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Bactérias: aspectos gerais

Anderson Felipe Soares de Freitas

Biomedicina 5º Período Noite

Bacteriologia.

Introdução
A primeira visualização de uma bactéria foi realizada no século XIII, mas
somente no século XIX foi desenvolvido o método de coloração de Gram, pelo
microbiologista dinamarquês Hans Christian Joachin Gram (1853-!938), que
basicamente se resume em tratar as bactérias com dois tipos de corantes, um
violeta (Gram-Positivas) e outro rosa (Gram-Negativas). Sabemos hoje que a
coloração vai depender da composição da parede bacteriana. Bactérias Gram-
Positivas tem uma camada de peptidioglicanos espessa em sua parede,
enquanto as bactérias Gram-Negativa tem uma camada de peptidioclicanos
mais fina

Histórico da Bacteriologia
No século XIII Roger Bacon formulou o que seria uma das primeiras
suposições sobre a Bacteriologia que se tem notícia, ele sugeriu que as
doenças eram causadas por seres vivos invisíveis, mas a primeira observação
de fato documentada de uma bactéria foi realizada por Antony Van
Leeuwenhoek (1632-1723) um naturalista holandês, ele pode visualizar as
bactérias com um microscópio que ele mesmo construiu.
Durante os anos 1880-1900 ouve um crescimento nas pesquisas sobre as
bactérias, com a descoberta de várias bactérias patogênicas. Robert Koch já
utilizava meios de cultura sólidos (Gelatina, ágar, etc.) na Bacteriologia, Koch
também desenvolveu várias técnicas de fixação e coloração, onde muitas ainda
são utilizadas até os dias de hoje. Nas últimas décadas, a Microbiologia evoluiu
muito, e está mostrando cada vez mais uma ciência multidisciplinar. Hoje,
associamos velhos conhecimentos com os novos, facilitando os diagnósticos e
os tratamentos, onde é uma ciência que avança a cada dia, novas descobertas,
novas técnicas fazem com que aconteça essa evolução.
Morfologia Bacteriana
As bactérias são caracterizadas morfologicamente pelo seu tamanho, forma e
arranjo, A maioria das bactérias estudadas nos laboratórios de Microbiologia
mede de 0,5 a 1,0 mm de diâmetro por 2,0 a 5,0 mm de comprimento. As
bactérias podem ser classificadas como:
Bastonetes ou bacilos
Forma cilíndrica, bastonetes longos ou curtos com extremidade reta ou de
ponta arredondada ou ainda curvos, em forma de vírgula.
Espirilos e Espiroquetas
Espirilos: possuem corpo rígido e se movem às custas de flagelos externos.
Espiroquetas: são flexíveis e locomovem-se provavelmente às custas de
contrações do citoplasma
Cocos
Podem ser esféricos, elípticos, em forma de ponta de lança, reniformes, etc.

Podemos classificar as bactérias também pela sua coloração, podendo ser


denominada de Gram-Positiva (tem coloração violeta) ou Gram-Negativa (tem
coloração rosa), a cloração vai depender da constituição da parede celular da
bactéria, que é responsável pela forma, rigidez bacteriana, divisão celular e
muitas vezes manutenção osmótica

Coloração
Desenvolvida pelo médico dinamarquês Hans Christian Joachim Gram, em
1884.
• corar por 1 minuto, com solução violeta de genciana
• após retirar o excesso do corante, cobrir por 1 minuto o esfregaço com
solução de lugol, que tem como função fixar o violeta de genciana
• descorar com álcool absoluto (± 30 segundos)
• lavar com água
• corar com fucsina (± 30 segundos)
• lavar com água e secar.
• observar em objetiva de imersão (100 X)

Gram-Positivas
A bactéria Gram-Positiva tem uma espessa camada peptidioglicana, cerca de
20 a 30 moléculas, compondo 40 a 80% da célula, onde é uma parede forte e
rígida, contem também polímeros de fosfato e ácido teicóico, que fixam as
bactérias umas nas outras ou bactéria e célula, tendo assim participação
importante na virulência da bactéria.
Na coloração o primeiro
corante, o violeta de genciana
tem uma forte afinidade pela
camada peptidioglicana, como
essa camada é bastante
espessa, nas bactérias gram-
positivas, essa coloração fixa
bem e não é descolorida pelo
álcool, mantendo assim a
coloração violeta.

Gram-Negativas

A bactéria gram-negativa tem uma única camada peptidioglicana, onde


corresponde cerca de 5 a 10% da célula, onde é menos rígida, porém, as
gram-negativas tem uma membrana externa, entre a camada peptídeoglicana e
a membrana externa tem um espaço que é denominado de espaço
periplasmaticos, onde é cheio de enzimas hidrolíticas, contem também
lipoproteínas que foram uma “ponte” entre a membrana externa e a camada
peptideoglicana, na parte externa da membrana externa tem lipopolisacarideos,
que são basicamente a identidade da célula. Devido a sua fina camada
peptidioglicana o violeta de genciana pode ser facilmente descolorido com o
álcool, fixando somente a segunda coloração rosa da fucsina.

Referencias
FMRP/USP, Biologia geral das bactérias, Prédio Central 201-
Machado, A. Morfologia e Citologia Bacteriana, 36 slides.
MARTHO, A. Biologia das Células, Moderna Plus, 2010.

NOGUEIRA, J.M.R; Miguel, L.F.S. Conceitos e Métodos para a Formação de


Profissionais em Laboratórios de Saúde, Bacteriologia V. 4 p 222-397

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