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Curso: Técnico/a de Comunicação e Serviço Digital I

O Homem e o Meio Ambiente

Para uma primeira abordagem ao tema, interessa começar por saber


identificar o Planeta Terra

O Planeta terra é constituído por três elementos naturais:


- Terra, a terra que pisamos…..
- Água, a agua que bebemos……
- Ar, o ar que respiramos……

A título de curiosidade:
Os seis continentes (Ásia, América, África, Antártida, Europa e
Oceania) ocupam cerca de 30% da superfície terrestre.
Logo os restantes 70% são ocupados por água e ar.
Todos estes elementos naturais são indispensáveis à vida vegetal e
animal no planeta Terra.
Algumas características importantes do lugar onde vivemos são:
- Relevo
- Clima
- Solos
– Vegetação.

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E todos eles são condicionados pela maneira como se combinam
esses elementos naturais.
Vejamos agora algumas considerações sobre os elementos naturais
que compõem o planeta terra:

A Terra

Vamos começar pela Terra, pelo relevo, que é a forma que assume a
superfície da Terra num determinado lugar.
Ele pode ser plano e baixo, acidentado e elevado.
Mas é importante saber que a areia, o barro ou as pedras sobre
as quais pisamos são rochas, que formam a superfície sólida da Terra, isto
é a sua litosfera.
O solo é portanto o resultado de algumas mudanças que ocorreram
nas rochas.
São no entanto mudanças bastante lentas, e que as alterações
climáticas e a presença de seres vivos são os principais responsáveis por
essas alterações que ocorrem na formação dos solos.
Calcula-se que cada centímetro do solo se forma num intervalo de
tempo de 100 a 400 anos.
O solo contém substâncias sólidas, água e ar.

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A Água

A terra é o único planeta do sistema solar onde existe água na sua


forma líquida, a hidrosfera.
70% do planeta terra é constituído por água, sendo ainda certo que
97% dessa água encontra-se nos mares e oceanos. Existe também uma
grande quantidade de água nos rios, lagos, debaixo do solo.
A água dos mares e oceanos é água salgada, água que contém
substâncias chamadas sais.
Já a água dos rios e lagos é água doce, ora mas não quer dizer que
tenha açúcar, tem é uma quantidade menor de sal que a água do mar.
A Água está também presente no corpo dos seres vivos, o corpo
humano é constituído por água, e percebemos a sua existência no nosso
corpo quando transpiramos, choramos, urinamos, etc….

A água apresenta-se em três estados:

Sólido - por exemplo o gelo;


Líquido – por exemplo a chuva;
Gasoso – por exemplo vapor da água.

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A constante mutação das águas, condiciona ainda todo o processo
de formação dos solos, as grandes alterações no solo ficam a dever-se à
interação da água no solo.
Por exemplo no início dos tempos não tínhamos na Costa Litoral de
Portugal praias, tínhamos rochas altas, grandes escarpas, que com o
passar dos anos e com uma grande ajuda e interacção da água nas rochas
foram-se criando todas as agora existentes extensões de areia.

O Ar

Toda a camada de ar que cobre o planeta terra, é a atmosfera,


capa que reveste o planeta terra e permite a passagem de raios solares
que atingem a terra fornecendo luz e calor.
O ar é uma mistura de vários gases, vapores de água e partículas
sólidas.
Apesar de não vermos o ar, sabemos que ele existe, por exemplo se
enchermos um balão ele cresce, ganha forma, ocupa espaço, pois está
cheio de ar.

ASSIM:

É no contacto da litosfera com a atmosfera e a hidrosfera que temos


a biosfera, ou a esfera da vida, que é formada pelos solos, pela
vegetação e pelos animais que vivem no planeta Terra.

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As diferentes paisagens naturais que encontramos na superfície da
Terra, tais como praias, morros, florestas ou desertos, são resultantes da
combinação das rochas, da água e do ar.
O homem também é parte integrante da biosfera. Mas,
diferentemente do que acontece com os outros seres vivos, ele possui
uma enorme capacidade de transformar o meio ambiente em que vive
para atender às suas necessidades de sobrevivência.
A tecnosfera, ou esfera da tecnologia, é o resultado da ação
humana na superfície da Terra.

A POLUIÇÃO
A poluição pode ser definida como a degradação da qualidade
ambiental resultante de atividades que prejudiquem a saúde, a
segurança e o bem-estar das populações, que causem dano à fauna e à
flora, que afetem as atividades sociais e económicas e as condições
estéticas ou sanitárias do meio ambiente.
Embora existam diversos tipos de poluição, apenas iremos tratar os
seguintes:
 Poluição da água;
 Poluição atmosférica;
 Poluição do solo.

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POLUIÇÃO DA ÁGUA
A poluição da água é qualquer alteração das suas propriedades
físicas, químicas ou biológicas, que possa prejudicar a saúde, a segurança
e o bem-estar das populações, causar dano à flora e à fauna, ou
comprometer o seu uso para fins sociais e económicos.

  
PRINCIPAIS FONTES DE POLUIÇÃO E SUAS
CONSEQUÊNCIAS
 
As principais fontes de poluição dos rios, lagos, ribeiros e toalhas de
água - águas superficiais e subterrâneas, são as águas residuais
resultantes da indústria, da agricultura e das atividades domésticas.
As águas residuais estão carregadas de sais minerais, substâncias
não bio-degradáveis, fertilizantes, pesticidas, detergentes e micróbios.
Tornam a água imprópria para abastecimento público e põe em causa a
vida dos seres vivos que habitam os rios, ribeiros e lagos.
 

Também os oceanos e mares são afetados pela poluição, por exemplo:

 os acidentes com petroleiros que derramam petróleo para o mar e


provocam as “marés negras”,
 a queima de resíduos no alto mar,

 a lavagem de porões dos cargueiros e petroleiros,

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 os derramamentos tóxicos das indústrias feitos diretamente para as
praias ou costas,
 o despejo de lixo radioativo das centrais nucleares, o funcionamento
dos barcos a motor…

  

Para além destes aspetos, devemos ter em conta que uma parte
importante da poluição do mar é consequência da atividade humana na
terra. Vejamos alguns exemplos:
 Os resíduos sólidos, plásticos, vidros, trapos e outros materiais,
deixados nas praias.
 Os pesticidas e adubos utilizados na agricultura, que através da ação
da chuva e da erosão do solo, contaminam as águas subterrâneas e os
rios.
 Os produtos e as águas residuais não tratadas que são lançados
diretamente para os rios, e através destes chegam ao mar.
 
DEFENDER E CONSERVAR A QUALIDADE DA ÁGUA

A defesa e conservação da qualidade da água é uma preocupação de


vários cidadãos, instituições e países. Preocupados com o consumo
excessivo da água e com o aumento da poluição, o Conselho da Europa

proclamou a Carta Europeia da Água (Estrasburgo, Maio de 1968).

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 CARTA EUROPEIA DA ÁGUA

1. Não há vida sem água. A água é um bem precioso, indispensável


a todas as atividades humanas.
2. Os recursos de águas doces não são inesgotáveis. É indispensável
preservá-los, administrá-los e, se possível, aumentá-los.
3. Alterar a qualidade da água é prejudicar a vida do homem e dos
outros seres vivos que dependem dela.
4. A qualidade da água deve ser mantida a níveis adaptados à
utilização para que está prevista e deve, designadamente, satisfazer
as exigências da saúde pública.
5. Quando a água, depois de utilizada, volta ao meio natural, não
deve comprometer as utilizações ulteriores que dela se farão, quer
públicas quer privadas.
6. A manutenção de uma cobertura vegetal adequada, de
preferência florestal, é essencial para a conservação dos recursos de
água.
7. Os recursos aquíferos devem ser inventariados.
8. A boa gestão da água deve ser objeto de um plano promulgado
pelas autoridades competentes.
9. A salvaguarda da água implica um esforço crescente de
investigação, de formação de especialistas e de informação pública.
10. A água é um património comum, cujo valor deve ser
reconhecido por todos. Cada um tem o dever de a economizar e de
a utilizar com cuidado.
11. A gestão dos recursos de água deve inscrever-se no quadro da
bacia natural, de preferência a ser inserida no das fronteiras
administrativas e políticas.
12. A água não tem fronteiras. É o recurso comum que necessita de
uma cooperação internacional.

Sendo a água um bem precioso e indispensável à vida, todos os


cidadãos têm o dever de a defender, preservar e utilizar com cuidado.

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Para defender e preservar a qualidade da água é necessário:
- Tratar as águas residuais.
- Poupar água.
  
O tratamento das águas residuais é feito em Estações de
Tratamento de Águas Residuais (ETAR). Este tratamento permite que a
água que é lançada ao mar recupere as suas propriedades naturais.
Para poupar água podemos adoptar no nosso dia-a-dia um
conjunto de ações, tais como:
 Ao lavar os dentes não deixes a torneira aberta com a água sempre
a correr. Abre-a só para lavar a escova ou enxaguar a boca.
 Prefere os duches aos banhos de imersão. Desliga o chuveiro
enquanto te ensaboas ou lavas o cabelo.
 Acumula as peças de roupa suja e lava tudo de uma só vez. Liga a
máquina apenas quando estiver cheia e utiliza a menor quantidade
possível de detergente. Se lavares a roupa no tanque, deixa a torneira
fechada enquanto a ensaboas ou esfregas.
 Antes de lavar louça, raspa os restos de comida e deixa de molho as
peças muito sujas. Usa a máquina quando estiver bem cheia e com o
mínimo de detergente. Se lavares a louça à mão... já sabes! Deixa a
torneira fechada enquanto a ensaboas ou esfregas. Abre-a apenas na
altura de a enxaguar.
 Utiliza o autoclismo apenas quando for necessário. Deixa a válvula
da descarga regulada para não gastar muita água.
 Ao lavar o pátio ou o carro, em vez da mangueira, usa uma
vassoura e um balde com água (que podes encher mais do que uma vez).
 Ao regar as plantas do jardim usa um regador e não a mangueira.

POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
A poluição atmosférica é qualquer alteração da composição química

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do ar, seja pela variação importante na proporção dos seus constituintes
ou pela presença de substâncias estranhas, que possa prejudicar a saúde,
provocar perturbações nos seres vivos e no meio ambiente.

 
Ao alterar a composição natural do ar, os seres vivos são afetados e
pode ser posta em causa a sua vida.

PRINCIPAIS FONTES DE POLUIÇÃO E SUAS


CONSEQUÊNCIAS  
As principais fontes de poluição atmosférica são causadas pela
atividade do Homem.

A combustão incompleta do carvão e petróleo na indústria e


refinarias, a combustão em centrais elétricas, os gases emitidos pelos
escapes dos veículos motorizados, lançam para o ar substâncias (dióxido

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de carbono, monóxido de carbono, dióxido de enxofre e chumbo, entre
outras) que alteram a composição natural do ar e degradam a sua
qualidade.
Entre as mais graves consequências da poluição atmosférica temos:
 
O “efeito estufa”
O aumento de dióxido de carbono na atmosfera, resultante das
combustões de produtos ricos em carbono em centrais elétricas e no
aquecimento doméstico, provoca o aumento da temperatura da atmosfera
uma vez que retém o calor e impede que este se expanda para o espaço.
Consequências: aquecimento global da Terra, alterações no clima e
a subida do nível do mar.
  
As “chuvas ácidas”
O dióxido de enxofre, resultante das combustões em centrais
elétricas e dos gases emitidos pelos escapes dos veículos motorizados,
quando se dissolve na água presente na atmosfera forma gotículas de
ácido sulfúrico. Quando chove, estas substâncias são transportadas para a
superfície terrestre.
Consequências: doenças respiratórias graves, destruição de
florestas, corrosão de materiais, alteração das características naturais do
solo e da água, podendo levar à morte alguns seres vivos.
 
 
A diminuição da camada de ozono
O ozono constitui uma barreira protetora das radiações nocivas do
Sol (radiações ultravioleta) e protege a vida na Terra.

A diminuição da camada de ozono deve-se fundamentalmente à


libertação de CFC, um composto químico utilizado nos refrigeradores dos
frigoríficos e arcas frigoríficas, aparelhos de ar condicionado e aerossóis.
Consequências: problemas respiratórios, queimaduras, cancro de

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pele. Se sofrer danos é posta em causa a sobrevivência da vida na Terra.

DEFENDER E CONSERVAR A QUALIDADE DO AR


Para defender e preservar a qualidade do ar devemos:
 Utilizar energias alternativas, não poluentes e renováveis (ex.:
energia eólica).
 Proteger as florestas.
 Usar os transportes públicos, de preferência o metro ou o comboio
pois são menos poluentes que os automóveis.
 Evitar o uso de aerossóis (sprays).
 Poupar energia (ex.: desligar as luzes e os aparelhos eléctricos
quando não são precisos; utilizar lâmpadas de baixo consumo).
 
POLUIÇÃO DO SOLO 
A poluição do solo é qualquer alteração das suas características
naturais através da deposição, descarga, infiltração ou acumulação no
solo de produtos poluentes.

 
PRINCIPAIS FONTES DE POLUIÇÃO E SUAS
CONSEQUÊNCIAS  
As principais fontes de poluição do solo são resíduos (lixos
domésticos e industriais) deitados no solo sem qualquer tipo de
tratamento, os pesticidas e fertilizantes utilizados na agricultura e os
detritos da criação de animais.

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Apesar do lixo doméstico ser uma pequena parte do total de
resíduos sólidos produzidos, ele é o mais desagradável e perigoso para a
saúde pública quando se acumula perto dos locais onde as pessoas vivem.
 

As lixeiras constituem um grave problema ambiental. Nelas são


acumulados diferentes tipos de resíduos: vidros, latas, plásticos, pneus,
eletrodomésticos, mobiliário, etc..
 

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Diferentes produtos tóxicos aparecem misturados com o lixo.
Quando acumulados e com o passar do tempo infiltram-se no solo. Esta
situação é agravada quando chove. A água da chuva atravessa o lixo,
dissolve os produtos tóxicos nele existentes e, por infiltração ou
escoamento, polui as águas subterrâneas (e a partir destas as águas de
abastecimento), os ribeiros, os rios e os lagos.

 
DEFENDER E CONSERVAR A QUALIDADE DO SOLO
Para defender e preservar a qualidade do solo devemos:
 Tratar lixos e resíduos domésticos e industriais.
 Colocar o lixo nos recipientes próprios.
 Proteger as florestas.
 Utilizar sempre que possível materiais reciclados e preferir produtos
ecológicos.
 Colaborar na reciclagem de vidro, papel, cartão, alumínio e
plásticos, fazendo a separação dos lixos.

O RUÍDO

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Pode definir-se som como qualquer variação da pressão atmosférica


que o ouvido humano pode detetar, seja no ar, na água ou em qualquer
outro meio de propagação.
O Ruído é definido como um som desagradável ou indesejável para
o ser humano.
A caracterização do Ruído pode ser efetuada através da sua
frequência (baixa, média, alta) e da sua amplitude medida em termos do
“Nível de Pressão Sonora”.
O ouvido humano possui uma sensibilidade muito elevada uma vez
que a relação entre a pressão sonora característica de um som que cause
dor e de um som que seja audível é da ordem de 1 000 000.S AGUDOS)
FREQUÊNCIAS MÉDIAS
O DECIBEL
A pressão do ar (em Pascal), a variação da pressão sonora é
perceptível pelo ouvido humano na gama de 20mPa a 100mPa, para um
indivíduo médio em plena posse das suas capacidades auditivas. É usual
exprimir o nível de pressão sonora em decibel, dB. O decibel é uma razão
logarítmica entre a pressão sonora verificada e o valor de referência.
Um nível de pressão sonora, expresso em decibel (dB), não é
verdadeiramente representativo da sensação auditiva humana devido ao
facto do ouvido humano ser pouco sensível às frequências muito baixas
bem como às muito altas.

Obtém-se assim um nível de pressão sonora expresso em dB(A) –


Nível de Pressão Sonora Ponderado A, que descreve a sensação com que
efetivamente o Ser Humano percebe determinado ruído. Foram
estabelecidas outras curvas de ponderação mas para utilizações muito
específicas.

A título de exemplo:
a) No campo, à noite (raramente os níveis de pressão sonora descem
abaixo dos 30 dB(A)).

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b) No campo, durante o dia 40db.
c) Escritório movimentado 60 db
d) Estradas de 65 a 90 db
e) Concerto de música rock de 100 db.
f) (em alguns casos podem observar-se ruídos de amplitudes ainda
maiores).
g) Foguetão, reator.120 db.

MEDIR O RUÍDO
O Ruído não é estacionário, variando ao longo do tempo. Assim
sendo, quando se pretende, por exemplo, caracterizar o ruído de tráfego
rodoviário, uma medição instantânea do seu valor não é suficiente.
Atualmente, o equipamento mais utilizado na caracterização de um
ruído é o Sonómetro com análise em frequência. O Sonómetro mede o
nível de pressão sonora ponderado A, permitindo assim a obtenção de um
valor que corresponde à sensação com que o Ser Humano percebeu o
ruído em análise.

COMO SE PROPAGA O RUÍDO?


O ruído diminui com a distância do receptor à fonte sonora,
propagando-se até atingir um obstáculo.

Perto de um solo absorvente (por exemplo: solo cultivado, floresta)


o ruído propaga-se com dificuldade; pelo contrário um solo refletor (por
exemplo: calçada, piso asfaltado) facilita a propagação.
Quando o ruído atinge um obstáculo, uma parte é refletida e a
restante é absorvida, dissipando-se sob a forma de calor, sendo,
eventualmente, transmitida através do obstáculo.

OBSTÁCULOS À PROPAGAÇÃO DO RUÍDO

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Para que um ruído não seja audível é necessário impedir a sua
propagação. Tal pode ser conseguido através da colocação de obstáculos
(os já existentes e/ou os especialmente construídos para o efeito) entre a
fonte e o receptor.

A INCOMODIDADE- O DIREITO AO SOSSEGO


Vivemos numa paisagem sonora.
Cada um dos sons que a compõe pode ser o suporte de uma
informação necessária à nossa vida quotidiana: o rumor dos passos de
quem se espera, os gritos das crianças que brincam...
O som pode tranquilizar: testemunha uma presença, reforça a
proximidade.
Pode distrair: a música, o vento, os pássaros que cantam...
O som faz parte da vida.
O silêncio por si só não é um objetivo desejável.
Por oposição ao ruído que nos incomoda, o que queremos na nossa
vida em sociedade é um ambiente sonoro equilibrado. Uma paisagem
sonora à escala humana, que nos permita usufruir do direito ao sossego.

O RUÍDO INCOMODA

São muitas as situações que podem estar na origem da sensação de

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incomodidade devido aos efeitos do ruído: ruído da circulação rodoviária,
dos aeroportos, ruído proveniente de uma indústria, de obras na via
pública, música alta na casa de um vizinho, etc..
De entre todas as fontes de ruído, é o ruído da circulação rodoviária
que mais frequentemente é apontado como aquele que provoca
incomodidade num maior número de pessoas. Tal facto tem determinado,
em algumas situações, que uma parte significativa da população exija
restrições ao tráfego rodoviário, chegando mesmo a opor-se à construção
de novas (grandes) vias.
As queixas sobre ruído não são novidade em meio urbano, mas a
dimensão das cidades e o crescimento não sustentável das mesmas têm
vindo a determinar o agravamento dos problemas.
A noção de incomodidade devido ao ruído, varia com as pessoas,
com os costumes e, naturalmente, também com as circunstâncias em que
ocorre.

O SILÊNCIO TAMBÉM PODE INCOMODAR


Quando o ruído que nos envolve diminui, surgem nos nossos
ouvidos sons que podem tornar-se deveras incomodativos. É o exemplo
típico da torneira que pinga durante a noite.
É usual responder a esses estímulos sonoros, que se tornam
incomodativos, mascarando-os. Por exemplo, acrescentando música de
fundo em lugares públicos e privados, ou uma fonte no meio de uma
pequena praça.

