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CADEIRA DE P RÁTICAS DE
C ONSERVAÇÃO E
R ESTAURO
O acervo da Faculdade de Belas-Artes da
Universidade de Lisboa
“Não há arte, nem passado nem futuro. A arte que não estiver no presente jamais será arte.”
– Pablo Picasso
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Índice
Introdução .................................................................................................................................. 3
O Gesso ..................................................................................................................................... 4
Obras Cedidas Gentilmente pela Faculdade de Belas Artes para Intervenção – Fichas de
Identificação ............................................................................................................................... 24
Conclusão ................................................................................................................................ 89
Orçamento .............................................................................................................................. 90
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INTRODUÇÃO
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O GESSO
Este material surge como algo muito complexo, logo seja essencial, para introdução
ao trabalho realizado, compreender as suas características, comportamentos e exigências.
Na forma de cristal, é incolor ou branco quando puro, que poderá obter uma
pigmentação característica caso se verifique afectação por argilas, óxido de ferro, silício e a
sua densidade é de 2,46 e a dureza é igual a 3 da escala de Mohs, e é designada por anidrite
(CaSO4). Com duas moléculas de água (2CaSO4.2H2O) é o gypse antes referido.
O calor do forno de cozedura da pedra de gesso, actua de tal forma consoante a variação da
temperatura, que pode-se obter várias qualidades com características distintas.
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COMPOSIÇÃO DE PASTAS E
ARGAMASSAS
1. A Cal.
A cal para utilização na massa de estuque deve ser escolhida com base no rigor e
cuidados possíveis pois esta é decisiva na qualidade do trabalho produzido e o seu
comportamento. Para utilização no estuque, deve ser fornecida à obra sob a forma de pedras
brancas e amorfas, resultantes da desidratação das rochas de forma a, após a cozedura em
elevadas temperaturas, a sejam transformadas em “cal apagada”.
2. Areia
A areia que no estuque é utilizada para a camada de emboço deve ser de grão fino,
muito clara e isenta de impurezas, argilas e sais minerais, para além destas características
impõe cuidados especiais na escolha dos areeiros. A areia nas argamassas de estuque,
funciona como simples incerta, mas as exigências de qualidade referidas justificam-se pelo
facto de participarem na fase de acabamento de paredes e tectos, ou seja, no seu aspecto
final em cor e irregularidade.
3. Água
A água para as argamassas e massas de estuque não deverá conter impurezas e sais
nocivos sob pena de uma degradação a nível mais alto. Deverá ser potável. As águas que
contenham: cloreto de sódio, magnésio, potássio ou sulfatos, não deve ser utilizado, sob pena
de desenvolvimento acelerado do processo de salinidade.
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Em Roma, a partir dos conhecimentos utilizados na Grécia Antiga, onde o gesso foi
utilizado maioritariamente para belos revestimentos decorativos e na escultura de
elementos decorativos para o interior, foram criadas Escolas de arte decorativas que
desenvolveram as técnicas de produção e utilização da massa de estuque e do gesso, até um
estado que ainda hoje não conseguimos ultrapassar. Segundo alguns registos arqueológicos,
a utilização do estuque remonta à sua aplicação na Pré-História em que foram encontrados
suportes de frescos decorativos e fabricação de utensílios do quotidiano com este material,
mais propriamente nas civilizações do Neolítico. No decorrer com desenvolvimento e
evolução dos tempos encontram-se registos de decoração totalmente moldada em estuque na
Civilização Maia onde podemos verificar que o estuque de cal colocado para servir de apoio
e base as paredes e tectos e, posteriormente utilizados em isolamento das paredes interiores
das casas de forma a poderem ser pintadas.
O uso de materiais mais pobres, nas paredes e tectos, exigia então um tratamento
capaz de esconder a primitiva rudeza, o que leva os romanos, posteriormente, a encontrar
uma forma de cobrir as superfícies toscas, bem como as colunatas tão características de
tijolos com camadas de argamassa. Na Península Ibérica, com a Reconquista, assiste-se à
abundante utilização por parte dos Árabes da decoração devido ao horror ao vazio, sendo
que a utilização do Ataurique2 e do Alicatado3
Recuperado o esplendor desta forma artística por Rafael Orbino, faz-se executar os
ornatos grotescos das «Loggia» do Vaticano4. Durante séculos guardou-se os segredos
profissionais do trabalho exímio do estuque formando assim uma verdadeira “elite” de
mestres na arte do estuque. Ainda no século XVI, no caso do Palácio de Fontainebleau5,
2 Ataurique: palavra árabe-hispânica que designa o tipo de ornamentação árabe em forma de vegetais,
e que eram bastante utilizadas como elemento decorativo de janelas, biombos, divisórias, etc.
3 Alicatado é a acção de revestir o solo ou uma parede em azulejos. Neste caso específico, o
alicatado seria de cobrir uma parede com elementos esculpidos em estuque.
4 Rafael de Sanzio pintou numerosos frescos e executou pinturas dos tectos, nomeadamente
nos aposentos do cardeal Bibbiena com uma decoração grotesca recriando o estuque e as
técnicas de pintura parietal da Antiguidade. ”,
5 O Royal Château de Fontainebleau é um dos maiores palácios franceses. Reflecte o
trabalho de vários monarcas, sendo que o edifício se estende ao longo de numerosos pátios.
Esta construção introduz o Maneirismo italiano combinando a escultura, trabalhos em
metal, pintura, estuque e trabalhos em madeira. O estilo Fontainebleau combinou pinturas
alegóricas em trabalhos de rebocador moldados, onde o enquadramento era tratado como se
fosse couro ou papel, cortado enrolado em pergaminhos com arabescos e grotescos. Os
ideiais da beleza feminina são maneiristas: uma pequena e graciosa cabeça num pescoço
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Com a viragem do século XVI, inicia-se uma abordagem cada vez maior para uma
nova corrente decorativa, o Barroco. Nesta linha temos os grandes arquitectos Bernini 6 e
Borromini7. Nesta corrente, assistimos à valorização dos elementos dinâmicos. A
arquitectura torna-se ondulante, com uma subtileza extrema através de linhas etéreas e
esbeltas. Destacamos outros mestres como António Reggi e Serpotta, este último sendo
considerado o verdadeiro símbolo da arte de execução do Estuque.
