios são menores que nas moldeiras, tendo em vista a necessidade de retenção na
boca do paciente.

ISOLAMENTO DA ÁREA DE SUPORTE:


Todo o modelo será isolado com Cel-Lac, com um pincel macio para evitar a aderência da
resina ao gesso do modelo.
PREPARO DA RESINA ACRÍLICA:
Devemos proporcionar o polímero e o monômero de acordo com a indicação do fabricante,
colocando primeiramente o monômero no pote para resina, e depois o polímero.
Normalmente a proporção pó/líquido é 3/1 A mistura é feita com espátula nº 36, e o
recipiente fechado para evitar a evaporação do monômero da mesma forma que a
executada para as moldeiras.

CONFECÇÃO DA BASE DE PROVA:


a) Prensagem da resina auto-polimerizável entre duas placas de vidro:
Quando a mistura atingir a fase plástica, daremos a ela um formato de bola que será
prensada entre duas placas de vidro isoladas com Cel-Lac. Para proporcionar uma
espessura homogênea durante esta prensagem, recortamos duas tiras de cera, e
colocamos entre as placas de vidro, uma tira em cada extremidade, com a finalidade de
homogeneizar a espessura da lâmina de resina formada (Figura 2). Lembramos que para
a confecção das moldeiras, a tira de lâmina de cera era dobrada para obter maior
espessura.

b) Aplicação da resina acrílica:


A lâmina de resina acrílica será adaptada sobre o modelo funcional em toda a sua
extensão. Deveremos ter cuidado para não pressionar de forma exagerada, pois isto
poderá causar adelgaçamento ou mesmo furar certos pontos ou regiões da resina (Figura
3a). Os excessos deverão ser recortados com uma espátula Le Cron. Toda a região
correspondente ao fundo do sulco deverá ser preenchida com resina (Figura 3b).

c) Separação da base de prova do modelo:


Após alguns minutos, a resina polimeriza tornando-se completamente rígida. Quando isto
acontecer, poderemos separar a base de prova do modelo através de uma espátula nº 7
ou Le Cron, introduzindo-a na borda posterior, entre a base de prova e o modelo, com
cuidado para não causar fratura do mesmo.
d) Eliminação das rebarbas:
Utilizamos a broca Maxi-cut para desgastar a resina acrílica, eliminando as rebarbas da
borda da base de prova, com o cuidado de não deixá-la cortante e respeitar ao mesmo
tempo a espessura da mesma na região dos sulcos gengivolabial e gengivo-geniano
(Figura 4).

e) Acabamento:
O acabamento é dado apenas com tira de lixa, adaptada em mandril próprio. Lixamos as
bordas da base de prova de forma a não deixar arestas cortantes para dar maior conforto
ao paciente uma vez que a mesma ficara em intimo contato com o fundo de sulco do
paciente (Figura 5).

f) Base de prova da mandíbula:


A base de prova no modelo inferior é confeccionada da mesma maneira que a superior.
Em virtude de sua própria conformação, está mais propensa à introdução de esforços e a
deformações. Por este motivo devemos tomar o máximo cuidado em seu acabamento,
para evitar distorções, pois a base de prova deve ter a melhor adaptação possível no
modelo. Não esquecer de recortar o excesso lingual (Figura 6a,b e c).
ORIENTAÇÃO DO PLANO DE CERA MAXILAR E
TRANSFERÊNCIA PARA O ARTICULADOR:
Para a orientação do plano de cera, há necessidade de se confeccionar um rolete de cera
que deve ser unido firmemente à base de prova a fim de serem registradas as diferentes
operações de interesse protético. Nestes planos serão determinados:

1. As relações intermaxilares (dimensão vertical de oclusão e relação central).


2. Suporte adequado aos lábios e bochechas.
3. As linhas de referências para a seleção dos dentes.
4. Montagem dos dentes artificiais.

TÉCNICA DE CONFECÇÃO DO PLANO DE CERA:


Materiais Utilizados:

1. Lâmina de cera rosa nº 7


2. Espátula nº 31
3. Espátula Le Cron
4. Espátula nº 7
5. Lamparina à álcool.

Inicialmente tomamos uma lâmina de cera rosa e plastificamos sobre a chama da


lamparina uma faixa de 1cm ao longo de seu comprimento, até que comece a se curvar
(Figura 8).
A parte da lâmina de cera que ficou plástica é dobrada, procurando conseguir uma perfeita
união das superfícies, evitando que incorporem bolhas de ar. Continuar aquecendo e
dobrando a lâmina de cera até que se consiga um rolete de cera plástico (Figura 9).
Levamos novamente o rolete de cera à chama e dobramos ao meio com a finalidade de
ganhar em altura (Figura 10).

