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teaching
Levar o aluno à reflexão sobre prática de ensino de língua inglesa, enfatizando a
função da língua inglesa na globalização.
Saber inglês é, atualmente, uma condição sine qua non para todos os indivíduos
que almejam melhores salários, que desejam comunicar-se sem barreiras
linguísticas em seu cotidiano e em qualquer lugar do mundo, ou ainda que
pretendam seguir carreira acadêmica. Tudo isso porque a língua inglesa vem
sendo utilizada como língua global para os negócios, educação, ciência e
tecnologia há muito tempo, desde quando países como Inglaterra, que se firmou
como conquistadora de territórios no período das Grandes Navegações, ou nas
negociações do pós-guerra, bem como os Estados Unidos, com a supremacia
econômica e tecnológica desde o século passado até os dias atuais, utilizam
inglês como forma de comunicação.
Apesar de termos inúmeras variedades de inglês falado ao redor do globo, o
ensino de língua inglesa para não nativos do idioma, como é o caso de
brasileiros que aprendem inglês, chama-se EFL – English as Foreign Language.
EFL é a classificação para o ensino de inglês em países que não utilizam a
língua no cotidiano, na maioria das salas de aula, em eventos públicos, tais
como Japão, China, Indonésia, América do Sul em geral, etc. Já ESL – English
as Second Language – é a classificação utilizada para países em que inglês é
uma das línguas oficiais, mas não a principal, tais como Nigéria, Índia, Malásia,
Filipinas, Etiópia, dentre muitos outros (KIRKPATRICK, 2007, p. 27).
Você pode questionar: mas existe diferença entre o ensino de EFL e ESL? Afinal
não são todos voltados para ensinar inglês? Há muitas opiniões e críticas a
respeito dessa classificação. E como todo rótulo, serve apenas para entender e
ajudar a melhorar o ensino em cada classificação.
Proficiência em inglês
O Brasil, considerando a maior parte de sua população, não se comunica em
inglês. Em 2015, a EF (Education First) publicou um estudo sobre a proficiência
em inglês ao redor do mundo. O Brasil ficou em 41º. Lugar, com proficiência
baixa, atrás do Peru (35º.), Chile (36º.) e Equador (38º), nossos hermanos
latinos. O impacto da baixa proficiência em inglês, língua global, atinge
diretamente vários setores como economia, pesquisa e desenvolvimento e
educação. Para saber mais sobre a pesquisa, acesse:
http://media.ef.com/__/~/media/centralefcom/epi/downloads/full-reports/v5/ef-epi-
2015-portuguese.pdf.
Devido à Copa do Mundo (2014) e às Olimpíadas (2016), algumas iniciativas
públicas foram propostas, a fim de preparar profissionais ligados ao turismo à
recepção de estrangeiros. Esses eventos também fomentaram a expansão do
mercado de escolas de idiomas no país. Segundo a ABF (Associação Brasileira
de Franchising), no relatório publicado sobre o desempenho do Franchising
Brasileiro em 2015, o mercado de educação e treinamento cresceu 8.7% em
relação ao ano anterior.
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UNINOVE
EXAMES DE PROFICIÊNCIA
Com níveis que vão do iniciante A1 ao avançado C2, esse índice pode ser
comparado a vários outros, em diferentes países.
De acordo com o CEFR, a divisão de níveis é feita da seguinte forma:
A1 – A2 => usuário básico
B1 – B2 => usuário independente
C1 – C2 => usuário proficiente
Vemos, portanto, que a proficiência só é adquirida após muitos anos de estudo e
prática da língua, ou de acordo com a escala C2, o usuário da língua será capaz
de compreender com facilidade tudo o que ouvir e ler; será capaz de resumir
informações de fontes escritas ou falada, reconstruindo argumentos e histórias
em apresentações coerentes; poderá expressar-se espontaneamente com
fluência e precisão, diferenciando as sutilezas do significado mesmo em
situações mais complexas. (Council of Europe, 2001, p. 24).
Common European Framework of Reference for Languages - CEFR.
EXAMES DE PROFICIÊNCIA
Exercício
INICIAR
Quiz
Exercício Final
English language teaching
INICIAR
Referências
ABF. Associação Brasileira de Franchising. Desempenho do Franchising
Brasileiro 2015. Disponível em:
http://www.portaldofranchising.com.br/central/Content/UploadedFiles/Arquivos/de
sempenho-franchising-novo-2015.pdf. Acesso em 19/mar/2016.
MOTIVAÇÃO DE APRENDIZES
Quiz
Exercício
The roles in the English language teaching classroom
INICIAR
Quiz
Exercício Final
INICIAR
Referências
HARMER, J. The Practice of English Language Teaching. 7. ed. London & New
York: Longman, 1994.
Approaches,
methods and
techniques in
English language
teaching
Apresentar os métodos utilizados no passado e atualmente, analisando as mudanças
do ponto de vista pedagógico.
INTRODUÇÃO
Os métodos utilizados para o ensino de inglês modificaram-se com o tempo.
Qual seria a razão? Será que novas descobertas foram feitas, com o auxílio da
tecnologia, para melhorar os métodos já existentes? Na verdade, as mudanças
de métodos refletem as mudanças de necessidades dos alunos (Richards &
Rodgers, 2001). Também se deve considerar a mudança nas teorias linguísticas,
que refletem em mudanças no ensino de língua estrangeira. Se no passado, por
exemplo, era mais importante saber ler em inglês em vez de saber falar inglês,
então o método principal era de leitura (Reading Method). Se escrever era a
habilidade principal, então saber gramática deveria ser primordial, e daí havia um
método voltado apenas para o ensino de gramática (Grammar Translation
Method). Com o tempo, a necessidade de ouvir e falar em língua inglesa
tornou-se imprescindível, por isso o surgimento de métodos que atendessem a
esse propósito (ex. Audiolingual Method). Mesmo os métodos que foram
substituídos por outro em determinada época podem, em algum momento, ser
usados novamente. O novo método não exclui o anterior, visto que só surgiu
devido às novas aspirações de alunos e mercado, mas poderão ser necessários
novamente.
Hoje em dia temos vários métodos no mercado de ensino de inglês, e é
fundamental que conheçamos ao menos os principais (mais usados), porém
lembrando que não podemos julgar qual é o melhor ou qual é o pior. Todos os
métodos auxiliam o aluno a aprender, desde que respeitados os objetivos do
aluno, dentre outras coisas.
Vamos ver o significado dessa palavra que usamos tanto até agora,
método, e alguns outros conceitos importantes relacionados a ela.
O que são abordagens, métodos e técnicas?
