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On Brazilian Modernism

“Ainda a observação da realidade nos permitiu afinal conceber o que


temos de ser, brasileiros e americanos, para contribuirmos de alguma forma
ao enriquecimento da humanidade. Daí o universalismo pragmático”
(Mário’s “Luis Aranha…”, p. 69)

“nossa inveterada estrangeomania, nas opinioes de carregação dos


mercados intellectuaes da outra margem do Atlântico”
(Sylvio Romero, by Ronald in Pequena Hist)

1. Overture—on taxonomy
a) In Moreira’s “Ronald de Carvalho em Orpheu …”
p. 109-112  GREAT SUMMARY ON MODERNO x MODERNISMO
“… o próprio termo ‘modernismo’, aplicado às vezes indistintamente ao movimento mais amplo e
à vanguarda do começo do século passado, é particularmente confuso—um verdadeiro convite a confusões
e mal-entendidos

…Talvez o primeiro uso definitivamente não pejorativo do termo tenha sido em espanhol,
nomeando o movimento de renovação estética liderado por Rubén Darío a partir da América Latina, uma
rejeição aos modelos espanhóis e uma adesão consciente a novas correntes poéticas originadas na França.
N é mera coincidência que esse movimento estético apareçå tb na década de 90 do século XIX e que a
influência francesa inclua o decadentismo, o parnasianismo e o simbolismo, entre outras correntes em voga
na época. O termo modernismo em ingles costuma referir-se precisamente a um periodo que vai desde as
últimas duas décadas do século XIX até o começo do século XX um nome algo pedante: High Modernism.
Essa leitura… descreve um AUGE dessa corrente literária nas duas primeiras décadas do século XX… com
um particular destaque para o pós-guerra
Penso nos Modernismos português e brasileiro das primeiras décadas do século XX como
vanguardas que são parte de um grande movimento cultural e mais especificamente estético que começa no
ultimo quarto do século XIX e dura pelo menos até metade do século XX, portanto em uma linha de
CONTINUIDADE … Quero enfatizar que a modernidade não tem necessariamente o sinal positivo e
emancipador que está pressuposto, por ex, no texto de Roland Corbisier que citei. A modernidade dos
modernistas em T.S. Eliot foi elitista e conservadora; em Marinetti foi iconoclasta e triunfalista; em Ezra
Pound foi fascista e normativa; em Brecht foi socialista e centrada na arte como forma de retórica
combativa; em Breton foi gesto libertário de uma fusão entre Freud e Marx; em Lorca foi cheia de
curiosidade pela cultura popular e republicana; em Borges foi liberal e cosmopolita
O modernismo, em seu sentido mais amplo, é marcado pela sensibilidade aguda do
observador/artista dos limites do ponto de vista unitário e neutro, duvidando da superioridade cultural e
social desse ponto de vista…”
p. 112  NEW EPISTEMOLOGY
“Rompendo com certas regras estabelecidas da representação literária e linguística, o modernismo tb
rompia com as regras estabelecidas de interpretação cultural, abrindo novos campos de investigação e
novos olhares que permitiam ver conflitos da modernidade em lugares onde até então reinava apenas a
alteridade arcaica…”

2. Overall References—Brazilian Modernismo:


Classic: “O que caracteriza esta realidade que o movimento modernista impôs é, ao meu ver, a fusão de
três princípios fundamentais: o direito permanente à pesquisa estética; a atualização da inteligência artística
brasileira; e a estabilização de uma consciência criadora nacional”
Aspectos da Lit Bra.,”O mov modernista” p. 242

a) In Bosi’s História Concisa da Lit. Bras. (fantastic one-breath overall)


P .343: “É curioso e instrutivo considerar, hoje, a inconsistência ideologica desses grupos modernistas
que, ao que parece, dado o foco puramente literário em que se postavam, não tinham condições de entender
por dentro os processos de base que então agitavam o mundo ocidental e, particularmente, o Brasil. Tudo
resolviam em fórmulas abertamente irracionalistas, fragmentos do surrealismo francês ou dos mitos
nacional-direitistas que o imperialismo europeu vinha repetindo desde os fins do século passado. ‘Éramos
uns inconscientes’, diria Mário de Andrade nesse balanço e autocríticia que foi a conferência ‘O
Movimento Modernista’, de 1942. O culto da blague e o vezo das afirmações dogmaticas acabaram
impedindo que os modernistas da ‘fase heróica’ repensassem com objetividade o problema da sua inserção
na práxis brasileira. Os resultados conhecem-se: o vago liberalismo de uns vai desaguar na adesão ao
movimento de 32, tão ambíguo entre os seus pólos democrático-reacionário (Guilherme de Almeida,
Cassiano Ricardo, Alcântara Machado); nada impediria que o nacionalismo de Anta resvalasse no
parafacismo integralista de Plínio Salgado, nem, enfim, que o antropofágico Oswald se esgotasse no
comprazimento da crise moral burguesa em que ele próprio estava envisgado. … E considerações que,
ressaltando embora o extraordinário talento verbal de alguns dos modernistas, entendem sublinhar o risco
que presenta a mitização das suas brilhantes inconsistências, no nível do pensamento e da prática”

b) In Antonio Soares Amora’s História da Literatura Brasileira (séculos XVI-XX), Ática, 1961
p. 214  “Como em todos os movimentos culturais, e particularmente estéticos, neste, a ânsia de criação é
bem superior à capacidade de realização: os primeiros anos do decénio de 20 são mesmo caracterizados
pelo desequilíbrio entre o desejo de inovar e a capacidade de renovar”

c) In Silvio Castro’s História da Lit. Brasileira (vol3). Lisboa: Alfa, 1999.