Após este impulso do reinventar o passado, nascem uma série de correntes como,
por exemplo, o neo-romântico. Através de tectos com nervuras, ogivas, encordoados e flores
trilobadas, flores-de-lis e rosáceas, folhagens que retomam o antigo esplendor que surge nas
imitações de ornatos muçulmanos.
essencialmente em Roma. Distingue-se como escultor e arquitecto tendo maior foco para as
suas produções para o Vaticano, como o fabuloso Baldaquino na Basílica de São Pedro, em
Roma.
7 Francesco Borromini foi um arquitecto barroco que iniciou o seu oficio trabalhando para
lideres por volta de 1760. Eleito membro da Royal Society of Artes em 1758, Robert Adam
deixou cerca de nove mil desenhos que se encontram no museu de Soane, tendo sido
sepultado na Abadia de Westminster. Divulgador nato do estilo Palladio com elementos
clássicos romanos, gregos, bizantinos e barrocos.
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9Uma cartela é um símbolo com uma forma oblonga, rematada por um traço remontando aos tempos
do Antigo Egipto.
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10 Grifo é na mitologia um animal com cabeça e asas de águia e corpo de leão. O grifo simboliza um
signo zodiacal, devido ao senso de justiça apurado, o facto de valorizar as artes e a inteligência, e o
facto de dominar os céus e o ar, simboliza o signo de Balança.
11 Esfinge é uma imagem icónica de um leão estendido com a cabeça de um falcão ou de uma pessoa.
Usada normalmente para demonstração de poder, assim é o enigma da esfinge: «Que criatura pela
manhã tem quatro pés, ao meio dia tem dois, e à tarde tem três?»
12O termo rococó forma da palavra francesa rocaille, que significa “concha”, associado a
certas fórmulas decorativas e ornamentais usados na decoração de grutas artificiais.
Tornou-se um movimento artístico europeu visto como uma profanação do Barroco.
13 Giovanni Grossi foi estucador italiano que dirigiu a Escola de Estuque e Desenho ao Rato em
Lisboa. Marquês de Pombal, depois de ver a destreza e a arte de Giovanni Grossi, ao decorar o seu
Palácio em Oeiras, decidiu atribuir esse cargo.
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14 Designação relacionada com a decoração a gosto rococó surgida em França nos últimos anos do
reinado de Luís XIV (1643-1715) e principalmente na regência (1715-1723) do duque de Orleães,
Filipe, na menoridade de Luís XV (1715-1774), com o qual adquire maior expressão artística e voga
por toda a Europa, embora decaia um pouco na sua parte final e desapareça com Luís XVI. O Rocaille
foi divulgado por Cochin dês Fils, artista francês, que atribui a sua origem a italianos como
Borromini. Rafael, com os seus grotescos, por exemplo, anuncia já de certa forma a estilização das
linhas e das formas. Assim, o Rocaille, como expressão artística dotada de poesia e de fantasia,
procurando uma graça e o charme, a surpresa e o encanto, implanta-se por toda a Europa,
caracterizando a fase mais sedutora do Século das Luzes.
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IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL
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CIDADE
Cronologia Síntese
1216 | Chegam a Portugal os primeiros frades franciscanos, Fr. Zacarias e Fr. Gualter,
que são recebidos por D. Afonso II em Coimbra.
1217 | Frei Zacarias funda o Convento de Lisboa, tendo-lhe sido dado para tal, a
necessária autorização régia. O sítio era naquele tempo um monte despovoado e separado
da cidade, áspero e com precipícios circunvizinhos que o rodeavam pelo lado do rio e
também a oriente. Chamava-se o lugar de Monte Fragoso. À data da sua fundação só havia
no local a pequena ermida de Nossa Senhora dos Mártires, que tinha sido mandada
construir por D. Afonso Henriques em 1147, sede da freguesia do mesmo nome.
1246 | Estava principiada a nova igreja, para cuja construção contribuiu o Papa Inocêncio
IV com a concessão de indulgências a quem nela colaborasse.
1518 | D. Manuel queria destruir a igreja dos Mártires (mudando-a para outro lugar), pois
era um estorvo para a ampliação da nova igreja que ele queria construir no convento. Para
tal, pede ao Papa Leão X para autorizar a destruição da igreja dos Mártires tendo ele
concordado, mas os religiosos do Convento de S. Francisco conseguiram demover o rei de tal
intento.
D. Manuel transformou a disposição geral da igreja do convento, de forma que a porta da
entrada, que estava virada para ocidente, ficasse para oriente e, portanto, virada para a
cidade de Lisboa. Nas obras da capela-mor trabalhou João de Castilho.
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Estas obras incluíam, como era uso nas igrejas quinhentistas, vitrais, merecendo especial
realce os do refeitório, feitos em 1518 por Francisco Henriques e que ainda existiam em
meados do século XVII. Até esta reforma, um caminho estreito separava a igreja dos
Mártires da igreja do Convento. Com as obras de ampliação da igreja ficou só um intervalo
de 10 palmos de largura, por onde passavam as procissões. Esta azinhaga viria a ser tapada
em 1550, para nela se reedificar a capela do S. Sacramento da Igreja dos Mártires.
1521-1557 | Seu filho D. João III continuou a obra, não a tendo completado. É desta época
um medalhão com uma cartela datada de 1543, que se vê no corredor do último piso. O
nome do rei também se encontrava no frontão da porta principal.
