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Produção textual

Professor

Caderno de Atividades
Pedagógicas de
Aprendizagem
Autorregulada - 01
3ª Série | 1° Bimestre

Disciplina Curso Bimestre Série


Produção Textual Ensino Médio 1° 3ª

Habilidades Associadas
1. Produzir manifestos e panfletos que discutam aspectos políticos e sociais abordados nos
textos literários estudados, considerando a importância do tópico frasal para a proposição
de argumentos e premissas.
2. Avaliar a significação dos panfletos na configuração estética das produções literárias
modernistas.
Apresentação

A Secretaria de Estado de Educação elaborou o presente material com o intuito de estimular o


envolvimento do estudante com situações concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem
colaborativa e construções coletivas entre os próprios estudantes e respectivos tutores – docentes
preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado.
A proposta de desenvolver atividades pedagógicas de aprendizagem autorregulada é mais uma
estratégia pedagógica para se contribuir para a formação de cidadãos do século XXI, capazes de explorar
suas competências cognitivas e não cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma
autônoma, por meio dos diversos recursos bibliográficos e tecnológicos, de modo a encontrar soluções
para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional.
Estas atividades pedagógicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das
habilidades e competências nucleares previstas no currículo mínimo, por meio de atividades
roteirizadas. Nesse contexto, o tutor será visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem é
efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem.
Destarte, as atividades pedagógicas pautadas no princípio da autorregulação objetivam,
também, equipar os alunos, ajudá-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o
a tomar consciência dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prática.
Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observação e autoanálise, ele passa ater maior
domínio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno já domina, será possível contribuir para
o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as
ferramentas da autorregulação.
Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princípio da autorregulação, contribui-se
para o desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais para o aprender-a-aprender, o
aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser.
A elaboração destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulação Curricular, da
Superintendência Pedagógica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede
estadual. Este documento encontra-se disponível em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim
de que os professores de nossa rede também possam utilizá-lo como contribuição e complementação às
suas aulas.
Estamos à disposição através do e-mail curriculominimo@educacao.rj.gov.br para quaisquer
esclarecimentos necessários e críticas construtivas que contribuam com a elaboração deste material.

Secretaria de Estado de Educação

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Caro Tutor,
Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas
habilidades e competências do 1° Bimestre do Currículo Mínimo de Produção Textual da
3ª Série do Ensino Médio. Estas atividades correspondem aos estudos durante o período
de um mês.
A nossa proposta é que você atue como tutor na realização destas atividades
com a turma, estimulando a autonomia dos alunos nessa empreitada, mediando as
trocas de conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir no
percurso. Esta é uma ótima oportunidade para você estimular o desenvolvimento da
disciplina e independência indispensáveis ao sucesso na vida pessoal e profissional de
nossos alunos no mundo do conhecimento do século XXI.
Neste Caderno de Atividades, os alunos vão aprender sobre os gêneros textuais
MANIFESTO e PANFLETO. Na primeira parte deste caderno, eles vão conhecer as
características do manifesto e do panfleto, bem como a estruturação desses dois
gêneros e, ainda, compreender como eles estão relacionados ao nosso cotidiano. Na
segunda parte deste caderno, eles vão revisar as características de um manifesto e de
um panfleto e produzir seus próprios textos. Finalmente, ao término deste caderno, os
alunos serão avaliados sobre os dois gêneros textuais trabalhados.
Para os assuntos abordados em cada bimestre, vamos apresentar algumas
relações diretas com todos os materiais que estão disponibilizados em nosso portal
eletrônico Conexão Professor, fornecendo diversos recursos de apoio pedagógico para o
Professor Tutor.
Este documento apresenta 4 (quatro) Aulas. As aulas podem ser compostas por
uma explicação base, para que você seja capaz de compreender as principais ideias
relacionadas às habilidades e competências principais do bimestre em questão, e
atividades respectivas. Estimule os alunos a ler o texto e, em seguida, resolver as
Atividades propostas. As Atividades são referentes a dois tempos de aulas. Para reforçar
a aprendizagem, propõe-se, ainda, uma avaliação sobre o assunto.
Um abraço e bom trabalho!
Equipe de Elaboração

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Sumário

Introdução ............................................................................................... 03
Objetivos Gerais ...................................................................................... 05
Materiais de Apoio Pedagógico .............................................................. 05
Orientação Didático-Pedagógica ............................................................ 06
Aula 01: Manifesta aí! .............................................................................. 07
Aula 02: O manifesto na literatura modernista ....................................... 09
Aula 03: Vamos panfletar? ....................................................................... 15
Avaliação ................................................................................................. 23
Referências .............................................................................................. 31

Referências .............................................................................................. 39

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Objetivos Gerais

Na 3ª série do Ensino Médio, o enfoque do 1º bimestre na Produção Textual é o


estudo de manifestos e panfletos, gêneros que corroboram a compreensão dos
aspectos políticos e ideológicos presentes na estética modernista, assunto também
previsto para essa série. Para atingir tal objetivo, vamos inicialmente trabalhar o
MANIFESTO, destacando suas características e estruturação, bem como a seleção de
argumentos e a validação dos mesmos. Em seguida, passaremos ao estudo do gênero
textual PANFLETOS e a sua importância nos dias atuais, como texto informativo e
também formador de opinião. Destacaremos as suas características e os diferentes
modos de estruturar os gêneros.

