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Embalagens

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Capítulo 9 - Embalagens

1. Adequação de Uso e Incompatibilidades


A função primária da embalagem é proteger o produto das
condições ambientais com o propósito de aumentar sua conserva-
ção.
Em farmácia, o farmacêutico precisa conhecer a função, design e
uso de cada tipo de embalagem.

1 . 1 . Considerações e requisitos para adequação e utilização


racional de embalagens para fins farmacêuticos

■ Ser limpa
■ não interagir fisicamente e ou quimicamente com a preparação;
■ preservar a concentração, qualidade e pureza da preparação.

Nota: Ceralmente a embalasem para fins farmacêutkos deve ser foto-resistente (protesendo
o conteúdo da luz) e hermeticamente fechadas (protesendo o conteúdo de contaminações
externas de líquidos, sólidos e vapores, evitando a perda, eflorescência, deliqüescéncia ou
evaporação).

2. Materiais de Embalagem:

2.1. Vidro:
0 vidro possui qualidades protetoras superiores, estando
disponível em vários tamanhos e formatos. É quimicamente inerte,
impermeável, forte e rígido. É aprovado pelo FDA e não deteriora
com o tempo. 0 vidro é comumente utilizado como material de em-
balagem de produtos farmacêuticos, todavia está sendo rapidamen-
te substituido por plásticos.

2 . 1 . 1 . Tipos de Vidro:
A. Tipo I: Neutro e altamente resistente. Vidro de silicato de boro. É
quimicamente inerte e é usado para ácido, álcalis e todos os tipos
de solventes. É amplamente usado para produtos parenterais e de-
mais produtos estéreis.
B. Tipo II: vidro sódico-cálcico com tratamento de desalcalinização
para remoção dos álcalis de sua superfície. É um vidro quimicamen-
te resistente, sendo amplamente utilizado em produtos parenterais
e outros produtos estéreis.
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Capitulo 9 - Embalagens
C. Tipo III: vidro sódico-cálcico de alcalinidade limitada. É um vidro
não tratado de boa resistência química. Ocasionalmente utilizado
em produtos parenterais.
D. NPi vidro sódico-cálcico para uso em produtos de utilização oral
ou tópica (uso geral), não é utilizado para envasar produtos de uso
parenteral.

2.2. Metal
São geralmente forte, opaca, impermeável a líquidos, umi-
dade, vapores, gases, odores e bactérias, bem como são resistentes
a altas e baixas temperaturas. A desvantagem das embalagens de
metal deve-se ao fato de requererem algum tipo de revestimento
para minimizar a reatividade com os fármacos.
Determinadas formulações contendo fármacos reconheci-
damente óxido. A bisnaga de metal revestida no seu interior com
material plastificante é a embalagem de escolha para formulações
contendo princípios ativos reconhecidamente vulneraveis à oxidação
(exemplo: creme ou gel com hidroquinona, creme ou gel com ácido
retinóico, creme com cetoconazol).

2.3. Plásticos

Os plásticos têm se transformado no material de embala-


gem farmacêutica mais popular. É um material forte, leve, razoa-
velmente inerte, quimicamente resistente e pode ser feito de vários
polímeros para aplicações específicas. Os plásticos comuns mais
utilizados são o polietileno (baixa densidade, alta densidade), poli-
estireno, polipropileno, cloreto de polivinila (PVC) e polietileno te-
reftalato (PET). Os plásticos são uma mistura de compostos homólo-
gos com uma variação de pesos moleculares. Os plásticos contêm
também outras substâncias tais como resíduos do processo de poli-
merização, plasticizantes, estabilizantes, antioxidantes, pigmentos
e lubrificantes.