PRINCIPAIS CAUSAS DE RUÍDO

RUÍDO DE TRANSPORTES
O ruído proveniente dos transportes rodoviários predomina sobre
quaisquer outros, assim a Comissão Europeia, em 1996, apresenta a
seguinte estimativa:

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- na União Europeia, 80 milhões de pessoas encontram-se expostas,
durante o dia e no exterior, a níveis de pressão sonora provenientes dos
meios de transporte que são superiores aos valores de ruído geralmente
considerados como aceitáveis - acima dos 65 dB(A);
- outros 170 milhões de habitantes encontram-se expostos a níveis de
pressão sonora compreendidos entre os 55 e os 65 dB(A), que é o valor a
partir do qual, durante o dia, as pessoas começam, normalmente, a
sentir-se seriamente incomodadas.
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EFEITOS DO RUÍDO NA SAÚDE HUMANA


Foram efetuados vários estudos que revelaram a existência de
fenómenos de habituação ou de adaptação ao ruído pelo Ser Humano.
Estes fenómenos ocorrem, no entanto, à custa de alterações fisiológicas e
psicológicas de cada indivíduo.
Os efeitos do ruído na saúde humana podem agrupar-se em:
Efeitos físicos - quando se observam alterações nas propriedades físicas
do sistema auditivo (perdas auditivas).
As perdas auditivas podem ser temporárias ou permanentes. Estas
últimas resultam da exposição a níveis sonoros elevados ao longo de
vários anos e verificam-se principalmente em trabalhadores do ramo
industrial.

Efeitos fisiológicos - quando se observam alterações na atividade do


corpo humano (por exemplo: alterações da pressão sanguínea, do ritmo
cardíaco e respiratório, e tensões musculares).
Efeitos psicológicos - quando se observam alterações no
comportamento (por exemplo: irritabilidade, stress, fadiga, diminuição da
capacidade de concentração).

O CONTROLO DO RUÍDO

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Veículos ligeiros Motociclos
Em meio urbano, as Autarquias têm um papel fundamental na
gestão do tráfego rodoviário, podendo tomar medidas que favoreçam as
deslocações em transportes públicos colectivos e em veículos não
motorizados, em detrimento da utilização do automóvel particular ou de
outros veículos a motor.

Transportes Públicos
O reforço dos transportes públicos favorece a redução do ruído de
tráfego rodoviário. De facto, e apesar de um veículo de transporte coletivo
ser mais ruidoso do que um veículo ligeiro, os transportes públicos
coletivos apresentam características que os tornam eficazes na luta contra
o ruído:
- são necessários menos veículos de transporte coletivo do que veículos
ligeiros de particulares para transportar o mesmo número de pessoas;
- os veículos de transporte coletivo afetam uma menor área já que
circulam em eixos bem definidos, ao contrário dos veículos ligeiros de
particulares que circulam em todas as vias ocupando, consequentemente,
uma maior área de emissão de ruído.

Restrições à circulação de veículos pesados


Limitar a circulação de veículos pesados a certas horas e em certas zonas.

Promover a criação de barreiras acústica para proteger todas as


fachadas dos edifícios e casas expostas ao ruído
COBERTURA total ou parcial de estradas
Através da construção de túneis, ou barreiras acústicas.
Limitar o número de fachadas expostas
Construir apenas o mais afastado das vias publicas possível.
Organizar os edifícios em função do ruído
Criando zonas verdes na parte da frente dos edifícios, as garagens, e só
depois, o mais afastado possível, os edifícios.

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Atuar nas fachadas dos edifícios
Utilização de placas de insonorização de boa qualidade principalmente nas
fachadas dos edifícios.
Melhoramento das janelas
Aplicar nas construções janela com vidros duplos e caixilharia de alta
qualidade e janela dupla com ou sem ventilação incorporada.

O QUADRO LEGAL
O quadro legal relativo a ruído ambiente consiste no Decreto-lei n.º
9/2007, de 17 de Janeiro, que aprova o Regulamento Geral de Ruído
(RGR) e no Decreto-lei n.º 146/2006, de 31 de Julho, que transpõe a
Directiva nº 2002/49/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de
Junho, relativa à avaliação e gestão do ruído ambiente (adiante designado
por DRA).
O âmbito do RGR é mais vasto do que o da DRA, aplicando-se às
atividades ruidosas permanentes, temporárias, às infra-estruturas de
transporte e a outras fontes de ruído suscetíveis de causar incomodidade
e ainda ao ruído de vizinhança; a DRA estabelece um regime especial para
as grandes infra-estruturas de transporte rodoviário, ferroviário e aéreo e
para as aglomerações de maior expressão populacional.

O Decreto-lei n.º 9/2007, de 17 de Janeiro foi rectificado pela


Declaração de Rectificação n.º 18/2007, de 16 de Março, e alterado pelo
Decreto-lei n.º 278/2007, de 1 de Agosto.
O Decreto-lei n.º 146/2006, de 31 de Julho foi rectificado pela
Declaração de Rectificação n.º 57/2006, de 31 de Agosto.
Foram realizadas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), em Abril de
2007, sessões de divulgação do Novo Quadro Legal do Ruído Ambiente.
G
QUANDO TIVEREM ALGUM PROBLEMA COM O RUÍDO
DEVE CONTATAR:

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- As Câmaras Municipais (comércio e serviços, restaurantes, bares,
discotecas, oficinas, ruído de tráfego rodoviário em estradas camarárias);
- As autoridades policiais (ruído de vizinhança, obras de construção civil,
competições desportivas, festas e outros divertimentos, feiras e
mercados, alarmes contra intrusão em veículos);
- O IEP ou as suas concessionárias (ruído de tráfego rodoviário em
estradas nacionais, itinerários principais, complementares e auto-
estradas);
- A REFER, o Metropolitano de Lisboa ou o Metro do Porto (ruído de
tráfego ferroviário);
- ANA ou os aeródromos (ruído de tráfego aéreo);
- As Direcções Regionais da Economia e as Direcções Regionais da
Agricultura (estabelecimentos comerciais e industriais);
- As Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional ou a
Inspecção-geral do Ambiente.

Reciclagem

Política dos 3 R:

 Reduzir é o primeiro passo e o mais importante. Numa sociedade


de consumo, onde os produtos e as embalagens abundam, os custos
de tratamento ou eliminação de resíduos são elevados. Só reduzindo

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a quantidade de produtos comprados e consumidos é que é possível
diminuir a quantidade de resíduos existentes.

 Reutilizar é o segundo passo, no sentido em que, ao dar novos


usos aos resíduos que são produzidos, evita-se que passem por um
novo ciclo de transformação ou por processos de tratamento ou
eliminação, processos esse que representam custos para a
sociedade e para o ambiente.

 Reciclar é a terceira prioridade e deve ocorrer quando não é


possível deixar de produzir um resíduo ou quando não se encontra
outra utilização possível para esse objecto. Nesse caso, é importante
que o resíduo não seja depositado junto com os indiferenciados (o
chamado "lixo normal") ou num aterro (ou pior, abandonado na
natureza), mas sim que seja reciclado. Para garantir que seja
reaproveitado como matéria-prima e transformado num novo
produto, basta depositá-lo no local apropriado.

Reduzir - prevenir a produção de resíduos

Em primeiro lugar, é necessário começar por reduzir os resíduos que se


produz, para tentar minimizar o impacto no Ambiente. Para isso é preciso
pensar bem nos objectos que se utiliza.

Quando se aproximar do caixote do lixo, pare. Olhe bem para o objecto


que tem na mão e pense se este não poderá, na verdade, ter outro uso
para si. Uma garrafa pode ser pintada e servir como castiçal para velas e
copos de iogurte podem ser transformados em brinquedos. Dê asas à sua
imaginação e crie objectos únicos e personalizados.

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Mesmo que já não tenha uso para si, pense se não poderá ter ainda para
outra pessoa. Muitas instituições de solidariedade social agradecem a
oferta de roupas, livros, brinquedos, etc.

Sempre que comprar algo, pense no que irá acontecer a esse objecto
quando já não lhe interessar: 

 Pode ser totalmente reciclado ou não?


 Pode ser aproveitado para outros usos?
 Pode ter interesse para outras pessoas?

Como podemos contribuir?

 Prefira produtos em embalagens familiares em vez de embalagens


individuais;
 Escolha produtos não embalados, recarregáveis (como por exemplo
as pilhas) ou que tenham embalagens reutilizáveis ou recicláveis;
 Evite utilizar os sacos de plástico fornecidos pelas lojas e leve os
seus próprios sacos para transportar as compras;
 Evite produtos descartáveis, de usar e deitar fora;
 Diga não aos produtos duplamente embalados.

Faça opções ambientalmente responsáveis e conscientes, todos os dias,


em prol da qualidade de vida e do nosso futuro. 

 Prefira produtos de produção local, que significam menos


transportes, poluição, embalagens e menor consumo de recursos;
 Escolha produtos mais saudáveis, sem aditivos (corantes e
conservantes), com baixos teores de substâncias poluentes ou de
agricultura biológica;

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 Verifique se as empresas produtoras que escolhe estão a contribuir


para o Comércio Justo e praticam políticas de responsabilidade
ambiental e social.

 Reutilizar - usar de novo

Reutilizar é dar novos usos a materiais já utilizados, ou seja, usar algo com um objectivo
diferente daquele que era o seu objectivo inicial.

Reutilização - reintrodução, sem alterações significativas, de substâncias,


objectos ou produtos nos circuitos de produção ou de consumo de forma a
evitar a produção de resíduos.

Como podemos contribuir?    

 Preferindo embalagens reutilizáveis (com depósito);


 Utilizando as folhas de papel de ambos os lados;
 Doando roupas e objectos de que já não se necessita;
 Criando objectos de decoração ou brinquedos com os materiais fora
de uso.

