Você está na página 1de 7

SESC - Centro de Pesquisa e Formação

MUSEUS E COLEÇÕES ETNOGRÁFICAS NO IMPÉRIO COLONIAL PORTUGUÊS:


Cultura e Política em Moçambique e Timor-Leste

Plano de Aulas

Museus e coleções etnográficas no CARGA


CURSO HORÁRIA
18 horas
Império colonial português

Profa. Dra. Lia Dias Laranjeira Terça e Quinta


DOCENTES DIA/HORÁRIO
Prof. Dr. Daniel De Lucca 15h

I. Sinopse

Na passagem para o século XX o Estado colonial português inicia a construção de uma rede de
instituições que tiveram implicações de longo prazo na cultura do império. No coração deste pro-
cesso situam-se as práticas de saque e coleta dos “objetos dos outros”, levando à circulação,
classificação e o estudo da cultura material representativa das populações nativas. Inspirado na
crítica pós-colonial este curso problematiza a formação dos museus, coleções e saberes antropo-
lógicos no império, com destaque para Moçambique e Timor-Leste.

II. Proposta

As heranças mais evidentes dos impérios europeus nas suas antigas colônias são percebidas no
traçado dos mapas, onde observam-se fronteiras nacionais decorrentes das fronteiras coloniais,
mas também na língua do colonizador, muitas vezes, transformada em idioma oficial após as in-
dependências. Nem sempre é avaliada, no entanto, a importância e o lugar-chave de outras cons-
truções institucionais, culturais e intelectuais do império, tais como os museus e as coleções etno-
gráficas. Destacando como valor patrimonial objetos, imagens e lugares específicos, associados
aos povos colonizados, as instituições museológicas acabaram por também produzir símbolos e
ícones nos quais os próprios colonizados puderam se ver e se identificar coletivamente de modo
distinto, subvertendo, neste processo, os sentidos coloniais anteriores.

1
De modos diferenciados, tais processos já foram bem analisados por pesquisadores como Mah-
mood Mandani (1996), no contexto da África Centro-Austral, e também por Benedict Anderson
(2009), na região do Sudeste Asiático. Inspirado nestes e noutros trabalhos, o curso oferece uma
visão ampliada a respeito dos itinerários dos museus coloniais portugueses no decorrer do século
XX, considerando os processos de formação e transformação de coleções etnográficas associa-
das à Moçambique e Timor-Leste. Ao final do percurso, busca-se refletir sobre o lugar destas insti-
tuições e coleções no próprio movimento de luta pela libertação, na imaginação nacional dos no-
vos cidadãos e na construção destes Estados pós-coloniais, hoje formalmente associados à CPLP
(Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).

Se é a estrutura geral da coleção que a define e lhe dá singularidade, e não os objetos em particu-
lar, as condições do colecionismo, enquanto prática social, também devem ser interrogadas criti-
camente. Por isso, especial atenção será dada ao modo como a circulação de objetos etnográfi-
cos e a formação de coleções estão diretamente associadas a trajetórias intelectuais, contextos
institucionais e regimes políticos específicos.

Ao problematizar as práticas de representação dos povos colonizados, articuladas ao campo da


cultura material, das teorias raciais e etnológicas, assim como da produção visual e estética, o
curso adota uma perspectiva plural e transdisciplinar, incorporando temas pertinentes à história, à
antropologia, à museologia e à arte. No intuito de abordar as múltiplas dimensões dos tópicos se-
lecionados em cada encontro, as aulas expositivas serão pautadas em discussões coletivas,
complementadas com leituras indicadas e interpretações de imagens e de documentos seleciona-
dos.

III. Público alvo

Estudantes de graduação e pós-graduação, pesquisadores, professores da rede pública, educa-


dores sociais, profissionais de museus e instituições patrimoniais, bem como demais interessados
nos temas.

IV. Cronograma de atividades

Aula e Temas e textos de referência


data

Aula 1 1. Era dos impérios, era dos museus

25/04 1. Hobsbawn, Eric J. A Era dos Impérios 1875-1914. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1988.
2. Said, Edward. Cultura e Imperialismo. São Paulo: Companhia de Bolso, 2011.
3. Thomaz, Omar Ribeiro. Ecos do Atlântico: Representações sobre o Terceiro Impé-
rio Português, Rio de Janeiro: editora UFRJ/FAPESP, 2002.