O passo seguinte consiste em dar forma ao rolete de cera de acordo com o arco dental e
adaptá-lo sobre a base de prova, unindo-o firmemente com cera fundida (Figuras 11a, b e
c)
O acabamento do plano de cera será dado utilizando-se a espátula 36 bem aquecida para
prover alisamento na superfície vestibular e lingual e uma espátula de pintor para o
acabamento da superfície oclusal. O plano estará finalizado ao apresentar suas superfícies
totalmente lisas e uniformes (Figuras 12 a e 12 b)

Clinicamente, na maioria dos casos, o plano superior deverá ser construído de tal forma
que fique ao nível ou ultrapasse 1 ou 2 mm o tubérculo do lábio em repouso (Figura 13a) e
que tenha ligeira inclinação no sentido ocluso-gengival (Figura 13b).
Para que seja possível a tomada dos registros dos movimentos mandibulares é necessário
que o profissional utilize um plano de referência, que será o plano protético. Assim, o plano
de cera superior deverá ser paralelo ao plano protético lateralmente (Figura 14a), e na
região anterior, paralelo à linha bipupilar (Figuras 14b). Este paralelismo possibilitará,
durante a função, que as forças oriundas do ato mastigatório incidam perpendicularmente
sobre o rebordo, proporcionando estabilidade da prótese. Para tal utiliza-se a Régua de
Fox. Assim, o plano maxilar é introduzido na boca do paciente e a cera será removida ou
acrescida, até que se consiga o paralelismo da Régua de Fox com o plano protético,
previamente traçado na face do paciente.

TRANSFERÊNCIA DO PLANO DE CERA COM ARCO FACIAL:


O Arco Facial é um dispositivo acessório do articulador com a finalidade de transportar o
plano de cera superior, devidamente orientado, da boca do paciente para o articulador,
mantendo as mesmas relações côndilo-incisivos (Figura 15).

Uma vez orientado, o plano de cera superior deve ser adaptado ao garfo do arco facial.
Para que isto seja feito, há necessidade de se definir a linha mediana, que é traçada no
plano de cera, estabelecendo desta maneira uma referência para o posicionamento correto
do garfo do arco facial e adaptando-se uma lâmina de cera sobre ele (Figura 16a). O plano
é unido ao garfo pela deposição de cera fundida na junção dos mesmos pelo lado palatino
(Figura 16b). A porção vestibular do plano não deve sofrer nenhuma alteração
considerando que ela é referência para a montagem dos dentes artificiais.

Isto feito, o conjunto (plano de cera e garfo do arco facial) é levado à boca do paciente e o
arco facial é conectado ao conjunto pela introdução do garfo à “junta universal” do arco
facial. A seguir, as olivas (peças plásticas das extremidades do arco facial) são
introduzidas no conduto auditivo externo e o paciente deverá segurá-lo com pressão para
frente. O passo seguinte consiste na adaptação do Relacionador nasal que será fixado ao
arco facial e colocado de encontro à sela do nariz. Esta manobra, dará estabilidade ao
conjunto, definindo uma altura correta para o mesmo. Feito isto, e com a base de prova
bem unida à área de suporte, os parafusos são apertados (Figuras 17a e b).

A Distância intercondilar (espaço entre os côndilos) do paciente é determinada


observando-se as marcas situadas na porção anterior do arco facial. Se a linha inferior
ficar entre as linhas da porção superior do arco, a largura condilar registra-se como
Mediana, se permanecer do lado esquerdo (direito do paciente ) o registro será Pequeno e
do lado contrário será Grande (Figura 18)
Feito isto, o conjunto será removido cuidadosamente do paciente, afrouxando-se os
parafusos laterais e central do arco. O passo seguinte consiste em transferir ao articulador,
o plano de orientação com o modelo sobreposto à base de prova. Portanto, o Articulador é
um aparelho destinado a fixar os modelos, registrar as relações intermaxilares e reproduzir
os movimentos mandibulares de interesse protético (Figura 19).

Para montar o modelo superior no articulador, inicialmente ajustamos a distância


intercondilar do mesmo, bastando para isso que cada um dos elementos condilares seja
adaptado na abertura correspondente, de acordo com a distância intercondilar do paciente,
como registrado com o arco facial. Este procedimento é feito tanto para o ramo superior
(Figura 20a) como para o ramo inferior do articulador (Figura 20b).
A seguir, as guias condilares devem ser colocadas em 30º (Figuras 21a e b) e as guias
para o movimento de lateralidade ( ângulo de Bennett ) em 15º (Figuras 22a e b e c).
O articulador está agora pronto para receber o arco facial em seu ramo superior. Para isto,
deve-se introduzir os orifícios existentes nas peças plásticas ( olivas ) do arco facial nos
pinos do plano externo das guias condilares, no articulador (Figura 23). Deve-se observar
que o ramo superior do articulador ficará sempre sobre a barra transversal que une as
duas hastes do arco facial. Isto feito, os parafusos do arco facial são apertados para prover
sua imobilização. (Figura 24).

Para que o modelo seja montado no articulador há necessidade de se fazer guias


(indexações ) na base do mesmo, cuja finalidade é de um futuro reposicionamento do
modelo no articulador. Para isto, basta desgastar o gesso do modelo em forma de “V”,
sendo uma na região anterior e duas na região posterior, uma de cada lado (Figura 25).
Dessa maneira, o modelo superior é vaselinado (Figura 26), posicionado firmemente à
base de prova, e o gesso é vazado, proporcionando sua fixação no articulador (Figura 27).
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3 - DIMENSÃO VERTICAL:

Dimensão Vertical: em Prótese é qualquer medida em altura que depende da separação


ou aproximação dos maxilares e podem ser:
1- Dimensão Vertical de Repouso (DVR): Também chamada de Dimensão Vertical de
Postura, é a distância entre a maxila e a mandíbula quando esta se encontra em repouso.
Uma definição mais completa foi proposta por NISWONGER: É a posição em coordenação
recíproca dos músculos elevadores e depressores, com os dentes superiores e inferiores
separados. No passado acreditava-se que esta posição mandibular fosse fixa e definida.
Estudos evidenciaram que inúmeros fatores podem alterá-la, inclusive que ela não é uma
posição e sim uma zona de repouso (Figura 1). Nesta posição os lábios se tocam
ligeiramente mas os dentes estão sem contato.