Materiais de Apoio Pedagógico

No portal eletrônico Conexão Professor, é possível encontrar alguns materiais


que podem auxiliá-los. Vamos listar estes materiais a seguir:

Teleaula N° 72
O imperativo é o modo verbal utilizado quando se quer dar uma ordem.
No entanto, você verá que ele pode ser usado também para dar um
conselho ou fazer um pedido. Além disso, conhecerá o Modernismo –
Teleaulas movimento artístico que quebrou as regras da arte acadêmica – e ficará
sabendo o que foi a Semana de Arte Moderna de 1922.
Endereço eletrônico:
http://www.youtube.com/watch?v=aEzZHjmhdgI&list=PL5EABA03C7BEA
1AC2
Orientações
Pedagógicas http://www.conexaoprofessor.rj.
gov.br/curriculo_identificacao.asp
do CM

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Orientação Didático-Pedagógica

Para que os alunos realizem as Atividades referentes a cada dia de aula,


sugerimos os seguintes procedimentos para cada uma das atividades propostas no
Caderno do Aluno:
1° - Explique aos alunos que o material foi elaborado que o aluno possa compreendê-lo
sem o auxílio de um professor.
2° - Leia para a turma a Carta aos Alunos, contida na página 3.
3° - Reproduza as atividades para que os alunos possam realizá-las de forma individual
ou em dupla.
4° - Se houver possibilidade de exibir vídeos ou páginas eletrônicas sugeridas na seção
Materiais de Apoio Pedagógico, faça-o.
5° - Peça que os alunos leiam o material e tentem compreender os conceitos
abordados no texto base.
6° - Após a leitura do material, os alunos devem resolver as questões propostas nas
ATIVIDADES.
7° - As respostas apresentadas pelos alunos devem ser comentadas e debatidas com
toda a turma. O gabarito pode ser exposto em algum quadro ou mural da sala para
que os alunos possam verificar se acertaram as questões propostas na Atividade.
Todas as atividades devem seguir esses passos para sua implementação.

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Aula 1: Manifesta aí!

Caro aluno, nesta atividade você irá conhecer o gênero textual MANIFESTO.
Você sabe o que é um manifesto?

Leia o texto a seguir:

MANIFESTO CONTRA A USINA DE BELO MONTE

Abelardo Bayama Azevedo, ex-presidente do IBAMA, não foi a primeira pessoa a


renunciar do cargo devido à pressão pela construção da usina de Belo Monte. Seu
antecessor, Roberto Messias, também renunciou pelo mesmo motivo ano passado e a
própria Marina Silva abriu mão do Ministério do Meio Ambiente por desafiar Belo
Monte.

A Eletronorte, empresa que mais irá lucrar com Belo Monte, está demandando que
o IBAMA libere a licença ambiental para começar as obras mesmo com o projeto
apresentando graves irregularidades. Porém, em uma democracia, os interesses
financeiros não podem passar por cima das proteções ambientais legais – ao menos
não sem comprarem uma briga.

A hidrelétrica iria inundar 100.000 hectares da floresta, impactar centenas de


quilômetros do Rio Xingu e expulsar mais de 40.000 pessoas, incluindo comunidades
indígenas de várias etnias que dependem do Xingu para sua sobrevivência. O projeto
de R$30 bilhões é tão economicamente arriscado que o governo precisou usar fundos
de pensão e financiamento público para pagar a maior parte do investimento. Apesar
de ser a terceira maior hidrelétrica do mundo, ela seria a menos produtiva, gerando
apenas 10% da sua capacidade no período da seca, de julho a outubro.
A construção de Belo Monte pode começar ainda em fevereiro. O Ministro das
Minas e Energia, Edson Lobão, diz que a próxima licença será aprovada em breve,
portanto, temos pouco tempo para parar Belo Monte antes que as escavadeiras
comecem a trabalhar. Vamos desafiar Dilma no seu primeiro mês na presidência com
um chamado ensurdecedor para ela fazer a coisa certa: parar Belo Monte.

(PSOL - Juiz de Fora – 12/02/2011)

Disponível em: http://psol50juizdefora.blogspot.com.br/2011/02/manifesto-contra-usina-de-belomonte.html.


Acesso em: 19/07/2013. Texto adaptado.

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Atividade 1

ATIVIDADE 1: Manifesta aí!

Analisando o manifesto...

Após a leitura do texto acima, você deve ter observado que o manifesto
pertence ao gênero argumentativo. Isto porque, a partir de argumentos convincentes,
entidades, instituições ou órgãos sociais expõem determinada decisão, ideia, concepção
ou questionam algum problema que seja de interesse coletivo. Os manifestos também
podem ser feitos por um grupo de pessoas, uma só pessoa, um sindicato, um partido
político etc.

1) O manifesto acima foi produzido por quem e a quem ele é dirigido?


O manifesto foi produzido pelo PSOL de Juiz de Fora e postado em seu blog na Internet.
É dirigido ao público leitor, a fim de levá-lo a ter conhecimento da situação da
construção da usina de Belo Monte.
Professor observe se o aluno foi capaz de identificar o emissor e o receptor do
manifesto proposto.

2) Com que objetivo esse manifesto foi criado?