Segundo Richards & Rodgers (2001, p.19), o linguista americano Edward
Anthony identificou esses conceitos, como veremos abaixo:
“A organização é hierárquica. O segredo é que as
técnicas incorporam um método, consistente com
uma abordagem...
Assim, a abordagem se refere à teoria que serve como fonte das práticas.
Método é a teoria colocada em prática, considerando as habilidades linguísticas
a serem desenvolvidas e o conteúdo. Finalmente, técnica refere-se aos
procedimentos usados em sala de aula, para se atingir os objetivos.
Exemplo:
- Abordagem Oral (Oral Approach) – linguistas britânicos desenvolveram uma
pesquisa que gerou uma abordagem com maior fundamentação teórica do que o
método Direto, anterior a ela.
- Método Situacional (Situational Method) – coloca em prática as ideias da
Abordagem Oral, com foco nas habilidades a serem desenvolvidas e conteúdo a
ser ensinado.
- Técnicas – conjunto de procedimentos para aplicação do método e da
abordagem.
Ainda, além das três palavras acima vistas, temos o termo METODOLOGIA,
amplamente utilizado, que se refere ao “... conjunto de explicações para um feixe
de ações a ensinar uma (outra) língua”. (Almeida Filho, 2005). A metodologia
aplicada em uma aula, por exemplo, é baseada em uma abordagem (teoria), que
impõe um método. Assim, a metodologia compreende o passo a passo a ser
seguido pelo professor durante sua aula, utilizando as técnicas necessárias para
aplicá-la.
DIRECT METHOD
READING METHOD
Criado a partir da impraticabilidade do Método Direto, o Reading Method
apresenta apenas uma habilidade para o ensino de língua estrangeira: leitura.
A leitura tinha um peso muito grande no ensino de língua estrangeira desde o
advento do Grammar Translation. Durante os anos 30, poucas pessoas viajavam
para o exterior, devido à recessão econômica que marcou a época. Além disso,
havia poucos professores capazes de ensinar língua estrangeira com o domínio
completo da oralidade, tornando quase impossível atender a demanda de aulas
baseadas no uso do método Direto.
Surge o Método de Leitura, criado pela Modern Language Association of
America. Suas principais características são:
a. o ensino da gramática concentra-se nas estruturas apresentadas no texto.
Somente o que aparece no texto é ensinado.
b. o vocabulário do texto tem prioridade no ensino, porém sua expansão é
trabalhada a seguir.
c. a tradução é novamente utilizada como técnica de ensino.
d. a única habilidade trabalhada é a leitura.
e. o professor não precisa ter proficiência oral para ensinar a língua estrangeira.
Esse método teve pouca duração. Já nos anos 40 ele foi novamente substituído
por outro, devido às necessidades de difusão do ensino da oralidade.
Observamos que muitas características do Grammar Translation são retomadas
nesse método, tais como a leitura com papel de destaque no ensino (apesar de
não ser somente leitura de clássicos) e o uso de tradução como técnica de
ensino.
Também notamos que alguns princípios continuam a ser utilizados no ensino
instrumental de línguas atual (ou ESP – English for Specific Purposes), que é
focado na leitura. Podemos citar a explicação gramatical das estruturas
presentes no texto e da expansão de vocabulário a partir de campos semânticos.
Só podemos concluir que métodos antigos e novos continuam a entrar e sair de
cena para atender aos mais diversos objetivos.
A seguir vamos conhecer o método que prometia ensinar língua estrangeira
rapidamente aos soldados em combate na Segunda Guerra Mundial.
NOVAS ABORDAGENS
Teorias linguísticas
Dois teóricos importantes podem ser citados no desenvolvimento dos princípios
básicos do Situational Language Teaching: Harold Palmer e Hornby (Richards, J;
Rodgers, T., 2001). Eles conheciam a fundo o trabalho de outros linguistas, bem
como o método Direto, antecessor desse modelo.
Toda sua base é oral. A característica mais importante é a linguagem falada.
Apesar desse aspecto, o Situational Language Teaching não deve ser
confundido com o Direct Method, que mesmo com o uso da oralidade não tinha
uma base teórica que o sustentasse.
O maior interesse dos linguistas estava no controle de vocabulário e da
gramática. Eles introduzem o uso de listas de frequência para o estudo de
vocabulário em língua estrangeira. Assim, as palavras de maior frequência na
língua são incluídas em livros, facilitando o acesso dos alunos às palavras mais
usadas de uma língua.
Ao mesmo tempo, o conteúdo gramatical para o ensino de língua estrangeira era
selecionado de uma maneira bem diversa do tradicional Grammar Translation
Method. Palmer acreditava, bem como outros linguistas da época, que havia
uma lógica universal formando as estruturas de todas as línguas, ou seja, a
gramática era algo interno.
Para explicar melhor o que foi dito acima, vejamos o exemplo de uma criança
que diz coisas que nunca foram antes ditas. Como é possível que isso ocorra?
Assim como o famoso linguista Noam Chomsky, Palmer, Hornby e outros eram
influenciados por essa maneira de pensar.
Chomsky dizia que a língua era formada por um sistema de regras gramaticais
finitas. Em sua teoria (Cognitivismo), o conhecimento desse número finito de
regras (que podem ser ensinadas por meio de frases prontas, contendo a
estrutura gramatical) permite que o falante conheça e use a língua. Ele enfatiza a
competência que a criança deve adquirir em conhecimento de regras gramaticais
para que possa experimentar novas regras ou usos, tornando-se um falante
criativo.
O cognitivismo influenciou muitas abordagens e métodos de ensino de línguas
da época. No entanto, como era voltado para a aquisição de língua materna,
para crianças, não deveria ir além de alguns degraus no caso de ensino de
língua estrangeira, que envolve adultos. A grande ênfase de Chomsky para o
ensino de línguas é que língua não é um conjunto de hábitos. Os alunos devem
internalizar uma regra e em seguida usar sua criatividade para usá-la. Fica clara
sua oposição ao Behaviorismo, teoria que antecede o cognitivismo, baseada na
aprendizagem por hábito.
SITUATIONAL LANGUAGE TEACHING
O Situational Language Teaching pressupõe o uso da linguagem oral durante o
maior tempo possível. Algumas características se confundem com o Método
Direto, porém já sabemos de que se trata de um método teoricamente
fundamentado.
Podemos chamar o Situational Language Teaching de estruturalismo, pois o
método refere-se à prática oral de estruturas. Assim, reflexo da ênfase na
estrutura da língua e do contexto situacional em que é praticada, o método
enfatiza a atividade linguística como objetiva e proposital, voltada para o mundo
real.
Princípios e práticas
O ensino começa com a linguagem falada. Todo o material é, primeiramente,
apresentado de forma oral, para somente ao final ser apresentado na forma
escrita. A leitura e a escrita, dessa maneira, só são praticadas após a base oral
em gramática e vocabulário. Não há uso de língua materna em sala de aula.