1577 | Fr. Pedro de Leiria, guardião do Convento, mandou construir de novo a Casa do
Noviciado e terminou os arcos que, do lado do claustro, sustentavam os dormitórios e a
igreja.
Filipe II, impressionado pela dimensão do convento, chamou-lhe «cidade de S. Francisco»,
designação que perdurou até ao séc. XVIII.
1707 | Incêndio a 9 de Junho, provocado por um foguete que, caindo no telhado da igreja,
em restauro (com madeiramento à vista), transmitiu o fogo ao madeiramento envelhecido.
Em poucas horas alastrou à vasta igreja que ficou num montão de ruínas, só escapando a
Capela-mor, Capela de Nossa Senhora da Madre de Deus e um retábulo com a imagem de
Nossa Senhora da Conceição. Foi tudo reconstruído, ficando um dos melhores edifícios
religiosos de Lisboa, com três naves, com doze colunas de grande altura, sendo o tecto do
coro pintado por Baccarelli.
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1757 | Em Agosto o convento começa a ser desentulhado, para dar início a obras de
reconstrução.
1765 | Por esta data Honorato José Correia, arquitecto da Real Obra das Águas Livres,
risca uma nova igreja, que segundo Gonzaga Pereira, “... é obra digna de muito louvor, pelo
bem distribuído de todas as suas fachadas, ornatos e mais objectos deste digno templo.”
1769 | A Igreja dos Mártires, também completamente destruída pelo incêndio que se
seguiu ao terramoto, é reedificada na sua forma e localização actual pelo arquitecto
Reinaldo Manuel dos Santos, ficando concluída em 1784.
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1834 | Com a extinção das ordens religiosas, a Igreja foi dada à Ordem Terceira de S.
Francisco, vindo a ser transferida em 1838, numa solene procissão para a Igreja de S. João
Nepomuceno.
1836 | Em Julho, a Biblioteca Nacional (criada por D. Maria em 1796 com o título de
Biblioteca da Corte, e aberta ao público em 1798) veio do Terreiro do Paço para S.
Francisco, sendo nela incorporada a livraria do convento e de outros conventos extintos.
Ficou instalada nos dois últimos pisos. Por decreto de 29 de Outubro, é criada a Academia
de Belas-Artes, que se instala nos dois pavimentos inferiores do convento.
1852 | É publicada uma portaria do Ministério do Reino que determina a desocupação dos
locais cedidos aos empregados para se levar a efeito o projectado largo a dispor em frente do
edifício conventual. Começaram de imediato as demolições.
A Academia tinha concebido para o frontispício do velho edifício conventual, um projecto de
grande monumentalidade (Arq. João Pires da Fonte).
1857 | Por razões financeiras o Governo opta por uma solução mais simples e mais
económica, possivelmente a título provisório, limitando-se a mandar efectuar a reparação
das zonas arruinadas, rasgando os pequenos vãos conventuais, transformando-os em
amplas janelas e localizando a entrada principal no eixo das antigas galerias do claustro da
portaria.
Contíguo a esta entrada, foi construído para sul, um muro de suporte, escondendo a zona
mais arruinada do edifício, onde anteriormente existiu um amplo claustro de traçado
clássico, localizado entre o convento e a Igreja de S. Francisco, claustro cujos vestígios ainda
restam no local.
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1858 | Conclusão das obras da fachada do convento, tal como ainda se encontra. A
imprensa da época diz que a fachada era “mais própria de uma cadeia pública ou de
carneiro sepulcral”.
1911 | A Escola de Belas Artes partilha o seu espaço com a Biblioteca e o Conselho de
Arte e Arqueologia então criado. O Museu de Arte Contemporânea que se vem instalar no
pavimento térreo do Convento de S. Francisco, do lado da rua Serpa Pinto, sendo formado
pelas colecções de pintura do séc. XIX provenientes da Galeria Nacional de Pintura, tendo a
colecção mais antiga permanecido nas Janelas Verdes onde deu origem ao Museu de Arte
Antiga.
A porta do museu, no corredor do pavimento da entrada, em estilo greco-romano é da
autoria do Arq. José Luís Monteiro. Na sequência de remodelações do Museu em meados da
década de setenta, seria recolocada no sítio em que actualmente se encontra, servindo a
Academia Nacional de Belas-Artes.
1932 | Criação da Academia Nacional de Belas-Artes, que ocupa o seu antigo espaço no
convento.
1965 | Início da saída da Biblioteca Nacional para as novas instalações no Campo Grande,
tendo os espaços, deixados vagos, sido cedidos à Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa.
1960-1970 | Face ao forte aumento de frequência escolar são implantados barracões nos
pátios do antigo convento.
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FACULDADE DE BELAS-ARTES
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Desde Alberti, o tratadista italiano de meados do séc. XV, que as artes deixaram de
ser consideradas uma actividade manual, ainda que de nível superior, e passaram a ser
consideradas de nível intelectual, ou artes liberais, na medida em que os artistas deixam de
trabalhar de acordo com directivas ideológicas impostas por uma autoridade superior ou
por uma tradição consagrada, mas determinam de modo autónomo a orientação ideológica e
cultural do seu próprio trabalho (Argan, 1969).
A partir do século XVI, o ensino artístico não se poderia limitar à transmissão oficinal
das técnicas e, por isso, multiplicaram-se os tratados teóricos e surgiram as academias onde
à transmissão das técnicas se acrescentava o debate teórico.
1612 | Fernão Gomes e mais dezasseis pintores solicitam à Câmara de Lisboa a supressão
dos vínculos mesteirais e o reconhecimento de um “estatuto liberal” para a sua arte.
1689 | Regimento dos Mestres Arquitectos dos Paços Reais (que regulamenta a
arquitectura civil).
1696 | O pintor Félix da Costa reivindica a fundação de uma Academia, junto de D. Pedro
II, através de um tratado nunca publicado, A Antiguidade da Arte da Pintura.