Dar conhecimento a todos da situação de Belo Monte e convocar o público leitor a
desafiar a presidente Dilma a “parar Belo Monte antes que as escavadeiras comecem a
trabalhar”.

O manifesto está baseado em argumentações, pois há a intenção, por parte dos


manifestantes, de persuadir (convencer o leitor de algo).

3) Agora, releia o primeiro parágrafo e copie o(s) argumento(s).


Na verdade, o argumento pode ser sintetizado em apenas um: a renúncia de cargos
ocupados por alguns governantes (Abelardo Bayama Azevedo - Presidência do IBAMA;
Roberto Messias, seu antecessor; Marina Silva - Ministério do Meio Ambiente), causada
pela pressão para construir Belo Monte.

A estrutura de um manifesto não é bem definida. No entanto, com muita


frequência, ele segue a estrutura da dissertação, com introdução, desenvolvimento e
conclusão. Em geral, há um título e, às vezes, um subtítulo.

4) Qual o título do manifesto?


Manifesto contra a usina de Belo Monte.

5) No último parágrafo, temos a conclusão. Como os manifestantes finalizam o texto?


Eles finalizam com o argumento de que temos pouco tempo para evitarmos que as
escavadeiras comecem a trabalhar e convocam os destinatários a fazerem um chamado

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ensurdecedor à presidente Dilma, a fim de que ela dê um encaminhamento adequado
ao problema.

A linguagem usada no manifesto pode variar dependendo do veículo de


divulgação (jornal, revista, rádio, televisão, internet), do público a quem é dirigido e,
também, do estilo dos manifestantes. Costuma-se preferir a variedade padrão formal da
língua, com os verbos no imperativo ou no presente do indicativo.

6) Qual o tipo de variedade foi redigido o documento? Por quê?


O documento foi redigido na língua formal padrão devido à sua divulgação na internet,
pois seria mais acessível ao público a que se destina.

7) Em relação ao tempo verbal, qual é o predominante? Justifique.


O tempo verbal é o presente do indicativo, pois o fato estava sendo discutido naquele
momento e as obras de construção da hidrelétrica ainda iriam começar, conforme o
texto, em fevereiro do ano seguinte à escrita do manifesto.

Aula 2: O manifesto na literatura modernista

Na primeira fase do Modernismo brasileiro, foram escritos vários manifestos,


pelos grupos de vanguarda, que desejavam dar novos matizes ao processo de
renovação artística no país.

Os principais manifestos dessa fase foram:

• Manifesto pau-brasil;

• Manifesto Verde-Amarelo e Grupo Anta;

• Manifesto Antropofágico.

Esses manifestos eram publicados nas revistas de arte e cultura lançadas pelos
grupos modernistas. Essas publicações serviam para divulgar suas ideias. As principais
foram:

 Klaxon (1922, São Paulo);

 Estética (1924, Rio de Janeiro);

 A Revista (1925, Minas Gerais);

 Madrugada (1925, Rio Grande do Sul);

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 Terra Roxa e Outras Terras (1926, São Paulo);

 Festa (1928, Rio de Janeiro).

Vejamos alguns trechos dos principais manifestos:

► MANIFESTO PAU-BRASIL – escrito por Oswald de Andrade e publicado em 1924 no


jornal “O Correio da Manhã”, esse manifesto enfatizava a necessidade de se criar uma
arte de acordo com as características do povo brasileiro, com uma absorção crítica da
modernidade europeia.

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Oswald_de_andrade_1920.jpg

Oswald de Andrade foi um nome decisivo para o Modernismo brasileiro

"A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela,
sob o azul cabralino, são fatos estéticos. O Carnaval no Rio é o acontecimento religioso
da raça. Pau-Brasil. Wagner submerge ante os cordões de Botafogo. Bárbaro e nosso.
A formação étnica rica. Riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a
dança.
[...]
A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição
milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos.
Não há luta na terra de vocações acadêmicas. Há só fardas. Os futuristas e os
outros.
Uma única luta - a luta pelo caminho. Dividamos: Poesia de importação. E a Poesia
Pau-Brasil, de exportação.
[...]
O trabalho contra o detalhe naturalista - pela síntese; contra a morbidez romântica
- pelo equilíbrio geômetra e pelo acabamento técnico; contra a cópia, pela invenção e
pela surpresa.
[...]

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A reação contra todas as indigestões de sabedoria. O melhor de nossa tradição
lírica. O melhor de nossa demonstração moderna.
Apenas brasileiros de nossa época. O necessário de química, de mecânica, de
economia e de balística. Tudo digerido. Sem meeting cultural. Práticos. Experimentais.
Poetas. Sem reminiscências livrescas. Sem comparações de apoio. Sem pesquisa
etimológica. Sem ontologia.
Bárbaros, crédulos, pitorescos e meigos. Leitores de jornais. Pau-Brasil. A floresta e
a escola. O Museu Nacional. A cozinha, o minério e a dança. A vegetação. Pau-Brasil."

Disponível em:
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/m/manifesto_pau_brasil

► MANIFESTO ANTROPOFÁGICO – escrito por Oswald de Andrade com a ajuda de


Mario de Andrade e Raul Bopp, este manifesto foi publicado na “Revista de
Antropofagia” em 1928. A proposta era alimentar-se de todas as ideias estrangeiras
trazidas para o Brasil a fim de promover uma produção cultural e artística mais rica,
criativa e, ao mesmo tempo, própria. O nome do manifesto recupera a crença indígena
de que, ao comerem o inimigo, estariam assimilando as suas virtudes. A tela de Tarsila
do Amaral intitulada Abaporu (aba= homem; poru = que come) foi uma grande
inspiração.

"Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.


Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os
coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.
Tupi, or not tupi that is the question.
Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos.
Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.
[...]
Contra todos os importadores de consciência enlatada. A existência palpável da
vida. E a mentalidade pré-lógica para o Sr. Lévy-Bruhl estudar.
Queremos a Revolução Caraíba. Maior que a Revolução Francesa. A unificação de
todas as revoltas eficazes na direção do homem. Sem nós a Europa não teria sequer a
sua pobre declaração dos direitos do homem.
[...]
Contra o Padre Vieira. Autor do nosso primeiro empréstimo, para ganhar comissão.
O rei-analfabeto dissera-lhe: ponha isso no papel mas sem muita lábia. Fez-se o
empréstimo. Gravou-se o açúcar brasileiro. Vieira deixou o dinheiro em Portugal e nos
trouxe a lábia.
[...]
Contra o mundo reversível e as ideias objetivadas. Cadaverizadas. O stop do
pensamento que é dinâmico. O indivíduo vítima do sistema. Fonte das injustiças
clássicas. Das injustiças românticas. E o esquecimento das conquistas interiores.
[...]
Contra as histórias do homem que começam no Cabo Finisterra. O mundo não

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datado. Não rubricado. Sem Napoleão. Sem César.

A fixação do progresso por meio de catálogos e aparelhos de televisão. Só a


maquinaria. E os transfusores de sangue.
Contra as sublimações antagônicas. Trazidas nas caravelas.
[...]
Somos concretistas. As ideias tomam conta, reagem, queimam gente nas praças
públicas. Suprimamos as ideias e as outras paralisias. Pelos roteiros. Acreditar nos
sinais, acreditar nos instrumentos e nas estrelas.
[...]
Contra a realidade social, vestida e opressora, cadastrada por Freud - a realidade
sem complexos, sem loucura, sem prostituições e sem penitenciárias do matriarcado de
Pindorama."

Disponível em:
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/m/manifesto_antropofagic
o

Disponível em: Disponível em:


http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Revantrof.png http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Abaporu.jpg

Capa da Revista de Antropofagia Tela Abaporu (1928), de Tarsila do Amaral

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Atividade 2

ATIVIDADE 2: O manifesto na literatura modernista

1) Depois de ler os dois fragmentos dos principais manifestos literários, responda o que
eles denunciam e o que defendem?

DENUNCIAM DEFENDEM
a) Manifesto Pau-brasil a) Manifesto Pau-brasil
O trabalho com detalhes do naturalismo; a A língua sem arcaísmos, sem erudição,
morbidez romântica, com o equilíbrio com erros, de acordo com a nossa fala; a
estrutural e refinamento técnico; a cópia. invenção; o que há de melhor na nossa
tradição lírica e demonstração moderna;
nada com o “meeting” cultural; poetas
sem reminiscências livrescas etc..

b) Manifesto Antropofágico b) Manifesto Antropofágico

Contra todas as catequeses; contra todos os A união social, econômica e filosófica


importadores de consciência enlatada;. através da Antropofagia; a Antropofagia
contra o Padre Vieira e a sua escola de como a única lei do mundo, de todos os
catequese indígena; contra o mundo coletivismos, de todas as religiões e de
reversível e as ideias objetivas, sem todos os tratados de paz; a Revolução
dinamismo; contra as injustiças clássicas, Caraíba; a unificação de todas as revoltas
românticas etc. eficazes em prol do homem.

2) Como você observou, o manifesto é um dos gêneros textuais que permite ao


indivíduo exercer o seu direito de cidadania ao denunciar um problema de interesse
coletivo ou individual. Representa uma tomada de posição em relação a alguma
questão individual ou coletiva. Que tal, você e seus colegas construírem um manifesto
juntos?

Cada grupo deverá redigir um “Manifesto em defesa da segurança no bairro”.

Antes, porém, vamos ler um trecho de um manifesto denunciando a insegurança


dos cidadãos de São José de Mipibu, cidade do Rio Grande do Norte. O texto foi

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veiculado na internet e fez um apelo público a toda a comunidade. Ele pode servir de
modelo para que você e seus colegas construam o seu próprio manifesto a seguir.

Para: Cidadãos de São José de Mipibu

Endereço esse manifesto para todos aqueles que, de alguma forma, contribuem
para a vida de nossa cidade.
Como cidadãos, temos o dever de cobrar de nossos políticos, um tratamento mais
digno, principalmente quanto à segurança pública.
Nos últimos tempos, temos vivido uma onda de violência, capaz mesmo de
impedir o direito mais precioso que um cidadão possui e que é garantido pelo art. 5º
da Constituição Federal: o direito à LIBERDADE. Nós, hoje, não nos sentimos seguros
para sair de casa, para ir para o trabalho, para ir à escola, para frequentar a igreja,
para ficar na porta de nossas casas. A única garantia de segurança é estar dentro de
casa.
Enquanto isso, todos os dias sai uma nova notícia de assaltos a lojas, mercados,
farmácias. Nós, cidadãos, ficamos reféns de tamanha covardia.
Desse modo, faço desse manifesto um apelo público a toda comunidade, para
que se forme uma corrente em defesa segurança pública em nossa cidade, chamando
a atenção para o problema que vivemos, e para a necessidade da melhoria imediata.
DIGA NÃO À VIOLÊNCIA! QUEREMOS SEGURANÇA JÁ! Para isso, os REPRESENTANTES
DO POVO, vulgo prefeita e vereadores, além da nossa polícia, precisam mostrar
serviço, apresentando as medidas cabíveis de combate à violência e os resultados
imediatos.
Passe esse manifesto. Mobilize-se. E que dias melhores possam vir.

