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Ciências Penais:
16/02/2000
Todas as vezes que se viola um conjunto de normas que pratica um ato ilícito
você tem uma situação de conflito.
A todo ato ilícito gera uma situação de conflito( conflito entre a norma e a
atitude)
Existem determinados atos ilícitos ( violações da norma) que geram intenso
conflito desestabilizando a norma:
Ilícitos Penais- São aqueles que geram um conflito mais intenso, muito grave. São
os crimes e as contravenções. Provocam intenso dano social.
Ilícitos de Natureza Civil- Gera conflitos que podem ser resolvidos, aplicando uma
penalidade muitas vezes de caráter indenizatório, pois tem a necessidade de restabelecer
a situação de equilíbrio.
Parâmetros-
1= Valorização do bem jurídico;
2= Forma de agressão ao bem jurídico;
1ª) Medicina Legal- É a área da medicina que vão trazer fundamentais para
o fato criminoso.
2ª) Psiquiatria Forense- Estuda determinadas doenças penais que leva as pessoas a
praticar um delito.
3ª) Criminalisticas- São técnicos que são apurados os fatos criminosos.
3) Relação do Direito Penal e do Direito Civil- Para defender determinado ilícito ele
tem que recorrer ao Direito Civil.
Ex: Adultério
A primeira regra consagrada foi a Lei de Taleão “Olho por olho, dente por dente”, esta
foi a primeira forma de limitação do poder punitivo do Estado. Na idade média a idéia
de vingança ainda imperava.
JURISPRUDÊNCIA
O delito de bagatela só incide quando o valor do bem for irrelevante, não tendo
qualquer expressão econômica.
Desclassificação para furto simples.
Afigura-se como correta a desclassificação para furto operada na sentença, visto
que a violência foi contra a coisa, não havendo a intenção de lesionar a pessoa ofendida.
Se objeto subtraído é muito (menor), (inferior) ao salário mínimo, impede
reconhecer-se o delito na forma privilegiada, comprovada a ausência de antecedentes.
Por maioria, deram parcial provimento para condenar Paulo Ricardo Felício por
furto simples privilegiado art. 155, parágrafo 2º do Código Penal, a pena de multa, no
mínimo legal ( 10 dias/ multa a razão de 1/30 do salário mínimo à época do fato).
( Recurso em sentido escrito nº 295000699 1ª Câmara Criminal do TARGS,
Porto Alegre 08.03.95).
Os atos praticados dentro dessas leis, esses atos serão regulados por estas leis
mesmo que cessado, vai continuar em vigência.
Art. 3º “A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência”.
Normas penais em sentido amplo- São normas complementadas por outra lei.
Normas penais em sentido restrito- É a norma sendo complementada por qualquer
outro ato normativo que não seja lei.
Ex: Decreto
2º) Teoria do Resultado- O momento do crime é o que se consuma que tem o resultado
da ação.
3º) Teoria Mista ou Ubiguidade- O tempo do crime tanto é o momento da ação como o
tempo do resultado.
OBS: Observamos que o nosso código penal utiliza a primeira teoria “Teoria da Ação”.
1º) Teoria da Ação- Entende como lugar do crime onde ocorreu a ação ou omissão.
3º) Teoria Mista- O lugar do crime onde se desenvolveu a ação criminosa ou onde se dá
a consumação.
OBS: Observamos que o nosso código penal utiliza a 3ª teoria “Teoria Mista” que é o
Art. 6º “Considera-se praticado o crime, no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no
todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”.
1º) Embarcações ou aeronaves brasileiras que sejam públicas ou que estejam a serviço
do governo ela é considerada extensão do território brasileiro em qualquer lugar onde se
esteja.
Ex: O navio da Petrobrás ancora na África, ocorre um crime e a pessoa que morreu era
coreano e o outro africano, mais o crime foi cometido em território brasileiro
Art. 5º- Territorialidade- Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados
e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
PRINCÍPIOS ( nos quais aplica a lei penal brasileira mesmo extra território )
2º) Princípio da Justiça Penal Universal ou Cosmopolita: determinados crimes que não
importando onde seja praticado que afeta a humanidade como um todo. O brasil é
obrigado a aceitar onde é que ele ocorra.