1712 | O Marquês de Fontes parte para Roma, levando consigo Vieira Lusitano. Será ele
que providencia a fundação da Academia de Portugal em Roma, cuja actividade se terá
iniciado entre 1714 e 1720. Aí se formam alguns dos mais notáveis artistas do período
joanino, como Vieira Lusitano, Inácio de Oliveira Bernardes e José de Almeida.
1753 | Inicia-se a escola de escultura de Mafra, sob a direcção de Alessandro Giusti, onde
se formam, entre outros, Machado de Castro.
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1798 | Pina Manique estabelece no castelo, uma nova Academia, dirigida por Cunha
Taborda.
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Ilustração 3 – Fotografia antiga de uma vista do exterior do Convento de São Francisco da Cidade.
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Ficha n.º 1
Data de Entrada: 03-03-
2009
Localização Original:
Objecto:
Autor:
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Dados da Obra:
Altura – 91,00 cm
Largura – 70,50 cm
Comprimento – 114,00 cm
Profundidade – 11,00 cm
Espessura – 43,50 cm
Suporte – 5,00 cm
Boa.
Relevo em superfície plana com suporte de madeira. Busto de figura feminina em perfil
vislumbrando a sua face direita, com penteado elaborado adornado por plumas,
envergando uma fita real em conjunto com a cruz regente e rendas de estilo bilro. A figura
encontra-se compreendida numa forma elíptica (cártula) contornada por motivos
vegetalistas com folhas de louro na parte superior e lateral da moldura.
16Cártula: Painel oval característico da arquitectura barroca, bordejado usualmente por cristas ou
volutas utilizado em fachadas ou molduras simplesmente como motivo decorativo.
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Descrição Iconográfica:
Rainha D. Maria I compreendida em cártula bordejada de folhas de louro com bagas nas
extremidades. Simbologia do amor de Daphné e Apolo.
Coroa de Louros
Bagas
Plumas
Fita regente
Levantamento de Patologias:
17 Fissuração: Casos de fractura em que a superfície de rotura não é demasiado desenvolvida e não provoca
separação total das partes respectivas.
18 Sujidade orgânica:
19 Lacunas: Perda de material localizada no suporte, no elemento decorativo ou camada policroma, resultante da
sua falta de adesão ou coesão do mesmo, por força mecânica ou alteração brusca da humidade relativa
20 Ácido carboxílico: Forma-se a partir do contacto com pequenas partículas de oxigénio e hidrogénio que em
contacto com o ar comum criam pequenos iões de óxidos que iniciam a corrosão do próprio ferro.
21 Falta de coesão: Perda da ligação recíproca das moléculas dos corpos, nestes casos específicos, pode falar de falta
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Lavagem com água morna e bicarbonato de sódio, após isso, lavagem com água destilada e
enceramento da madeira. Se necessário, administração de fungicida e xilóphene®.
Intervenção na peça:
Preenchimento de fissuras com massa forte 23 ou gesso cola24. Injecções de água e utilização
de seringa para os preenchimentos.
Refazer lacunas: colagem de elementos existentes com massa de acabamento ou gesso cola.
Barroco e rococó.
Testes de Solubilidade:
Não aplicável.
22 Limpeza mecânica: É exercida uma acção mecânica (uma força) sobre o objecto de modo a remover o material a
limpar. É efectuada por abrasão, impacto ou corte com a utilização comum de abrasivos, borrachas, escovas,
pincéis, bisturis, jactos de sólidos, aspiradores. Destina-se a remover manchas de fungos e bolores, poeiras,
manchas.
23 Massa forte: combinação de gesso e massa de acabamento.
24 Gesso cola: combinação de gesso com cal.
25 Cera microcristalina: Cera de protecção metálica evitando a futura oxidação das juntas metálicas.
26 Silicone: junção de silicone 4511 com catalisador a 5%.
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Técnicos Responsáveis:
Prof. Marta Frade, Diogo Vultos, Lúcia Ferreira, Karina Góis, Frederico Lopes, Rui
Carvalho.
Bibliografia:
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∞
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+ Anteriores Restauros
∞
Fissuração
* Oxidação de Ferro
/ Sujidade orgânica
# Destacamento da policromia
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LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO
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Ilustração 9 – Pormenor de oxidação da liga metálica interina e fracturação do objecto por dilatação.
Ilustração 10 – Pormenor dos espigões de ferro que seguram a peça pelo dorso e estrutura de madeira
e marca 373 presente no suporte de madeira na parte dianteira.
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Ficha n.º 2
Data de Entrada: 03-03-
2009
Localização Original:
Objecto:
Data e Autor:
Desconhecidos.
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Dados da Obra:
Suporte:
Largura – 6,00 cm
Altura – 63,00 cm
Comprimento – 128,5 cm
Peça em Estuque:
Altura – 5,00 cm
Largura – 62,50 cm
Comprimento – 125,5 cm
Descrição Iconográfica:
Pérolas
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Gralhas
Folhagem de Acanto
Flores de acanto
Volutas
Levantamento de Patologias:
Sujidade inorgânica28.
Lavagem com água morna e bicarbonato de sódio, após isso, lavagem com água destilada e
enceramento da madeira.
Intervenção na peça
27 Lacuna: Perda de material localizada no suporte, no elemento decorativo ou camada policroma, resultante da
sua falta de adesão ou coesão do mesmo, por força mecânica ou alteração brusca da humidade relativa.
28 Sujidade inorgânica: acumulação de materiais estranhos de natureza diversa, tais como por exemplo: poeiras,
terras, micro-organismos, etc. Têm espessuras variáveis, geralmente com escassa coesão e aderência ao material
subjacente.
29 Limpeza mecânica: É exercida uma acção mecânica (uma força) sobre o objecto de modo a remover o material a
limpar. É efectuada por abrasão, impacto ou corte com a utilização comum de abrasivos, borrachas, escovas,
pincéis, bisturis, jactos de sólidos, aspiradores. Destina-se a remover manchas de fungos e bolores, poeiras,
manchas.