Os novos conteúdos são apresentados em forma de situações cotidianas, e da
mesma forma são praticados, tais como ida ao supermercado, na escola, no
trabalho, no restaurante etc.
Para que o vocabulário seja aprendido, usam-se várias estratégias para a
seleção de palavras que o aluno deverá aprender. Em gramática, prioriza-se o
ensino de regras básicas, para só depois passar para as regras ou modelos mais
elaborados. A leitura e a escrita são apresentadas ao aluno após sua aquisição
de novas palavras e nova gramática.
Técnicas
De acordo com o nível da sala, as técnicas podem variar. Normalmente há
exercícios de pronúncia, revisão, apresentação de novas estruturas gramaticais
ou vocabulário, prática de exercícios orais e só então textos para leitura ou
exercícios escritos.
Conclusão
Por volta dos anos 60, o Situational Language Teaching começa a ser
questionado, principalmente devido a sua visão de língua. No entanto, seus
princípios fortemente sustentados na prática oral, gramática e modelos de
sentenças fazem com que ainda seja amplamente usado por instituições que
primam por um conteúdo baseado em pontos gramaticais.
AUDIOLINGUAL METHOD
Enquanto o Situational Language Teaching era utilizado pelos britânicos, o
Audiolingual Method foi amplamente utilizado nos Estados Unidos. Isso se deve
à entrada dos americanos na Segunda Guerra Mundial, que fez com que o
governo investisse no desenvolvimento de programas linguísticos para o
exército, a fim de solucionar o problema de fluência de seus militares em várias
línguas.
CONCLUSÃO
Exercício Final
INICIAR
Referências
ALMEIDA FILHO, J. C. P. Linguística Aplicada – Ensino de Línguas e
Comunicação. Pontes Editores e ArteLíngua, 2005.
Brief history of
English language
teaching
Traçar um panorama histórico da área de English Language Teaching, a fim de
compreender sua evolução e implicações atuais.
Introdução
De acordo com Howatt & Widdowson (2004), podemos dividir a história do
ensino de inglês em três períodos:
Período Clássico
No período clássico havia a aplicação da mesma metodologia utilizada para o
ensino das línguas clássicas. Os alunos eram levados a aprender gramática e
vocabulário através da tradução.
As línguas clássicas, grego e latim, eram línguas francas, ou seja, aquelas mais
usadas por todos desde as áreas de filosofia até religião, passando por política e
negócios. O ensino de línguas em toda Europa era voltado a elas e, assim, a
elite tornou-se fluente nos clássicos. Há vários relatos e estudos que
demonstram que os métodos utilizados na época incluíam o uso de textos
copiados a mão, alguns em língua alvo, ou dicionários com listas de palavras
equivalentes em duas ou mais línguas, lado a lado.
Mais tarde, durante o Renascimento, o estudo formal das gramáticas de Grego e
Latim tornou-se acessível para todos, devido à invenção da imprensa escrita.
No caso do Latim, especificamente, ficou evidente que a gramática dos textos
clássicos era diferente da gramática utilizada pelo Latim como língua franca,
mais tarde rotulado como Latim Vulgar.
Assim, a gramática latina do Renascimento tornou-se objeto de estudo nas
escolas, e não o Latim falado pela massa popular, marcando o contraste entre
as duas faces da língua. O Latim, neste mesmo momento, deixa de ser língua
franca, sendo substituído por vários vernáculos europeus que começaram a
popularizar-se. Observamos, portanto, que a preocupação dos renascentistas
com o estudo da gramática formal do Latim faz com que ele deixe de ser
utilizado pelas pessoas em seu cotidiano na Europa Ocidental.
Período da Reforma
Com a propagação dos vernáculos europeus, as pessoas começam a
interessar-se em aprender a língua utilizada por outros países ou regiões,
fazendo com que o ensino de inglês baseado no seu uso entre em cena, ao
contrário do ensino de gramática dos renascentistas. O método utilizado era
totalmente indutivo, ou seja, a partir de exemplos da língua em uso, o aluno
compreende as regras, sem ser exposto a elas em um primeiro momento. É
então que se inicia o Período da Reforma, que exigia resultados mais produtivos
da língua estrangeira em termos de conversação. Houve grande influência da
fonética nesse período, bem como a parceria, desde então, entre o ensino de
língua estrangeira e a linguística (também conhecida como Linguística Aplicada).
O Período da Reforma, marcado pelo método Direto (que é conhecido como
Berlitz ou Natural), foi o apogeu das mudanças no ensino de inglês, com ênfase
na oralidade.
ABORDAGEM COMUNICATIVA
O boom da abordagem comunicativa também trouxe novas ideias
para a área, como o ensino de inglês para necessidades específicas
(ESP – English for Specific Purposes), inglês para necessidades
acadêmicas (EAP – English for Academic Purposes), ensino baseado
em tarefas (Task-based) etc.
Referências
BRITISH COUNCIL. O ensino de inglês na educação pública brasileira.
Disponível em:
https://www.britishcouncil.org.br/sites/default/files/estudo_oensinodoinglesnaedu
cacaopublicabrasileira.pdf. 2015a.
INTRODUÇÃO
Desenvolvida ao mesmo tempo em que a Abordagem Natural (Natural
Approach), a Abordagem Comunicativa tornou-se e se mantém a mais utilizada
no ensino de língua estrangeira.
Também chamada de Communicative Language Teaching (CLT) – Ensino
Comunicativo de Línguas – é muitas vezes confundida com a Abordagem
Natural devido às mesmas características referentes a atividades com foco no
significado. No entanto, tal semelhança é meramente superficial, uma vez que
são teoricamente opostas.
O foco da CLT é o sucesso da comunicação efetiva, com base social, enquanto
a Abordagem Natural é essencialmente cognitiva, baseada em estudos de língua
materna, em que o significado dispara o desenvolvimento cognitivo natural do
sistema em que a língua está inserida.
Vejamos o percurso desse movimento comunicativo.
História da CLT
Podemos dividir a CLT em três fases: a primeira, marcada por métodos mais
tradicionais, até os anos de 1960; a segunda, clássica, entre 1970 e 1990; a
terceira, e última, a partir dos anos 1990 até hoje (RICHARDS, 2006).
O surgimento da CLT deve-se às mudanças na forma de se ensinar línguas na
Inglaterra no final dos anos 60. Até então, o Situational Language Teaching era o
método mais utilizado, que primava pelo ensino de estruturas básicas praticadas
em situações contextualizadas. Mas desde que o Método Audiolingual começou
a ser rejeitado nos Estados Unidos, linguistas britânicos colocaram o Situational
Language Teaching em cheque, demonstrando que a teoria então usada não
evidenciava o potencial funcional e comunicativo da língua alvo.
