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1.-Conceito
Contratos bancários são instrumentos nos quais uma das partes pratica
atividade bancária (instituição financeira) consistente na coleta,
intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros
em moeda nacional ou estrangeira, devidamente autorizada pelo Banco
Central do Brasil.
OBS. É vedado o exercício de atividade bancária sem autorização,
estabelecendo-se pena de reclusão de um a quatro anos para quem infringir
tal norma. (art. 16 da Lei 7.492/86).
2.- Espécies de atividades bancárias
A doutrina costumeiramente divide as operações bancárias em:
A) TÍPICAS – relacionadas ao crédito - indicado como matéria-prima
das instituições financeiras e o produto por elas oferecido ao mercado. Por
sua vez, subdividem-se: PASSIVAS – em que o banco assume a posição de
devedor da obrigação e ATIVAS – em que o banco assume a posição de
credor da obrigação principal.
B) ATÍPICAS – são as prestações de serviços acessórios aos clientes,
como a locação de cofres ou a custódia de valores.
3- TIPOS DE CONTRATOS BANCÁRIOS
A- Nas operações passivas, os contratos têm a função
econômica de captação dos recursos de que necessita o banco para o
desenvolvimento de sua atividade. Os principais instrumentos desta natureza
são:
DEPÓSITO BANCÁRIO - É o contrato pelo qual uma pessoa
(depositante) entrega valores monetários a um banco, que se obriga a
restituí-los quando solicitados.
CONTA CORRENTE - É o contrato pelo qual o banco se obriga a
receber valores monetários entregues pelo correntista ou por terceiros e
proceder a pagamentos por ordem do mesmo correntista, utilizando-se
desses recursos. Embora guarde semelhança com o depósito bancário, tem
função econômica mais ampla, porque através dele, o banco presta um
verdadeiro serviço de administração de caixa para o correntista.
APLICAÇÃO FINANCEIRA - É o contrato pelo qual o depositante
autoriza o banco a empregar em determinado mercado de capitais (ações,
títulos da dívida pública e outros) o dinheiro mantido em conta de depósito e
são os normalmente denominados “fundos de investimento”. Não se
confunde com mandato ou corretagem, por que o banco tem autonomia no
emprego dos recursos.
B- Nas operações ativas, os contratos têm a função econômica de
conceder crédito aos seus clientes com os recursos coletados de outros
clientes, através de contratos das operações passivas. Os principais contratos
desta natureza são:
MÚTUO BANCÁRIO - É o contrato pelo qual o banco empresta ao
cliente certa quantia de dinheiro. Deriva do mútuo civil, que é o empréstimo
de coisa fungível, mas tem contornos próprios, não vigorando a limitação
nas taxas de juros prevista nos arts. 406 e 591 do CCB.
DESCONTO BANCÁRIO - É o contrato em que o banco antecipa ao
cliente o valor de crédito deste contra terceiro, mesmo não vencido,
recebendo tal crédito em cessão, deduzindo a importância relativa a
despesas e juros correspondentes ao lapso temporal entre a data da
antecipação e a do vencimento.
ABERTURA DE CRÉDITO - É o contrato pelo qual o banco põe certa
quantia em dinheiro à disposição do cliente, que pode ou não se utilizar
desses recursos, pagando juros e encargos somente quando lançar mão do
crédito aberto. É o caso do cheque especial.
CRÉDITO DOCUMENTÁRIO - É o contrato pelo qual o banco
assume a obrigação no sentido de proceder a pagamento em favor de
terceiro, contra a apresentação e documentos relacionados a negócio
realizado por estes dois últimos. Bastante utilizado em operações de
importação e exportação.
4- CONTRATOS BANCÁRIOS IMPRÓPRIOS
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA - É o contrato pelo
qual o devedor – chamado de alienante ou fiduciante – transfere para o
credor – chamado de fiduciário ou financiador – um determinado bem,
como garantia pelo pagamento de dívida contraída, a qual se extingue
automaticamente com a quitação da mesma, revertendo-se o bem
novamente a seu favor. O instituto também se denomina “propriedade
fiduciária”. Decorre da existência de outro contrato, o de compra e venda,
pelo qual o devedor-fiduciante ao tempo em que adquire o bem utilizando-
se de financiamento, transfere o seu domínio resolúvel ao credor-
financiador em garantia da dívida contraída.
A transferência da propriedade pelo devedor-fiduciante ao credor-
financiador, por ser resolúvel, dá-se até o exato momento em que todas as
prestações assumidas na aquisição do bem alienado fiduciariamente estejam
pagas. Efetuado o pagamento, o bem, automaticamente, deixa de garantir a
dívida e é revertido em favor do devedor-fiduciante.
FATURIZAÇÃO (“FACTORING”)- Também denominado “fomento
mercantil” é o contrato pelo qual um empresário (faturizado) cede a outro
(faturizador) parte ou totalidade de créditos oriundos de sua atividade
(industrial, comercial ou de prestação de serviços), mediante o pagamento
de determinada taxa ou comissão, sem ter responsabilidade pela solvência
dos terceiros devedores, que passa para o faturizador.
É contrato atípico, posto que não conta com regulamentação legal específica
a seu respeito. Destina-se à obtenção de capital de giro, sem as dificuldades
encontradas nas operações de desconto bancário, principalmente quando se
trata de empresas pequenas e médias.
O contrato de factoring distingue-se do desconto bancário pelo maior risco
assumido pelo faturizador, quanto ao recebimento dos créditos, o que
implica, em geral, em custo mais elevado. Além disso, o faturizador não é o
mandatário do faturizado; como cessionário, irá cobrar as dívidas em seu
próprio nome, não tendo direito de ação contra o faturizado em caso de não
pagamento.
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