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ROTEIRO PRÁTICO PARA FACILITAR A

ESCOLHA E ELABORAÇÃO (COM


SUCESSO) DE UM RELATÓRIO DE
PESQUISA

Angela da Rocha

por Fábio Araujo


PERSPECTIVA HISTÓRICA
O NASCIMENTO DA CIÊNCIA

 O nascimento da ciência respondeu a uma necessidade


intelectual, específica à espécie humana, de entender para
entender (ex. astronomia).
 DE FATO, A CIÊNCIA NÃO É UM INSTRUMENTO DE
AÇÃO SOBRE A NATUREZA, DIFERENTEMENTE DA
TÉCNICA. ELA TENTA ENTENDER COMO O RESULTADO
DE ALGO FOI CONSEGUIDO. BUSCA A RELAÇÃO ENTRE
O MEIO E O FIM A SER ALCANÇADO (Gaston Bachelard,
Henri Poincaré, Auguste Comte).
 Embora A TÉCNICA LEVOU À CIÊNICA, a indústria
moderna, por exemplo, nasceu da ciência. É O VALOR
INTELECTUAL, TÉORICO DA CIÊNCIA - a ciência é uma
conceitualização da natureza - QUE É O FUNDAMENTO DE
SUA EFICÁCIA PRÁTICA.

Metodologia de Pesquisa 2
DEFINIÇÃO
DO CONCEITO DE METODOLOGIA DE PESQUISA
 É óbvio que para chegar à “VERDADE” científica, não basta
de condições formais de conhecimento, é PRECISO
ADEQUAR O PENSAMENTO AO REAL, i.e., ao objeto do
conhecimento (olhar para o fenômeno).
 Os caminhos para isso diferem. O MÉTODO É O CONJUNTO
DESSES CAMINHOS.
DEFINIÇÕES:
1) MÉTODO: (Em grego - META= Segundo; HODOS=Caminho)
... é o conjunto de procedimentos usados, seja para descobrir a
verdade, seja para provar uma verdade (ideia ou hipótese)
2) METODOLOGIA Científica:
O ESTUDO DOS PROCEDIMENTOS DE PESQUISA OU DE
PROVA NAS DIVERSAS CIÊNCIAS.
Note que não se trata simplesmente de uma descrição dos métodos
usados. Envolve a preocupação com seus fundamentos, alcance e
valores, problemas axiológicos e normativos, filosóficos.

Metodologia de Pesquisa 3
O PROCESSO DE PESQUISA

PONTO EM COMUM com os outros autores que debatem o tema:


 AS LIMITAÇÕES DA CIÊNCIA COMO FORMA DE
CONHECIMENTO:
– “O progresso científico não resulta de
nenhum determinismo histórico: as teorias,
aliás, são apenas hipóteses provisórias,
formulações pessoais […]. A verdade
científica é parcial […].” (PRIGOGINE, I. In: Os
verdadeiros pensadores do nosso tempo. Coletânea. Rio
de Janeiro: Imago, 1989, p.41-42).
– Assim, o conhecimento não é definitivo,
pois o saber avança por meio de
evoluções e revoluções (Bachelard).
Metodologia de Pesquisa 4
O PROCESSO DE PESQUISA

A teoria explica a realidade?

TEORIA REALIDADE
(FATOS)

Pesquisa permite:
• Reformular a teoria
• Ampliar a teoria
• Complementar a teoria
• Reforçar a teoria
O PROCESSO DE PESQUISA

- Os níveis de pesquisa variam de acordo com os


objetivos a que a pesquisa se propõe. Podem ser
assim classificados:

 Exploratória

 Descritiva

 Explicativa
O PROCESSO DE PESQUISA

 Exploratória 

 Busca familiarizar-se com o fenômeno que está sendo


investigado, de modo que a pesquisa subsequente
possa ser concebida com uma maior compreensão e
precisão.

 Usa-se diferentes técnicas

 O objetivo desse tipo de estudo é procurar padrões,


ideias ou hipóteses.

 avaliará quais teorias ou conceitos existentes podem


ser aplicados a um determinado problema ou se novas
teorias e conceitos devem ser desenvolvidos.
O PROCESSO DE PESQUISA

 Descritiva 

 O objetivo é descrever as características de uma


população, de um fenômeno ou de uma experiência.