Atenciosamente,
Os signatários

Disponível em: http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N13734. Texto adaptado.

Agora, mãos à obra!

Para ajudá-lo, veja as dicas abaixo:

1) Organizem um plano de trabalho.


2) Troquem ideais e definam o ponto de vista a ser exposto.
3) Escolham o destinatário (para quem será divulgado).
4) Exponham o ponto de vista de maneira clara e objetiva, selecionando argumentos
que vão fundamentá-lo.
5) Escolham um título que sintetize o pensamento do grupo.
6) Complete com local, data e assinatura.

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7) Usem os verbos de preferência no presente do indicativo e na 1ª pessoa e
empreguem uma linguagem adequada a quem será dirigido.
8) Concluído o trabalho, troquem com outro grupo e peçam para que dê sugestões
para melhorá-lo.

Bom trabalho!

(ATENÇÃO: Fazer esta parte da atividade em uma folha separada!)

Orientações ao professor:

Professor, nesta atividade é fundamental verificar se os alunos se empenharam em


produzir um exemplar do gênero em foco e se, seguindo as orientações oferecidas,
foram capazes de se expressar com objetividade, clareza e com respeito registro
padrão da língua.

Aula 3: Vamos panfletar?

Caro aluno, nesta aula você irá conhecer o gênero textual PANFLETO. Você
sabe o que é um panfleto?

Leia o panfleto a seguir, observando cuidadosamente a ilustração, o título da


campanha e as demais informações do texto.

Disponível em: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/2/normal_cigarro.jpeg

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Você já deve ter observado várias campanhas semelhantes a essa, com o
objetivo de esclarecer e orientar a população sobre um determinado assunto e
persuadi-la a tomar certos cuidados ou a colaborar com uma determinada ação. A esse
texto chamamos de panfleto.

Veja, então, uma definição de panfleto:

Panfleto pode ser definido como um “texto publicitário curto, impresso em folha
avulsa, com distribuição corpo a corpo feita em locais de grande circulação”.

Fonte: COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica Editora: 2008.

Atividade 3

ATIVIDADE 3: Vamos panfletar?

Analisando os panfletos...

Após a leitura do panfleto acima, você deve ter observado que os textos de
campanha comunitária têm por finalidade incentivar a população a participar de uma
causa de interesse geral. O locutor (emissor) pode ser um órgão público ou particular e
o destinatário é o público em geral. Em campanhas públicas, como as descritas acima, o
suporte pode ser o panfleto, o cartaz, os jornais e as revistas, como também a internet.
Vamos analisar o seguinte panfleto:

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Disponível em:
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/chamadas/raiva_folheto2007_1271441478.jpg

1) O panfleto acima faz parte de uma campanha comunitária. Qual é o objetivo dessa
campanha?
Chamar a atenção das pessoas que possuem animais de estimação, no caso, cães e
gatos.

A estrutura dos panfletos é variável, mas geralmente esse gênero é formado por
um texto verbal, uma imagem, um título chamativo e, às vezes, um subtítulo.

2) Qual é o título do panfleto?


“Carinho e atenção ao seu cão e gato”.

3) Há algum subtítulo? Se há, transcreva-o e explique o seu sentido.

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Sim. “Você é responsável pela saúde do seu cão e gato. Vacine seu animal anualmente.”
A mensagem expressa no subtítulo tenta chamar a responsabilidade de quem possui
cães e gatos e convoca-os a vaciná-los.

Em geral, os panfletos de campanha comunitária costumam apresentar, logo


abaixo do texto, um logotipo ou outro modo de identificação da entidade ou órgão
responsável pela mensagem que está sendo divulgada.

4) Quem é o emissor do texto da campanha comunitária acima?


O emissor é a Prefeitura da Cidade de São Paulo em parceria com a COVISA
(Coordenação de Vigilância em Saúde).

5) A quem se destina esse panfleto?


Ao público que possui cães ou gatos.

No panfleto, é importante que a linguagem seja clara, objetiva, com o emprego


da variante formal padrão da língua. Além disso, é notável o emprego de argumentos e
instruções com verbos no modo imperativo.

6) Que variedade linguística foi usada no panfleto?


A variedade padrão da língua.

7) Houve a utilização de verbo no modo imperativo? Se sim, destaque-o(s) e justifique a


sua utilização nesse tipo de texto.
Sim, mas apenas um: “Vacine”. Nos textos de panfletos de campanha comunitária
procura-se não só informar, mas também persuadir e aconselhar o leitor.

8) Há instruções e argumentos no texto do panfleto? Caso haja, justifique com partes do


texto.
Sim. Todo o texto traz instruções que devem ser cumpridas ao se levar cães e gatos para
a vacinação, daí o uso da palavra “Lembre-se” antes de enumerar as instruções. Em

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relação ao argumento para convencer o leitor, o subtítulo tenta convencer os donos de
cães e gatos, dizendo: “Você é responsável pela saúde do seu cão e gato”.