Ex: Genocídio ( um extermínio total ou parcial de um determinado grupo étnico)
Nacionalidade Ativa- Aplica-se alei penal brasileira ao crime por brasileiro mesmo
fora do território.
Nacionalidade Passiva- Aplica-se a lei penal contra o brasileiro, mesmo fora do
território.
5º) Principio da Representação da Bandeira: O navio aportou em Cancum (México) o
navio de bandeira brasileira não foi aplicado em território brasileiro. Não se aplica a lei
penal.
Se não for julgado lá pode ser aqui por via da extraterritorialidade.
OBS: No Art. 7º do código penal os 4 primeiros casos do inciso 1º são situações
incondicionadas. Inciso 2º condicionada.
Toda vez que ocorre um crime, surge para o Estado o interesse de punir.
A contagem de prazo no direito penal é: Conta-se o primeiro dia e despreza-se o
último dia.
O prazo para o Estado punir são de dois anos.
Ex: Pessoa cometeu um crime no dia 22/03/2000, o Estado só tem o poder de punir
até o dia 21/03/2002.
Conceito Formal- Crime é aquilo que a lei diz que é crime, princípio da legalidade,
só há crime se houver lei. Este conceito formal de crime não estabelece subsídios
teóricos.
Conceito Material- Crime é toda conduta que viola um bem jurídico, um dano
social(matar alguém), a vida é um bem jurídico,
Conceito Analítico ou Científico - Este conceito traria a definição de crime através
dos elementos fundamentais para que ocorra um crime ( elementos constitutivos ).
Von Liszt- Um dos primeiros estudiosos que trazia idéias fundamentais para o
direito penal.
Fato- Direito Penal é a ciência que vai literalmente trabalhar com o fato, aspecto externo
da conduta do agente.
Vontade- Aspecto que levou a seu comportamento. Nunca se pode em direito penal
fazer apenas uma análise de vontade ou só de fato, tem que usar as duas. Inicialmente
para que haja um crime tem que haver lei ( ela existe) ( estrutura abstrata). Tem que
haver uma conduta humana, ação em sentido amplo, que esteja na lei definida como
crime.
*Conduta humana- para haver é necessário que esta conduta seja voluntária
(voluntariedade) no agir.
Ex: Sonambulismo- não é voluntário, a ipnose também não.
Para que haja um crime não basta uma conduta humana, é fundamental que esta
conduta humana esteja na lei definida, como crime, tem que se encaixar a um
modelo, criado pela lei do crime.
OBS: A norma penal sempre começa por um verbo por força do princípio da
legalidade. Estes modelos descrições de crimes recebe um nome título.
OBS: Matar alguém é conduta Típica. Matar alguém em Legítima Defesa, a conduta é
Típica, mas não é crime. Sendo assim, não basta só a tipicidade, para haver crime, tem
que ser ilícito.
Matar em legítima defesa é típico, mas está segurado pelo ordenamento jurídico
que a assegura alegando que não é crime matar em legítima defesa, em caso de
necessidade, exercício regular do direito, existindo cumprimento do dever legal.
Mesmo a conduta sendo típica não será considerada crime. Art. 23
A conduta deve ter antijuridicidade para que haja crime.
Deve-se olhar para quem realiza o crime, o agente. Esta conduta deve ser
reprovável.
Ex: Uma criança de 5 anos mata alguém, outra de 18 anos mata outra no mesmo,
ambiente ( situações a princípio idênticas ), condutas típicas, são antijurídicas, a
diferença está no agente e não na conduta, o juízo de reprovação a cerca da conduta se
faz aos 18 anos é a mesma que se faz aos 5 anos.
Para haver crime, a conduta humana deve ser reprovável ( conduta passível de
reprovação) o que não pode fazer com a criança.
Descrição Objetiva- Conduta voluntária que faz a conduta que mostra um resultado.
Descrição Subjetiva-
Formas de Conduta:
1) Ação- Crimes comissivos, entretanto existe uma forma de conduta que não só se
caracteriza a ação.
2) Omissão- Crimes omissivos, onde a conduta do agente é a ausência da ação.
Nos crimes omissivos a conduta a ser incriminada consiste em não fazer. Não
existem relação de causalidade.
Nos crimes omissivos próprios a lei descreve um não fazer, quando o certo era
fazer, o comportamento crime.