 Estabelece relação entre as variáveis no objeto de


estudo analisado.

 Quando comparada à pesquisa exploratória, a única


diferença é que o assunto já é conhecido e a
contribuição é tão somente proporcionar uma nova
visão sobre esta realidade já existente.
O PROCESSO DE PESQUISA

 Explicativa 

 Explica a razão, o porquê dos fenômenos, uma vez que


aprofunda o conhecimento de uma dada realidade.

 Usa métodos experimentais, ela se encontra mais


direcionada para as ciências físicas e naturais. Mesmo
que a margem de erros represente um fator relevante,
sua contribuição é bastante significativa, dada a sua
aplicação prática.

 Usa-se para se identificar as variáveis que participam


do processo, bem como a relação de dependência
existente entre estas variáveis. Ao final, parte-se para a
prática, visando à interferência na própria realidade.
PASSO INICIAL: OLHE PARA REALIDADE

ESCOLHA FORMULAÇÃO PLANO


REVISÃO
DO DO DE
BIBLIOGRÁFICA
TEMA PROBLEMA PESQUISA
ESCOLHA DO TEMA

Pensar sobre o assunto e conversar com pessoas


informadas é melhor do que ler tudo sobre o assunto;
o tema da pesquisa é um problema de decisão, não
de pesquisa.
ESCOLHA DO TÓPICO - CONSELHOS

 Não queira fazer o maior trabalho do século. O


segredo da pesquisa concluída é ser modesto na
escolha do tópico.
 Se você é o tipo de pessoa que só consegue acabar
um trabalho que lhe agrada, escolha algo que
mantenha seu interesse pelo período de um ano.
 Não escolha o tema simplesmente porque você tem
em mente determinado emprego, ou pretende
trabalhar em uma empresa a quem o tema pode
interessar.
 Se você não tem nada em mente, nem qualquer
idéia que lhe atraia, escolha entre os tópicos
oferecidos.
ESCOLHA DO TÓPICO - CRITÉRIOS

 Avalie o prazo de que você dispõe e o esforço que


está disposto a colocar na pesquisa.
 Avalie os custos envolvidos na realização da
pesquisa e as fontes de recursos.
 Avalie seus objetivos profissionais: o que a pesquisa
significa para sua futura carreira.
 Se você tem interesse futuro em uma carreira
acadêmica, invista em um trabalho de boa qualidade.
 Escolha um tópico que seu orientador tenha
realmente interesse em orientar.
O QUE FAZER QUANDO VOCÊ JÁ TEM UM TEMA

ESCOLHA FORMULAÇÃO PLANO


REVISÃO
DO DO DE
BIBLIOGRÁFICA
TEMA PROBLEMA PESQUISA
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

 É necessária para saber o que já foi estudado sobre o


tema, ou seja, o status quaestionis.

 Não precisa ser exaustiva: o orientador dirá quanta


revisão bibliográfica é necessária.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA - DICAS

 Baseie apenas em livros


 Procure ter consulta de artigos, se
possível.
 É preciso ter pelo menos 30-40% de
artigos atuais.
 É conveniente que os artigos venham
de revistas científicas reconhecidas.
 Consulte a bibliografia dos livros ou
artigos usados para encontrar os
anteriores relevantes.
INFORMAÇÕES X DADOS

 Dados = fatos e estatísticas

 Informações = Dados apresentados de


maneira útil, que facilite a tomada de
decisão.
FONTES DE INFORMAÇÕES

• Fontes internas de informação: dados encontrados


dentro das organizações. Exemplo:
– Registros de venda, pesquisas anteriores...

• Fontes externas de informação:


Fonte Exemplos
Publicações empresariais Exame, Valor Econômico
Serviços de pesquisa A.C. Nielsen
Pesquisa com clientes Correio, telefone, internet,
pessoais.
Relatórios de governo Publicações do IBGE
FONTES DE INFORMAÇÕES: Dados Primários e
Secundários

Dados primários são coletados Dados secundários já existem e


direto na fonte e com propósito foram analisados por terceiros
específico
Vantagens Vantagens
• Atualizados • Mais barato
• Diretamente relacionados • Método que exige menos
com a pesquisa tempo
Desvantagens Desvantagens
• Mais Caro • Pode estar desatualizado
• Exige mais tempo para a • Os dados podem ser
coleta dos dados irrelevantes

Tipos Tipos
• Documentos internos da
• Observação empresa;
• Levantamento • Artigos e Jornais;
• Experimental • Sites de internet.
AGORA QUE VOCÊ JÁ SABE O QUE OS OUTROS
DISSERAM SOBRE O ASSUNTO... QUAL É O
PROBLEMA?