Vários teóricos serviram como inspiração para a visão de que o foco do ensino
de línguas deveria ser na competência comunicativa e não na aquisição de
conhecimentos estruturais da língua. Dentre eles, podemos citar os linguistas
funcionais John Firth e Halliday, os sociolinguistas americanos Hymes e Labov e
o filósofo John Austin.
Wilkins (LARSEN-FREEMAN, 2001) liderou um grupo de especialistas que
desenvolveu um modelo comunicativo para o ensino de línguas em que
apresentava sistemas semânticos relacionados ao uso comunicativo da língua.
Dois tipos de significados foram descritos: categorias de conceitos como horas,
sequência, quantidade, localização e frequência e outra com funções
comunicativas, tais como fazer pedidos, negar, oferecer, reclamar.
Dell Hymes (1972) descreveu a competência comunicativa como contrária à
competência linguística, estrutural, defendida por Chomsky (Cook, 2003). Para
Hymes, um falante não necessita apenas de estruturas linguísticas para se
comunicar, mas de habilidades comunicativas. Ele sugere 4 características para
atingirmos a competência comunicativa, que são possibilidade, viabilidade,
apropriação e veracidade, que depois foram relacionadas às dimensões para se
atingir a competência comunicativa, por Canale (1980): gramatical,
sociolinguística, discursiva e estratégica.
Um conjunto de fatores fez com que a Abordagem Comunicativa ou o Ensino
Comunicativo de Línguas se expandisse por toda a Europa e Estados Unidos,
alinhando seus objetivos em duas esferas: tornar a competência comunicativa o
objetivo do ensino de línguas estrangeiras e desenvolver técnicas para o ensino
das quatro habilidades linguísticas.
COMPETÊNCIA COMUNICATIVA
Exercício Final
INICIAR
Referências
CANALE, M; SWAIN, M. Theoretical bases of communicative approaches to
second language teaching and testing. In: Applied Linguistics vol. 1, n º 1, 1980.
HARMER, J. The Practice of English Language Teaching. London and New York:
Longman, 1991.
HYMES, D. On communicative competence. In: PRIDE; J. B.; HOLMES, J. (eds.)
Sociolinguistics. Penguin, 1972.
Task-based
approaches and
their application
Apresentar a metodologia ou abordagem baseada em tarefas, com exemplos para a
prática.
Introdução
Task-based learning (TBL), ou abordagem baseada em tarefas, é a abordagem
que utiliza a língua estrangeira como ferramenta para realizar tarefas que o
aluno faria em seu cotidiano, ou seja, o objetivo final é que o aluno cumpra a
tarefa, não importa quais as estruturas gramaticais, linguísticas ou o vocabulário
que usará, desde que complete a tarefa.
Nunan (2004) define “tarefa” como um trabalho pedagógico que envolve o
aprendiz na compreensão, manipulação, produção ou interação da/com a língua
alvo (língua estrangeira), enquanto sua atenção está focada em usar a gramática
que conhece para expressar o significado de sua ação. Ou seja, o sentido é mais
importante do que a forma (estrutura gramatical). A tarefa, segundo o autor,
possui um papel comunicativo, portanto deve ser completa para atingir o seu
objetivo.
A abordagem baseada em tarefas
Na TBL, o professor não determina previamente qual será o conteúdo linguístico
da aula. A aula é baseada em uma tarefa central, que traz à tona as estruturas
linguísticas necessárias para finalizá-la. De acordo com Frost (2004) há estágios
que os alunos devem seguir: pré-tarefa, tarefa, planejamento, relato, análise e
prática. Vejamos um a um como são descritos.
Willis & Willis (2007) propõem outra divisão na abordagem baseada em tarefas,
dividida em três estágios: pré-tarefa; ciclo de tarefas e foco na língua. A
diferença entre a proposta anterior é a reunião de estágios sob um único nome.
Os autores chamam de pré-tarefa o estágio que reúne pré-tarefa e tarefa da
classificação de Frost (2004). Nesse estágio, para Willis & Willis, o professor
apresenta e define o tópico aos alunos, que se envolvem em atividades para
ajudá-los a relembrar de palavras e frases que os ajudarão a resolver a tarefa,
ou aprender novas palavras e frases, essenciais à tarefa. O próximo estágio,
ciclo de tarefas, corresponde à resolução do problema ou execução da tarefa
(que pode ser, inclusive, um exercício de listening ou reading), em pares ou
pequenos grupos. Em seguida, os alunos apresentam o que fizeram, seja
oralmente ou por escrito. O último estágio, de foco na língua, destaca as
questões linguísticas para apropriação das regras de uso.
Veja modelos de atividades baseadas em tarefas nos links abaixo:
http://www.onestopenglish.com/methodology/teaching-articles/pdf-con
tent/task-based-learning-worksheets-3-and-4/154295.article
http://www.onestopenglish.com/grammar/grammar-teaching/task-base
d-grammar-teaching/
http://willis-elt.co.uk/wp-content/uploads/2015/03/Bravepensionerfoilsr
aidonjewelleryshopfinal.pdf
1. Fazer listas;
2. Ordenar e selecionar;
3. Comparar;
4. Resolver problemas;
SUGESTÕES PRÁTICAS
1. Pedir aos alunos que busquem dados (podem ser extraídos de
textos ou de corpora) para identificar um padrão específico da língua.
Referências
BRITISH COUNCIL. BBC. A task-based approach. Disponível em:
https://www.teachingenglish.org.uk/article/a-task-based-approach. Acesso em
06.Mai.2016.
Introdução
Durante muito tempo o ensino de idiomas foi pautado em “pacotes” de soluções
apresentados em formas de metodologias, a fim de resolver os problemas que
surgiam conforme as demandas mudavam.
De 1980 em diante, no entanto, a abordagem ou metodologia Comunicativa se
firmou como a base mais plausível para o ensino de idiomas, mesmo que seus
princípios gerais possam ser interpretados e aplicados de formas variadas.
É preciso notar, entretanto, que há uma diferença entre abordagem e
metodologia. A abordagem está relacionada aos princípios e crenças teóricas
sobre a natureza da linguagem e da aprendizagem e ensino de línguas. Já a
metodologia se refere a um design instrucional específico ou sistema baseado
em uma teoria da linguagem e aprendizagem de línguas.
A abordagem é mais flexível; admite interpretações e aplicações variadas. A
metodologia é fixa; há pouco espaço para interpretação individual.