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Refazer lacunas: colagem de elementos existentes com massa de acabamento ou gesso cola.
Neo-grotesco.
Técnicos Responsáveis:
Prof. Marta Frade, Diogo Vultos, Lúcia Ferreira, Karina Góis, Frederico Lopes, Rui
Carvalho.
Bibliografia:
30 Fissura: Caso de fractura em que a superfície de rotura não é demasiado desenvolvida e não provoca separação
total das partes respectivas.
31 Massa forte: combinação de gesso e massa de acabamento.
32 Gesso cola: combinação de gesso com cal.
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∞ ∞ ¤ ∞
∞ ∞
∞∞ ∞ ∞∞
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∞
Fissuração
/ Sujidade orgânica
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LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO
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Ilustração 17 – Registo Fotográfico para pormenor com luz artificial e luz branca.
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Ficha n.º 3
Data de Entrada: 03-03-
2009
Localização Original:
Objecto:
Data e Autor:
Desconhecidos.
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Não visíveis.
Dados da Obra:
Altura: 81,00 cm
Largura: 50,00 cm
Profundidade: 66,00 cm
Peso: 57 kg.
Estuque33.
33Estuque: massa branca ou policroma composta de cal, areia fina, pó de mármore e gesso, usada em variados
ornatos relevados, em muros exteriores, interiores ou tectos. De origem oriental, é aplicado na arte romana. O
estuque divulga-se em Portugal com a vinda do italiano João Grossi, chamado a estabelecer em 1766, uma aula de
estuque.
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Levantamento de Patologias:
Sujidade orgânica em três registos: na região pélvica do lado direito; no cabelo junto à
nuca; zona do assento irregular.
Reprodução dos elementos em falta (mão direita, dedos do pé esquerdo e do pé direito) com
moldes de silicone.
34Sujidade inorgânica: acumulação de materiais estranhos de natureza diversa, tais como por exemplo: poeiras,
terras, micro-organismos, etc. Têm espessuras variáveis, geralmente com escassa coesão e aderência ao material
subjacente.
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36 Lacuna: Perda de material localizada no suporte, no elemento decorativo ou camada policroma, resultante da
sua falta de adesão ou coesão do mesmo, por força mecânica ou alteração brusca da humidade relativa.
37 Limpeza mecânica: É exercida uma acção mecânica (uma força) sobre o objecto de modo a remover o material a
limpar. É efectuada por abrasão, impacto ou corte com a utilização comum de abrasivos, borrachas, escovas,
pincéis, bisturis, jactos de sólidos, aspiradores. Destina-se a remover manchas de fungos e bolores, poeiras,
manchas.
38 Fissura: Caso de fractura em que a superfície de rotura não é demasiado desenvolvida e não provoca separação
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Testes de Solubilidade:
Não se verificou.
Técnicos Responsáveis:
Prof. Marta Frade, Diogo Vultos, Lúcia Ferreira, Karina Góis, Frederico Lopes, Rui
Carvalho.
Bibliografia:
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47
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# # ≈
#
# ≈≈
≈ ≈
≈
≈ ≈
≈
≈
# ≈ # #
# #
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*
*
≈
≈
≈
≈≈
≈
#
#
*
#
# #
# # # #
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≈ Destacamentos
Fissuração
* Sujidade inorgânica
#
Lacunas a nível do ornato
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LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO
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Ficha n.º 5
Data de Entrada: 03-03-
2009
Localização Original:
Objecto:
Autor: Desconhecido.
Não visível.
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Descrição Iconográfica:
«Putti39»
Mancebo alado
Folhas de Acanto
Caveira
Gesso fundido.
Levantamento de Patologias:
39Putti é um termo que, no campo das artes, refere-se a um menino nu, quase sempre do
sexo masculino, e representado frequentemente com asas.
40Sujidade orgânica: proveniente de animal não identificado (possivelmente, pombos)
41 Sujidade inorgânica: Surgimento de depósitos superficiais de materiais estranhos de natureza
diversa, tais como por exemplo: poeiras, terras, micro-organismos, etc. Têm espessuras variáveis,
geralmente com escassa coesão e aderência ao material subjacente.
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Neo-classicismo
Testes de Solubilidade:
Não aplicável.
Técnicos Responsáveis:
Prof. Marta Frade, Diogo Vultos, Lúcia Ferreira, Karina Góis, Frederico Lopes, Rui
Carvalho.
Bibliografia:
42Limpeza mecânica: É exercida uma acção mecânica (uma força) sobre o objecto de modo a remover o
material a limpar. É efectuada por abrasão, impacto ou corte com a utilização comum de abrasivos,
borrachas, escovas, pincéis, bisturis, jactos de sólidos, aspiradores. Destina-se a remover manchas de
fungos e bolores, poeiras, manchas.
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¤ ¤ ¤ ¤ ¤
¤ ++ ¤¤
¤
∞ ∞ ∞¤∞ ∞ ¤¤
∞ ∞∞
∞ + +
+ ∞ ¤ ∞
∞
¤ + + ¤∞
¤¤ + ¤+
+
∞ ∞
∞∞ ∞
¤ Destacamento da policromia
∞
+ Craquelê da película cromática
Sujidade orgânica
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LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO
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PRÁTICAS DE CONSERVAÇÃO E
RESTAURO
O acervo da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa
No decorrer dos dias, surge cada vez mais uma importância máxima de um bom
diagnóstico43, para uma boa intervenção e preservação/conservação dos Estuques 44
Decorativos. Terá de existir uma política de intervenção eficaz a longo prazo o que sempre
pressupõe uma gestão integrada de riscos. Existe a importância em saber antecipar os
problemas e identifica os principais factores de risco que podem levar à perda total ou
parcial de um espólio45/colecção/obra de arte.