Qualquer pessoa pode dar novas utilizações a objectos do dia-a-dia e,


desse modo, evitar que sejam um resíduo. Para isso basta um pouco de
imaginação e criatividade, ou seja, olhar para as coisas de maneira
diferente e descobrir novas formas de utilização.

Eis algumas ideias: 

 Reutilize embalagens de cartão e crie molduras, cartões de


felicitações, sacolas, caixas para bugigangas, etc.
 Transforme recipientes de vidro em peças de arte, como castiçais,
jarras para flores, etc.

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 Converta embalagens de plástico ou de metal em instrumentos


musicais, brinquedos, máscaras, recipientes para colecções, jogos,
etc.

  Reciclar - contribuir para a deposição selectiva

Não menos importante é reciclar. A participação de todos nós na


deposição selectiva é fundamental, pois estamos a contribuir para que
esses resíduos sejam devidamente reaproveitados através da reciclagem e
assim evita-se estar a consumir matérias-primas naturais.

A reciclagem permite transformar um objecto noutro objecto diferente, de modo a ser


reintroduzido no ciclo económico como matérias-primas secundárias, poupando nesse
processo muitos recursos naturais, matérias-primas, custos de produção e ainda evitar a
poluição.

Reciclagem - reprocessamento de resíduos com vista à recuperação e,


ou regeneração das suas matérias constituintes em novos produtos a
afectar ao fim original ou a fim distinto.

Reciclar tem vantagens ambientais e económicas:

 Economia de energia - fabricar materiais a partir de resíduos


consome menos energia do que fabricá-los a partir de matérias
virgens. Muitos dos recursos energéticos que se poupam são fontes
de energia não renováveis, como é o caso do petróleo.

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 Poupança de matérias-primas - ao utilizarmos os resíduos,
provenientes da recolha selectiva, como matérias-primas
secundárias, estamos a poupar matérias-primas virgens. Alguns
destes recursos naturais têm grande valor, como são os casos da
madeira, da areia, do petróleo, do estanho ou do alumínio.

 Redução da quantidade de resíduos a ser incinerados e nos aterros


sanitários - quanto menos resíduos tiverem como destino final um
aterro sanitário, mais anos de vida útil este terá e menor quantidade
de emissões de CO2 se terá.

A Poluição e a Saúde Pública

Entendemos como poluição ambiental qualquer alteração de um


determinado meio ou ambiente tornando-o prejudicial ao homem e a
outras formas de vida que nele existem.
Como aliás já vimos, a poluição ambiental é em muitos casos causadora
de doenças e até mesmo causadora de morte em animais e humanos.

Por exemplo:

Poluição do Solo

Principais fontes de poluição do solo:


- fertilizantes agrícolas;
- pesticidas, fertilizantes;
- lixos;

- esgotos;

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- dejectos animais.

Contacto directo Doenças

Resíduos Homem

Contacto indirecto mal estar


(Insectos, roedores)
(Poluição meio)

Medidas de controlo:

- Práticas adequadas de remoção e eliminação dos resíduos sólidos;


- afastamento das zonas de aterros sanitários;
- controlo de sistemas de tratamento de esgotos;
- controlo na aplicação de pesticidas e fertilizantes;
- incentivar o uso de fertilizantes orgânicos;

Poluição Água

Principais fontes de poluição da água:


- esgotos domésticos e industriais;
- produtos químicos ( fertilizantes e pesticidas);

Ora:

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Resíduos sólidos e líquidos poluentes químicos e radioativos

Água

Irrigação de ingestão contacto com


Água na preparação directa pele
de alimentos
________
________

Doenças que podem mesmo ser mortais para o homem

Consequências da Poluição:

- Doenças para o homem e para os animais;


- Morte de peixes por redução de oxigénio na água;
- proliferação de algas;
- Alteração da qualidade das águas.

Medidas de controlo:

- sistemas adequados de recolha de resíduos líquidos e sólidos;


- sistemas adequados de tratamento de águas;

- afastar os poços e minas de fossas sépticas;


- controlo de aterros sanitários;

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- controlo e restrição na aplicação de químicos (pesticidas e fertilizantes);

Poluição do Ar

Principais fontes de poluição do Ar:


- fontes industriais e queimadas;
- meios de transporte;
- incineração de lixos.

Queimadas gases emitidos pelos gases emitidos


meios transporte lixo exposto
céu aberto

AR

Respiração directa
Do homem

_________
_________

Problemas respiratórios,
Alergias,
Redução da visibilidade,

Consequências da Poluição:

- Problemas respiratórios, alergias nos homens e nos animais;

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- alteração da flora- malformação dos produtos alimentares;
- redução de visibilidade.

Medidas de controlo:

- Afastamento das industrias das zonas habitacionais e frequentadas pelos


seres vivos;
- controlo na emissão de gases;
- incentivos a utilização de combustíveis ecológicos;
- incentivos na aplicação de tecnologias menos poluentes.

Poluição sonora

Principais fontes:
Ruído de transportes rodoviários

Consequências:

- Hipoacusia e surdez;
- irritabilidades fácil;
- perturbações psicológicas;
- Problemas cardio vasculares;
- Incomodo.

Tecnologias verdes:

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A reflexão sobre os problemas relacionados com a ecologia aumentou nos
últimos anos, e de certa forma influenciado por:

- Maior preocupação ambiental das pessoas na sua generalidade;


- Mais campanhas de defesa ambiental;
- Mais regulamentação ambiental.

As tecnologias verdes consistem na adaptação das novas tecnologias


produzidas total ou parcialmente com produtos ecológicos, produtos não
poluentes ou menos poluentes, consideravelmente menos poluentes.

Produtos verdes são produtos ecológicos, sem adição de químicos e que


são não poluentes ou consideravelmente menos poluentes.
São produtos que para a sua produção são utilizadas matérias-primas
naturais, e/ou matérias-primas mais abundantes na própria natureza em
detrimento de matérias-primas escassas. São utilizados na sua produção
bens recicláveis o que leva a uma poupança de recursos.

Todos os produtos verde tem etiquetas ecológicas, etiquetas que os


distinguem dos outros produtos, para que deste modo seja mais fácil ao
consumidor a sua identificação e diferenciação dos demais produtos. As
etiquetas ecológicas têm ainda outra função que é tentar garantir a
credibilidade e confiança nestes produtos.

Para saber se um produto é mesmo verde, ou seja, ecológico “ amigo do


ambiente” e para ser qualificado como tal tem de passar por todo um
processo de verificação e inspecção bastante rigorosa e que se
consubstancia:

● Matérias-primas usadas ecológicas


● Como são os materiais colhidos
● Processos de manufactura

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● Empacotamento
● Métodos de marketing
● Expedição
● Utilização do produto
● Como é reciclado o produto depois de utilizado.

Um exemplo de um produto verde é o biocombustível

Encontrar uma alternativa ao petróleo é uma prioridade para combater o


aquecimento global e travar a dependência das importações de
combustíveis. O aparecimento dos biocombustíveis criou novas
oportunidades para o sector agrícola e deu novo alento na luta contra as
emissões de dióxido de carbono.

O bioetanol, por exemplo, é obtido a partir de produtos orgânicos como a


beterraba, os cereais, o trigo ou a cana-de-açúcar.

A Comissão Europeia pretende que até 2010, dez por cento do sector dos
transportes da UE utilizem biocombustíveis.

Mas vejamos como funciona todo o processo. Da cana de açúcar,


beterraba, batata ou trigo são extraídos açúcares que por fermentação
originam o etanol. Este será, depois, misturado com o óleo de colza ou de
girassol. Através de um processo químico será, então, possível obter o
biodiesel.

A produção dos combustíveis “verdes” intensificou-se na última década.


Os programas contam com mais de 20 anos de desenvolvimento

industrial, mas foi necessário esperar por uma maior consciência ecológica
e pelo aumento do preço do petróleo para pôr mãos à obra.

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Curso: Técnico/a de Comunicação e Serviço Digital I
Em 2005, a produção de biodiesel no mundo atingiu os quatro milhões de
toneladas. A Alemanha assume-se como o primeiro produtor, seguida da
França e Itália.

Já a produção de Etanol fixava-se em 36 milhões de toneladas com


destaque para os países da América do Sul e da América do Norte.

Mas o desenvolvimento dos biocombustiveis é também controverso.


Independentemente da poluição directa ter um impacto menor, a
produção implica o cultivo de milhares e milhares de hectares, com
recurso a adubos e pesticidas.

Os mais críticos temem que a extensão das monoculturas, para produzir


bioetanol e biodiesel, provoque a desflorestação de áreas como a
Amazónia, no Brasil.

Custos

Apesar de já existir uma variada gama de produtos verdes em Portugal,


critérios como o preço ou a conveniência ditam a fraca adesão que este
tipo de produtos tem merecido por parte dos consumidores. Na maioria
dos países as fatias de mercado dos produtos verdes dificilmente excedem
os 4 por cento.
Ainda assim, os vários estudos realizados nos últimos tempos indicam que
existe um mercado de produtos verdes global, que está em forte
ascensão, e que inclui o território nacional e os consumidores
portugueses.

Porém, muitas barreiras impedem ainda que os produtos verdes alcancem


uma gama mais alargada de consumidores. Quase todas as pesquisas
mostram que a qualidade, conveniência, estatuto e preço permanecem os

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principais critérios de compra para a maioria dos consumidores, incluindo
os ambientalmente conscientes.
Isto é especialmente verdade para bens duradouros como carros.
 
 Os produtos eco-eficientes são normalmente identificados como mais
caros, não se levando em conta a contabilização dos custos ao longo do
seu ciclo de vida, que revela a longo prazo vantagens tanto económicas
como ambientais quando comparados com produtos que não incluem
considerações ambientais.

Há no entanto quem entenda que hoje em dia um produto ou serviço


verde pode ser um veículo, um electrodoméstico, uma peça de roupa,
uma viagem, um alimento ou um serviço bancário, ou seja, a variedade é
enorme, mas para poder sobreviver no mercado terá que ser competitivo
incluindo no preço, e não haverá grande justificação para ser tão mais
caro.

