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Curso: Pós-Graduação em Gestão Pública com ênfase em Auditoria Pública

Disciplina: Transparência e Governança na Gestão Pública


Aluno: Augusto Teixeira Modesto
Módulo 3. Fórum – Atividade de Participação:
Prezados alunos,  

Coloque-se no papel de um funcionário público responsável pela elaboração de um


portal de transparência e responda aos questionamentos.
1. Quais seriam as principais dificuldades que você acredita encontrar neste processo?

Uma vez que se exige a elaboração de um portal de transparência, o primeiro passo deste
projeto é entender o que é transparência.

Adaptando o conceito compartilhado por Naurin, Fellow e Schuman, para um portal ser
considerado transparente, é preciso que possibilite às pessoas de fora adquirir as
informações de que precisam para formar opiniões sobre ações e processos dentro dessas
instituições.

Ou seja, temos aqui como missão promover um portal de transparência com as


características de Vertical para cima (cidadão são os principais), Horizontal (para dentro),
Tempestiva e Efetiva.

Em adendo, o próprio art. 48 da Lei de Responsabilidade Fiscal relaciona as informações


mínimas que devem constar no portal, vejamos:

Da Transparência da Gestão Fiscal


Art. 48. ...
§ 1o   A transparência será assegurada também mediante:
I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas,
durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes
orçamentárias e orçamentos
II - liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em
tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e
financeira, em meios eletrônicos de acesso público; e
III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que
atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da
União e ao disposto no art. 48-A.           

§ 2º  A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disponibilizarão


suas informações e dados contábeis, orçamentários e fiscais conforme
periodicidade, formato e sistema estabelecidos pelo órgão central de
contabilidade da União, os quais deverão ser divulgados em meio eletrônico
de amplo acesso público. 

(...)  

§ 6o  Todos os Poderes e órgãos referidos no art. 20, incluídos autarquias,


fundações públicas, empresas estatais dependentes e fundos, do ente da
Federação devem utilizar sistemas únicos de execução orçamentária e
financeira, mantidos e gerenciados pelo Poder Executivo, resguardada a
autonomia.  

Art. 48-A.  ... os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física


ou jurídica o acesso a informações referentes a:             
I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no
decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com a
disponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente
processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou
jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento
licitatório realizado;
II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das
unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários.      

Isso posto, a fim de atender a legislação e cumprir com os ditames doutrinários, o desafio
para se elaborar um portal é enorme. Não obstante a vigência da Lei de Acesso à
Informação, não basta o funcionário público responsável pelo portal estar disposto a fazer
um bom trabalho. O próprio ambiente interno do órgão que tal funcionário trabalha, por
exemplo, pode desestimular a coleta de dados para divulgação dos dados. Pode haver
também conluio entre servidores dificultando o acesso de dados para posterior divulgação.
Sendo assim, sem um ambiente interno voltado às boas práticas da administração pública e
políticas que enfatizem a divulgação de dados, acrescentando-se a esse cenário eventuais
problemas tecnológicos, banco de dados desestruturado e a corrupção eivada no nosso
sistema, a elaboração de um simples portal pode se transformar numa tarefa hercúlea.

2. O que você faria para garantir a transparência das informações?

Acredito que reforçar a Governança Pública e fortalecer o Controle Interno são instrumentos
para fomentar a transparência das informações.

Conforme ensina o TCU, o setor público conta com instâncias de governança (externa,
externa de apoio à governança, interna e interna de apoio à governança) que servem
justamente para melhorar o trato com a coisa pública sendo certamente a promoção da
transparência das informações uma delas.

Então como funcionário público caso constatasse alguma malversação dos recursos
públicos ou práticas que atentassem contra a governança, denunciaria tal circunstância ao
tribunal de contas, como inclusive determina o art. 74, §1° da Constituição Federal, vejamos:

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de


qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de
Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.

Ademais, na execução crua do portal, buscaria atender os princípios orçamentários da


clareza, por exemplo, primando pela compreensão das informações, investiria em
profissionais de TI a fim de melhorar a tecnologia e adotaria políticas rígidas quanto a
compliance e coleta das informações por meio de relatórios internos, além de promover
ampla publicidade em veículos de comunicação quanto a divulgação das informações.

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