Antes de mais têm que se identificar e avaliar os riscos possíveis para a Obra
analisada. Passando pelos seguintes factores:
5. Usar sempre o bom senso e sensibilidade para com a situação com que nos
deparamos.
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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
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LEVANTAMENTO DE PATOLOGIAS
∞
¤∞ ∞
/ / ≈ ≈ ∞
/ ∞ ∞
/ ¤∞∞
∞ /
/ / / / ∞
≈ /∞ / / / / ∞
/ *
* * / /
/ ∞
/ / / ∞
/ * /
/ / /
/ *
/ /
∞
* * ∞ /
/ ∞ ∞
* /
/ / ∞
* /
¤ * ∞ /
∞ ∞
/
∞ ¤ ¤ / /
* ∞
∞/ *
/ ∞ * * *
/
¤
¤
¤ ¤ ¤ ¤ ∞
∞
∞∞∞∞
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¤
Lacunas ao nível do ornato
∞
Lacuna ao nível do suporte
∞
Alteração cromática
#
Sujidade Inorgânica
≈
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LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO DO
FRAGMENTO
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Patologias do Fragmento
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Alteração Cromática
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Fragmentação
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ANÁLISE DESCRITIVO-ESTILÍSTICA DO
OBJECTO INTERVENCIONADO
Academicismo: nos temas e técnicas, isto é, sujeição aos modelos e regras ensinadas
nas escolas ou academias;
Harmonia do colorido nas pinturas e exactidão de contornos;
Restauração da arte greco-romana;
Arte entendida como imitação da natureza, num verdadeiro culto à teoria de
Aristóteles.
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Ilustração 55 – Exemplo do estilo Luís XVI com a aplicação do estilo rocaillesco na estilização das
folhagens e dos motivos vegetalistas.
46Jean-Jacques Rousseau foi um filósofo suiço. Uma das figuras mais marcantes do
Iluminismo francês. È também um precursor do Romantismo.
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REALIZAÇÃO DA PROPOSTA DE
INTERVENÇÃO NA PEÇA
1. Limpeza Mecânica
Realização de limpeza mecânica através da utilização, por etapas e por ordem de utilização,
dos seguintes utensílios:
Aspirador;
Borracha;
Escovas de pêlos macios;
Escovas de dentes;
Bisturi;
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Ilustração 59 – Remoção de restos de cola das juntas dos diferentes fragmentos por via mecânica com
recorrência ao bisturi. (Ver CD/DVD anexo Vídeo nº 1)
Ilustração 60 – Comparação estado original da peça e após limpeza mecânica com auxílio da escova de
dentes.
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2. Limpeza Química
Realização de limpeza química através da utilização, por etapas e por ordem de utilização,
dos seguintes utensílios:
Algodão;
Pipeta;
Acetona;
Água destilada;
Álcool etílico;
Pau de Esopo;
Manga plástica;
Iniciámos o processo por recorrer a acetona pura para a limpeza química de algumas
manchas provocadas pelo tempo na peça. Deparámo-nos, com sucesso relativamente à
utilização deste produto.
Ilustração 61 – Janela de teste de solubilidade após limpeza química com acetona. (Ver CD/DVD anexo
Vídeo nº 2)
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Ilustração 62 – Teste de solubilidade de uma solução de água | álcool (50:50) num dos pedaços
fracturados do fragmento. Podemos verificar que após a limpeza com acetona, a utilização desta nova
solução, além de não remover a camada pictórica, retira toda a sujidade entranhada na peça que fica
agarrada ao algodão.
Realização da colagem dos fragmentos deu-se através da utilização, por etapas e por
ordem de utilização, dos seguintes utensílios:
Acetona;
Luvas;
Algodão;
Manga plástica;
Bisturi;
Utilizámos pequenos pachos de algodão embebidos em acetona pura que vão sendo
colocados em fileiras de forma a poder cobrir toda a região intervencionada. Estes pachos
poderão ou não ser humedecidos novamente, vez após vez, com auxílio de uma pipeta.
Colocamos a peça sob protecção de uma manga plástica de forma a evitar a rápida
evaporação da acetona e penetrar na zona necessária. Em cerca de 10 minutos (variando
com a grossura da peça) podem, facilmente, forçar as peças a separarem-se. (Ver CD/DVD
em anexo Vídeo nº 3).
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Ilustração 63 – Processo de eliminação das colas que interligam a peça, em forma de um anterior
restauro.
Ilustração 64 – Utilização de uma pipeta para progressivamente repormos acetona nos pachos de
algodão.
Realização da colagem dos fragmentos deu-se através da utilização, por etapas e por
ordem de utilização, dos seguintes utensílios:
Mini-craft;
Guache azul;
Pau de Esopo;
Escova de pêlos macios;
Aspirador;
Água;
Gesso;
Massa de Acabamento ou Seral ®;
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Borrifador;
Iniciámos o processo de colagem das peças de forma ordenada e lógica evitando sempre
a possível criação de ângulos «mortos» ou fechados. Primitivamente, efectuámos a marcação
através de guache azul fazendo os pontos correctos de união para começarmos o processo de
perfuração com auxílio do mini-craft. Após perfuração com máximo de destreza e cuidado na
direcção ensaiada previamente com o pau de Esopo cortado de forma a poder ser inserido
nos dois orifícios (cerca de 50:50).
Ilustração 65 – Marcação das zonas a serem perfuradas para inserção do pau de Esopo e estabilização
da colagem.
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Realização da colagem dos fragmentos deu-se através da utilização, por etapas e por
ordem de utilização, dos seguintes utensílios:
Pau de Esopo;
Água;
Massa de Acabamento ou Seral ®;
Gesso;
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Ilustração 70 – Placa de cera de dentista como base para o enchimento de uma lacuna a nível do
suporte.
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Ilustração 73 – Utilização de silicone para criação de molde tirado no local de uma zona do friso.