2- Dimensão Vertical de Oclusão (DVO): Também chamada de Dimensão Vertical


Morfológica, é a distância entre a maxila e a mandíbula, quando os dentes estão em
contato (Figura 2).

3- Espaço Funcional Livre (EFL): Também chamado de Espaço Interoclusal, é o espaço


que existe entre a posição de repouso e a posição de oclusão. Em outras palavras, é a
diferença entre a Dimensão Vertical de Repouso e a Dimensão Vertical de Oclusão.
Estudos realizados mostraram que o Espaço Funcional Livre mede em média, de 2 a 4
mm. Como a posição de repouso é variável, admite-se também que o espaço funcional
livre sofra flutuações (Figura 3).
MÉTODO PARA O REGISTRO DA DIMENSÃO VERTICAL DE
OCLUSÃO:
No desdentado total:
Existem vários métodos para o registro da DVO, todos sujeitos a críticas. O método a ser
descrito aqui se baseia na DVR e é comumente chamado de Método dos dois pontos.

TÉCNICA:
a) Paciente sentado na cadeira de operações em posição ortostática (com o encosto e o
assento da cadeira formando um ângulo de 90º).
b) Marca-se na pele do paciente, de preferência sobre a linha mediana, dois pontos: um na
ponta do nariz e o outro na base do mento.
c) Mede-se por meio de um compasso a distância entre estes dois pontos. A mandíbula do
paciente deverá estar em repouso.
d) Da medida obtida, fecha-se o compasso de 2 a 4 mm, que corresponde ao espaço
funcional livre (Figura 4)
e) Coloca-se na boca do paciente a base de prova superior com o plano de cera
corretamente orientado (paralelo ao plano protético e a linha bipupilar) e sua superfície
oclusal isolada com vaselina. Em seguida plastifica-se o plano de cera inferior, com um
canivete bem aquecido (Figura 1a), e leve-o à boca pedindo ao paciente para ir fechando
lentamente (Figura 1b). A cera plastificada vai sendo “amassada” enquanto o profissional
observa quando as pontas do compasso coincidem com as marcas na pele do paciente.
Esta coincidência significa que a mandíbula está na posição de Dimensão Vertical de
Oclusão e que a altura do plano inferior esta definida.(Figuras 1c).

Análise Do Plano Inferior Após O Registro Da DVO:


Foi observado por clínicos e investigadores que após o registro da DVO, o plano de cera
inferior deve ter uma altura adequada para que a fisiologia da língua e da mastigação seja
facilitada. Nestas condições:

1. A superfície oclusal do plano inferior deve estar no mesmo nível do ângulo da boca
quando a mesma estiver ligeiramente aberta.
2. A altura do plano na região posterior deve estar de 2 a 3 mm abaixo da porção
mais alta da papila retromolar.
4 - RELAÇÃO CENTRAL:

Quando existem os dentes naturais, a posição de Oclusão Central (OC) entre a mandíbula
e a maxila é regida pela relação das superfícies oclusais dos dentes. OCLUSÃO
CENTRAL, portanto, é a posição normal que produz a máxima intercuspidação e o maior
número de pontos de contato entre ambos os arcos dentários (superior e inferior) (Figura
1).

Ocorrendo a perda total dos dentes naturais (Figura 2), desaparece a oclusão central e a
posição da mandíbula é, então, governada pelo equilíbrio entre os vários músculos que
atuam sobre ela. Na confecção de dentaduras não temos, portanto, as referências dentais
para o restabelecimento do esquema oclusal de nosso paciente. É a partir do registro da
Relação Central (RC) que podemos reposicionar a mandíbula no sentido Antero-posterior
em relação ao crânio e, então, restabelecer o relacionamento oclusal entre a arco superior
(maxila) e inferior (mandíbula). A relação central portanto é uma posição condilar, dentro
da fossa mandibular, próxima ou coincidente àquela ocupada pelo côndilo quando os
dentes estavam em oclusão.
Portanto, no dentado, as posições de Relação Central e de Oclusão Central podem
apresentar uma pequena diferença de posição (não coincidência) ou serem coincidentes.
Assim, no desdentado, nós registramos a relação central e a partir dela determinamos à
oclusão central. Em resumo, fazemos coincidir ambas as posições, a partir da relação
central (Figura 3).

Existem muitas definições de Relação Central, no entanto a que é aceita pela Disciplina
diz:
“É a posição mais posterior, não forçada, dos côndilos na cavidade articular, a partir da
qual, movimentos de lateralidade podem ser realizados, em uma dimensão vertical dada”.
Esta posição pode ser determinada através de:

1. Registros Gráficos: extra ou intra-oral;


2. Registro em cera ou Direto;
3. Registros Fisiológicos ou Funcionais: Deglutição, Fonética, Levantamento da
língua.

O método utilizado pela disciplina é o de Registro Gráfico extra-oral associado aos


métodos fisiológicos.