ESCOLHA FORMULAÇÃO PLANO


REVISÃO
DO DO DE
BIBLIOGRÁFICA
TEMA PROBLEMA PESQUISA
FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

 Seleção de fenômeno de investigação


 Pode surgir de:
 Realidade
 Sugestões de outros autores
 Problemas percebidos de relance em outros estudos
 Teorias existentes
 Estudos de caso realizados por outros autores

GERAÇÃO DE HIPÓTESES
OU
PERGUNTAS DE PESQUISA
FORMULANDO O PROBLEMA DE PESQUISA

 Em muitos casos, é o passo mais difícil.


 Problemas vs. Sintomas
 Problemas são situações que necessitam de ações para solucioná-los.
 Sintomas são uma evidência de um problema.

 Exemplo:
 A empresa apresenta queda de sua participação de
mercado.
 Mais concorrentes entraram no mercado de atuação da
empresa.
JÁ TENHO O PROBLEMA. O QUE FAÇO?

ESCOLHA FORMULAÇÃO PLANO


REVISÃO
DO DO DE
BIBLIOGRÁFICA
TEMA PROBLEMA PESQUISA
PLANO DE PESQUISA

 É o arcabouço da pesquisa, a “receita”.


 Deve apresentar os passos a serem seguidos para
se chegar ao resultado desejado.

 Pode ser muito simples e sintético, mas deve conter


a especificação dos passos previstos na realização
do trabalho de pesquisa.
PLANO DE PESQUISA SIMPLES

Formular o Desenhar um
problema projeto de
pesquisa

Analisar e Preparar o
Coletar dados
Interpretar os Relatório de
dados pesquisa
PLANEJANDO UM PROJETO DE PESQUISA

 Consiste no planejamento da coleta dos dados e da


análise dos dados.
 Os principais projetos de pesquisa são:
 Pesquisa Exploratória:
• Quando há pouco conhecimento e é necessário maior
familiaridade sobre um fenômeno.

• Ex.: entender as reações dos clientes a novos produtos.


ESTUDOS EXPLORATÓRIOS

Como o objetivo do estudo exploratório é descobrir ideais


e relações novas, não se pode fazer um plano detalhado
de pesquisa.
É como o trabalho do detetive: à medida que encontra
novas pistas e indícios, ele reformula seu plano de
trabalho.

FONTES PRINCIPAIS:
 Estudo de dados secundários
 Entrevistas com informantes qualificados
 Estudos de casos selecionados
 Observação
PLANEJANDO UM PROJETO DE PESQUISA

 Pesquisa Descritiva:
• Estuda a frequência com que algo ocorre ou a
relação entre duas variáveis.
• Ex.: entender se uma propaganda causou
aumento de vendas de um produto.
 Caminho: Questionário
PLANEJANDO UM PROJETO DE PESQUISA

 Pesquisa Explicativa:
• Procura relações de causa-efeito.

• Ex.: as vendas aumentam por causa do aumento


de propaganda?
• Ex.: As vendas aumentam com vendedores mais
atenciosos e bem treinados?
MÉTODOS DE COLETA DE DADOS

ENTREVISTA

CORREIO
QUESTIONÁRIO
TELEFONE
PRIMÁRIOS INTERNET

PESSOAL
OBSERVAÇÃO
MECÂNICA

SECUNDÁRIOS
PREPARAÇÃO DE QUESTIONÁRIOS

 Preparar um bom questionário é uma tarefa árdua e


artesanal. Exige talento e persistência.
 A falha em construir um bom questionário pode
comprometer todos os esforços de uma pesquisa.
 As falhas mais comuns são: dados insuficientes, em
excesso, ou em forma inadequada, ou seja, os dados
coletados não permitem obter reposta para as
perguntas ou hipóteses formuladas.
PASSOS NA PREPARAÇÃO DE QUESTIONÁRIOS

