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Nesse tempo o nosso desafio é trabalhar pela unidade de nossa igreja. A Palavra de Deus diz que somos um Corpo.

O
corpo não é uma coleção de partes, mas uma unidade orgânica. Cada membro é participante da natureza divina,
pois nasceram de Cristo, o Cabeça. No corpo há variedade na unidade. Apesar de estarem em um mesmo Corpo, os
membros não são iguais. Nunca devemos confundir unidade com uniformidade. Na unidade do Corpo há
diversidade. Há uma interdependência entre os membros. Nenhum membro tem sentido ou real significado, isolado,
por si mesmo, separado do Corpo. Na unidade do Corpo não há partes menos importantes. É tolo discutir qual
membro do Corpo é mais importante. Na verdade Paulo diz, em Coríntios, que revestimos de especial honra as
partes que são menos honrosas.

Outro princípio importante é que na unidade do Corpo todas as partes trabalham juntas com a mesma finalidade e
têm o mesmo objetivo. Todo o Corpo está focado sempre em uma única direção. O resultado dessa unidade, diz
Paulo aos coríntios, é que, se um membro sofre, todo o Corpo sofre junto com ele (l Co 12.26). Se um membro está
doente, o Corpo está doente. Por causa da unidade do Corpo, o mesmo sangue que corre em um membro corre no
outro também; a mesma vida que está em um membro está no outro também. Todos os membros possuem a
mesma natureza.

Isso pode ser facilmente entendido na família. A Igreja também é uma família.

Uma vez que haja um vínculo de pais e filhos e entre filhos e filhos, tais vínculos não podem ser desfeitos jamais.
Mas se todos estão brigados e vivem distantes uns dos outros, fica evidente que a unidade foi comprometida. Não
podem deixar de ser parte de uma mesma família, mas já não estão em unidade. Portanto, existe um nível de
unidade que ninguém pode tocar, que é a unidade da família como tendo um mesmo parentesco, mas a unidade da
proximidade e da convivência deve ser preservada a todo custo. Em Eféso Paulo diz que precisamos preservar a
unidade. Não podemos criá-la, mas devemos preservá-la para que não se deteriore: "Esforçando-vos diligentemente
por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz" (Ef 4.3). Além de Corpo e família nós também somos um
exército. Somos um exército formado para lutar a batalha pelo reino dos céus! A nossa cidade precisa ser
conquistada e a verdade do evangelho deve se espalhar através de nossa unidade. Para este tempo de conquista não
é possível tolerar nenhum conceito dissidente no exército. Ser cidadão de um país é uma coisa, mas lutar no exército
desse país é outra. Se já somos cidadãos do reino, precisamos agora ser parte do exército. Podemos entender esse
princípio quando Gideão foi convocado para levar o exército para batalha.

O Senhor lhe disse que ele rinha muita gente (Jz 7.4). Por fim, o Senhor escolheu trezentos e disse a Gideão que
mandasse o resto para casa. Isso não quer dizer que quem voltou para casa deixou de ser um israelita. Ainda era
israelita, mas não tinha nada a ver com o exército combatente. Você pode ser membro de uma igreja em sua cidade,
ser um cidadão do reino e ainda assim não ter nada a ver com o encargo da guerra pêlos interesses do Senhor na
Terra. Nesse tempo de jejum, estou convocando cada membro da igreja para pelejar pela unidade. Falo a soldados
do exército e não a cidadãos. O exército não tem espaço para acatar sua opinião. Não há tempo para brincar. Chega
de preferência pessoal, autopreservação e divisões tolas por causa de nossa carnalidade. A intenção desse exército é
ganhar a nossa geração através de células que se multiplicam. Se cada igreja caminhar em unidade, as portas do
inferno não prevalecerão contra nós.

O PODER DA COMUNHÃO

Neste jejum, nós queremos orar pela Igreja e pelo mover de Deus entre nós. Sabemos que o mover de Deus passa
pela unidade. Assim, vamos orar pela Igreja e por nossa vida de comunhão. Já somos uma igreja em células, mas
ainda temos que avançar muito para sermos um lugar de expressão viva do amor de Deus.

Por incrível que pareça, o Novo Testamento tala muito mais sobre comunhão do que de evangelismo. Normalmente,
uma pessoa decide-se por uma igreja pela acolhida que lhe é dada. Ninguém consegue ficar em uma igreja onde não
faz amizades. O cristianismo é, sobretudo, relacionamento. E a amizade é a maior ponte para o evangelismo. Uma
pesquisa realizada pelo Instituto John Haggai mostrou as formas como as pessoas se convertem nos países do
terceiro mundo.

• Tv—— 1,1%

• Filmes— 1,1%
• Bíblia— 1,8%

• Literatura — l ,7%

• Sermão — 2,4%

• Rádio —2,9%

• Trabalho pessoal do pastor — 2,9

• Cruzada evangelística — 4,4%

• Amigos — 29,9%

• Parentes — 49,7%

• Outros meios — 2,1%

A esmagadora maioria das pessoas vem para Cristo por causa de um relacionamento familiar ou de amizade. O que
desejamos nesses dias de jejum é desenvolver nossos próprios relacionamentos para que sejamos como uma grande
rede lançada no mar desse mundo, uma rede na qual os peixes fiquem presos pêlos nós da amizade.