p. 40  “A semana foi um happening do espírito jovem … No ato da denúncia … os escritores
modernistas adotam o uso absoluto de uma dialética da razão negativa” (interesting to know his assumption
for the Week as the 1960s-ish concept of ‘happening’. Too anachronistic?
Further: “happenings occurs anywhere and are often multi-disciplinary, with a nonlinear narrative and the
active participation of the audience. Key elements of happenings are planned but artists sometimes retain
room for improvisation. This “new media art” aspect to happenings eliminates the boundaries btw the
artwork and its viewer. It was first coined in 1957 at an art picnic at George Segal’s farm to describe art
pieces that were going on.)
p. 41  “Porém, a Semana se apresenta objetivamente dadaísta, escolhe o sistema dos espetáculos de
choque que caracterizam o Movimento de Tzara desde as primeiras manifestações públicas do ‘Café
Voltaire’, de Zurique”
p. 56  “O futurismo é a principal fonte ideológica para o surgimento e elaboração do conceito de
modernidade da vanguarda histórica brasileira. Tão importante é esta fonte, que, para a própria afirmação
nominal e fatual do Movimento Modernista, seus principais epígonos batalham para negar qualquer
relacionamento com a vanguarda italiana… (interesting. Futurism is the main ideological source; Dadaism,
in parallel, would be the main behavioral source, if you will?)
Determinadas normas do Modernismo brasileiro partem DIRETAMENTE do manifesto futurista
de 1909, não só aquelas ligadas à dialética da negação e de ruptura mas igualmente outras que afirmam os
valores do mundo moderno, industrial, tecnológico, urbano, como o espaço privilegiado da modernidade.
Estes elementos se compõem organicamente com a negação do passado…”

d) In Sérgio Buarque’s “O lado oposto e outros lados” (1926)


p. 10  “Não é para nos felicitarmos que esse modo de ver IMPORTADO diretamente da França, da gente
da Action Française e sobretudo de Maritain, de Massis, de Benda talvez e até Inglaterra do norte-
americano T.S. Eliot comece a ter o apoio em mtos ptos do esplendido grupo ‘modernista’ mineira da ‘A
Revista’ e até mesmo de Mario de Andrade, cujas realisações apesar de td me parecem sempre admiraveis.”
(maior old school: Braz lit cannot be subject to externally imposed rules or foreignness. HUN?!)

e) In Moreira’s “Ronald de Carvalho em Orpheu…”


p. 107-8  (Citing Corbisier’s book): “Até 1922… não há propriamente história, mas pré-história do
Brasil…Não sabíamos o que éramos, não nos conhecíamos, éramos um subproduto, um relfexo da cultura
européia. Não nos víamos com os próprios olhos, mas com os olhos dos europeus. Tínhamos vergonha de
nós mesmos, de nossa pobreza, de nossa incultura, de nossa inferioridade. Encharcados, até os ossos, de
cultura européia, éramos cegos e surdos em rel ao Brasil.
O autor … é Roland Corbisier, director do ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros) que
funcionou de 1955 a 1964, ligado ao Ministério da Educação e Cultura como formulador do que se
convencionou chamar de nacional-desenvolvimentismo. O livro é Formação e problema da cultura
brasileira, publicado em 1959 com o intuito de resumir didaticamente a leitura da realidade cultural
brasileira e as diretrizes do ISEB sobre o assunto, uma leitura influente, por ex, na elaboração dos Centros
Populares de Cultura (CPCs) da União Nacional dos Estudantes (UNE) nos anos 60”
p. 108  “… pré-modernismo… descrito como uma espécie de DESERTO ESTÉTICO e CULTURAL
de afrancesamento alienado crônico,” (interesting description!)

3) Catchphrases + key words


a) obsessao nacionalista e culto do regionalismo
b) objetividade crítica da brasilidade

4) Its own critical production


a) In Amora’s
p. 236  “coube à época do Modernismo o privilégio de um fecundíssimo e vigoroso ensaísmo critico,
quase sempre de caráter periodístico, isto é, inserto em rodapés e colunas de crítica da imprensa diária ou
em revistas de literatura, e quase todo voltado para o dia-a-dia da produção literária” (interesting to keep it
at the back of my head: it is with modernists that literary criticism’s seed, as a discipline, emerges).

WHITMAN PARALLELS: What Whitman and Modernism in Brazil share. How they touch each other;
a) In Dawson’s “WW and the Week of Modern Art”: a PARALLEL ENTHUSIASM and a STRONG
URGE towards change, literary emancipation.
** This is a very interesting article btw: she admits that Whitman was one of the Week’s acknowledged
forefather and many, maaaany parallels can be made btw Whitman’s initial claims (specially the ones
conceptualized in the 1855 Preface) and Brazilian modernists as a whole (their agendas, their philosophy,
their break throughs). Mário’s preface as playing the same role Whitman’s in one ex. interesting, also, is
her assessment of Ronald AND Felipe D’Oliveira’s poetry, their panamericanism).
p. 64  MARIO  “It is pertinent to notice that Mário de Andrade with his Paulicéa Desvairada in 1922,
a book of poems with a preface—Prefácio Interessantíssimo—did to Brazilian poetry exactly what the first
edition of Leaves of Grass had done to American poetry in 1855. Both authors were engaged in a cause;
both attacked what they called devitalized traditions.
… If then modern American poetry dates from the first edition of Leaves of Grass, modern
Brazilian poetry starts with Paulicéa Desvairada”
p. 65  “The view of great poetry as serving to arouse and stir, rather than to soothe and comfort”
p. 68  “…Whitman as well as the Brazilian innovators created a poetry that arouses and stirs.”
p. 69  “This as we see is a poetry of noble individualism, of national expansion, a crusading poetry
pointing the way to a broader art.”

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