 Decidir quais as informações desejadas


 Decidir sobre conteúdo e forma da pergunta
 Decidir sobre a sequência das perguntas
 Decidir quanto ao arranjo físico do questionário
 Testar o questionário
REGRAS NA PREPARAÇÃO DE QUESTIONÁRIOS

 Simplicidade – as perguntas devem ser feitas da


forma mais simples e coloquial possível.
 Clareza – as ambiguidades devem ser eliminadas;
as perguntas e alternativas de resposta devem
admitir apenas uma interpretação.
 Factibilidade – Nunca se deve perguntar ao
entrevistado aquilo que ele não sabe, ou sobre o que
nunca refletiu.
 Exaustividade – Colocar todas as alternativas, ou
admitir “outras”.
ÉTICA EM PESQUISA

 Direito dos Entrevistados:


• Recusar cooperação total ou parcial

• Saber o propósito da pesquisa (não ser enganado


quando pedida sua colaboração)

• Ser informado sobre os métodos de registro da


pesquisa (por exemplo, gravação, vídeo etc.)
O PROBLEMA DO PLÁGIO

• O não respeito à propriedade intelectual alheia pode se


manifestar de diversas formas.
• Uma delas é o plágio – alguém assumir a propriedade
intelectual do trabalho alheio, assinando algo que não foi
escrito, na íntegra ou em parte, pelo próprio.
• O plágio pode ocorrer pela cópia de uma simples frase ou
parágrafo, não sendo necessário que todo o texto seja
copiado.
REFERENCIANDO SEM PLAGIAR

Texto original:
“Nas culturas organizadas de forma seqüencial, o planejamento consiste
principalmente em previsões, isto é, em estender as linhas de tendências
existentes ao futuro e em ver essa extensão como uma continuação.”
(Trompenaars, 1994, p.123)

Falsa paráfrase:
Trompenaars (1994) destacou que, em culturas organizadas de forma seqüencial,
o planejamento consistiria principalmente em previsões, ou seja, as linhas de
tendências seriam estendidas ao futuro e esta extensão seria vista como
continuação.

Paráfrase honesta:
Trompenaars (1994, p. 123) destacou a linearidade do planejamento em culturas
“organizadas de forma seqüencial”. Nestas culturas, a abordagem dominante de
planejamento estaria associada a previsões, em que o futuro seria projetado
como continuidade das tendências atuais.
MÉTODOS DE COLETA DE DADOS

 Material publicado
 Entrevista
 Observação
 Questionários
 Qualquer outro.
ENTREVISTAS
 Vá para a entrevista tendo feito o dever de casa – prepare uma síntese
do material já publicado
 Depois veja as informações que estão faltando – faça um roteiro para
cobrir as informações não disponíveis.
 Peça a autorização e grave a entrevista
 Faça uma transcrição, se possível.

 Peça aos entrevistados para reconstruírem suas experiências e não


para relembrá-las

 Mantenha os entrevistados focados no assunto da entrevista e peça


por detalhes concretos

 Evite ser muito pessoal e ter muitas interações

 Use um roteiro de entrevista, mas não se prenda a ele

 Tolere o silêncio, evitando que o entrevistado fique desconfortável


ENTREVISTAS

 O objetivo desse modelo de entrevista é fazer com que o


entrevistado reconstrua a experiência sob o tópico
estudado.
 O processo deve ser feito em uma série de tópicos
separados, por exemplo, agrupar perguntas sobre:

1 – História de vida: Peça ao entrevistado para dizer o máximo sobre si


mesmo à luz do tópico principal estudado.
2 – Detalhes da experiência estudada: Peça aos entrevistados para
reconstruir os principais detalhes relevantes ao tópico abordado
3 – Reflexões sobre significado: Peça ao entrevistado para refletir sobre
o significado de sua experiência.
ENTREVISTAS: Dicas

 Ouça mais , fale menos - ouça o que o entrevistado fala, fique atento
aos adjetivos usados (questione caso acredite que sejam
direcionados a chamar a atenção do entrevistador) e preste atenção
ao que já foi coberto da entrevista e o que ainda falta entender;