RENOVE SEU CONCEITO DE IGREJA

Com o passar do tempo, podemos perder o frescor da vida em comunidade e as células podem se tornar apenas
mais um programa. Queremos reafirmar nossa identidade e fortalecer ainda mais nossa visão pedindo o santo colírio
de Deus neste jejum.

A Igreja não é um clube, onde cada um paga sua mensalidade e vive isoladamente. Alguns ainda pensam que seus
dízimos sejam como a contribuição de um clube. Nós contribuímos para que o reino de Deus avance e não para
termos algum tipo de benefício pessoal como em um clube.

A Igreja não é um abrigo de salvos, onde cada um busca os seus próprios interesses. Não estamos aqui para fazer a
nossa própria vontade, mas sim a vontade dAquele que nos chama das trevas para a sua luz. A Igreja não existe em
nossa função; antes, nós estamos aqui em função do propósito de Deus.

A Igreja também não é uma prestadora de serviços, da qual sou apenas um cliente esperando ter as minhas
necessidades atendidas. Muitos encaram a Igreja como uma prestadora de serviços espirituais, na qual podem
buscar, quando desejarem, uma ministração forte, uma palavra interessante, uma aula apropriada para seus filhos,
um ambiente agradável e assim por diante. Quando, por algum motivo, os serviços da Igreja caem de qualidade,
esses consumidores saem à procura de outro shopping espiritual mais eficiente. Membros assim não têm aliança
com o Corpo. Nestes dias, queremos renovar as alianças de cada membro com a Igreja.

A Igreja não é uma casa de shows, onde somos apenas espectadores. Para alguns, a Igreja não passa de mais um
entretenimento. Apreciam as músicas, a pregação e o ambiente, mas ainda não compreenderam a realidade do
culto racional que resulta num sacrifício vivo na presença de Deus. A Igreja é uma família, na qual temos o mesmo
Pai, o mesmo irmão mais velho e somos todos irmãos.

O PODER DA COMUNHÃO NA VIDA DA IGREJA

No salmo 133, lemos a respeito do poder da comunhão no meio do povo de Deus.

Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a
barba, a barba de Arão, c desce para a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os
montes de Sião. Ali, ordena o SKNHOR a sua bênção e a vida para sempre. (SI 133.1-3)

l. A COMUNHÃO ALEGRA O SENHOR

Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! (SI 133.1).

Essa é a exclamação de alegria do Senhor a respeito de Seu povo. O Senhor habita no meio da comunhão de Seu
povo:
O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para salvar-te; ele se deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no
seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo. (Sf 3.17)

Assim, nada entristece mais a Deus do que a divisão no meio de Seus filhos. Tal comunhão não é simplesmente um
ajuntamento, mas um compromisso mútuo de unidade para a expressão do Senhor na Terra. Uma sacola de
membros não é um corpo, um amontoado de material de construção não é um edifício e um ajuntamento de
crentes não é necessariamente uma igreja. O que nos dá a identidade é a unidade. Sem unidade somos um corpo
disforme, mas, quando somos unidos, expressamos a Cristo.

2. A COMUNHÃO LIBERA PODER

li como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce pata a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas
vestes. (SI 133.2)

O óleo precioso do Espírito de Deus desce da cabeça. Evidentemente somente aqueles que estão conectados à
cabeça desfrutam do óleo fresco da unção. Nestes dias de jejum, queremos experimentar esse óleo juntos, em
comunhão.

O Espírito Santo é o poder de Deus e este poder está em você. O Espírito Santo é a unção de Deus sobre nós. Mas,
quando estamos juntos em comunhão, essa unção é potencializada e este poder pode ser liberado de forma
explosiva sobre nós.

O óleo representa a unção na Palavra de Deus. O azeite era um elemento muito versátil no mundo antigo, ele servia
para virtualmente qualquer coisa e simboliza a provisão completa da unção do Espírito. O fato de o Salmo 133 nos
dizer que a comunhão libera o óleo é algo muito precioso. Quando estamos unidos a nossos irmãos, esse óleo desce
da cabeça, que é Cristo, e alcança todos os membros.