 Um bom exemplo de um produto verde mais barato para o consumidor


ao longo da sua utilização são as lâmpadas fluorescentes versus as
lâmpadas incandescentes. Apesar do custo de compra ser desfavorável às
lâmpadas fluorescentes, o consumo de energia é de tal forma inferior que,
passado um ano, o consumidor já estará compensado do investimento
inicial.

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Novas fontes de energia

Desde a revolução industrial que, em virtude de um considerável aumento


do crescimento urbano e populacional, bem como da preocupação com a
maximização da produção, o consumo das fontes de energia não
renováveis como o carvão, minerais, petróleo e gás natural, tem subido
de forma alarmante, contribuindo para a escassez destes recursos no
futuro.
Todas estas acções têm gerado a deterioração dos ecossistemas, de tal
forma grave que as preocupações se começaram a orientar no sentido da
obtenção de novas formas de energia definidas como "alternativas".

O protocolo de Quioto em 1997, vem delinear esta necessidade de recurso


a novas fontes de energia. A directiva comunitária vem assim tentar
regulamentar a redução do consumo das energias não renováveis e
implementação do uso das renováveis.

A nível de iniciativas nacionais salienta-se o Programa Energia, que teve


lugar em 1995 e posteriormente em 1999, atribuindo alguns
investimentos nesta área de investigação. No entanto, para além desta
iniciativa são escassos os incentivos monetários para o desenvolvimento
deste tipo de energias, bem como a existência de mão-de-obra nacional
detentora das competências técnicas suficientes.

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Em termos da implementação em concreto deste tipo de energias, os
maiores obstáculos apresentam-se sob a forma do hábito que leva os
sujeitos a repelirem a inovação, e através da legislação nacional que limita
a produção deste tipo de energias a nível individual até dado valor.

Fontes de energia renovável mais estudadas


Energia Solar:

A produção de energia solar consiste no aproveitamento para


a produção de energia dos raios solares que atingem a terra,
podendo obter-se através de:

 um reactor (painel negro amplo coberto por um vidro ou outro


material transparente) em que o calor captado é transferido pela
circulação de ar ou de um fluido interno ao painel (método usado no
aquecimento de ambiente interno e água quer em termos
domésticos, quer em termos comerciais);
 um colector composto por células que captam a energia solar e a
transformam directamente em electricidade ( método usado em
calculadoras e veículos espaciais).

Vantagens:

- A luz solar é um recurso natural renovável e não poluente.

Desvantagens:

- Limitado às áreas do globo que recebem bastante radiação solar;


- Requer materiais especiais para que os painéis e colectores não afectem
o meio ambiente.

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Energia eólica:

É o tipo de energia menos dispendiosa e poluente. Consiste


no aproveitamento do deslocamento de massas de ar, que
vêm das diferenças de pressão atmosférica entre duas regiões distintas. A
utilização do vento como fonte de energia era já utilizada há muito tempo
para a extracção de água dos poços ou para a produção de electricidade,
no entanto foi abandonada pelo aparecimento do petróleo.

Vantagens:

- O vento é um recurso natural sendo de grátis obtenção.

Desvantagens:

- Necessita 3 vezes da quantidade de geração instalada para satisfazer a


necessidade humana;
- O equipamento é caro de se manter;
- Altamente dependente do clima – o vento pode danifica-lo durante fortes
ventanias ou não girar durante dias, conforme a estação do ano;
- Pode afectar pássaros e colocá-los em perigo.

Energia hidroeléctrica:

Desde há muitos anos que o ser humano recorre à energia


gerada pelas quedas de água, ou seja, à transformação da

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energia potencial de uma massa de água em energia cinética.
Actualmente ela serve de recurso para movimentar turbinas produzindo

electricidade, constituindo uma das alternativas mais viáveis às fontes de


energia não renovável.

Desvantagens:

Este tipo de exploração não é incluído no quadro das energias renováveis


devido aos eventuais impactos negativos no meio ambiente e no
ecossistema fluvial que pode acusar.

Energia geotérmica:

A sua utilização é já muito antiga, desde as civilizações


romanas, consiste no aproveitamento do calor natural do
interior da terra, sendo a energia transferida por intermédio
de tecnologia de injecção de água através da superfície em maciços
rochosos quentes.
O calor extraído vem directamente da câmara magmática, mas é recolhido
à superfície sob a forma de vapor de água ou pela utilização das águas
das chuvas que correm ao nível subterrâneo, uma vez que estão em
contacto com rochas a elevadas temperaturas.
Este tipo de energia é utilizado na produção de electricidade e
aquecimento.

Vantagens:

- É uma energia renovável;


- Não é poluente;
- Possui diversas utilizações.

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Desvantagens:

- Energia de baixo rendimento;


- Energia que está limitada a zonas de actividade tectónica;
- Libertação de gases para atmosfera, como o sulfureto de hidrogénio e o
dióxido de carbono, que são poluentes e corrosivos.

Energia proveniente das marés, ondas e correntes marítimas:

A energia do mar pode ser aproveitada de 3 formas


diferentes:

1. Das ondas. O vento provoca as ondas, e estas podem ser


aproveitadas para produzir energia eléctrica.

2. Das marés. A Lua provoca deslocamentos de água para um lado ou


outro do planeta, que são as marés. Estes deslocamentos podem ser
aproveitados para produzir energia eléctrica, construindo-se
geradores eléctricos por baixo deles.

3. Das correntes marítimas. Diferenças de temperatura ou pressão na


água do mar provocam correntes, e estas podem ser aproveitadas
de forma semelhante à energia das marés.

Vantagens:

- É uma energia renovável;


- Não produz qualquer tipo de poluição;
- Não requer material muito sofisticado.

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Desvantagens:

- O fornecimento de energia não é contínuo;


- Baixo rendimento;
- São necessárias amplitudes de marés superiores a 5 metros para que
este tipo de energia seja rentável;
- As instalações devem ser fortes o suficiente para resistir a
tempestades mas sensíveis o suficiente para obterem energia das
marés.

Desvantagens:

Esta dependente do clima, da variação que ocorre em cada época sazonal.

Energia da biomassa

Este método consiste na obtenção de energia por recurso a


material biológico.

 A biomassa sólida: composta por todos os produtos e


resíduos agrícolas, florestais, industriais e percentagem
biodegradável dos resíduos industriais e urbanos.
 Os biocombustíveis gasosos: lamas das estações de tratamento dos
efluentes domésticos bem como nos aterros de Resíduos Sólidos
Urbanos.
 Os Biocombustíveis líquidos: provêm das chamadas "culturas
energéticas", como é o caso do biodiesel (proveniente de óleos de
colza ou girassol), etanol (obtido através da fermentação de

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hidratos de carbono) e metanol, habitualmente obtido por síntese a
partir do gás natural, ou pelo processo de pirólise.

Vantagens:

- Baixo custo de obtenção;


- Não emite dióxido de enxofre;
- As cinzas são menos agressivas ao meio ambiente que as provenientes
de combustíveis fósseis;
- Menor corrosão dos equipamentos (caldeiras, fornos);
- Menor risco ambiental;
- Recurso renovável;
- Emissões não contribuem para o efeito estufa.

Desvantagens:

- Menor poder radiador;


- Maior possibilidade de geração de material particular para a atmosfera.
Isto significa maior custo de investimento para a caldeira e os
equipamentos para remoção de material particular;
- Dificuldades no e armazenamento.

Ora actualmente, foi introduzido mais um R à denominada política dos


3R`s, que passa assim a denominar-se por política dos 4R`s, com a
introdução da Recuperação.
Recuperação o quanto possivel de energias renováveis, ou seja, o
aproveitamento de energia de resíduos que não podem ser reduzidos,
reutilizados ou reciclados, através do aproveitamento de energias fósseis,
naturais, para a produção de energia eléctrica por exemplo.

Sociedade de consumo e consumo sustentável

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Vivemos numa sociedade de consumo, todavia nem sempre foi assim,


antigamente, nas sociedades tradicionais, a produção de bens, era
limitada pela existência de matéria-prima e pela capacidade humana para
os produzir. Por vezes, a produção não era suficiente para satisfazer as
necessidades mais básicas das populações.
Com a Revolução Industrial a produção alargou em grande escala bem
como o alargamento dos mercados.
Aumenta a oferta de bens agora destinados ao mercado, com vista à
satisfação das necessidades.

No inicio do século XX as novas formas de organizar o trabalho (divisão de


tarefas) e a produção (linha de montagem) contribuíram para a
massificação da produção. O que anteriormente era feito em dias agora
passa a ser feito em escassas horas o que aumentou significativamente a
produção.

Os avanços científicos e tecnológicos multiplicam o tipo de indústrias,


surgindo uma variedade imensa de produtos e serviços no mercado cada
vez mais complexos e sofisticados.

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Neste período desenvolvem-se também os meios de comunicação de
massa que dão um novo impulso à publicidade que se torna cada vez mais
eficaz junto dos consumidores.

Na era da globalização, a partir dos anos 90, os mercados são ainda mais
amplos – o mundo é um mercado. O consumidor tem ao seu dispor todos
os produtos e serviços de todas as partes do mundo e também pode
chegar a toda a parte para os adquirir, com rapidez e a preços acessíveis.

As relações de consumo estabelecem-se em novos espaços, os centros


comerciais, onde são criados ambientes agradáveis de festa e diversão que
levam o consumidor à compra de produtos que por vezes nem necessita.

As formas de venda dos produtos são cada vez mais sofisticadas (por vezes,
até agressivas) utilizando estratégias. Os vendedores vêm à nossa porta ou
levam-nos até aos seus espaços, telefonam-nos, concedem-nos crédito...

A sociedade capitalista da actualidade é assim marcada por uma


necessidade intensa de consumo, seja por meio dos mercados internos,
seja por meio dos mercados externos, já que um aumento do consumo,
regista-se uma maior necessidade de produção, que para atender a esta
demanda gera cada vez mais empregos, que aumentam a renda
disponível na economia e que acaba sendo revertida para o próprio
consumo. O excesso de todo este processo leva a uma intensificação da
produção e consequente aumento da extracção de matérias-primas e do
consumo de energia, muitas vezes, de fontes não-renováveis.