Após efectuarmos o molde bem prensado na peça, deixamos secar durante cerca de
10 minutos. De seguida, visto que este silicone tem pouca qualidade e durabilidade, teremos
que criar um contra-molde in situ para não perder a sua forma e movimento original na
peça.
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6. Consolidação da peça;
Ilustração 77 – Consolidação através de injecção de gesso nas juntas sem suporte por trás da peça de
forma a poder criar uma espécie de prego e elo de ligação.
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Este foi o último passo realizado até à data de entrega deste relatório. Para
finalizarmos o processo antes da entrega das obras gentilmente cedidas pela Faculdade de
Belas-Artes da Universidade de Lisboa, necessitamos realizar uma reintegração cromática
para devolver a leitura correcta ao que resta da peça em si e iremos realizar moldes de
silicone para a criação de um Acervo do Instituto de Artes e Ofícios.
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CONCLUSÃO
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Orçamento
IVA 20 % € 162,36
TOTAL € 974,16
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HIGIENE E SEGURANÇA NO
TRABALHO
Depois da devida análise do local e de acordo com as necessidades para a
concretização da intervenção é fundamental ter em atenção o cumprimento das normas de
segurança. Assim, é essencial considerar vários aspectos na fase de preparação do espaço de
trabalho.
Evitar sempre todo e qualquer contacto dos produtos utilizados com a boca e olhos.
Utilizar sempre máscaras de poeiras de acordo com o procedimento que está a ser
realizado.
Estas directrizes são impostas ao artigo 118 do Tratado de Roma, que prevê a adopção, pelo
Conselho, de uma directiva, de preceitos mínimos com o fim de promover a melhoria das
condições de trabalho, de modo assegurar o nível de protecção e segurança e saúde dos
trabalhadores.
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Limpeza Química
Consolidação
Estabilização
Reintegração de Lacunas
Reconstituição de Lacunas
e Ornatos
Reintegração Cromática
* Aproximadamente;
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FOLHA DE OBRA
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CARTA DE VENEZA
Carta Internacional sobre a Conservação e o Restauro de Monumentos e Sítios
(1964)
Os monumentos de um povo, portadores de uma mensagem do passado, são
um testemunho vivo das suas tradições seculares. A humanidade tem vindo
progressivamente a tomar maior consciência da unidade dos valores humanos e a
considerar os monumentos antigos como uma herança comum, assumindo
colectivamente a responsabilidade da sua salvaguarda para as gerações futuras e
aspirando a transmiti-los com toda a sua riqueza e autenticidade.
É essencial que os princípios orientadores da conservação e do restauro de edifícios
antigos sejam elaborados e acordados a nível internacional, ficando cada país
responsável pela sua aplicação no âmbito específico do seu contexto cultural e das
suas tradições.
A Carta de Atenas, de 1931, ao expressar pela primeira vez aqueles princípios,
contribuiu para o desenvolvimento de um amplo movimento internacional,
traduzido na elaboração de vários documentos nacionais, na actividade do ICOM e
da UNESCO e na criação, por esta última entidade, de um Centro Internacional
para o Estudo da Preservação e do Restauro do Património Cultural. O
desenvolvimento dos conhecimentos e o espírito crítico têm trazido a atenção sobre
problemas novos e mais complexos; é, portanto, chegada a altura de reexaminar
aquela Carta para, através de um estudo mais aprofundado dos seus princípios, se
proceder ao alargamento do seu âmbito traduzido na elaboração de um novo
documento.
Em consequência, o Congresso Internacional de Arquitectos e Técnicos de
Monumentos Históricos, reunido em Veneza de 25 a 31 de Maio de 1964, aprovou o
seguinte texto:
DEFINIÇÕES
Art. 1 - O conceito de monumento histórico engloba, não só as criações
arquitectónicas isoladamente, mas também os sítios, urbanos ou rurais, nos quais
sejam patentes os testemunhos de uma civilização particular, de uma fase
significativa da evolução ou do progresso, ou algum acontecimento histórico. Este
conceito é aplicável, quer às grandes criações, quer às realizações mais modestas
que tenham adquirido significado cultural com o passar do tempo.
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CARTA DE FLORENÇA
Carta dos Jardins Históricos (1981)
O Comité Internacional dos Jardins Históricos do ICOMOS-IFLA reunido em
Florença em 21 de Maio de 1981 decidiu elaborar uma carta relativa à salvaguarda
dos jardins históricos que assumirá o nome desta cidade. Esta carta foi redigida
pelo Comité e registada pelo ICOMOS em 15 de Dezembro de 1982 como
complemento da Carta de Veneza neste domínio particular.
Definições e objectivos
Artigo 1 -"Um jardim histórico é urna composição arquitectónica e vegetal que
apresenta interesse público dos pontos de vista histórico e artístico II. Nesse
sentido deve ser entendido como ”monumento".
Artigo 2 -"Um jardim histórico é uma composição de arquitectura cujo material
constituinte é principalmente de origem vegetal, consequentemente vivo, e como tal
perecível e renovável". O seu aspecto resulta de um equilíbrio perpétuo entre o
movimento cíclico das estações, do desenvolvimento e decadência da Natureza e da
vontade artística e compósita que tende a perpetuar a sua condição.
Artigo 3 - Enquanto monumento o jardim histórico deve ser salvaguardado de
acordo com o espírito da Carta de Veneza. Todavia, como "monumento vivo", a sua
salvaguarda decorre de regras específicas que constituem a presente Carta.
Artigo 4 - Intervêm na composição arquitectónica do jardim histórico:
- A sua planta e os diversos perfis do terreno;
- As massas vegetais: essência, volume, jogo cromático, espaço e alturas
respectivas;
- Os elementos construídos e decorativos;
- As águas móveis ou estagnadas, que reflictam o céu.