 Siga o que o participante fala - faça novas perguntas, quando não


entender sobre algum assunto, peça para que o entrevistando
desenvolva mais determinado assunto;

 Ouça mais, fale menos e faça perguntas “limpas” - evite pergunta


tendenciosas (atenção até mesmo à entonação com que é feita a
pergunta) e faça perguntas que possibilitem respostas abertas;

 Siga, não interrompa - evite interrupções (anote os tópico a serem


explorados e espere momentos oportunos para desenvolvê-los).
ANÁLISE DE DADOS

 Faça um plano de análise – categorias que vão


surgindo a partir da análise
 Use quadros e tabelas sempre que possível para
agrupar os tópicos parecidos que vão surgindo nos
discursos dos diferentes entrevistados
 Não quantifique as informações da entrevista, a não
ser que haja dados compatíveis com análises
quantitativas
 Procure sair dos fatos (vá além dos dados):
interprete a realidade – é preciso aprender a mover-
se em vários níveis de abstração
 Não tente enquadrar a realidade no modelo!!!!
OBSERVAÇÃO

 Analisa como as pessoas se comportam de fato em


situações em um contexto da realidade. Exemplo: situacoes
de consumo, de trabalho, familiar, escola etc.
 Limitações:
• Interpretação subjetiva do pesquisador.

• Observa casos individuais em profundidade, mas é difícil tratar


grandes volumes de dados pelo método.

 Exemplo  Uma observação em loja de cosméticos:


• Fatores que influenciam as consumidoras na compra de uma
coloração para cabelos.

• Ir a uma loja ficar observando o comportamento das


consumidores momento da compra.
OBSERVAÇÃO

 Consequências Empresariais a Pesquisas por


Observação no Brasil:

• A P&G passou a vender pacotes com 40 fraldas, pois observou


que, no Brasil, as pessoas preferem comprar embalagens
maiores para economizar na unidade.

• A Kimberly-Clark passou a vender pacotes com 2 fraldas, pois


observou que a população de baixa renda recorre às fraldas de
pano e usa as descartáveis apenas em eventos especiais.

• A Nestlé passou a operar com 150 revendedoras com carrinhos


refrigerados que comercializam produtos de porta em porta,
como iogurtes, café e chocolates, em bairros de periferia no RJ
e em SP.
Técnicas de Coleta de Dados – Levantamento (Survey)

 Coleta de dados feita diretamente com o


público, por meio de um questionário.
 Questionário é um instrumento de coleta de
dados.
 As perguntas do questionário podem ter as
seguintes características:
Perguntas abertas:
Qual a sua idade (em anos)?____________
Perguntas fechadas:
Qual a sua idade (em anos)? ( ) 20 a 30 ( ) 31 a 40 ( ) 41 a 50 ...
Perguntas mistas:
Qual a sua profissão? ( ) advogado ( ) administrador ( ) outra
Caso “outra”, especificar qual:________________________
ELABORAÇÃO DE UM QUESTIONÁRIO

 Importante: Dados Demográficos (Mostrar o perfil das pessoas


(amostra) que responderam à pesquisa.

Informações Variáveis Medida Operacional Pergunta

Perfil • Renda • Por família, em faixa, em R$ 1


demográfico • Escolaridade • Grau de escolaridade, em faixa 2
do cliente • Idade • Anos, em faixas 3

1) Indique a faixa em que sua renda familiar se encaixa:


( ) até R$ 1.000,00 ( ) entre R$ 1.001,00 e 2.000,00 ...
2)Qual é o seu grau de instrução?
( ) 1o grau completo ( ) 2o grau completo ( ) 3o grau completo ...
3)Qual é a sua idade (em anos)?
( ) menor que 13 ( ) entre 13 e 20 ( ) 21 e 30 ( ) 31 e 40 ...
Elaboração de um Questionário

 A sequência normal das perguntas de um


questionário sobre novos produtos pode ser:
1. Perguntas sobre hábitos de compra relacionados
ao novo produto.
2. Pergunta sobre a possibilidade de compra do novo
produto.
3. Pergunta sobre o preço mais adequado para o
novo produto.
4. Pergunta sobre melhorias no conceito do novo
produto.
5. Perguntas sobre dados demográficos
– idade, sexo, escolaridade, renda familiar etc.
Fontes de Erros na Coleta de Dados

