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Behaviorismo Clássico - A proposta de Watson era abandonar provisoriamente o estudo dos processos
mentais (pensamento ou sentimentos) e mudando o foco da Psicologia, para o comportamento
observável. Para Watson, a pesquisa dos processos mentais era pouco produtiva, de modo que seria
conveniente concentrar-se no que é observável - o comportamento. Neste caso, o comportamento
seria qualquer mudança observada, num organismo, como consequência de algum estímulo ambiental
anterior, especialmente alterações nos sistemas glandular e motor. Devido à ênfase no movimento
muscular, alguns autores referem-se ao "behaviorismo clássico" como "Psicologia da Contração
Muscular".
O behaviorismo clássico partia do princípio de que o comportamento era modelado pelo paradigma
pavloviano de estímulo e resposta conhecido como condicionamento clássico. Noutras palavras, para
o behaviorista clássico, um comportamento é sempre uma resposta a um estímulo específico mesmo
que não tenha ocorrido aprendizagem. Porém, é importante notar que Watson em momento algum
nega a existência de processos mentais. Para Watson, o problema no uso destes conceitos não é tanto
o conceito em si, mas a inviabilidade de, à época, poder analisar os processos mentais de maneira
objetiva.
Watson era um defensor da importância do meio na construção e desenvolvimento do indivíduo. Ele
acreditava que todo comportamento era consequência da influência do meio (experiência do Pequeno
Albert).
Edward Thorndike foi também um grande impulsionador do behaviorismo, contribuindo com a sua
chamada Lei do Efeito, ou seja, as consequências do comportamento do individuo no que era
aprendido entre Estimulo e Resposta. A sua teoria da aprendizagem descrevia o modo como estas
conexões podiam ser fortalecidas ou enfraquecidas. Achava que a aprendizagem era, basicamente, um
empreendimento de tentativas e erros, prestando pouca atenção à possibilidade de formação de
conceitos ou de pensamentos.
Com base nestas leis, Thorndike tornou-se um dos primeiros psicólogos a realçar a importância da
motivação no processo de aprendizagem, e a elaborar o conceito de transferência, através da lei dos
elementos idênticos, defendendo que quem aprende poderá confrontar melhor problemas futuros se
estes tiverem elementos semelhantes aos já resolvidos com sucesso.
Neobehaviorismo mediacional - Tolman publicou, em 1932, o livro Purposive Behavior in Animal and
Men, no qual propõe um novo modelo behaviorista baseando-se nalguns princípios dissonantes da
teoria watsoriana. Esse modelo apresentava um esquema S-O-R (estímulo-organismo-resposta) onde,
entre o estímulo e a resposta, o organismo passa por eventos mediacionais, a que Tolman chama de
variáveis intervenientes (em oposição às variáveis independentes, i. e. os estímulos, e às variáveis
dependentes, i. e. as respostas). As variáveis intervenientes seriam, então, um componente do
processo comportamental que conectaria os estímulos e as respostas, sendo os eventos mediacionais
processos internos.
Baseado nesses princípios, Tolman apresenta uma teoria do processo de aprendizagem sustentada
pelo conceito de mapas cognitivos, i. e., relações estímulo-estímulo, ou S-S, formadas nos cérebros dos
organismos. Essas relações S-S gerariam expectativas no organismo, fazendo com que ele adote
comportamentos diferentes e mais ou menos previsíveis para diversos conjuntos de estímulos. Esses
mapas seriam construídos através do relacionamento do organismo com o meio, quando observa a
relação entre vários estímulos. Os processos internos que permitem a criação de um mapa mental
entre um estímulo e outro são usualmente chamados gestalt (sinais).
Como se vê, Tolman aceitava os processos mentais, assim como Watson, mas, ao contrário deste,
utilizava-os, efetivamente, no estudo do comportamento. Tolman também acreditava no caráter
intencional do comportamento: para ele, todo comportamento visa alcançar algum objetivo do
organismo, e o organismo persiste no comportamento até o objetivo ser alcançado. Por essas duas
características da sua teoria (aceitação dos processos mentais e proposição da intencionalidade do
comportamento como objeto de estudo), Tolman é considerado um precursor da psicologia cognitiva.
Behaviorismo radical - Burrhus F. Skinner publicou, em 1953, o livro Science and Human Behavior
marcando assim o início da corrente comportamentalista conhecida como behaviorismo radical.
O behaviorismo radical foi desenvolvido não como um campo de pesquisa experimental, mas sim uma
proposta de filosofia sobre o comportamento humano. As pesquisas experimentais constituem a
Análise Experimental do Comportamento, enquanto as aplicações práticas fazem parte da Análise
Aplicada do Comportamento. Skinner jamais negou em sua teoria a existência dos processos mentais,
mas afirma ser improdutivo buscar nessas variáveis a origem das ações humanas, ou seja, os eventos
mentais não causam o comportamento das pessoas. A análise de um comportamento (seja ele
cognitivo, emocional ou motor) deve envolver, além das respostas em questão, o contexto em que ele
ocorre e os eventos que seguem as respostas.
Para Skinner, os comportamentos são selecionados através de três níveis de seleção. Os componentes
da mesma são:
Nível filogenético: que corresponde aos aspetos biológicos da espécie e da hereditariedade do indivíduo;
Nível ontogenético: que corresponde a toda a história de vida do indivíduo;
Nível cultural: os aspetos culturais que influenciam a conduta humana.
Através da interação desses três níveis (onde nenhum deles possui um status superior a outro) os
comportamentos são selecionados. Para Skinner, o ser humano é um ser ativo, que opera no ambiente,
provocando modificações nele, modificações essas que retroagem sobre o sujeito, modificando os
seus padrões comportamentais.
Uma das razões pela qual os educadores precisam de conhecer o condicionamento é que um grande
número de reflexos autónomos podem ser condicionados ao longo de toda a escolaridade. As
respostas autónomas como o suor, ritmo cardíaco acelerado ou sentimentos difusos de ansiedade,
podem ser condicionados por certos indícios, que acabam por ficar associados a vários aspetos do
contexto escolar. As crianças que foram condicionadas ao ponto de ficarem paralisadas com um
problema de matemática, dificilmente conseguirão aprender os conteúdos e gostar da disciplina. Não
significa que os professores criem deliberadamente estes medos, mas podem, sem querer preparar o
cenário para o condicionamento. Este tipo de processo não ocorre sem razão, podendo por vezes
acontecer porque os próprios professores terem um medo condicionado da Matemática (por exemplo)
e, sem querer, transmiti-lo aos alunos sob a forma de repressões, ameaças ou através de uma
abordagem rígida da disciplina.