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Capítulo 9 - Embalagens

2.3.1. Materiais Plásticos e suas caracteristicas:

Caracte- Polietile- Polietile- Polipropi- Poliesti- PVC PET


risticas no de no de leno reno
alta den- baixa
sidade densida-
de
Transpa- Enevoado enevoado Transparen- Transpa- transpa- Trans-
rência Transpa- translúcido te rente rente parente
rente
Absorção Baixa Baixa Baixa Moderada- Baixa Baixa
de água alta
Permeabi- Baixa muito muito baixa Alta Baixa Baixa
lidade ao baixa
vapor
d'água
Permeabi- Alta moderada- moderada- Alta Baixa Baixa
lidade ao alta alta
oxigénio
Permeabi- Alta moderada- moderada- Alta Baixa Baixa
lidade ao alta atta
C02
Resistência muito boa muito boa muito boa Boa Muito Muito
a ácidos boa boa
Resistência Boa boa muito boa Pobre Muito Muito
ao Álcool boa boa
Resistência Boa boa muito boa Boa Boa Boa
a álcalis
Resistência Pobre moderada Moderada Moderada Boa Boa
ao óleo
mineral
Resistência Boa boa Boa Pobre mode- Boa
a solventes rada
Resistência Pobre moderada Boa Moderada mode- Mode-
ao calor rada- rada
pobre
Resistência Excelente excelente pobre- Pobre Muito Muito
ao frio moderada pobre Boa
Resistência Excelente excelente Excelente Excelente exce- Exce
a alta lente lente
umidade
Resistência Excelente boa moderada- Pobre-boa Mode- Mode-
ao impacto boa rada- rada-
exce- exce-
lente lente
Neutrali- Destacada excelente boa- Muito pobre Muito
dade excelente pobre boa
(ser inerte)

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2 . 3 . 2 . Problemas c o m embalagens de Plástico


Geralmente os problemas mais comuns com embalagens
plásticas são a permeabilidade, a lixiviação, a sorção, a reatividade
com os componentes do produto envasado e a alteração das propri-
edades do plástico.

A. Permeabilidade: trata-se da transmissão de gases, vapores ou


líquidos através da embalagem plástica. Pode favorecer a hidrólise
e oxidação do produto envasado.

B. Lixiviação: é quando um ingrediente da embalagem migra para o


produto envasado. Isto é relativamente comum em embalagens de
PVC que contenham plasticizantes t a l como o dietilhexilftalato
(DEHP). 0 DHEP pode migrar da embalagem para a solução do pro-
duto.

C. Sorção: resulta na perda de uma droga (principio ativo) de uma


forma farmacêutica por adsorção (fixação da substância na superfí-
cie do plástico) ou por absorção pelo plástico da embalagem.

Nota: Uma das maiores desvantagens do plástico é o fato de permitir a oxidação de fármacos
sensiveis.

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3. Formas Farmacêuticas e Embalagens sugeridas

Forma Farmacêutica Embalagem sugerida


Comprimidos/Cápsulas Frascos pequenos de bo-
ca larga, de vidro ou
plástico de rosca ou pres-
são.
Líquidos Recipientes ovais. Para
líquidos viscosos o frasco
a ser utilizado deve ser
de boca larga. Líquidos
orais flavorizados podem
perder o flavorizante
através da volatização e
permeação através da
embalagem plástica,
deve-se optar neste caso
pelo vidro.
Pós (a granel) frascos de boca larga,
geralmente de plástico.
Pó dividido papéis, saches individu-
ais, saquinhos de plásti-
co.
Preparações oftálmicas liquidas frasco gotejador de plás-
(colírios) tico, seringas (eventual-
mente)
Pomada ou gel oftálmico tubos de metais, seringas
(eventualmente)
Preparações óticas frasco gotejador
(preparações Líquidas para uso (vidro/plástico)
otológico)
Soluções nasais frasco gotejador
(vidro/plástico),
frasco spray (plástico)
Pomadas/cremes pote, tubo, seringa.
Supositórios cartelas plásticas (mol-
de), sachês de plástico
ou alumínio.

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