Agora, é a sua vez de produzir um panfleto. Antes de começarmos, porém,


vamos recapitular o que vimos até aqui sobre esse gênero?

Principais características e estrutura do gênero textual panfleto

 Estrutura:

• Título: deve aparecer em destaque e atrair imediatamente a atenção


do leitor.

• Texto: com argumentos para convencer o público-alvo; deve fazer um


apelo; ter marcas de interlocução - dialogar com o leitor – (uso de
pronomes pessoais e possessivos, verbos na 2ª pessoa do discurso).

• Assinatura: em geral, aparece no canto direito inferior, fechando a


campanha que está sendo divulgada – sigla do órgão e logotipo.

• Imagem: tem grande importância para a persuasão, devendo ter cor,


movimento, luz, textura etc.

 Linguagem: há liberdade em relação às características da variedade padrão,


pelo fato de buscar uma maior aproximação com o leitor.

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9) Observe a imagem a seguir:

Disponível em: http://www.aids.gov.br/campanha/dia-mundial-2003-discriminacao-e-preconceito

A imagem acima é parte de um panfleto criado para o Dia Mundial de Luta


Contra a AIDS e Discriminação e Preconceito. O Ministério da Saúde fez essa campanha
com o objetivo de promover uma mobilização social, envolvendo todo o país no
combate à e prevenção da doença.

Agora, o desafio é que você complete esse panfleto. Para isso, crie um título
para a campanha, um texto e não se esqueça da assinatura. Esse panfleto deverá se
dirigir à população em geral.

Para ajudá-lo, siga as instruções abaixo:

a) Pense no perfil dos leitores que pretende atingir.


b) Faça um planejamento do texto (em que consiste a campanha, qual é o seu
objetivo, o que fazer para participar dela).
c) Escreva seu texto na variedade padrão e adote uma linguagem clara, objetiva e
persuasiva, acessível ao tipo de público a que se destina. Faça uso de verbos no
imperativo.

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d) Crie um título chamativo e persuasivo.
e) Faça um rascunho e só passe a limpo depois de realizar uma revisão cuidadosa.

Bom trabalho!

(Atividade, com adaptações, baseada no livro do PNLD: Português linguagens / William Roberto
Cereja e Thereza Cochar Magalhães. 7. ed. reform. Editora Saraiva, 2010. Vol. 2, p. 32).

Orientações ao professor:

Esta atividade está centrada na produção e análise de panfletos. Inicialmente, o


aluno lerá um texto exemplificativo e, depois, fará a revisão sobre gênero através do
quadro resumo.
O importante aqui é que o professor avalie o processo individual ou coletivo de
elaboração do texto.
Os próprios alunos devem ler, analisar e criticar os textos dos colegas, sugerindo
mudanças e questionando trechos pouco claros. É importante também que o aluno
aprenda a avaliar o próprio texto, através dos critérios estabelecidos nas orientações.

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Critérios de avaliação dos textos

Para a avaliação dos textos produzidos pelos alunos, é importante que o


professor leve em conta:
-adequação ao tema;
-adequação discursiva (a organização do texto obedece à lógica interna quanto aos
aspectos de coesão, coerência, correção gramatical, evidência de uso/domínio da
norma culta, com emprego da concordância?);
-adequação linguística (uso de tempos verbais predominantes/adequados ao
tipo/gênero de texto, por exemplo);
-marcas de autoria (o título criado é instigante/atrativo? as ideias elaboradas
demonstram originalidade?);
-convenções de escrita (o texto atende às convenções morfossintáticas, ortográficas,
de acentuação e pontuação? Há rompimento de uma das convenções de escrita, e se
isso está a serviço do sentido pretendido pelo texto?).

Estratégias textualizadoras:

• uso dos recursos linguísticos em relação ao contexto em que o texto é


construído (elementos de referência pessoal, temporal, espacial, registro
linguístico, grau de formalidade, seleção lexical, tempos e modos verbais);
• uso de recursos linguísticos em processos de coesão textual (elementos de
articulação entre segmentos do texto, referentes à organização – temporal
e/ou espacial – das sequências do texto ou à construção da argumentação);
• modos de organização da composição textual – sequências textuais (tipos
textuais narrativo, descritivo, argumentativo, injuntivo, dialogal);
• organização da macroestrutura semântica (dimensão conceitual), articulação
entre as ideias / proposições (relações lógico-semânticas);
• organização e progressão temática.

(MEC/SEB. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Brasília: Ministério da


Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. V. 1, p 38.)

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Avaliação

Caro, Professor Aplicador, sugerimos algumas diferentes formas de avaliar as turmas


que estão utilizando este material:

1° Possibilidade:
As disciplinas nas quais os alunos participam da Avaliação do Saerjinho, pode-se
utilizar a seguinte pontuação:
 Saerjinho: 2 pontos
 Avaliação: 5 pontos
 Pesquisa: 3 pontos

As disciplinas que não participam da Avaliação do Saerjinho, podem utilizar a


participação dos alunos durante a leitura e execução das atividades do caderno como
uma das três notas. Neste caso teríamos:

 Participação: 2 pontos
 Avaliação: 5 pontos
 Pesquisa: 3 pontos

Caro aluno, neste momento você irá avaliar os seus conhecimentos sobre o gênero
textual MANIFESTO.