Estamos assim na “era” do consumismo

Consumismo é o acto de consumir produtos ou serviços, muitas vezes,


sem consciência. Há mesmo quem diga que é através da publicidade que

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leva ao consumo desnecessário, sendo este um fruto do capitalismo e um
fenómeno da sociedade contemporânea.

A diferença entre o consumo e o consumismo é que no consumo as


pessoas adquirem somente aquilo que lhes é necessário para
sobrevivência. Já no consumismo a pessoa gasta tudo aquilo que tem em
produtos supérfluos, que muitas vezes não é o melhor para ela, porém é o
que ela tem curiosidade de experimentar devido às propagandas na TV e
ao apelo dos produtos de marca. No entanto, a definição de necessidades
supérfluas é algo relativo, já que um produto considerado supérfluo para
alguém pode ser essencial para outra, de acordo com as camadas sociais
a que a população pertence. Isso pode gerar violência, pois as pessoas
que cometem crimes na maioria das vezes não roubam ou furtam nada
por necessidade, e sim por vontade de ter aquele produto, e de não ter
condições de adquiri-lo. Nesses casos, a necessidade de consumo torna-se
uma doença, uma compulsão, que deve ser tratada para evitar maiores
danos à pessoa. Muitas vezes o consumismo chega a ser uma patologia
comportamental. Pessoas compram compulsivamente coisas que elas não
irão usar ou que não têm utilidade para elas apenas para atender à
vontade de comprar.

Um dos problemas do consumo excessivo diz respeito à


problemática ambiental

A produção crescente de bens e serviços, a sua utilização e os resíduos


que originam são as actividades que mais desequilibram o nosso planeta.
Para esse desequilíbrio contribui o consumo pouco sustentável de grande
parte dos recursos naturais*, alguns dos quais não são renováveis ou,
pelo menos, não se renovam com a rapidez necessária, para além de que
estas actividades constituem um importante meio de degradação do
ambiente.

Temos vindo a modificar profundamente a natureza e a comprometer


seriamente os recursos naturais, utilizando padrões de produção e de

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distribuição que assegura o estilo de vida consumista dos países
desenvolvidos.
Os preços, as marcas, as pressões sociais, pesam mais nas decisões de
compra do que a sustentabilidade. Compramos mais, deitamos fora o
que ainda poderia ser usado, deixamos estragar alimentos porque não os
soubemos gerir, deterioramos a qualidade do ambiente.
No entanto, a verdade é que enquanto nos países industrializados o
consumo é muito elevado, nos países em desenvolvimento, as
necessidades básicas de grande parte da população, não chegam a ser
satisfeitas.

20% das pessoas ricas do mundo consomem cerca de 75% dos


recursos naturais.

*RECURSOS NATURAIS

Não renováveis
Carvão, gás natural, petróleo.

Renováveis
Água, sol, vento, ondas e marés.

Renovação lenta
Biomassa solo e sub-solo fauna e flora.

CONSUMIR SEM DESTRUIR


A modificação dos padrões de consumo e comportamentos pró ambientais
é um dos maiores desafios para a sociedade do século XXI.

As alterações no consumo são urgentes...


Enquanto consumidor pode contribuir diariamente com pequenos gestos:
Reduza

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Escolha produtos eficientes que utilizem menos recursos e menos energia,
produzindo menos resíduos.
Reutilize
Opte por produtos reciclados ou reutilizáveis.
Recicle
Participe activamente na recolha selectiva de resíduos organizada pelos
municípios.
Atenção! Através das nossas opções de consumo, influenciamos o
mercado. A compra de um produto é um voto para o fabricante, por isso
exija produtos com:

1. Elevada eficiência;
2. Maior duração de materiais;
3. Maior prazo de garantia;
4. Possibilidade de reparação;

Reciclar os desperdícios:
Separar para melhor reciclar
A reciclagem é a transformação dos resíduos das embalagens e dos
materiais já usados - papel, cartão, vidro, plásticos e metais – em novos
produtos ou embalagens.
Uma lata de bebida pode ser infinitamente reciclada...
Os jornais já são, em grande parte, produzidos a partir de papel
reciclado...
Muitas garrafas de vidro são recicladas...

A reciclagem de produtos em fim de vida permite:


⌧ Diminuir a quantidade de resíduos e poluição;
⌧ Tratar de modo adequado os resíduos mais perigosos;
⌧ Evitar a extracção de mais recursos da natureza;
⌧ Utilizar menos energia;
⌧ Preservar o ambiente.

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A reciclagem é um processo que depende do envolvimento de
todos os consumidores e só funciona se houver por parte destes o
cuidado em separar correctamente as embalagens e os
desperdícios em casa e colocá-los no respectivo eco ponto ou eco
centro.

Nos países desenvolvidos, cada pessoa produz em média 1kg de lixo/dia.


Na Europa todos os anos são produzidos 2 000 milhões de toneladas de
lixo dos quais 40 milhões de toneladas são lixo perigoso.

A recolha selectiva na Europa já permite reciclar:


􀂙 18% de embalagens de plástico
􀂙 50% de embalagens de aço
􀂙 60% das embalagens de vidro
􀂙 40% das embalagens de alumínio
􀂙 60% das embalagens de papel

Ciclo da reciclagem
A reciclagem é um ciclo interminável que:
• Prolonga a vida dos materiais;
• Poupa os recursos;
• Ajuda o nosso planeta;

A reciclagem é um processo industrial que converte o lixo descartado num


produto semelhante ao inicial.

Reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais e reintegrar o lixo


no ciclo produtivo.
Reciclar é um vocábulo novo (década de 80) resultante do esgotamento
dos recursos naturais.
Para que o ciclo possa funcionar, a selecção dos lixos feita por nós é
determinante.

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Ciclo do Metal
1. RECOLHA SELECTIVA:
Recolha dos resíduos sólidos urbanos por tipo de material, através de eco
pontos e eco centros e/ou métodos de recolha ao domicílio (porta-a-
porta).

ESTAÇÃO DE TRIAGEM:
Instalação especializada onde se procede a uma selecção mais rigorosa
das embalagens usadas. Pode ser feita através de processos manuais e
mecânicos.
As embalagens são compactadas e enfardadas por tipo de material para
serem transportadas para as Unidades de Reciclagem.

2. FARDOS DE METAL:
As embalagens de plástico e metal são sujeitas a uma separação mais
minuciosa uma vez que se subdividem em várias categorias: os metais em
ferrosos e não ferrosos; os plásticos em PVC, PET, PEAD, PEBD, PS entre
outros.
METAL
O metal separa-se em aço e alumínio, depois é prensado e enfardado.
PLÁSTICO
As embalagens de plástico são separadas em categorias diferentes, são
retirados os rótulos e as etiquetas e depois triturados, transformando-os
em matéria granulada. São separados os diferentes tipos de papel e

cartão e depois colocados em fardos para serem transportados e


reciclados pela indústria papeleira.

3. FUNDIÇÃO:
Derreter o metal num forno de fusão. O metal é fundido a altas
temperaturas.

4. METAL E PLÁSTICO RECICLADO:

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O metal depois de fundido dá origem a barras de metal novo de alta
qualidade.
PLÁSTICO
Depois de fundido pode ser moldado.

5. CONSUMO;

Ciclo do Papel
1. RECOLHA SELECTIVA:
Recolha dos resíduos sólidos urbanos por tipo de material, através de eco
pontos e eco centros e/ou métodos de recolha ao domicílio (porta-a-
porta).
ESTAÇÃO DE TRIAGEM:
Instalação especializada onde se procede a uma selecção mais rigorosa
das embalagens usadas. Pode ser feita através de processos manuais e
mecânicos.
As embalagens são compactadas e enfardadas por tipo de material para
serem transportadas para as Unidades de Reciclagem.

2. FARDOS DE PAPEL:
São separados os diferentes tipos de papel e cartão e depois colocados em
fardos para serem transportados e reciclados pela indústria papeleira.

3. TRATAMENTO QUÍMICO E BRANQUEAMENTO:


A reciclagem de papel/cartão começa pela separação das fibras, processo
do qual resulta uma pasta aquosa. Esta pasta é submetida a um processo
de refinação e a um processo de depuração, pelo qual são retirados os
materiais contaminantes. Finalmente, a pasta de papel é sujeita a uma
operação de secagem.
O branqueamento do papel é utilizado por exemplo, na produção de papel
higiénico, cuja utilização de cloro que é um produto químico altamente
venenoso torna o processo muito poluente.

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4. PAPEL RECICLADO:
A pasta obtida pelo tratamento é adicionada à matéria-prima virgem, para
produzir nova pasta de papel.

Após o tratamento, a pasta é depositada sobre uma passadeira em


movimento a fim de ser transformada em folhas de papel ou cartão.
A folha de papel ou cartão é enrolada em bobinas ou cortada com o
formato pretendido, e a partir destas bobinas fabricam-se novas
embalagens.

5. CONSUMO;

Ciclo do Vidro
1. RECOLHA SELECTIVA:
Recolha dos resíduos sólidos urbanos por tipo de material, através de eco
pontos e eco centros e/ou métodos de recolha ao domicílio (porta-a-
porta).

2. ESTAÇÃO DE TRIAGEM:
Instalação especializada onde se procede a uma selecção mais rigorosa
das embalagens usadas. Pode ser feita através de processos manuais e
mecânicos.
As embalagens são compactadas e enfardadas por tipo de material para
serem transportadas para as Unidades de Reciclagem.
As embalagens de vidro não são triadas nestas estações. São apenas
armazenadas para depois serem recicladas.

3. SEPARAÇÃO DO CASCO:

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Depois de recolhido o vidro é partido, esmagado e limpo.

4. FUSÃO:
Depois é colocado em fornos onde é fundido.

NOVAS EMBALAGENS:
Posteriormente é moldado em garrafas, frascos, boiões, etc.