REGISTRO GRÁFICO EXTRA-ORAL:


Os dispositivos de registro extra-oral da Relação Central compõem-se de duas peças: uma
pua registradora (Figura 4a), e uma plataforma ou placa de registro (figura 4b).
A pua registradora é composta por um pino móvel no sentido de seu longo eixo e está sob
a ação de uma mola que o pressiona contra a plataforma de registro. Esta, por sua vez, é
constituída de uma lâmina metálica provida de duas hastes ligeiramente curvas e móveis,
para a adaptação à superfície vestibular do plano de cera inferior. A pua registradora é
fixada à superfície vestibular do plano de orientação superior de tal forma que o pino
inscritor fique ao nível da linha mediana (Figura 5a) e toque a plataforma de registro. A
plataforma de registro é instalada, da mesma forma, no plano inferior (Figura 5b).

Após a montagem do aparelho, coloca-se sobre a plataforma de registro, uma fina camada
de cera azul, para dar contraste, e a operação seguinte é executada na boca do paciente
(Figura 6).

As bases de prova, com seus planos de orientação e o aparelho de registro fixado aos
mesmos, são levados à boca observando-se o contato pino-plataforma. Solicita-se ao
paciente para executar movimentos de lateralidade esquerda e direita e o movimento de
protrusão. À medida que os movimentos são executados, o pino inscritor registra, na
superfície da plataforma um gráfico denominado de “Arco gótico”. O traçado produzido
pela pua revela quando a mandíbula está em relação central com a maxila (Figura 7).

O vértice do arco gótico, bem definido, assinala a posição mais posterior não forçada dos
côndilos na cavidade articular. Um vértice arredondado do arco gótico significa que o
paciente fez movimento de lateralidade com ligeira protrusão (Figura 8a). Outras vezes o
ápice do arco gótico apresenta-se confuso. Isto pode ser motivado por folga do pino
inscritor no tubo, ou então, bases de prova que se movimentam sobre os rebordos (Figura
8b), daí a necessidade de serem bem adaptadas. Muitas vezes o paciente não consegue
inscrever o arco gótico em virtude de interferências provocadas pelos planos de cera ou
pelas bases de prova (Figura 8c). Pode ocorrer, ainda, dificuldades por parte do paciente
em movimentar a mandíbula. Às vezes, um treinamento prévio pode sanar esta limitação
do paciente, porém em outras circunstâncias há necessidade da associação de outros
métodos para obtenção e registro da RC.

FIXAÇÃO DOS PLANOS DE ORIENTAÇÃO:


Após a obtenção de um arco gótico com o ápice bem definido, solicita-se ao paciente
permanecer firme na posição e procede-se à fixação dos planos entre si, por meio de
grampos metálicos (dois de cada lado) ao nível dos pré-molares(Figura 9). Retira-se o
conjunto da boca e em seguida transfere-se ao articulador.

MONTAGEM DO MODELO INFERIOR NO ARTICULADOR:


Com o modelo superior já montado no articulador com o auxílio do arco facial, monta-se
agora o modelo inferior. O modelo inferior é convenientemente tratado fazendo-se as
indexações e isolando a base do mesmo com vaselina sólida e a seguir realiza-se sua
montagem com uma quantidade suficiente de gesso pedra (em geral 100g X 30cc de H20).
É recomendável colocar um elástico passando pelos ramos superior e inferior do
articulador para evitar alteração devido à expansão de presa do gesso (Figura 10).
MOVIMENTOS MANDIBULARES E AJUSTES DO ARTICULADOR:
1- Oclusão: É o contato entre os dentes superiores e inferiores, quando a mandíbula está
numa posição estática.
2- Oclusão central: É quando ocorre o maior número de pontos de contato entre os
dentes superiores e inferiores, estando a mandíbula numa posição estática. Todas as
oclusões que não sejam a Central, são denominadas de Oclusão Excêntrica.
3- Oclusão Balanceada ou Equilibrada: Vem a ser qualquer posição estática da
mandíbula, em que ocorrem pelo menos três pontos de contato entre os dentes superiores
e inferiores.
4- Articulação: É qualquer contato entre os dentes superiores e inferiores, quando a
mandíbula está em movimento.
5- Articulação Balanceada: É quando ocorre em qualquer movimentação da mandíbula
(protrusão ou lateralidade), pelo menos três pontos de contato, sendo um anterior e dois
posteriores, um de cada lado.
6- Articulador: É a representação mecânica da articulação temporomandibular. Quando
ajustado de acordo com os movimentos mandibulares do paciente, ele aproxima-se muito
mais da realidade.
7- Curva de Compensação: Como o próprio nome diz, é uma curva que será impressa
durante a montagem dos dentes artificiais para compensar o descenso da mandíbula,
decorrente da inclinação da vertente anterior do osso temporal, nos movimentos
protrusivos (Ver o capítulo montagem dos dentes).
7.1- Curva Ântero-posterior ou de Spee: É a curva ântero-posterior bem definida,
descrita na face oclusal dos dentes do arco inferior natural (cúspide do canino a cúspide
vestibular dos pré-molares e molares) cujo prolongamento coincide com a inclinação da
vertente posterior da eminência do osso temporal (Figura 1)
7.2- Curva Látero-lateral ou de Monson: Curva de Monson: é a curva de oclusão na qual
as cúspides e bordas incisais dos dentes inferiores tocam ou se conformam a um
Segmento de uma esfera, com 8 polegadas de diâmetro, cujo centro se localiza na glabela
(Figura 2).

7.3- Curva de Wilson: Linha imaginária, no plano frontal, que toca os vértices das
cúspides vestibulares e linguais dos dentes posteriores inferiores e superiores de um lado
até os vértices das cúspides linguais e vestibulares do lado oposto (Figura 3).