Em geral, os exames vestibulares pedem em suas provas de redação um tipo de


texto argumentativo, e o manifesto poderá ser um deles.

Leia atentamente as questões a seguir.

1. Gênero textual ou gênero de texto refere-se às diferentes formas de expressão


textual. Nos estudos da Literatura, temos, por exemplo, poesia, crônicas, contos etc.
Para a Linguística, os gêneros textuais englobam estes e todos os textos produzidos

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por usuários de uma língua. Assim, ao lado da crônica, do conto, vamos também
identificar a carta pessoal, a conversa telefônica, o e-mail e tantos outros exemplares
de gêneros que circulam em nossa sociedade. Quanto à forma ou estrutura das
sequências linguísticas encontradas em cada texto, podemos classificá-los dentro dos
tipos textuais a partir de suas estruturas e estilos composicionais.

Francisco José é formado em Geografia e mora em um bairro que fica dentro de um


parque ecológico protegido por leis ambientais. Preocupado com o desmatamento da
área para construção de novos prédios, ele procurou um importante jornal de sua
cidade e protestou por meio dos seguintes meios textuais:

a) carta de leitor e panfleto.

b) editorial e resenha crítica.

c) carta de leitor e crônica.

d) crônica e relatório.

e) manifesto e editorial.

(Disponível em: http://www.fortaleza.ce.gov.br/sites/default/files/projeto_academia_enem_2013_-_apostila_-


_completa.pdf - com adaptações).

Letra E, manifesto e editorial. Ambos os gêneros são argumentativos e primam pela


opinião dos interlocutores.

2. Leia o texto abaixo e responda as questões sobre o mesmo.

Tenho vindo a dizê-lo repetidas vezes: trata-se de uma mera vingança da


sociedade, mas não traz qualquer solução para os problemas sociais e econômicos
que levam ao crime. Daí, que considere que é inaceitável a pena de morte. De fato,
tal penalização em nada repara o sofrimento da vida ou da família; em nada serve de
castigo exemplar, pois, se o fosse, bastava ter havido um só executado. Em nada segue
o exemplo dado pelos países civilizados, em que tem sido transformada em prisão
perpétua sem que isso represente um aumento das respectivas taxas de
criminalidade; em nada reduz um direito da sociedade, pois se não foi ela que deu a

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vida ao criminoso, também não será ela que tem o direito de a retirar; em nada
simboliza um gesto da humanidade, de amor ao próximo e de fraternidade, cuja
carência está, psicologicamente, na base de qualquer crime violento. Em nada se pode
basear a defesa de tão repugnante, vil, odioso e chocante procedimento como a pena
de morte.

(Manifesto Anônimo)

a) Identifique o problema sobre o qual o texto toma posição.

O problema é se a pena de morte é aceitável.


b) Identifique a tese principal (posição a ser defendida) do autor.

Na tese, o autor defende que não há justificativas para a pena de morte, pois não
defende a sociedade contra o crime e não está de acordo com a moral nem com o
direito.

c) Explique os argumentos (justificativas) apresentados:

▪Argumento que critica a ideia da pena de morte como reparação do sofrimento.

A pena de morte é legítima caso ela consiga reparar o sofrimento. Mas a pena de morte
não repara o sofrimento, logo, ela não é legítima.

▪ Argumento que critica a ideia da pena de morte como castigo exemplar.

Se a pena de morte fosse um castigo exemplar, bastaria apenas uma execução para
prevenir os crimes hediondos. No entanto, é falso dizer que as execuções previnem
crimes repulsivos. Logo, é falso dizer que a pena de morte seja um castigo exemplar.

▪ Argumento baseado no progresso civilizacional.

Em geral, os países desenvolvidos e mais civilizados substituem a pena de morte pela


prisão perpétua, sem a desvantagem para o aumento dos crimes. Assim, devemos
seguir os países mais civilizados, adotando a prisão perpétua.

▪ Argumento baseado nos princípios do direito.

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Se não foi a sociedade que deu a vida ao criminoso, também ela não tem o direito de
tirá-la.

▪ Argumento baseado nas condições da boa cidadania e da paz social.

Se a pena de morte é legítima, ela deve contribuir para a diminuição dos crimes
hediondos; se a sociedade perde os laços de amor e fraternidade com o próximo, os
crimes aumentam. Logo, a pena de morte não é legítima.

(Disponível em: http://lrsr1.blogspot.com.br/2011/02/ficha-36-exercicios-de-analise-de.html - com


adaptações).

3. Os quadros abaixo fazem parte de um “Manifesto” criado por uma revista feminina:

(Disponível em: http://revistatpm.uol.com.br/manifesto. Adaptado.)

Em comum, eles apresentam:

a) o emprego da linguagem formal.


b) a valorização de uma aparência natural, despojada.
c) a desconstrução de clichês divulgados na mídia.
d) a desconstrução da imagem de esposa perfeita.
e) a desmistificação da família perfeita.