Ex: Art. 135, 269/ consiste na omissão.
Nos omissivos impróprios é a ausência da ação do agente garantidor.
OBS: Agentes Garantidores- São pessoas que tem o dever jurídico de agir
(socorrer) evitar que um determinado resultado aconteça.
Ex: Art. 13, parágrafo 2º
Uma bala perdida atinge uma pessoa e um médico está junto dela e permite que
ela morra. Este médico praticou um crime comissivo por omissão.
Teoria dos Equivalentes Causais- Para se determinar a causa de um resultado, teria que
voltar momentos antes do resultado tirando cada fator e analizando um por um,
excluindo até chegar ao verdadeiro.
Consagrando a máxima:
Conditio Sine Qua Non- Condição sem a qual o resultado não aconteceria.
Ex: Uma pessoa envenena outra e o onde estava desaba, mesmo que não tivesse
ocorrido o envenenamento, a pessoa morreria decorrente do desabamento.
Exclusão da imputação do resultado.
Se divide em:
1/ Iter Criminais – Possui quatro etapas que constituem uma elaboração teórica.
As etapas são:
Cogitação- Quando o sujeito idealiza um determinado evento criminoso.
Fase de Preparação- Onde o sujeito depois de idealizado, ele realiza todos os atos
preparatórios para a execução do crime ou Conatus Remoteis.
Fase de Execução- Onde o sujeito executa os atos preparatórios necessários a onter
o resultado que o sujeito idealizou, ou Conatus Proximus.
Consumação- Onde o sujeito ativo da relação criminal obtém o resultado no qual ele
idealizou, preparou, executou ou Meta Opititata.
1# Crimes Materiais- Onde para se consumarem com a efetivação tem que ter o
resultado de subtrair algo como nos crimes de lesão corporal, roubo.
3# Crimes de Mera Conduta- São aqueles que necessariamente o simples ato executório
é o próprio resultado produzido, não admite tentativa ( Crime de porte de arma é um
crime omissivo próprio).
OBS1: O Art. 14 / II ela é tratada de uma norma penal incriminadora por extensão. Ela
se combina com uma outra norma penal incriminadora que descreve um fato criminoso
e aplica esse fato a uma PENA.
OBS2: Crime tentado é aquele onde existe uma diferenciação entre o ato executório e a
consumação.
Ex: Uma mulher envenena o marido, mas quando ele começa a passar mal, ela o socorre
por livre vontade. Art. 15- Ela vai responder pelas lesões corporais.
OBS: Tanto a desistência como o arrependimento do ato do agente, estas duas condutas
são espontâneas e voluntárias.
No arrependimento eficaz importa em evitar a consumação, mas se for ineficaz só
vai ser atenuante.
(3) Arrependimento posterior- Uma situação criminosa onde o sujeito vai atingir as 4
etapas do Iter Criminais. Ele chega a consumação do crime, mesmo tendo a
consumação ele se arrepende e indeniza, repara o dano causado relativo ao crime,
ele restitui a última por ato espontâneo. Existem dois detalhes fundamentais:
Arrependimento
Até que momento se arrepende- Início da ação penal
(4) Crime Impossível- Art. 17. Realiza os atos executórios. Chega a excussão visando
obter a consumação, que não vai acontecer por situações alheias a sua vontade, só
que ele possui duas razões para a consumação não ser efetuada.
Ex: Um indivíduo pensa em matar uma pessoa, pega a arma e vai ao encontro desta
pessoa, só que ela já está morta, mais mesmo assim atira, quer dizer que é
absolutamente impróprio o objeto do delito.
Ex2: Uma pessoa anda pela rua e um ladrão enfia a mão no bolso e não possui objeto
algum. É ineficácia absoluta do meio utilizado.
Nas hipóteses de crimes impossíveis não existe uma ameaça a alguém direito.
Os crimes impossíveis são impuníveis e não respondem por nenhum crime.
No direito penal só se puni uma conduta criminosa via de regra por dolo
(intenção) ou eventualmente por culpa.
TIPOS DE DOLO
1# Dolo Direto- O sujeito ativo da relação criminal ele idealiza, vislumbra um resultado
final e atinge o resultado, quer praticar o resultado idealizado.