8- Trajetória Sagital da cabeça da mandíbula: É a trajetória percorrida pela cabeça da


mandíbula, no interior da fossa mandibular, de cima para baixo e de traz para frente,
iniciando-se na posição de relação central, até mais ou menos 4 mm de protrusão (Figura
4).
9- Ângulo de Bennett: É formado quando a mandíbula executa um movimento lateral. Um
dos côndilos sofre rotação em torno de um eixo virtual (lado de trabalho) chamado de
“Movimento de Bennett” enquanto que o outro sai da fossa mandibular, dirigindo-se para
baixo, para frente e para dentro (lado de balanceio). O ângulo formado no lado de
balanceio, em relação ao plano horizontal é denominado de “Ângulo de Bennett” (Figura 5)

10- Trajetória Incisiva: É a trajetória percorrida pela borda incisal do incisivo central
inferior na face palatina do incisivo central superior, durante o movimento de protrusão da
mandíbula (Figura 6).
Na construção de dentaduras, um dos objetivos do profissional é estabelecer uma oclusão
e articulação balanceadas. Vamos inicialmente ajustar a guia condilar do articulador, que
representa a trajetória sagital da cabeça da mandíbula, também chamada de Trajetória
Condílica do paciente. Sua média é de 33º, mas através de movimento de protrusão do
paciente, podemos graduar o articulador de acordo com a inclinação da fossa mandibular
do mesmo (Figura 7).
Nesse movimento de protrusão, se os planos de orientação estiverem paralelos ao plano
protético (como devem estar), eles perderão o contato na parte posterior, ocorrendo então
o que chamamos de “Fenômeno de Christensen”, que vem a ser o espaço formado entre
os planos superior e inferior nessa região. Esse espaço é proporcional à inclinação da
trajetória condílica do paciente. Para que o fenômeno de Christensen não ocorra, é
necessário o estabelecimento da “Curva de Compensação”. Se a trajetória condílica fosse
reta (1 e 2) esse fenômeno não ocorreria.

O mesmo fenômeno ocorre no movimento de lateralidade da mandíbula, na ocasião em


que registramos o ângulo de Bennett. Se essa trajetória no sentido látero-lateral fosse reta,
este fenômeno também não ocorreria (1 e 2). No laboratório, fixamos esse ângulo em 15º
no articulador, que representa a sua média (Figura 8).
Precisamos ainda determinar, no articulador, a inclinação ântero-posterior da mesa incisal,
a qual depende da reabsorção do rebordo mandibular do paciente. Um rebordo muito
reabsorvido torna a prótese instável durante a movimentação possibilitando seu
deslocamento. Portanto necessitamos de dentes com cúspides baixas para evitar o toque
de ponta de cúspides. Assim, a mesa incisal do articulador deve receber uma graduação
baixa ou zero. Numa reabsorção média, caso do nosso modelo de laboratório, graduamos
a mesa incisal em 10º.

Observamos no exemplo acima que se tivermos uma inclinação da trajetória condílica


sagital em 30 graus, e a inclinação das cúspides dos dentes em 30 graus (Figura A), a
mesa incisal deverá ser graduada em 30 graus. Mas, se tivermos uma inclinação da
trajetória condílica em 30 graus e a inclinação das cúspides dos dentes em 20 graus, a
inclinação da mesa incisal será a média ou seja, 20 graus (Figura B).
Na Figura C observamos que para cúspides em zero grau, mesmo com trajetória condilar
em 30 graus, a inclinação da mesa incisal será sempre zero grau acentuando a curva de
compensação.
Quanto menor a reabsorção do rebordo ósseo alveolar, maior poderá ser a inclinação da
mesa incisal (Figura 9). Ainda temos que determinar a inclinação latero-lateral da mesa
incisal que dependerá da altura das cúspides dos dentes que serão utilizados. Da mesma
forma que a inclinação ântero-posterior, quando se utiliza dentes com cúspides zero grau,
a inclinação lateral da mesa será também zero e assim por diante (Figura 10).

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5 - MONTAGEM DOS DENTES ARTIFICIAIS:

Os dentes anteriores assumem uma importância muito grande no que se refere a estética,
a fonética, e a parte mecânica (oclusão). Nestas condições, para uma montagem
adequada, alguns princípios básicos deverão ser levados em consideração:
1- Linha mediana: Corresponde ao plano sagital do paciente e ela é demarcada no plano
de cera no momento da seleção dos dentes artificiais. Divide a face em duas metades
iguais, desde que sejam proporcionais.
2- Suporte para os lábios: A fim de que o suporte para os lábios seja satisfatório, os dentes
artificiais devem ser montados “exatamente” nos locais que eram ocupados pelos dentes
naturais. Ponto importante que deve ser considerado é que o suporte para o lábio é dado
não pelo bordo incisal mas pela parte média da face vestibular do dente (A,B,C eD). A
Papila incisiva é uma referência bastante significativa para a montagem do incisivo central
superior. Quando os dentes naturais anteriores superiores estão presentes, a papila
incisiva é localizada ligeiramente atrás dos mesmos. Após as extrações dos dentes
anteriores, em consequência do processo de reabsorção óssea, a papila incisiva passa a
ocupar uma posição sobre o rebordo, evidenciando dessa maneira, maior reabsorção da
parte vestibular do alvéolo dental. Desde que a reabsorção não tenha sido muito grande
ela passa a ser referência para o posicionamento dos incisivos centrais

POSIÇÃO, ALINHAMENTO E DISPOSIÇÃO DOS DENTES


ARTIFICIAIS:
Segundo SAIZAR, é possível distinguir sob a denominação genérica de alinhamento, três
elementos que definem a situação dos dentes ao formarem o arco; elementos que podem
variar independentemente uns dos outros e que são chamados de: Posição- É a situação
do conjunto de órgãos dentais no espaço, em relação com os lábios, nariz, comissuras e
dentes antagonistas. Em outras palavras, é a posição do arco dental relacionado com a
fisionomia. Assim, cada dente tem seu lugar reservado (figura 1).