(Disponível em: http://www.insper.edu.br/vestibular/wp-


content/uploads/2012/11/Testes_B_1_30_Manha_2013_1.pdf)

Letra C, a desconstrução de clichês divulgados na mídia. Explique que a mídia é


divulgadora de clichês (ideia ou expressão muito comum). Há o emprego de linguagem
coloquial (“chapada”). Não há a intenção de valorizar uma aparência natural (“barriga

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chapada em 15 dias”; “contar calorias”). Não tem a intenção de desconstruir a esposa
dita perfeita, pelo contrário, o manifesto é uma crítica às ideias femininas da
sociedade moderna. Não leva o assunto para o lado familiar.

Nesta parte da avaliação, você irá testar os seus conhecimentos sobre o gênero
textual panfleto.
Responda às questões abaixo.

4. Observe a imagem. Ela pode ser caracterizada como:

a) “um impresso de pequeno porte, constituído de uma só folha de papel com uma ou
mais dobras sanfonadas”.
b) “aviso por meio do qual se divulga algo ao público”.
c) “toda e qualquer espécie de comunicação oral ou escrita”.
d) “texto breve, objetivo, em cujo enunciado predomina a frase nominal”.
e) “texto publicitário curto, impresso em folha avulsa, com distribuição corpo a corpo
feita em locais de grande circulação”.

Letra E, pois esta definição pertence ao panfleto. Na letra A temos a definição de folder;
na B, definição de anúncio; na C, definição de aviso e na D, definição de legenda.

5. A figura abaixo é parte de um panfleto de campanha publicitária.

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NEM SEMPRE É O CRIMINOSO QUE
VAI PARAR ATRÁS DAS GRADES

DENUNCIE O TRÁFICO DE
ANIMAIS SILVESTRES
QUEM VAI PARAR ATRÁS DAS GRADES
Revista Com Ciência Ambiental, ano 2, n. 10, abr./2007.

Essa campanha publicitária relaciona-se diretamente com a seguinte afirmativa:

a) O comércio ilícito da fauna silvestre, atividade de grande impacto, é uma ameaça


para a biodiversidade nacional.
b) A manutenção do mico-leão-dourado em jaula é a medida que garante a
preservação dessa espécie animal.
c) O Brasil, primeiro país a eliminar o tráfico do mico-leão-dourado, garantiu a
preservação dessa espécie.
d) O aumento da biodiversidade em outros países depende do comércio ilegal da
fauna silvestre brasileira.
e) O tráfico de animais silvestres é benéfico para a preservação das espécies, pois
garante-lhes a sobrevivência.

(Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2007/2007_amarela.pdf)

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Letra A. Trata-se de um comércio ilegal que traz grandes malefícios a fauna silvestre.
Não se garante a preservação de espécies, criando-as em jaula; é necessário que os
animais vivam em seu habitat. O mico-leão-dourado é parte do bioma brasileiro. Não
se aumenta a biodiversidade de outros países, levando para estes animais do comércio
ilegal, pois cada espécie tem seu próprio habitat. O tráfico de animais silvestres não
traz nenhum benefício para se preservar uma espécie; a espécie deve ser respeitada
em seu próprio habitat.

6. Observe o panfleto abaixo:

O texto tem o objetivo de solucionar um problema social,

a) descrevendo a situação do país em relação à gripe suína.


b) alertando a população para o risco de morte pela influenza A.
c) informando a população sobre a iminência de uma pandemia de influenza A.
d) orientando a população sobre os sintomas da gripe suína e procedimentos para evitar
a contaminação.

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e) convocando toda a população para se submeter a exames de detecção da gripe suína.

(Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2009/dia2_caderno7.pdf - com


adaptações)

Letra D. A solução do problema virá através da orientação para a população sobre os


sintomas da gripe. Descrever a situação do país sobre os casos de gripe, alertar a
população sobre o risco de morte e a iminência de uma pandemia, não fará com que a
população tome os devidos cuidados a fim de evitar a gripe. Como também, somente
submeter a população a exames, não irá levá-la a se prevenir.

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Referências

[1] ANTUNES, Irandé. Análise de textos: fundamentos e práticas. São Paulo: Parábola
Editorial, 2010. (Estratégias de ensino; 21)

[2] COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica
Editora, 2008.

[3] GUEDES, Paulo Coimbra. Da redação à produção textual: o ensino da escrita. São
Paulo: Parábola Editorial, 2009. (Estratégias de ensino; 12)

[4] DELL’ISOLA, Regina Lúcia Péret (Org.). Nos domínios dos gêneros textuais. Belo
Horizonte: FALE/UFMG, 2009. Vol. 1
(Disponível em: http://www.letras.ufmg.br/vivavoz/data1/arquivos/nosdominiosdosgeneros-
v1.pdf . Acesso em: 19/07/2013.)

[5] SAMOYAULT, Tiphaine. A intertextualidade. Tradução de Sandra Nitrini. São Paulo:


Aderaldo & Rothschild, 2008. (Linguagem e Cultura; 40)

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Equipe de Elaboração

COORDENADORES DO PROJETO

Diretoria de Articulação Curricular

Adriana Tavares Maurício Lessa

Coordenação de Áreas do Conhecimento

Bianca Neuberger Leda


Raquel Costa da Silva Nascimento
Fabiano Farias de Souza
Peterson Soares da Silva
Ivete Silva de Oliveira
Marília Silva

Professores Colaboradores:

Heloisa Macedo Coelho


Ivone da Silva Rabello
Rosa Maria Ferreira Correa

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