Vejamos abaixo alguns exemplos de abordagens para o ensino de línguas
estrangeiras:
- Abordagem comunicativa;
- Abordagem cooperativa;
- Abordagem lexical;
- Múltiplas inteligências;
- Abordagem naturalista;
- Programação neurolinguística;
Brown (2002, p. 12) sugere, por sua vez, doze princípios que devem ser
aplicados ao ensino de língua estrangeira. Vamos conhecê-los:
1. Automatismo.
O ensino de língua estrangeira deve promover a automaticidade do uso da
língua, para que o aluno internalize seu uso comum. A busca pela perfeição e
compreensão de todos os detalhes da gramática, por exemplo, impedem que o
automatismo se desenvolva. É o que costumamos dizer: o aluno deve aprender
a “pensar” em língua estrangeira; em como ele resolverá aquela tarefa ou
problema em outra língua.
2. Aprendizagem significativa.
Quando a aprendizagem faz sentido para o aluno, as chances de lembrar-se da
situação serão maiores. Muitas teorias falam sobre utilizar atividades lúdicas ou
que toquem a emoção do aluno para que ele retenha melhor seu conteúdo. Isso
explica, por exemplo, que os alunos de Ensino Fundamental II em escolas
públicas não retenham o ensino do VERB TO BE, apesar de ser ensinado em
todos os anos. Enquanto o aluno não utilizar a língua para se expressar, com
sentido, ele não aprenderá a gramática imposta, de forma abstrata.
3. Antecipação de um prêmio.
O ser humano é condicionado para ganhar algo devido ao seu empenho, seja
prêmio concreto ou ganho psicológico. O professor deverá, sempre que possível,
envolver seus alunos em atividades competitivas, ou colaborativas, em que
ganhem destaque, compreensão ou mesmo o ganho do conhecimento.
4. Motivação intrínseca.
Os aprendizes que são motivados a aprender a língua estrangeira, pois possuem
objetivos a curto ou longo prazo, seja uma viagem ou um emprego melhor,
realmente não necessitam de motivação externa, como do item 3. No entanto, a
motivação pode ser da própria aula, incentivando a participação em atividades
individuais ou em grupo.
5. Investimento estratégico.
O resultado da aprendizagem de um aluno está diretamente relacionado ao
quanto ele investe em tempo, comprometimento, atenção e estudo da língua
estrangeira.
6. Ego linguístico.
Ao aprender uma língua estrangeira, o ser humano desenvolve um novo modo
de pensar, agir, compreender o mundo etc. Esse novo ego linguístico muitas
vezes faz com que o aluno tenha vergonha de se expor em outra língua,
deixando-o na defensiva, afinal de contas ninguém quer errar. No entanto, o
professor deverá estar preparado para auxiliar o aluno a sentir-se confiante em
comunicar-se, mesmo que errando, para adquirir experiência e desenvolver suas
competências linguísticas em língua estrangeira.
7. Autoconfiança.
Cada pequena conquista do aluno em sala de aula, durante a execução de
tarefas, faz com que adquira autoconfiança para expressar-se em outra língua. A
autoestima é essencial para a aprendizagem.
8. Correr riscos.
A aprendizagem de uma língua estrangeira faz com que o aluno sinta-se como
um “jogador”, que corre riscos o tempo todo ao tomar decisões para realizar
suas tarefas.
9. Conexão entre língua e cultura.
Sempre que ensinamos uma língua estrangeira, ensinamos também a cultura de
um povo, sua história, sua formação, seus ideais e modo de vida.
10. Efeito da língua materna.
O efeito da língua materna (ou nativa) no aprendizado da língua estrangeira
pode ser positivo (quando o aluno as contrasta de forma a compreender novas
estruturas) ou negativo (quando o aluno não compreende como a outra língua
pode sair do padrão de sua língua materna). Normalmente, a língua materna
causará interferências na aprendizagem da língua estrangeira, em seus
aspectos sonoros (sotaque, pronúncia etc.) ou estruturais (gramática, formação
das palavras etc.)
11. Interlíngua.
Aprendizes de língua estrangeira precisam da opinião de professores ou seus
pares, para que desenvolvam um sistema interlinguístico que lhes dê parâmetros
de sua aprendizagem.
12. Competência comunicativa.
O desenvolvimento da competência comunicativa é o objetivo final do ensino de
qualquer língua estrangeira. Assim, o aluno deverá ter espaço e suporte para
desenvolver fluência, uso da língua, exemplos e contexto do mundo real.
O que esperar do futuro do ensino de língua estrangeira
Uma das grandes mudanças que o ensino de língua estrangeira passa
atualmente está diretamente relacionada ao uso de tecnologia, tais como
aplicativos de pronúncia, tradução, escrita, dentre muitos existentes. Além do
uso de tecnologias em sala de aula, observamos cada vez mais o incentivo e a
adesão ao ensino a distância, que promove a aproximação do ensino para
pessoas antes incapacitadas de aprender devido à mobilidade, seja pela
distância ou tempo.
Além dessa mudança, sabemos que as políticas educacionais, públicas ou
privadas, atingem o ensino de língua estrangeira diretamente, seja pelo
estabelecimento de diretrizes ou capacitação de professores. Há, ainda, a
influência de pesquisas acadêmicas interdisciplinares, como a psicolinguística, a
linguística computacional, pedagogia, dentre outras, que promovem discussões
e pautas sobre o ensino da língua estrangeira ou educação em geral. Sem
deixar de mencionar os “gurus” do ensino ou o lançamento de “moda”, que de
vez em quando permeiam o cenário do ensino e aprendizagem de idiomas.
Referências
BROWN, H. D. English language teaching in the "post-method" era: toward better
diagnosis, treatment and assessment. In: RICHARDS, J. C.; RENANYDA, W. A.
Methodology in language teaching. New York: Cambridge University Press,
2002.
INTRODUÇÃO
Para que possamos nos comunicar em uma língua estrangeira, há quatro
habilidades envolvidas, a saber:
● Listening - ouvir
● Speaking - falar
● Reading - ler
● Writing - escrever
Essas habilidades básicas não funcionam sem a interação de uma com a outra.
Assim, se quero ouvir algo, terei também de interagir com a fala de outro para
me comunicar. Se o objetivo é falar, alguém me ouvirá. Se leio, é porque alguém
escreveu. Concluímos, portanto, que as habilidades interagem nos modos de
comunicação oral ou escrito, e também no direcionamento da comunicação,
recebendo ou produzindo mensagens.
Podemos representar as relações entre as habilidades no seguinte quadro:
ESCRITO
ORAL
ler
RECEPÇÃ ouvir
O
escrever
PRODUÇÃ falar
O
● interativa
● não-interativa
SPEAKING - FALA
● interativa
● parcialmente interativa
● não-interativa
Algumas situações são parcialmente interativas, tais como uma palestra ao vivo,
em que o público não interrompe a fala, porém interage por meio de expressões
corporais, demonstrando se está compreendendo ou não.
