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ALVENARIA ESTRUTURAL — BLOCOS


CERÂMICOS — PARTE 1: PROJETOS
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Situação atual no Brasil


Há normas desatualizadas para alvenaria de blocos de
concreto:

• NBR 10837:1989 - Cálculo de alvenaria estrutural de blocos


vazados de concreto

• NBR 8798:1985 - Execução e controle de obras em alvenaria


estrutural de blocos vazados de concreto

Problemas:

• Não há normas para alvenaria de outros materiais

• Cálculo – tensões admissíveis / valores médios

• Controle – valores característicos


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Normas para alvenaria de blocos de concreto estão sendo


atualizadas desde 2005 – trabalhos estão interrompidos

Normas para alvenaria de blocos cerâmicos: produzidas no


período de fev/2007 a ago/2008 em 2 partes:
• 1ª cálculo
• 2a execução e controle

Idéia:
• retomar o trabalho de revisão das normas de alvenaria de
concreto, apoiando-se nos textos produzidos para cerâmica

• no futuro fundir em norma única


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Mudança conceitual importante

Introdução da segurança

Tensões admissíveis Estados limites

Estados limites – consideração separada de:

Coeficientes de majoração de força

Coeficientes de minoração de resistência

Importante: manutenção do prisma como


corpo de prova da alvenaria
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Cálculo de alvenaria estrutural com blocos cerâmicos


Sumário

1 Escopo
2 Referências normativas
3 Termos e definições
4 Símbolos e termos abreviados
5 Requisitos gerais
6 Propriedades da alvenaria e de seus componentes
7 Segurança e estados limites
8 Ações
9 Análise Estrutural
10 Limites para dimensões, deslocamentos e fissuras
11 Dimensionamento
12 Disposições construtivas e detalhamento
Anexo A Dano acidental e colapso progressivo Informativos
Anexo B Alvenaria protendida
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Escopo

Requisitos mínimos para projeto de estruturas de alvenaria


de blocos cerâmicos

Análise do desempenho estrutural de elementos de alvenaria


de blocos cerâmicos inseridos em outros sistemas estruturais.

Não inclui: sismos, impactos, explosões e fogo.


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Documentação do projeto

•Planta de fiadas
•Elevações das paredes
•Detalhes de amaração
•Localização de pontos grauteados e armaduras
•Posicionamento de juntas de controle e dilatação

• Resistências características de prismas e grautes


• Faixas de resistência da argamassa
• Categoria classe e bitola dos aços

Opcional: resistências de blocos


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Componentes

6.1.2 Argamassa

Requisitos estabelecidos na ABNT NBR 13281.


Resistência à compressão: mínimo de 1,5 MPa
máximo limitado a 0,7fbk
Resistência: ABNT NBR 13279
Moldagem alternativa: moldes de 4 cm X 4 cm X 4 cm
adensamento manual (2 camadas)
30 golpes de soquete.

6.1.3 Graute

Influência na resistência verificada em laboratório, nas condições


de sua utilização.
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Coeficientes de ponderação de resistências

Tabela 6.2 – Valores de γm


Combinações Alvenaria Graute Aço

Normais 2,5 2,5 1,15

Especiais ou de construção 2,1 2,1 1,15

Excepcionais 2,1 2,1 1,0

6.3.3 Compressão simples


A resistência característica fk:

•ensaio de paredes ou
•estimada como 70% do prisma fpk
• ou 85% da pequena parede fppk
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6.3.4 Compressão na flexão


Compressão paralela às juntas de assentamento (~vigas):
• 70% do prisma ( se totalmente grauteada )
• 40% do prisma oco ( caso contrário )

Tabela 6.4 – Valores característicos da resist. ao cisalhamento (MPa)


Resistência Média de Compressão da Argamassa (MPa)
Local
1,5 a 3,4 3,5 a 7,0 acima de 7,0

Juntas horizontais 0,10 + 0,6 σ ≤ 1,0 0,15 + 0,6 σ ≤ 1,4 0,35 + 0,6 σ ≤ 1,7

Interfaces de paredes com amarração


0,35 0,35 0,35
direta

Nota: Quando existirem armaduras de flexão perpendiculares ao plano do


cisalhamento e envoltas por graute:

fvk = 0,35 + 17,5 ρ ≤ 0,7 MPa


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Ações
Aplica-se NBR8681

Desaprumo global
na qual:

1
θa =
100 H

H
oa H é altura total da edificação em metros
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Análise estrutural

9.2.3.3 Espessura efetiva

te = δ t lenr / eenr tenr / t = 1 tenr / t = 2 tenr / t = 3


6 1,0 1,4 2,0

8 1,0 1,3 1,7

10 1,0 1,2 1,4

15 1,0 1,1 1,2

20 ou mais 1,0 1,0 1,0

eenr

t
tenr
lenr
Le
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Análise estrutural

9.3 Interação dos elementos de alvenaria

9.3.1 Prescrições gerais

A interação de elementos adjacentes deve ser considerada


quando houver garantia de que as forças de interação possam
se desenvolver entre esses elementos e que haja resistência
suficiente na interface para transmiti-las.