Alinhamento- Refere-se à forma do arco dental que se obtêm após a montagem dos
dentes. Ao dispor os dentes, observar o alinhamento, que deve acompanhar a forma do
rebordo alveolar. Assim, em um rebordo triangular, por exemplo, os dentes deverão dispor-
se de tal forma que resulte em um arco dental triangular quando observar o arco dental
superior pela face oclusal (Figura 2).

Disposição- Refere-se à situação individual de cada dente na arcada. No estudo da


disposição dos dentes devemos analisar inicialmente a questão da sequência de
colocação dos dentes para depois estudarmos os problemas de disposição propriamente
dita. Assim, observamos na figura 3 que a disposição do canino apresenta seu eixo
cervico-oclusal mais inclinado que os demais dentes.

Existem várias maneiras de iniciarmos a montagem dos dentes artificiais de uma


dentadura. Alguns autores recomendam a montagem dos dentes do hemiarco superior e
depois do hemiarco inferior do lado correspondente. Posteriormente do hemiarco
antagonista desse lado. Outros autores recomendam inicialmente a montagem dos seis
dentes superiores e inferiores, estabelecendo o trespasse horizontal e vertical para o caso.
Após a prova, na boca do paciente, completa-se a montagem dos dentes posteriores. A
técnica a ser descrita aqui, para a montagem dos dentes anteriores superiores,
proporciona um arranjo padronizado para as dentaduras. Conhecendo-se a posição,
alinhamento e disposição dos dentes, é possível com o tempo e a experiência, tentar
estabelecer uma individualização na montagem, fugindo dessa forma de padronização.

MONTAGEM DOS DENTES ANTERIORES SUPERIORES:


INCISIVO CENTRAL SUPERIOR:
1- Retira-se do plano superior uma porção de cera correspondente ao tamanho do incisivo
central superior, tendo-se como referência a linha mediana inscrita no mesmo.
2- Plastifica-se a cera no espaço deixado e fixa-se o dente, de tal modo que a face mesial
do mesmo tangencie a linha mediana (Figura 4).
O incisivo central será colocado de modo a ficar:
a) Ligeiramente inclinado para vestibular (vista lateral)
b) Bordo incisal descansando exatamente sobre a superfície do plano de orientação
inferior.
c) Com seu longo eixo na posição vertical (vista frontal).
INCISIVO LATERAL SUPERIOR:
1- Retira-se do plano superior uma porção de cera correspondente ao tamanho do dente,
tendo-se como referência a face distal do incisivo central superior.
2- Plastifica-se a cera no espaço deixado e fixa-se o dente (Figura 5).
O incisivo lateral será colocado de modo a ficar:
a) Colo ligeiramente mais deprimido que o central (+ p/ dentro)
b) Bordo incisal ligeiramente mais elevado que o central (ñ toca o plano)
c) Seu longo eixo ligeiramente inclinado para mesial.

CANINO:
1- Retira-se do plano superior etc...
2- Plastifica-se a cera no espaço deixado e fixa-se o dente (Figura 6).
O canino será colocado de modo a ficar:
a) Vértice da cúspide deverá situar-se ao nível do plano de orientação inferior (tocando-o
ou ligeiramente a baixo)
b) Visto pela face vestibular, seu longo eixo deverá estar ligeiramente inclinado para
mesial
c) Visto pela face mesial, o seu longo eixo deverá estar ligeiramente inclinado para a
região palatina de tal forma que a porção cervical apareça mais volumosa. Isto caracteriza
a bossa canina.
d) Olhando-se a prótese pela frente, somente será visível a metade mesial de sua face
vestibular.
Após a montagem dos seis dentes anteriores teremos a seguinte configuração: 

MONTAGEM DOS DENTES POSTERIORES SUPERIORES:


Tal como os dentes anteriores superiores, para a montagem dos dentes posteriores
superiores há necessidade de referências para que os dentes possam ser montados no
plano de cera convenientemente, para executarem seu trabalho funcionalmente. Assim,
dois fatores devem ser considerados, ou sejam:
a) Linha principal do esforço mastigatório
b) Curva de compensação

LINHA PRINCIPAL DO ESFORÇO MASTIGATÓRIO:


A montagem dos dentes posteriores superiores, deve ser feita de maneira tal que os
mesmos fiquem sobre a crista do rebordo alveolar. Para que isto aconteça precisamos
traçar uma linha, no modelo inferior, sobre a crista do rebordo ósseo alveolar. Esta linha
deve iniciar-se do centro da papila retromolar em direção anterior, abrangendo a maior
extensão em linha reta (Figura 7).

Esta linha traçada no modelo é agora transportada para o plano de cera inferior, com o
auxílio de uma régua flexível. Os dentes serão então montados de maneira tal que as
cúspides palatinas fiquem exatamente sobre esta linha. Com este artifício, as forças
transmitidas pelos dentes posteriores superiores incidirão exatamente sobre a crista do
rebordo ósseo alveolar inferior, fazendo com que elas sejam absorvidas sem prejuízo ao
osso dando maior estabilidade às próteses quando em função.