READING - LEITURA
LEAD-IN
O aluno deverá entender que o falante é estrangeiro; que o falante não sabe
onde a estação fica; que o falante sabe que está se dirigindo a um habitante
local. Veja o diálogo:
Visitor: Excuse me!
Resident: Yes?
Visitor: Where’s the train station?
Resident: It’s opposite the hospital at the end of this street.
Visitor: Thank you very much.
Resident: Don’t mention it.
2. elicitation: o professor observará se os alunos conseguem produzir a nova
língua. Se conseguirem, o professor não deve permanecer muito tempo nesse
estágio, fazendo com que os alunos pratiquem o que já conhecem. Se não
conseguirem, o professor deverá passar para o próximo momento, da
explicação. Mas se os alunos ainda cometem pequenos erros, o professor deve
seguir para o momento de reprodução da língua com exatidão. E, finalmente, se
os alunos conhecem o novo tópico, mas precisam de mais prática, o ideal é que
o professor passe para o momento da criatividade.
Ex.: o professor escreve (ou fala) as frases: “Where’s the train station?”, fazendo
gesto de não saber. Em seguida, repete: “Where’s the train station? It’s opposite
the hospital. Where’s the train station? It’s opposite the hospital, at the end of this
street.” Continua, dizendo: “Where’s the hospital? It’s opposite the train station”.
No quadro, desenha um “mapa”, identificando o hospital e a estação. Diz: “Now
you (nome do aluno)”. “Where’s the train station?” E continua, com outros alunos,
mudando o contexto da pergunta para locais próximos ou conhecidos dos
alunos: school, University, subway station, police station, museum, stadium,
shopping mall etc.
Se os alunos responderem corretamente, ou cometerem erros, ou precisarem de
mais prática, é o momento ideal para que o professor defina qual é o próximo
passo, sem desmotivar os alunos ou não ajudá-los na aquisição do novo
aprendizado.
Depois explica:
Quiz
Exercício Final
INICIAR
Referências
HARMER, J. The Practice of English Language Teaching. London and New York:
Longman, 1991.
Innovations in
English language
teaching
Apresentar inovações na área de ensino de inglês.
INTRODUÇÃO
Desde o início do século XXI é notável a quantidade de tecnologias disponíveis
para a aplicação no ensino de língua estrangeira, muitas vezes consideradas
parte do ensino, devido à dependência tecnológica de muitos métodos e técnicas
que são utilizados em sala de aula.
As tecnologias digitais são comuns no ensino de idiomas da maioria dos países,
apesar de haver exceções. O uso de tecnologias no ensino de idiomas sempre
foi necessário, devido às gravações de áudios e vídeos com falantes nativos,
bem como o uso da aprendizagem de línguas mediada por computador (CALL –
Computer Assisted Language Learning).
É importante lembrar que há variações de conhecimentos entre os usuários da
tecnologia, tanto entre professores quanto entre alunos. Apesar de a maioria dos
alunos terem nascido no mundo digital, há muitos lugares que ainda não
oferecem acesso digital a toda sua população.
BLENDED LEARNING
TALKING DEVICES
READING TASKS
INTERACTIVE FICTION
Referências
MOTTERAM, G. Innovations in Learning Technologies for English Language
Teaching. Londres: British Council, 2013.
Innovations in
English language
teaching
Apresentar inovações na área de ensino de inglês.
INTRODUÇÃO
Desde o início do século XXI é notável a quantidade de tecnologias disponíveis
para a aplicação no ensino de língua estrangeira, muitas vezes consideradas
parte do ensino, devido à dependência tecnológica de muitos métodos e técnicas
que são utilizados em sala de aula.
As tecnologias digitais são comuns no ensino de idiomas da maioria dos países,
apesar de haver exceções. O uso de tecnologias no ensino de idiomas sempre
foi necessário, devido às gravações de áudios e vídeos com falantes nativos,
bem como o uso da aprendizagem de línguas mediada por computador (CALL –
Computer Assisted Language Learning).
É importante lembrar que há variações de conhecimentos entre os usuários da
tecnologia, tanto entre professores quanto entre alunos. Apesar de a maioria dos
alunos terem nascido no mundo digital, há muitos lugares que ainda não
oferecem acesso digital a toda sua população.
BLENDED LEARNING
TALKING DEVICES
READING TASKS
Há endereços com textos mais simples, acessíveis, que poderão
motivar os pequenos aprendizes, como a Simple Wikipedia:
https://simple.wikipedia.org/wiki/Main_Page.
INTERACTIVE FICTION
Referências
MOTTERAM, G. Innovations in Learning Technologies for English Language
Teaching. Londres: British Council, 2013.
Technologies and
tools for language
pedagogy
Discutir as tecnologias aplicadas ao ensino de inglês.
INTRODUÇÃO
O termo Web 2.0 é utilizado com frequência para se referir aos mais recentes
desenvolvimentos online e, apesar de ser um termo que significa coisas
diferentes para pessoas diferentes, vamos pensar nele como uma mudança do
que foram as primeiras ferramentas computacionais para o que nós podemos
hoje chamar de ferramentas de interação social.
As ferramentas da Web 2.0 proliferaram com agilidade nos últimos anos,
tornando-se fundamentais para o ensino de inglês. No coração da Web 2.0 está
o blog, palavra originada de web log. O blog é um diário que pode ser usado pelo
professor para publicar informações sobre o curso, links para materiais e outras
informações direcionadas aos alunos e a outros professores.
Outra plataforma que se consagrou nesse século foi a wiki. O termo vem do
vocábulo havaiano utilizado para “quick” (rápido). Uma wiki é um espaço da web
colaborativo, cujas páginas podem ser criadas e editadas por usuários variados,
sem qualquer conhecimento de web design. A wiki é parecida com o blog, porém
ela é mais rápida e fácil para publicações, o que normalmente é mais
interessante para projetos realizados por alunos.
Antes da Web 2.0, entretanto, tínhamos a aprendizagem mediada por
computador, ou o CALL, que veremos em seguida.
Referências
STANLEY, G. Integrating technology into secondary English Language teaching.
IN: MOTTERAM, G. Innovations in learning technologies for English language
teaching. London: British Council, 2013.
Multiliteracies and
second language
learning
Definir multiletramentos e compreender sua aplicação na sala de ensino de inglês
como segunda língua.