Artigo 5 - Expressão das relações estreitas entre a civilização e a Natureza, lugar
de deleite, próprio à meditação ou ao sonho, o jardim assume assim o sentido
cósmico de uma imagem idealizada do mundo, um "paraíso" no sentido etimológico
do termo, mas que é testemunho de uma cultura, de um estilo, de uma época,
eventualmente dependente da originalidade do seu criador.
Artigo 6 - A denominação de jardim histórico aplica-se de igual forma tanto aos
jardins modestos como aos parques monumentais ou ornamentais.
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ser proscrita. Essas medidas dizem respeito ao conjunto das infra-estruturas, quer
internas, quer externas (canalizações, sistemas de irrigação, estradas,
estacionamentos, recintos, dispositivos de vigilância, de exploração, etc.).
Restauro e reconstituição
Artigo 15 - Qualquer restauro e, sobretudo, qualquer reconstituição de um jardim
histórico só deverá realizar-se após um estudo aprofundado que contemple a
escavação e a recolha de todos os documentos relativos ao jardim em análise e a
outros semelhantes, susceptível de assegurar o carácter científico da intervenção.
Antes de ser executado esse estudo deve ser objecto de um projecto a ser analisado
por um conjunto de peritos.
Artigo 16 - As operações de restauro devem respeitar a evolução do jardim. Em
princípio, os trabalhos não devem privilegiar uma dada época em detrimento de
outra, excepto se o estado de degradação ou de ruína de certas partes aconselhe
efectuar uma reconstituição de carácter excepcional, apoiada em vestígios ou em
documentação irrefutável. As partes do jardim mais próximas de um edifício
poderão ser objecto de uma reconstituição mais específica, por forma a salientar a
sua coerência global.
Artigo 17 - Se um jardim deixou de existir completamente ou se apenas existem
elementos conjecturais dos seus estados anteriores, não deve ser efectuada
qualquer tentativa de reconstituição baseada na noção de jardim histórico.
Neste caso, os trabalhos inspirados nas formas tradicionais executados no local de
implantação de um jardim antigo ou num local onde não tenha existido qualquer
jardim, ligam-se à noção de "evocação" ou de "criação", excluindo qualquer
qualificação como jardim histórico.
Utilização
Artigo 18 - Se um jardim histórico for destinado a ser visitado e percorrido, o seu
acesso deve ser limitado em função da sua extensão e da sua fragilidade, por forma
a conservar a sua substância e a sua mensagem cultural.
Artigo 19 - Por natureza e vocação, o jardim histórico é um local aprazível que
favorece o contacto, o silêncio e a escuta da natureza. Esta abordagem quotidiana
contrasta com o uso excepcional do jardim histórico como local de festa.
É conveniente definir as condições de visita dos jardins históricos por forma a que
uma festa, realizada com carácter excepcional, possa exaltar o espectáculo do
jardim e não contribuir para o desnaturar ou degradar.
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CARTA DE WASHINGTON
Carta Internacional para a Salvaguarda das Cidades Históricas
(1987)
Preâmbulo e Definições
Em resultado de um desenvolvimento mais ou menos espontâneo ou de um projecto
deliberado, todas as cidades do mundo são a expressão material da diversidade das
sociedades através da história, sendo, por esse facto, históricas.
A presente carta diz respeito, mais precisamente, às cidades grandes ou pequenas e
aos centros ou bairros históricos, com o seu ambiente natural ou edificado, que,
para além da sua qualidade como documento histórico, expressam os valores
próprios das civilizações urbanas tradicionais. Ora, estas estão ameaçadas pela
degradação, desestruturação ou destruição, consequência de um tipo de urbanismo
nascido na industrialização e que atinge hoje universalmente todas as sociedades.
Face a esta situação muitas vezes dramática, que provoca perdas irreversíveis de
carácter cultural, social e mesmo económico, o Conselho Internacional dos
Monumentos e dos Sítios (ICOMOS) considerou necessário redigir uma II Carta
Internacional para a “Salvaguarda das Cidades Históricas".
Completando a "Carta Internacional sobre a Conservação e o Restauro dos
Monumentos e Sítios" (Veneza 1964), este novo texto define os princípios e os
objectivos, os métodos e os instrumentos de acção adequados à salvaguarda da
qualidade das cidades históricas, no sentido de favorecer a harmonia da vida
individual e social, e perpetuar o conjunto de bens, mesmo modestos, que
constituem a memória da humanidade. Como no texto da Recomendação da
UNESCO "relativa à salvaguarda dos conjuntos históricos ou tradicionais e ao seu
papel na vida contemporânea " (Varsóvia-Nairobi 1976), assim como noutros
diferentes instrumentos internacionais, entende-se por "salvaguarda das cidades
históricas" as medidas necessárias à sua protecção, conservação e restauro, assim
como ao seu desenvolvimento coerente e à sua adaptação harmoniosa à vida
contemporânea.
Princípios e objectivos
1. A salvaguarda das cidades e bairros históricos deve, para ser eficaz, fazer parte
integrante de uma política coerente de desenvolvimento económico e social, e ser
considerada nos planos de ordenamento e de urbanismo a todos os níveis.
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FICHAS
TÉCNICAS
DE
PRODUTOS
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FERRAMENTAS
CARACTERÍSTICAS
DE ESTUCADOR
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FICHA DE IDENTIFICAÇÃO
DO FRAGMENTO – FBAUL
E FRESS.
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ANEXO INFORMATIVO –
FBAUL
FICHA IPPAR –
CONVENTO DE SÃO
FRANCISCO DA CIDADE.
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BIBLIOGRAFIA
PAZ BRANCO, José da, Manual de Estuques e Modelação, 1993, Edições Gustave
Eiffel.
FRADE, Marta, Caderno de Levantamento de Patologias, 2008, Privado.
COLE, Emily, A Gramática da Arquitectura – Editor Geral, Livros e Livros, 2003.
WEBGRAFIA
WWW . IHRU . PT
WWW . FBA . UL . PT
WWW . MONUMENTOS . PT
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