CURVA DE COMPENSAÇÃO:
Como o plano de orientação superior foi construído paralelo ao plano Protético, quando o
paciente executa o movimento de protrusão os planos perdem contato na região posterior,
formando um espaço entre os planos que é chamado de “Fenômeno de Christensen”. Isto
ocorre em virtude da inclinação da cavidade articular no sentido de trás pra frente e de
cima para baixo. Na construção das dentaduras artificiais devemos sempre evitar que haja
formação deste espaço, pois se o mesmo ocorrer, as próteses podem perder a
estabilidade e o paciente não conseguir usá-la.
Por este motivo, devemos utilizar um artifício que compense este espaço formado. Para
tal, os dentes deverão ser dispostos em uma curva no sentido Antero-posterior, chamada
de “Curva de compensação” (Figura 8) O mesmo fenômeno ocorre durante os movimentos
de lateralidade. Em virtude da inclinação da cavidade articular no sentido lateral (de cima
para baixo e de fora para dentro), os planos perdem contato entre si. Assim sendo, não há
possibilidade de se conseguir estabilidade para a dentadura. Por este motivo, os dentes
são dispostos de maneira tal a compensar este espaço com o fim de prover uma
Articulação bilateral balanceada (Figura 8).

Existem dois métodos para o estabelecimento da Curva de Compensação: o Fisiológico e


o Mecânico. No método Fisiológico, o próprio paciente individualiza esta curva. Para isto,
são abertas canaletas, uma no plano de orientação superior e outra no plano de orientação
inferior, e ambas são preenchidas com uma mistura de pó abrasivo. Os planos são
levados à boca do paciente e o mesmo executa movimentos de lateralidade e de
protrusão. Pelo desgaste dos planos individualizar-se-á, a Curva de compensação.
A seguir, os dentes são montados em relação a esta curva estabelecida. No método
Mecânico, (adotado pela disciplina), o estabelecimento da Curva de Compensação é dado
pela inclinação dos dentes no sentido vestíbulo-palatino e mésio-distal, que se inicia no 1º
molar superior. Assim, a técnica para a montagem dos dentes posteriores superiores é a
seguinte:

PRÉ-MOLARES SUPERIORES:
Os pré-molares são colocados de modo a ficarem:
a) o seu longo eixo na vertical
b) as cúspides vestibulares e palatinas tocam o plano inferior
c) faces vestibulares ao nível do canino ou ligeiramente para dentro
d) cúspides palatinas sobre a linha principal de esforço mastigatório.
MOLARES SUPERIORES:
Os molares são colocados de modo a ficarem:
a) suas cúspides palatinas deverão incidir sobre a linha principal do esforço mastigatório
b) o 1º molar situar-se-á em contato com o plano oclusal inferior, somente por sua cúspide
mésio-palatina. Inicia-se aqui a curva de compensação. A cúspide mésio-vestibular distará
0,5 mm aproximadamente do plano oclusal e a disto-vestibular a quase 1 mm.
c) O 2º molar acompanha a inclinação do 1º molar, porém suas cúspides vestibulares são
mais altas em relação ao plano oclusal inferior. Levantam-se para trás, em direção às
cabeças da mandíbula completando a Curva de Compensação.

MONTAGEM DOS DENTES POSTERIORES INFERIORES:


A ordem de montagem dos dentes inferiores varia segundo os autores. Tamaki inicia pelos
incisivos e segue, pela ordem, para posterior. Saizar, e a Disciplina de Prótese Total,
depois de concluída a montagem dos dentes superiores, iniciam pelo primeiro molar
inferior, já que esse dente, na dentição natural, é considerado (segundo Angle) a chave de
oclusão. Marca-se na cera, no plano de orientação inferior, com o articulador fechado, dois
traços: um ao nível da cúspide vestibular do segundo pré-molar superior, e outro ao nível
da cúspide disto-vestibular do primeiro molar superior, que corresponde ao
posicionamento do primeiro molar inferior.
Observar, pela foto, que foi removido a metade do plano de cera, para que o menor
volume facilite a montagem. Plastifica-se a cera na região compreendida entre os dois
traços, prende-se o primeiro molar inferior com cera plastificada, e fecha-se o articulador
cuidadosamente, para que a pressão de fechamento faça chegar o molar em oclusão
central; observando se a cúspide mésio-vestibular incide no centro das cristas marginais
proximais do segundo pré-molar e primeiro molar superior e se a cúspide disto-vestibular
do molar inferior incide sob a fossa principal do molar superior (Figura 11).
Montado o molar de um lado, monta-se o do lado oposto seguindo o mesmo procedimento.
Segue-se, agora, o ajuste da mesa incisal. Inicialmente ela é inclinada no sentido sagital,
de 0º a 20º dependendo da reabsorção do rebordo. Esta inclinação é determinada pelo
profissional e corresponde à inclinação da trajetória incisiva. Para rebordos muito
reabsorvidos a inclinação Antero-posterior deverá ser diminuída podendo chegar até 0º
(neste caso usamos dentes artificiais sem cúspides ou dentes 0º).
As aletas laterais da mesa incisal são levantadas, para compensar a altura da cúspide, se
houver, movimentando-se lateralmente o ramo superior do articulador. Leva-se o ramo
superior do articulador para a direita, mantendo o contato do dente superior com o dente
inferior e inclina-se a aleta esquerda até que o pino guia incisal toque a mesa novamente
(Figura 12).
Procede-se igualmente para o outro lado (quando a montagem dos dentes inicia-se pelos
incisivos a mesa incisal é ajustada, no sentido transversal, pelas vertentes dos caninos).
Acertada a mesa nos dois planos voltamos a movimentar o ramo superior do articulador
em lateralidade direita, esquerda e, agora, também no sentido de protrusão para
verificarmos se os dentes mantêm contato por suas cúspides a fim de se conseguir uma
oclusão bilateral balanceada. Na posição de trabalho, as cúspides vestibulares superiores
e inferiores tocam-se, ocorrendo o mesmo com a palatina superior e a lingual Inferior.
Na posição de balanceio, a cúspide palatina superior deverá tocar a vestibular inferior. Na
posição de protrusão as cúspides vestibulares e linguais dos dentes inferiores tocam as
cúspides vestibulares e linguais dos dentes superiores ao mesmo tempo, porém mais a
frente. Considerada satisfatória a montagem dos primeiros molares inferiores passaremos
a montar os segundos molares, e depois, os segundos pré-molares, com o mesmo
procedimento, tendo-se o cuidado de movimentar o ramo superior do articulador, sempre
após a montagem de cada dente, nas três situações já descritas.
Ocorre, às vezes, que para conseguir bom “engrenamento” dos dentes nas suas
excursões de lateralidade e protrusão, temos a necessidade de movimentar o dente
superior já montado, ou mesmo desgastar com uma broca esférica nº 8 ou 10,
determinada vertente de cúspide para conseguir o contato desejado.