O uso do óleo entre o povo de Israel é um retrato claro da provisão completa da unção para o povo de Deus hoje.
Todas essas coisas vêm sobre nós porque estamos unidos aos irmãos na agradável comunhão do Corpo de Cristo.

a. O óleo é alimento
A primeira utilidade do azeite estava na preparação dos alimentos, sendo ele mesmo, na verdade, um
alimento. No mesmo princípio, nós precisamos receber periodicamente uma porção da unção de azeite do
céu como alimento. Quando deixamos de nos alimentar dessa unção, somos enfraquecidos e nos sentimos
incapazes de fazer a vontade de Deus. A unção, portanto, é alimento. Você sabia que a comunhão nos
alimenta? Sim, a comunhão libera o óleo que nos nutre.
b. O óleo nos limpa
A segunda utilidade do azeite nos dias antigos estava na feitura de sabão. A unção do azeite também tem a
função de limpar e purificar as nossas vidas. Quando digo purificar, não me refiro propriamente à purificação
do pecado, mas à purificação da sujeira do mundo. A morte do mundo nos contamina e nos faz ficar
insensíveis a Deus. A unção, então, nos purifica da poeira da carne que nos contamina. Todos nós
testificamos que, quando estamos na comunhão dos irmãos, nossos pés são lavados da poeira do mundo.
c. O óleo é combustível
As lamparinas do mundo bíblico eram mantidas acesas usando azeite como combustível. No mesmo
princípio, nossa luz somente pode brilhar diante do mundo se houver o azeite do céu em combustão dentro
do espírito. E esse azeite vem sobre nós na comunhão dos irmãos. Cada vez que nos reunimos, devemos
esperar uma medida do combustível celestial sobre nós.
d. O óleo é para uso sacerdotal
O azeite também era usado pelo sacerdote para ungir e consagrar pessoas e coisas a Deus, como também
era usado pelo médico como remédio. A unção é também para consagração. O propósito de Deus somente
pode ser cumprido por meio da unção. O suprimento de Deus para nossas vidas vem somente pela unção e
todo jugo do pecado pode ser quebrado e destruído pelo poder da unção. Quando estamos em comunhão,
os jugos do pecado e do diabo são quebrados e experimentamos o refrigério de Deus.
e. O óleo cura
Um aspecto importante da unção está em Tiago 5.14, em que o autor nos manda ungir os enfermos para
serem curados. Há cura disponível para o povo de Deus na comunhão dos irmãos. O óleo da cura é liberado
quando estamos juntos e ministramos uns aos outros. Sabemos que o óleo do Espírito é o suprimento
completo de Deus, mas ele é liberado quando os irmãos vivem unidos em comunhão. A comunhão é algo
realmente poderoso. Paulo chega a dizer que a igreja de Corinto estava doente porque seus membros não
entendiam a comunhão: Pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a
razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem, (l Co 11.29,30). Quando não
temos discernimento do Corpo, experimentamos morte e enfermidade. Se a falta de comunhão traz
doenças, sabemos que a comunhão produz tudo o que já mencionamos: alimento, purificação, combustível,
libertação e, principalmente, cura.

3. A COMUNHÃO É RESTAURADORA

E como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali, ordena o SENHOR a sua bênção e a vida para
sempre. (SI 133.3). No verso três, lemos que a comunhão "é como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes
de Siáo". O orvalho é símbolo da presença restauradora de Deus. Em Oséias 14.5, lemos que o Senhor mesmo será
como um orvalho para Israel. O orvalho nos fala de refrigério e frescor. De uma forma discreta, ele cai
silenciosamente durante a noite, mas faz regar toda a terra. Em Êxodo 16.13, notamos que o maná caía com o
orvalho. Se o compararmos com o Salmo 133, notaremos que o orvalho é a graça de Deus sobre nós. Em
Lamentações 3.22,23, lemos que as misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã. Isso também nos lembra do
orvalho. Ë na comunhão dos irmãos que experimentamos a graça e o amor de Deus como o orvalho refrescante
sobre nós.

4. A COMUNHÃO TRAZ A BÊNÇÃO

Finalmente o salmista diz: "Ali, ordena o Senhor a sua bênção c a vida para sempre" (SI 133.3b).

Um aspecto vital da bênção de Deus é que ela libera vida, a igreja cresce e as células se multiplicam. Uma igreja
abençoada certamente é uma igreja que cresce. Eu sei que é um paradoxo: estamos jejuando pela comunhão e
unidade para que venha a multiplicação. Onde há união, ali Deus ordena a Sua bênção e a vida para sempre. Deus já
tem ordenado a vida entre nós, basta que sus-tentemos a unidade da comunhão entre os irmãos. Em nenhum outro
lugar se fala mais de multiplicação e crescimento dos discípulos da Igreja do que nos primeiros 15 capítulos de Atos.
Mas, também, em nenhum outro lugar se fala tanto a respeito da comunhão e da unanimidade que havia entre os
irmãos. A comunhão foi o segredo do crescimento. Não precisamos de métodos ou estratégias mirabolantes para
levar a igreja a crescer, precisamos apenas remover os entulhos que estão bloqueando o seu crescimento. Deus já
ordenou a bênção e haverá muita vida entre nós. Não deveríamos perguntar"o que faz a igreja crescer", antes
deveríamos nos questionar: "o que está impedindo a igreja de crescer?" Deus já ordenou a bênção e a vida
eternamente sobre a igreja quando vivemos em união. Assim há um decreto divino de vida e crescimento, mas a
bênção é bloqueada quando a unidade é quebrada.

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