Erro de Ambigüidade Erro do


não da pergunta entrevistador
resposta

Amostra Pergunta
POPULAÇÃO RESPONDENTE ENTREVISTADOR
Resposta

Erro de Falta de acurácia na Ambigüidade


amostragem resposta da resposta
- incapacidade de formular
corretamente a resposta
- má vontade para responder
à questão
Erro do Entrevistador (Entrevistador – Respondente)

 Erro na seleção do respondente (viés de afinidade)

Entrevistadores tendem a não Entrevistadores tendem a


selecionar respondentes: selecionar respondentes:
• que estejam com pressa • que se movimentam mais
devagar
• que tenham aparência
desagradável • de sua mesma classe social
• adultos com crianças • da mesma faixa etária e sexo
pequenas
• fisicamente mais atraentes

 Um bom pesquisador deve evitar tais atitudes, para não


incorrer no erro do entrevistador.
PESQUISA SOBRE FELICIDADE

 A GFK Custom Research North America, instituto de pesquisa


de mercado, fez um levantamento para saber qual era a
cidade mais feliz do mundo.
 Ao todo, foram entrevistados 10.000 pessoas em mais de 20
países, pela internet, pedindo-as para escolher entre 50
cidades onde se imaginariam mais felizes.
 Ranking completo:

1. Rio de Janeiro 6. Madri (Espanha)


2. Sydney (Austrália) 7. São Francisco (EUA)
3. Barcelona (Espanha) 8. Roma (Itália)
4. Amsterdã (Holanda) 9. Paris (França)
5. Melbourne (Austrália) 10. Buenos Aires (Argentina)
Fonte: Veja.com, 03/09/2009
DEPOIS É SÓ EXECUTAR!

 A EXECUÇÃO É PURO TRABALHO FÍSICO, SE O


PROJETO FOI BEM PLANEJADO.
LEMBRANDO: PLANO DE PESQUISA SIMPLES

Formular o Desenhar um
problema projeto de
pesquisa

Analisar e Preparar o
Coletar dados
Interpretar os Relatório de
dados pesquisa
REDAÇÃO

 INTRODUÇÃO
 REVISÃO DE LITERATURA
 METODOLOGIA
 RESULTADOS
 CONCLUSÕES
 BIBLIOGRAFIA
 ANEXOS
CAPÍTULO “INTRODUÇÃO”

CONTEÚDO
 Objetivos do Estudo
 Importância do Estudo
(teórica e prática)
 Organização do Estudo
 Delimitação do Estudo

É uma indicação do escopo do trabalho.


Deve indicar o que o estudo abrange e o que
não abrange (áreas geográficas, segmentos
da indústria, escopo teórico, correntes de
pensamento a que se filia etc.)
CAPÍTULO “REVISÃO DE LITERATURA”

PREPARAÇÃO PRÉVIA
 Ler e resumir os pontos principais
 Fazer quadros comparativos da
literatura
 Citações: não esquecer da página!

FORMAS DE ORGANIZAR
 Por autor, organizados por
correntes de pensamento
 Por assunto (tópico, variável, ou
hipótese)
 Combinações
QUANDO USAR CITAÇÕES

• Citações devem ser usadas com parcimônia.


• Elas não devem ser usadas porque o pesquisador tem
preguiça de escrever com suas próprias palavras.
• Podem ser incluídas em uma frase, podem compor um
parágrafo, ou podem ser destacadas no texto.
• Devem ser absolutamente fiéis ao texto original.
• Em caso de aproveitar partes da citação, colocar
reticências onde for eliminado um trecho da citação.
CAPÍTULO “METODOLOGIA”

 Se você já fez um plano de


pesquisa, é só fazer os ajustes (e
não esquecer de mudar os verbos
do futuro para o passado)

CONTEÚDO
 Problema de pesquisa
 Método de Pesquisa
 Perguntas/Hipóteses
 Métodos utilizados
 Limitações
CAPÍTULO “METODOLOGIA” - Limitações

As limitações devem ser explicitadas. Elas, na verdade, protegem


o pesquisador.