5. CONSUMO;

SABIA QUE:
·Cada tonelada de papel reciclado reduz em 2,5 barris de petróleo, 98 mil
litros de água e 2500 kw/h de electricidade, além de diminuir o derrube
de árvores;
·Cada tonelada de aço produzido a partir da sucata e não da exploração
mineira poupa 70% de energia, 16% do consumo de água e reduz em
85% a poluição ambiental;
.O plástico reciclado reduz em 88% o consumo de petróleo;
·O vidro é reciclável sem limite;
.O vidro reciclado faz poupar 70% da energia na produção e 50% da
água;

·o tempo para a decomposição dos materiais é:


·Plásticos - 4500 anos
·Alumínio – 500 anos;
·Metais - 450 anos;
·Aço – 100 anos;
.Papel - 6 meses;

O consumo das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação)


Ajudam?
Economia de recursos e de energia – várias funções para um só aparelho.

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A TV por cabo, permite alugar filmes, podendo dispensar os suportes
como CD, as embalagens e as deslocações para comprar ou alugar...
Livros electrónicos, CD-Roms, permitem usar menos papel e exigem
menos espaço.

Prejudicam?
As novas tecnologias evoluem e rapidamente os modelos se desactualizam
e surgem no mercado outros mais eficientes.
Os computadores, por exemplo, duplicam a sua capacidade
permanentemente.
Em 2005 existiam cerca de 315 milhões de computadores obsoletos no
mundo.
600 Milhões de Kg de chumbo
1 Milhão de Kg de cádmio
200 Mil Kg de mercúrio
O telemóvel dispõe de: agenda, atendedor de chamadas, relógio e
despertador, máquina fotográfica, ligação à internet e consulta de e-mail.
Um elevado número de pessoas não sabe tirar partido destes meios, e por
exemplo, acabam por imprimir toda a informação em papel ou não usam
todas as funções.

Comportamentos favoráveis á preservação do


ambiente

1. Proteja as florestas. Não corte árvores, antes plante. Mantenha a


natureza tal como ela é pois não se esqueça a natureza esta cheia de
seres vivos.

2. Preserve a vegetação nativa. Não desmate! Não coloque fogo!

3. Evite queimadas não só porque só por si polui mas tambem porque


pode causar incêndios, logo a poluição ainda é maior.

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4. Não altere cursos d’água ou banho, eles são protegidos por lei. Poços
artesianos somente com autorização e suficientemente afastados de
fossas.

5. Não crie peixes sem licença. Nunca solte peixes nos rios, mesmo
quando estiver bem intencionado.Respeite os períodos de proibição da
pesca.

6. Não compre, nem tenha animais selvagens em casa.

7. Não maltrate animais selvagens ou domésticos.

8. Separe o lixo em casa e no trabalho, e coloque nos devidos ecopontos,


e o lixo orgânico, se e quando não houver ecoponto para esse lixo,
coloque na rua no dia e hora da recolha seletiva.

9. Não deite lixo no chão. Carregue-o até ao caixote mais próximo.


Ensine às crianças dando o exemplo.

10. Ajude a não criar lixeiras a ceu aberto.

11. Recicle ou reaproveite tudo o que puder.

12. Reduza o consumo, especialmente do que não puder ser


reaproveitando ou reciclado.

13. Tente utilizar tranportes publicos.

14. Mantenha o seu veículo regulado, e se possivel compre automoveis


ecologicos, mas de preferencia ande mais a pé.

15. Não contribua com a poluição sonora e/ou visual.

16. Evite a utilização de fertilizante e produtos quimicos no lavoura ou


horta.

17. Não deite óleos lubrificantes na sua rede de esgoto.

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18. Não desperdice água, esse é um dos recusros mais importantes e
frágeis do planeta: feche torneiras, conserte vazamentos, não use
mangueiras para lavar ruas e passeios, aproveite água de chuva.

19. Não desperdice energia elétrica: desligue aparelhos, verifique


sobrecargas, apague as luzes.

20. Ensine às crianças

21. Utilize energias renovaveis.

22. Evite deitar materiais não degradáveis (plásticos ou outros) no


ambiente.

23.Evite o consumo desnecessário de energia.

24. Compre  electrodomésticos  e   lâmpadas eficientes,

25. Não deixe luzes acesas.

26. Não adquira alimentos e mercadorias que implicam na morte de


animais selvagens ou dano à flora: palmito silvestres, xaxins, orquídeas,

atum, tartaruga (carne, ovos e subprodutos do casco), colares de coral,


casacos de pele, bolsas.

27. Proteja parques, áreas verdes, praias, rios e mares


 

 Outra maneira de preservar o meio ambiente é reduzindo,


reutilizando e reciclando o lixo.
 

LIXO: REDUZIR, REUTILIZAR e RECICLAR

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Sabia que grande parte do nosso lixo pode ser reaproveitado, reduzido ou
reciclado?

Reduzir o lixo

Evite levar para casa embalagens plásticas e de papel que não serão
novamente utilizados;

Evite comprar alimentos com embalagens desnecessárias;

Prefira, sempre que for possível, produtos com vasilhame reaproveitável;

Escreva nos dois lados do papel e use, sempre que puder, produtos feitos
com papel reciclado;

  Reaproveite o lixo

Jornais e papéis velhos podem ser vendidos ou doados a quem recicla


papel que percorrem as ruas da sua cidade;

Compre sempre que possível bebidas com embalagens de vidros


retornáveis e quando puder leve os vidros usados a um ecoponto de
garrafas;

Procure reaproveitar melhor os legumes e frutas usando novas receitas,


diminuindo assim as sobras que vão para o lixo;

Roupas, brinquedos, livros e jogos que você não usa mais podem ser
reaproveitados por outros, portanto, não os deite fora, doe a instituições e
instituições de caridade;

Reciclar o lixo

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A indústria da reciclagem cuida de transformar componentes do lixo como
o vidro, papel, metal e plástico em matéria-prima, para novos produtos.
 

         "Reciclando, preservamos a qualidade da nossa vida e evitamos a


formação de lixões; sendo que ao reaproveitarmos o lixo estamos a
contribuir para a utilização mais adequada dos recursos naturais."
 
  O que devemos fazer para tornar a reciclagem viável para todos?

Reduzir a quantidade do lixo produzido;

Proceder ao acondicionamento seletivo do lixo.

O acondicionamento seletivo do lixo consiste na separação de materiais


que podem ser reutilizados ou reciclados.
 
  Por que é importante reciclar?

Diminui a exploração de recursos naturais e o consumo de energia;

Melhora a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população;

Contribui para diminuir a poluição do solo, da água e do ar;

Prolonga a vida útil de aterros sanitários e melhora a produção de


composto orgânico;

Gera emprego para a população não qualificada;

Gera receita pela comercialização dos recicláveis;

Contribui para formar uma consciência ecológica e para valorização da


limpeza urbana.

Reciclagem de Papel

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Separe: Jornais, revistas, embalagens, caixas, formulários, cadernos, etc.
A cada 50 quilos de papel reciclado estamos a evitar que uma árvore seja
cortada. O papel pode ser reciclado várias vezes, dependendo do tamanho
de suas fibras.

Reciclagem de Vidro

Separe: Um quilo de vidro usado transforma-se em um quilo de vidro


novo. Não há perda de matéria-prima, praticamente não produz resíduo e
economiza 30% de energia elétrica.

Reciclagem de Metal

Separe: Latas, fios, pregos, grampos, arames, panelas, alumínios,


talheres, cobre, etc.

Cada tonelada de alumínio reciclado economiza a retirada de cinco


toneladas de minério bauxita e 95% de energia elétrica.

Reciclagem de Plástico

Separe: Plástico filme (mole), plástico duro.

A reciclagem do plástico economiza produtos derivados de petróleo. Os


plásticos serão transformados, na sua maioria, em produtos como sacos
de plástico, baldes, etc.

 Matéria Orgânica

Separe: Restos de comida, folhagens, palhas, cascas de frutas, ovos e


verduras. Esses materiais podem serão transformados em adubo
orgânico.
 
A compostagem do lixo é a produção do adubo orgânico a partir do lixo

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não reciclável e, sempre que possível, deverá estar associada a um
processo de recuperação dos subprodutos recicláveis do lixo.

 A reciclagem de materiais encontrados no lixo é de grande importância


sobre o aspecto ambiental, sanitário, social, econômico, pedagógico e
político.

 A recolha seletiva, o reaproveitamento, a redução e a reciclagem do lixo


são soluções mais adequadas para se resolver o grave problema do lixo
no planeta. A participação de cada um e da comunidade é a base para
solução do problema. Separar o lixo não é uma tarefa difícil, requer
apenas mudança de hábito e um pouco de boa vontade.
 

Protocolos e Convenções Internacionais no


domínio do ambiente e do desenvolvimento
sustentável.

A consciencialização para o ambiente, na Europa, terá evoluído sobretudo


a seguir à Segunda Guerra Mundial, alertada por problemas ambientais
concretos e mediatizados, para os quais se foram encontrando respostas
mais ou menos adequadas.
Entre os vários problemas ambientais, destacam-se:

A poluição atmosférica, nomeadamente o “smog” londrino que, em

1952, foi considerado responsável pela morte de milhares de pessoas e


que eventualmente deu origem, em 1956, à promulgação em Inglaterra

da Lei do Ar Puro que fixa limites para a emissão de dióxido de


enxofre, e deslocaliza as centrais produtoras de energia para zonas rurais
de Inglaterra.

Surgem associações mundiais de defesa do ambiente e as primeiras


resoluções de protecção da fauna e flora.

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Destaca-se a fundação, em 1961, de uma conhecida associação de

defesa do ambiente, o Fundo Mundial para a Vida Selvagem

(WWF), tendo por objectivo conservar a natureza, preservar a


diversidade e abundância de seres vivos na Terra, e a saúde dos sistemas
ecológicos, utilizando sobretudo espécies emblemáticas (tigre, leão,
panda) para a sensibilização dos cidadãos.