O modelo de cálculo adotado deve ser compatível com o


processo construtivo.
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Análise estrutural
9.4 Interação entre a alvenaria e estruturas de apoio (efeito arco)

São proibidas reduções nos valores a serem adotados como


carregamento para estruturas de apoio, baseadas na consideração
do efeito arco, sem que sejam considerados todos os aspectos
envolvidos nesse fenômeno, inclusive a concentração de tensões
que se verifica na alvenaria.
P/L

Nota: tendo em vista o risco de


ARCO
ruptura frágil, cuidados especiais
devem ser tomados na verificação

H
do cisalhamento nas estruturas
de apoio.

hv
P/2 L P/2
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Limites para dimensões, deslocamentos e fissuras

10.1.1 Espessura Efetiva de Paredes


Edificações de mais de dois pavimentos : te ≥ 14 cm

10.1.2 Esbeltez máxima ( l= he/te)


Elementos estruturais não-armados 24
Elementos estruturais armados 30

10.1.3 Comprimento efetivo de flanges - limite bf ≤ 6t

t t

bf t bf bf
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Juntas de dilatação e controle

Juntas de dilatação no máximo a cada 24 m da edificação em


planta.

Limite pode ser alterado com avaliação mais precisa ou inclusão


de armaduras nas juntas de assentamento

Espaçamento máximo entre juntas verticais de controle (m)

Localização do t ≥ 14cm
t = 11,5 cm
elemento
Externa 10 8
Interna 12 10
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Dimensionamento

11.2 Dimensionamento da alvenaria à compressão simples

⎡ ⎛ λ ⎞3 ⎤
Paredes Nrd = fd A R sendo R = ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥
⎢⎣ ⎝ 40 ⎠ ⎥⎦

• A - área bruta

• R – mantido

• armadura desprezada

• pilares – redução de 10%


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11.3 Dimensionamento à flexão simples

Elemento não-armado Elemento armado

Obs fs=0,5.fyd=0,5 fyk/γm

Prudência
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11.4 Dimensionamento da alvenaria ao cisalhamento

twd=Vd/(b.d) desprezados eventuais flanges

Parcela absorvida pela alvenaria Va= fvd.b.d

Armadura paralela à força cortante atuante

( Vd − Va ) s
A sw =
0,5 f yd d
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11.5 Dimensionamento da alvenaria sob flexo-compressão

Alvenaria não-armada

Superposição: tensões normais lineares devidas ao momento


fletor com as tensões uniformes devidas à força normal

Devem satisfazer à inequação:

Nd Md
+ ≤ fd
A.R W .K
K=1,3 (confinamento)
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Alvenaria armada

Elementos curtos ( λ ≤ 12)

a) Apenas As min se
ex ≤ 0,5 h e Nd ≤ NRd = fd.b.(h-2ex)

b) Não atendidas as restrições anteriores:

M Rd = 0,5 f d b y (h − y) + f s1 As1 ( 0,5 h − d1 ) + f s 2 As 2 (0,5 h − d 2 )

N Rd = f d b y + f s1 As1 − f s 2 As 2
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Alvenaria armada

Elementos esbeltos ( λ > 12)

c) Acrescentar momento de 2ª ordem

N d (he )
2

M 2d =
2000 t
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Disposições construtivas e detalhamento

12.1 Cobrimentos

12.2 Armaduras mínimas

12.3 Diâmetro máximo das armaduras

12.4 Espaços entre barras

12.5 Estribos de pilares

12.6 Ancoragem

12.7 Emendas

12.8 Ganchos e dobras.


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Anexo A: Dano acidental e colapso progressivo

Idéia: evitar ou reduzir danos acidentais


evitar o colapso progressivo se o dano acidental ocorrer

Cuidados, que podem se superpor:

a) proteção através de estruturas auxiliares

b) reforço com armaduras construtivas para


aumentar a ductilidade

c) previsão de ruptura de um elemento,


computando-se o efeito nos elementos vizinhos
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Anexo B: Alvenaria protendida


O texto apresenta elementos simplificados para o dimensionamento
de elementos de alvenaria com protensão.

O dimensionamento é feito de forma que a força de protensão


elimine a tração em serviço no elemento de alvenaria.

O anexo apresenta:

• os fundamentos do dimensionamento
• hipóteses fundamentais
• resistência da alvenaria
• perdas de protensão
• tensões de contato
• ancoragem de apoios
• alguns aspectos relativos à execução

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