MONTAGEM DOS DENTES ANTERIORES INFERIORES:


INCISIVOS CENTRAIS:
a) face mesial toca a linha mediana
b) face vestibular acompanha o contorno do plano de cera
c) longo eixo na vertical
d) não tocam os incisivos mesiais superiores quando as dentaduras estão em oclusão
central (Figura 13)
Durante a montagem dos incisivos centrais inferiores realiza-se movimentos protrusivos e
laterais, para observar os contatos que devem ocorrer com os incisivos superiores (Figura
14).
INCISIVOS LATERAIS:
a) face mesial mantem contato com a distal dos centrais
b) face vestibular acompanha o contorno do plano de orientação
c) longo eixo na vertical
d) não tocam os superiores em oclusão central.
CANINOS:
a) face mesial contatando a face distal do lateral
b) cúspide localizada na linha do ponto de contato do incisivo lateral e do canino superior
c) longo eixo, no sentido mésio-distal, ligeiramente inclinado para mesial e no sentido
vestíbulo lingual, perpendicular ao plano oclusal.

PRIMEIROS PRÉ-MOLARES:
a) em altura não deverá ultrapassar o canto da boca
b) longo eixo na vertical
c) deverá ser o ultimo dente a ser montado, permitindo assim um ajuste oclusal correto e
evitando apinhamento dos dentes anteriores
d) quando necessário, devemos desgastar sua face mesial.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES PARA A MONTAGEM DOS


DENTES ANTERIORES:
Os dentes anteriores mandibulares raramente se apresentam regularmente ou
simetricamente. Variações gerais, somadas a desgaste dos bordos incisais melhoram sua
aparência estética. OVERBITE (TRESPASSE VERTICAL): diz respeito ao espaço
existente entre a superfície incisal do incisivo superior e a incisal do incisivo inferior, em
oclusão. Para casos práticos de dentaduras não deve exceder um milímetro e, em muitos
casos será reduzido além deste limite. No entanto este trespasse vai depender da altura
das cúspides dos dentes posteriores que durante a movimentação protrusiva separa mais
ou menos os dentes anteriores.
Os dentes anteriores (superiores e inferiores) nunca devem estar em contato quando as
dentaduras estão na boca, em oclusão central. É preferível articulá-los de modo que
somente haja contato em lateralidade e protrusão. OVERJET (TRESPASSE
HORIZO+TAL): diz respeito à relação horizontal que existe entre os dentes superiores e
inferiores ou seja, a distância entre a superfície palatina do incisivo superior e a vestibular
do inferior. Varia consideravelmente conforme a relação horizontal dos rebordos (Figura
17).
Além da classe I, ou relação normal entre os rebordos, existem pacientes cuja relação
entre os rebordos é classe II ou retrusão mandibular ou ainda classe III ou protrusão
mandibular.

Na classe II, o trespasse horizontal entre os dentes anteriores é bastante aumentado


dificultando assim o contato anterior na articulação (Figura 19) Na montagem dos dentes
posteriores podemos suprimir o primeiro pré-molar inferior, isto porque na classe II, a
extensão do maxilar é bem maior do que a extensão da mandíbula, e consequentemente
na mandíbula, haverá falta de espaço. Na classe III, o contato entre os dentes anteriores
será topo a topo, isto é, não existe nem trespasse vertical e nem trespasse horizontal. Às
vezes a classe III é tão acentuada que é necessário que o trespasse horizontal e vertical
seja invertido (Figura 20).
A relação entre os dentes posteriores poderá ser normal ou cruzada, dependendo
logicamente do tamanho da mandíbula em relação à maxila, principalmente de sua
largura. Quando a mandíbula é bem mais larga que a maxila, nós precisamos montar em
mordida cruzada, isto é, a cúspide vestibular do molar superior, se contata com o sulco
principal do molar inferior (Figura 20).

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