Outra associação paradigmática surgiu em 1971, o Greenpeace, que


ao longo da sua existência viria a marcar um tipo de activismo ambiental
muito controverso (ex. campanhas tentando impedir os testes nucleares).

A década de 70 foi particularmente fértil em convenções e acordos


relacionados com o ambiente.
Assim, por exemplo:

Ocorreu em Estocolmo (1972) a primeira Cimeira Internacional


do Ambiente, a Conferência Mundial das Nações Unidas sobre o Ambiente
Humano, onde foi aprovada a Declaração do Ambiente (Declaração de
Estocolmo) e que resultou na criação do Programa das Nações Unidas
para o Ambiente (PNUA), bem como na instituição do Dia Mundial do
Ambiente (5 de Junho).

As conferências de Belgrado (Encontro de Belgrado, em 1975) e de


Tbilisi (Primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação
Ambiental, em 1977) promovidas pela UNESCO, apelam respectivamente
a uma nova ética planetária e lançam os objectivos, funções, estratégias e
princípios da Educação Ambiental.

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Data também dos anos setenta o reconhecimento da destruição da
camada de ozono por clorofluorcarbonetos – CFC’s – (compostos utilizados
na propulsão de “sprays” e nos circuitos de refrigeração).
Porém, só após a identificação do ‘buraco do ozono’ sobre a Antártida
(Joseph Farman, 1985) se regulamentou a produção mundial de CFC’s,
através do Protocolo de Montreal (1987).

Foi na década de oitenta do século XX que o despertar de consciências


começa a assumir contornos efectivos no que respeita à regulamentação e
à tomada de numerosas medidas de gestão ambiental, impulsionadas
ainda por uma nova crise do petróleo (1978-1980).
De entre os documentos mais importantes, destacam-se:

A Convenção das Nações Unidas sobre Legislação Marítima (1982)


que impõe padrões ambientais para todos os oceanos e mares do mundo;

A Convenção das Nações Unidas sobre a Poluição Atmosférica


Transfronteiriça de Longo Alcance (1983);

A Convenção de Basileia (1989) que estabeleceu as normas para


limitar a produção e controlar o transporte internacional de resíduos
perigosos.

Em 1986, deu-se um terrível desastre ecológico: a explosão do reactor


nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, contaminando com radioactividade
milhares de quilómetros, levando à evacuação e realojamento de 336 000
pessoas e deixando, até aos nossos dias, uma área com um raio de 30 km
denominada “zona de alienação”, onde é proibido construir ou manter
actividades civis ou de negócios.

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Já na década de noventa, aparece o Tratado de Maastricht (União


Europeia, (1993) que confere estatuto de política, e não simplesmente
de acção, ao ambiente; este estatuto viria a ser confirmado pelo Tratado
de Amesterdão (União Europeia, 1997) que converte a política
ambiental num objectivo político fundamental para a União Europeia.

O aumento da temperatura global do planeta continua na ordem do dia e,


se em 1990, as Nações Unidas emitiram um aviso sobre o fenómeno
(antecipando um aumento da temperatura média em 2º C até 2025) e
recomendaram uma redução das emissões de dióxido de carbono à escala
mundial, é no âmbito da Cimeira da Terra que é produzida a Convenção
Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.

No seguimento dessa convenção e da directiva europeia sobre avaliação e


gestão da qualidade do ambiente (96/62/CE), os países industrializados,
com excepções importantes (nomeadamente os Estados Unidos da

América), ratificaram em 1997 o Protocolo de Quioto.

Constitui-se no protocolo de um tratado internacional com compromissos


mais rígidos para a redução da emissão dos gases que provocam o efeito
estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações
científicas, como causa antropogênicas do aquecimento global.

Discutido e negociado em Quioto no Japão em 1997, foi aberto para


assinaturas em 11 de Dezembro de 1997 e ratificado em 15 de Março de
1999. Sendo que para este entrar em vigor precisou que 55% dos países,
que juntos, produzem 55% das emissões, o ratificassem, assim entrou em

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vigor em 16 de Fevereiro de 2005, depois que a Rússia o ratificou em
Novembro de 2004.

Por ele se propõe um calendário pelo qual os países-membros


(principalmente os desenvolvidos) têm a obrigação de reduzir a emissão
de gases do efeito estufa em, pelo menos, 5,2% em relação aos níveis de
1990 no período entre 2008 e 2012, também chamado de primeiro
período de compromisso (para muitos países, como os membros da UE,
isso corresponde a 15% abaixo das emissões esperadas para 2008).

As metas de redução não são homogéneas a todos os países, colocando


níveis diferenciados para os 38 países que mais emitem gases. Países em
franco desenvolvimento (como Brasil, México, Argentina e Índia) não
receberam metas de redução, pelo menos momentaneamente:

- Reformar os setores de energia e transportes;

- Promover o uso de fontes energéticas renováveis;

- Eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da


Convenção;

- Limitar as emissões de metano no gerenciamento de resíduos e dos


sistemas energéticos;

- Proteger florestas e outros sumidouros de carbono.

Entretanto, o ano de 1998 foi o mais quente na Terra desde que existem
registos, com a temperatura média da superfície global a atingir os 14,5°
C.
Em 2003, esse recorde seria batido, e de novo em 2005. A onda de calor
que se abateu sobre a Europa, em 2003, provocou a morte de milhares de

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cidadãos, e vários estudos apontam para a associação entre a acção
humana e o aumento da probabilidade de ocorrência de eventos
extremos.
Em conformidade com o Protocolo de Quioto, estabeleceu-se o comércio
de emissões de gases com efeito de estufa da União Europeia (1997),
tornando-se o primeiro esquema internacional deste tipo no mundo. O
lançamento do programa Ar Limpo para a Europa, em 2001, visa
contribuir para o desenvolvimento de uma estratégia para a qualidade do
ar.

Entretanto, com o aumento da poluição e de novos meios poluentes,


muitas têm sido as convenções e protocolos internacionais no domínio do
ambiente e do desenvolvimento sustentável.

No nosso país encontramos já uma vasta preocupação com o ambiente e


o desenvolvimento sustentável, senão vejamos as leis, decretos leis,
decretos regulamentares, portarias e resolução de Conselho de ministros
existentes:

Principal Legislação Nacional de Ambiente

Lei n.º 11/87 Lei de Bases do Ambiente


Resol. Cons. Min. n.º 38/95 Plano Nacional da Política de Ambiente
Lei n.º65/93 Acesso à informação sobre Ambiente
Lei n.º 10/87 Lei das Associações de Defesa do Ambiente
Decreto-Lei n.º74/90 Normas da qualidade da água
Decreto-Lei n.º45/94 Regula o Planeamento dos recursos hídricos
Decreto-Lei n.º46/94 Regime de licenciamento (utilização do Domínio público
hídrico)
Decreto-Lei n.º47/94
Estabelecimento de taxas de utilização
Decreto-Lei n.º379/93 Permitem e regulam o acesso dos privados à captação,
tratamento e rejeição de efluentes, bem como o abastecimento
Decreto-Lei n.º319/94 de águas de consumo.

Decreto-Lei n.º25/95
Decreto-Lei n.º352/90 Regula a Qualidade do ar
Portaria n.º1058/94 Fixa os valores-limite e valores guia para diversos poluentes

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Portaria n.º125/97 Reduz os valores-limite de emissão dos principais poluentes
Decreto-Lei n.º251/87 Aprova o Regulamento Geral sobre o ruído
Decreto-Lei n.º488/85 Classificação e normas de gestão dos resíduos em geral
Despacho n.º16/90 Tratamento dos resíduos hospitalares
Decreto-Lei n.º310/95 Lei dos resíduos - regras a que fica sujeita a gestão dos
resíduos
Portaria n.º189/95 Aprova o mapa de registo de resíduos industriais
Portaria n.º313/96 Regras de funcionamento para as embalagens reutilizáveis
Portaria n.º174/97 Regras para tratar os resíduos perigosos hospitalares
Portaria n.º178/97 Mapas obrigatórios de resíduos hospitalares
Decreto-Lei n.º172/88 Protecção do montado de sobro
Decreto-Lei n.º174/88 Obrigatoriedade de manifestar o corte de ou arranque de
árvores
Decreto-Lei n.º175/88 Obrigatoriedade de autorização oficial para plantações de
eucaliptos com mais de 50 ha de contínuo
Decreto-Lei n.º139/88 Rearborização de áreas ardidas

Decreto-Lei 180/89
Decreto-Lei n.º327/90 Proibição, pelo prazo de 10 anos, de construcções e alterações
do coberto original de áreas ardidas
Decreto-Lei n.º33/96 Lei de Bases da Política Florestal
Decreto-Lei n.º19/93 Estabelece as normas das áreas protegidas
Resol. Cons. Min. n.º102/96 Integração de políticas sectoriais nas Áreas Protegidas,
considerando-as áreas prioritárias de investimento
Decreto-Lei n.º186/90 Obrigatoriedade da elaboração dos estudos de Impacte
Ambiental (EIA) para grandes projectos
Decreto Regulamentar
n.º38/90
Decreto-Lei n.º176-A/88 Planos Regionais de Ordenamento do Território
Decreto-Lei 367/90 Revê Decreto-Lei anterior
Desp. Conj. n.º 94 Regime de excessão aos PROT para os empreendimentos
turísticos estruturantes
Decreto-Lei n.º196/89 Define as áreas de reserva Agrícola Nacional (RAN)
Decreto-Lei n.º274/92 Aplicação da RAN aos PDM
Decreto-Lei n.º68/90 Planos Municipais de Ordenamento de Território (PDM, PGU
e PP)
Decreto-Lei n.º93/90 Define as áreas de Reserva Ecológica Nacional (REN)
Decreto-Lei n.º213/92 Aplicação da REN aos PDM
Decreto-Lei n.º309/93 POOC - Planos de Ordenamento da Orla Costeira

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Decreto-Lei n.º302/90 Regime de gestão urbanística do litoral

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