ALGUNS TIPOS DE LIMITAÇÕES


 Limitações decorrentes do método utilizado
 Limitações decorrentes de amostragem
 Limitações decorrentes de falhas metodológicas ocorridas no
decorrer do estudo (por exemplo, uma taxa de resposta menor
do que a esperada, recusa de pessoas críticas ao estudo em
serem entrevistadas)
 Limitações decorrentes de viés subjetivo (do pesquisador, dos
entrevistados)
 Limitações de tempo e recursos
CAPÍTULO “RESULTADOS”

 É o capítulo mais importante para a avaliação do trabalho. Um


bom capítulo de resultados é geralmente o suficiente para
garantir a aprovação.
 Seja detalhista e minucioso. Explique bem, sem medo de
repetir. Use os mesmos termos para designar as mesmas
coisas.
 A clareza deve se sobrepor ao estilo.

CONTEÚDO
 Descrição dos Resultados ou
Descrição do Caso
 Teste de Hipóteses/ Análise dos
Resultados
ANALISANDO E INTERPRETANDO OS DADOS

 É o capítulo mais importante para a avaliação do


trabalho. Um bom capítulo de resultados é geralmente o
suficiente para garantir a aprovação.
 Para transformar os dados em informações, é
necessário analisar e interpretar os dados.
• Analisar: organizar e sumariar os dados, a fim de fornecer
respostas ao problema de pesquisa.
• Interpretar: procurar outros significados nas respostas, por
meio de ligação com conhecimentos anteriormente
obtidos.

 Varia conforme o projeto de pesquisa adotado:


quantitativo X qualitativo.
ANALISANDO E INTERPRETANDO OS DADOS
(Quantitativo)
 Codificação é o processo pelo qual os dados são transformados
em símbolos, para que, em seguida, sejam tabulados.
1) Qual é sua idade (em anos)?
( ) 10 a 20 ( ) 21 a 30 ( ) 31 a 40 ( ) 41 a 50
2) Qual é o seu sexo?
( ) Masculino ( ) Feminino
Plano de codificação:

No da Descrição da Valores permissíveis


Pergunta pergunta
1 Idade 1= 10 a 20, 2=21 a 30, 3=31 a 40, 4=41 a
50, 9=em branco
2 Sexo 1=Masculino, 2=Feminino, 9=em branco
ANALISANDO E INTERPRETANDO OS DADOS
(Quantitativo)
 Tabulação é o processo de agrupar e contar os casos que estão
nas várias categorias de análise.

Pergunta 1 Pergunta 2 Pergunta n

Respondente 1 1 1 3

Respondente 2 3 1 3
Respondente 3 4 2 1

Respondente n 3 1 2
ANALISANDO E INTERPRETANDO OS DADOS
(Quantitativo)
 Tabulação é o processo de agrupar e contar os casos que estão
nas várias categorias de análise.
 Tabulação simples – contagem de frequência em cada categoria.

Idade (em anos) 10 a 20 21 a 30 31 a 40 41 a 50


Total 8 15 21 11

 Tabulação cruzada – contagem de frequência em mais de uma


categoria.

Sexo/Idade 10 a 20 21 a 30 31 a 40 41 a 50

Masculino 5 10 13 5
Feminino 3 5 8 6
Total 8 15 21 11
CAPÍTULO “CONCLUSÕES”

 Geralmente é o capítulo mais fraco


de uma pesquisa.
 Invista no capítulo de conclusões –
a maioria dos seus leitores vai olhar
para este capítulo.

CONTEÚDO
 Sumário (opcional)
 Conclusões
 Recomendações (opcional)
CAPÍTULO “CONCLUSÕES” – Conclusões
propriamente ditas

 As conclusões são a resposta final ao


que você se propôs a estudar. Não se
trata de uma mera repetição dos
resultados, mas de uma abstração a
partir deles.
 Se você tem perguntas de pesquisa,
pode usar as perguntas de pesquisa
para organizar o capítulo de conclusões.
 É importante realizar o encontro final
das conclusões com a revisão de
literatura. Trazer de volta os autores que
precederam o estudo e indicar de que
forma as conclusões do estudo
confirmam ou não a literatura.

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