INTRODUÇÃO
A palavra multiletramentos foi cunhada para descrever dois argumentos
importantes devido às questões de ordem cultural, institucional e global que
emergiram no cenário atual. O primeiro foi o crescimento significativo da
diversidade linguística e cultural. Ao mesmo tempo em que a língua inglesa
tornava-se a língua franca, utilizada para o comércio global, mídia e política
mundial, também se dividia em múltiplos e variados tipos de inglês,
caracterizados por diferentes sotaques, estilos variantes de acordo com a origem
nacional, comunidades técnicas ou profissionais. Aprender a língua inglesa
padrão, versão americana ou britânica, já não é mais suficiente. Esse processo
de mudança foi intensificado pelos movimentos migratórios, multiculturais e pela
integração econômica global. A globalização da comunicação e do mercado de
trabalho fez com que a diversidade linguística se tornasse um problema local
cada vez mais acentuado.
O segundo argumento envolvido no conceito de multiletramentos foi a influência
das novas tecnologias de comunicação. Cada vez mais multimodais, os meios
para transmitir as mensagens são em parte escritos e outra parte visuais,
auditivos ou espaciais. Dessa forma encontrar nosso caminho em meio ao
emergente mundo de significados requeria uma nova forma de letramento,
também multimodal.
O grupo que cunhou o termo “multiletramentos”, auto-intitulado “New London
Group”, publicou seu primeiro artigo na edição de Primavera de 1996, do
Harvard Educational Review, chamado “A Pedagogy of Multiliteracies: Designing
Social Futures”. Em seguida, lançaram o livro “Multiliteracies: Literacy Learning
and the Design of Social Futures”, em 2000, pela Macmillan (Kalantziz & Cope,
2008).
A conclusão do grupo, em seu trabalho, diz que o argumento dos
Multiletramentos sugere o ensino de uma gramática funcional, flexível, que
auxiliem os aprendizes a compreender as diferenças linguísticas (culturais,
subculturais, regionais, nacionais, técnicas, específicas do contexto etc.), bem
como os canais multimodais de significado, tão importantes para a comunicação.
Segundo o New London Group, as mudanças do mundo do trabalho, cidadania e
identidades requer novas respostas da educação. No passado, os professores
eram como funcionários da linha de produção de uma indústria: recebiam um
conteúdo (syllabus), os livros-texto e o sistema de avaliação. Já do aluno
esperava-se que devolvesse respostas corretas. Esse sistema educacional
produziu pessoas que aprendiam coisas, mas coisas muito limitadas,
descontextualizadas, abstratas e fragmentadas em disciplinas artificialmente
criadas pelo próprio sistema. Os alunos, frutos desse sistema educacional, eram
passivos do conhecimento memorizado, que não conseguiam aplicar a contextos
ou situações diferentes. Tais ensinamentos eram apropriados para uma época
em que pensavam poder controlar e organizar todas as áreas de conhecimento.
Atualmente, o cenário que se impõe é de tecnologias que mudam
constantemente, baseadas em sistemas de informação. Os softwares são
atualizados em velocidade contínua, ou seja, o conhecimento técnico estático
tem cada vez menos lugar na prateleira. Os trabalhadores precisam ser ter
multicompetências, ser mais flexíveis mais multitarefas e capazes de lidar com
as mudanças de acordo com a demanda. A tecnologia é agora a relação entre
as ferramentas e o conhecimento dessas ferramentas.
A diversidade, nesse sentido, está em todo lugar da nova organização
econômica, ou seja, trabalhar com a cultura significa trabalhar com a
diversidade. Nossa participação como cidadãos em meio a essa revolução
tecnológica também mudou. Antes éramos parte do velho mundo da mídia em
massa; agora estamos no novo mundo das redes definidas pelo consumidor. A
infinidade de sites, que atendem a vários gostos, comprova a busca por
particularidades individuais. Como parte desse processo, o telespectador
transforma-se em usuário; a transmissão é substituída pela seleção do usuário;
em vez de receptores passivos da cultura de massa, nós nos tornamos criadores
ativos de informação, indicando precisamente quem somos e a imagem que
queremos divulgar de nós mesmos.
A EDUCAÇÃO NO CONTEXTO
REVOLUCIONÁRIO DA TECNOLOGIA
Quando falamos de uma nova forma para educar, o letramento deixa de ser o
simples uso correto de gramática e ortografia, mas uma forma de comunicação.
A gramática e a ortografia continuam importantes, mas atualmente temos
corretores gramaticais e ortográficos, textos que não exigem a gramática formal
(como mensagens de texto enviadas pelas redes sociais, por exemplo, embora
tenhamos de aprender novas abreviações, expressões etc.). Muitos textos, por
sua vez, exigem relações complexas entre texto, imagem e som. Ou seja, se
antes nos preocupávamos com o ensino de expressões adverbiais de tempo,
hoje precisamos nos preocupar ainda com o design visual do texto (fontes,
inserção de caracteres especiais etc.). Não há mais a antiga divisão entre ensino
de línguas e ensino de artes: suas intersecções são relevantes. É preciso ater-se
para o uso diversificado da língua, pois não há mais o uso padrão; as exigências
variam de acordo com a situação: a escrita de um e-mail para um amigo ou para
o chefe, a apresentação textual de um relatório para o trabalho ou para a
Universidade, uma mensagem para seu grupo social de amigos do futebol ou
para a organização que você apóia com trabalho voluntário.
As possibilidades de letramento envolvem muito mais do que as convenções
gramaticais, embora importantes, mas principalmente a comunicação em
situações diversas, com o uso de ferramentas de texto que incluem
processadores de texto, manipulação de imagem, som e vídeo e edição de
textos. O letramento está relacionado a transpor dificuldades com textos não
familiares, para capacitar o aluno a entender seu significado, explorando suas
características além de regras gramaticais ou ortográficas, para que não se sinta
alienado ou excluído de seu contexto.
Na pedagogia dos Multiletramentos, há quatro ângulos que devem fazer parte do
processo de ensino-aprendizagem, sem uma sequência fixa ou separadamente.
As quatro orientações seguem abaixo:
Situated Practice (prática situada): envolve a imersão na experiência e a
utilização do conhecimento anterior do aluno. Pode, também, levar o aluno a um
contexto parcialmente conhecido, que através da ajuda de um instrutor/professor
chegará ao contexto final.
Overt Instruction (instrução explícita): envolve compreensão sistemática,
analítica e consciente do contexto. Requer a introdução de metalinguagens
explícitas para descrever e interpretar os fenômenos linguísticos de acordo com
seus diferentes aspectos.
Critical Framing (concepção crítica): é a interpretação do contexto social e
cultural do ensino específico da língua. Envolve a atitude crítica do aluno por trás
dos sentidos e significados que está estudando, em relação ao seu contexto.
Transformed Practice (prática transformada): é a transferência da prática de criar
significado (ou sentido) que ativa o significado transformado em outros contextos
ou lugares culturais. É a aplicação de um conceito aprendido em outra esfera
contextual, ou a criação de um novo conceito a partir de um já visto.