2# Dolo Eventual- O sujeito ativo da relação criminal ele representa, prever a ocorrência
de um determinado resultado criminoso, mais que ele não quer que aconteça mais se
vier a acontecer ele suporta o risco do resultado, é fundamental dizer que a pessoa
assumiu o risco da produção do resultado, ser indiferente a essa ocorrência.
(6) Crime Culposo- Art. 18. O sujeito ativo da relação criminal da causa, a um
determinado resultado, resultado esse que não é desejado, não é assumido, mais era
resultado de possível previsão. Ele atua de maneira descriminada, acaba provocando
um resultado que não queria, não assumiria.
* Tipos de Culpa:
2- Culpa Conciente- O sujeito da causa, a um resultado que ele não queria produzir,
não assumia o resultado, ele acha que não vai acontecer.
OBS: Se no tipo penal não tiver nenhuma referência dolosa ou culposa ela será
expressamente dolosa. Só se puni de forma culposa quando a referência estiver
expressa.
(7) Crimes qualificados pelo resultado- Onde o sujeito muitas vezes produz uma
conduta criminosa que pode se tornar mais grave com a consumação do resultado.
A pessoa age com dolo mais o dolo em resultado mais grave.
(8) Crime Preterintensional- É aquele que o sujeito ativo da relação criminal produz um
resultado além, mais grave do que ele desejava produzir, ou seja que ele tinha dolo
(desejo) em produzir.
Ex: Uma mulher discutindo com o marido joga um objeto em sua cabeça com o intuito
de ferir e acaba o matando.
Ela tinha dolo em relação a lesão, mais não tinha dolo em relação a morte, mais
poderia prever o resultado mais grave, portanto é culposo.
Nos crimes qualificados pelo resultado o resultado tem que ser previsível para
qualificar.
OBS: No direito penal, você só é condenado se praticou algo por dolo ou culpa.
* Crimes Omissivos- O sujeito ativo da relação criminal comete o crime ao não fazer o
que deveria ser feito.
Ex: Um homem saca seu revólver para matar uma mulher, ela saca seu revólver e atira
no homem, em legítima defesa, a conduta é típica mais não é antijurídica.
* No art. 128 temos hipóteses que se pode praticar o aborto legalmente, hipóteses que
tornam ilícitas a pratica do aborto ( aborto conduta típica).
A pessoa em estado de perigo atual pode preservar o bem jurídico legítimo dele
ou de terceiros sacrifica outro bem jurídico igualmente legítimo. Estado de perigo este
que não foi ele quem causou.
Ex: Um homem andando pela rua se vê de frente com um furacão, para se salvar invade
uma casa para se abrigar, cometendo assim um ato ilícito ( invasão de domicílio).
Sacrificou um bem jurídico para salvar outro, a sua vida que estava em perigo atual.
Agiu em estado de necessidade.
“Este perigo não pode ser provocado dolosamente pelo agente. O perigo deve ser atual”.
Para se reconhecer o Estado de Necessidade há a necessidade de se haver uma
igualdade entre o bem jurídico que foi sacrificado e o bem jurídico que foi preservado ,
não há estado de necessidade se o valor do bem jurídico preservado for maior que o bem
jurídico sacrificado, no máximo igual não há problema. Se o bem sacrificado tiver valor
maior que o preservado.
* Se o bem jurídico for de valor maior do que o sacrificado, se tem uma conduta típica,
não se tem estado de necessidade justificado.
Legítima Defesa- Não pode ser ilícita a conduta de uma pessoa que se defende. Art. 25
A existência de uma agressão, que somente pode partir de uma ação humana.
Na legítima defesa tem uma agressão injusta, atual e iminente contra um direito
próprio ou de terceiros.
CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAL DA LEGÍTIMA DEFESA
* Atua a legítima defesa, uma pessoa que reage a uma agressão justa ou eminente.
Ex1: “A” injustamente agride “B”, “B” reage a agressão de “A” utilizando de forma
moderada os meios necessários para se livrar dela.
Diante desta reação de “B” poderia “A” reagir a essa agressão de “B”, se
valendo da legítima defesa? Não.
Conduta “A” ilícita a conduta de “B” é justa se o “B” reagir contra “A” estaria
reagindo contra uma conduta justa. Pois se “B” está em legítima defesa o seu
comportamento é justo e a legítima defesa só é reconhecida sobre conduta ilícita.