Para inserirmos a teoria de multiletramentos em sala de aula, antes de tudo é
necessário deixar claros os objetivos que pretendemos alcançar com o aluno, ou
seja, que ele possa participar da comunidade na qual está inserido a partir do
novo conhecimento e que saiba conviver com as novas tecnologias que o
incluem no cenário atual. Isso significa que o professor deve garantir que as
diferenças entre língua e cultura não representem barreiras para o sucesso
educacional e, ao mesmo tempo, que as minorias linguísticas, tais como
indígenas, imigrantes, falantes de dialetos variados, sejam incluídos no processo
de ensino-aprendizagem. A tecnologia não pode, de forma alguma, impedir o
acesso à educação.
A proposta de multiletramentos para a sala de aula deve ser pluralista, sem
práticas-modelo, com grande variedade de opções (KINDERMANN, 2010).
A título de exemplo, as tecnologias multimodais disponíveis para o ensino de
inglês estão relacionadas abaixo, sem sermos exaustivos.
TEXT 2.0
MULTIMÍDIA 2.0
Referências
KALANTZIS, Mary; COPE, B. Language Education and Multiliteracies. In MAY,
Stephen; HORNBERGER, N. (Eds) Encyclopedia of Language and Education.
Vol. 1, Springer, 2008, pp.195-211.
INTRODUÇÃO
As melhores técnicas, métodos e atividades de ensino não farão sentido se não
estiverem relacionadas a um plano de ensino. Os professores, por sua vez,
devem elaborar sua aula com o objetivo em mente, para que no decorrer da lição
consigam alcançá-lo.
Falaremos, aqui, sobre o plano de aula, como fazê-lo, o que considerar, como
atender aos alunos e suas expectativas.
Utilizamos o termo plano de aula, pois geralmente o plano de ensino é maior,
elaborado por diretores ou coordenadores de escolas, com a contribuição de
membros do corpo docente. Nesse caso, o professor utiliza a ementa do curso,
ou o plano de ensino, para fazer o planejamento de cada aula. Ou, em outros
casos, como das escolas de idiomas, a elaboração está atrelada ao manual do
nível ou módulo, portanto cabe ao professor planejar a sua aula de acordo com
sugestões e orientações pré-estabelecidas, provindas da direção do curso.
PLANO DE AULA
O plano de aula é elaborado a partir da construção final da ementa do
curso/disciplina, que constitui um plano maior, geralmente chamado plano de
ensino.
O conteúdo a ser trabalhado em uma aula fará, portanto, parte do programa do
curso, normalmente elaborado por diretores ou coordenadores, com o apoio de
alguns membros do corpo docente da escola.
Os dois princípios mais importantes a considerar para o planejamento da aula
são a variedade e a flexibilidade, de acordo com Harmer (1994). A variedade
está relacionada ao envolvimento dos alunos em um número de atividades
diferentes, com materiais diferentes, sempre que possível, para que a aula
nunca seja monótona, mas motivadora. Já a flexibilidade funciona como a
oportunidade para a mudança do plano de aula sempre que necessário. O que o
professor planejou pode não ser apropriado para aquele dia, dessa forma o
professor pode alterar seu plano para algo que funcione.
A rotina imposta aos alunos e a monotonia de fazer sempre as mesmas
atividades fazem com que os alunos fiquem desmotivados e não queiram
participar da aula ativamente. Isso pode ser evitado se o professor acredita que
a experiência da aprendizagem pode ser permanentemente estimulante e
interessante. Se um novo conteúdo é apresentado sempre da mesma forma,
então a apresentação de novo conteúdo vai se tornar cada vez menos
desafiadora ao aluno (e menos interessante). Se as atividades de leitura sempre
requerem que o aluno responda perguntas sobre o texto, por exemplo, e nunca
requerem outro tipo de tarefa, a leitura se tornará cada vez menos desafiadora.
O mesmo ocorrerá com toda e qualquer atividade que é constantemente
repetida.
Devemos sempre ter em mente qual é o propósito de uma atividade ou tarefa,
deixando-o claro para o aluno. Os alunos devem saber o porquê de fazer isso ou
aquilo e onde pretendemos chegar. Para conseguir atingir o objetivo do plano de
aula, o professor deve considerar, ainda, o perfil da maioria de seus alunos.
Assim, variando o tipo de tarefa ou atividade, fará com que a maioria consiga
atingir os objetivos, uma vez que cada aluno traz experiências anteriores
diversas e constrói seu universo de maneira específica.
A variedade é um princípio regido pelo tempo de duração de determinados
conteúdos do programa. Por exemplo, se uma aula vai durar 50 minutos,
sugere-se que as atividades sejam diversificadas durante esse tempo. A
apresentação de um novo conteúdo, por exemplo, que dura 50 minutos ou mais,
não é produtiva, pois desmotivará os alunos de ficar na mesma tarefa por tanto
tempo. Outro exemplo é uma aula ser totalmente voltada para a atividade de
leitura e compreensão de texto. Os alunos não se concentram. Mas se tivermos
várias atividades ou tarefas com trechos de textos, tais como discussão de ideias
principais, identificação de informação específica, redação a partir do texto lido
ou mesmo apresentação oral do que estava escrito, dentre outras, o aluno se
concentrará por mais tempo.
O professor que utiliza a variedade a seu favor deverá também ser flexível, visto
que estão inter-relacionados. Para que possa proporcionar variedade de tarefas,
deverá utilizar técnicas variadas que, geralmente, não estão dentro do mesmo
arcabouço metodológico, ou seja, deverão ser flexíveis para navegar por vários
conceitos metodológicos em uma mesma aula.
Para um bom planejamento, o professor deverá variar as técnicas, atividades e
métodos, a fim de criar o equilíbrio ideal para aquela turma ou sala em especial.
Em uma sala de ensino de inglês geral, por exemplo, o professor deverá
considerar o equilíbrio entre as quatro habilidades (escrever, ler, ouvir e falar):
apresentação do conteúdo, prática orientada para escutar e ler e, finalmente,
produzir seu próprio texto ou atividade comunicativa através da escrita ou da
fala.
A pergunta para se realizar um bom plano de aula deverá ser: o que espero que
o aluno sinta, saiba ou consiga fazer ao final da aula (ou grupos de aulas,
quando necessário), que não sabia, sentia ou fazia em seu início? Assim
criamos o objetivo do plano de aula.
EXEMPLO
O professor poderá utilizar um jogo para o ensino, pois seu objetivo
era deixar os alunos mais relaxados e sentirem-se mais positivos em
relação à aprendizagem de inglês.
Referências
HARMER, J. The Practice of English Language Teaching. 2. Ed. London and
New York: Longman, 1994.