Aula 2 2. Instituições, saberes e exposições coloniais na metrópole

27/04 1. Antunes, Gonçalo. “Timorenses em Portugal: Antropologia e representação na


Exposição Colonial do Porto de 1934”. http://www.historyanthropologytimor.org/wp-
content/uploads/2012/01/21-ANTUNES_G.pdf
2. Roque, Ricardo. “Museus Antropológicos coloniais”. In: Antropologia e Império:
Fonseca Cardoso e a expedição à Índia em 1985. Lisboa: Faculdade de Ciências
Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2000.

2
Aula 3 3. Museus e coleções nas colônias portuguesas

02/05 1. Castro, Alberto Osório de. Flores de Coral: últimos poemas (trechos
selecionados), Dílli: Imprensa Nacional, 1908.
2. Porto, Nuno. “Museu e Arquivo do império (o terceiro império português visto do
Museu do Dundu, Companhia de Diamantes de Angola)”. In: Bastos, C.; Almeida, M.
V. & Feldman-Bianco, B., Trânsitos Coloniais: Diálogos críticos luso-brasileiros,
Campinas, SP: Editora Unicamp; 2007.
3. Laranjeira, Lia Dias. “Arte e cultura material makonde no Museu de Nampula:
formação de acervo e ciência colonial em Moçambique (1950-1960)” (no prelo).

Aula 4 4. Trajetórias intelectuais no Império: Jorge Dias e Ruy Cinatti

04/05 1. Sousa, Lúcio. “Objetos Lulik, neolítico e Casas Sagradas: um episódio de antro-
pologia colonial em António de Almeida”, Atas do Colóquio Timor: Missões Científi-
cas e Antropologia Colonial. AHU, 24‐25 de maio de 2011. http://www.historyanthro-
pologytimor.org/wp-content/uploads/2012/01/18-SOUSA_L.pdf
2. Castelo, Claudia. "Ruy Cinatti: Poeta, “Agrónomo e Etnólogo”, Instigador de Pes-
quisas em Timor”, Atas do Colóquio Timor: Missões Científicas e Antropologia Colo-
nial. AHU, 24‐25 de maio de 2011. http://www.historyanthropologytimor.org/wp-con-
tent/uploads/2012/01/16-CASTELO_C.pdf
3. Macagno, Lorenzo. “Lusotropicalismo e nostalgia etnográfica: Jorge Dias entre
Portugal e Moçambique”. In: Afro-Ásia, n. 28, Salvador, 2002. https://portalseer.uf-
ba.br/index.php/afroasia/article/view/21045

Aula 5 5. Arte, artefato e libertação: Moçambique e Timor-Leste

09/05 1. Silva, Kelly & Sousa, Lúcio. “Art, agency and power effects in East Timor: provo-
cations” (manuscrito traduzido), Cadernos de Arte e Antropologia, 2015.
2. Laranjeira, Lia Dias. “Produção de arte makonde na guerra de libertação de Mo-
çambique”. In: _________. Mashinamu na Uhuru: conexões entre a produção de
arte makonde e a história política de Moçambique (1950 - 1974). 2016. Tese (Douto-
rado em História Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Uni-
versidade de São Paulo, São Paulo, 2016. Disponível em: http://www.teses.usp.br/
teses/disponiveis/8/8138/tde-03112016-160238/.

Aula 6 6. Dilemas pós-coloniais: patrimônio, museu e monumentos

11/05 1. Coelho, Paulo Borges. “Abrir a fábula: questões da política do passado em Mo-
çambique”. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 106, 2015. p. 153-166.
2. De Lucca, Daniel. “Instituições em contraponto” à “Políticas da Recepção”.
In:_________. A timorização do passado: nação, imaginação e produção da história
em Timor-Leste, tese de doutorado-UNICAMP. Campinas, 2016. Disponível em:
https://www.academia.edu/31119295/A_Timoriza%C3%A7%C3%A3o_do_Passa-
do_na%C3%A7%C3%A3o_imagina%C3%A7%C3%A3o_e_produ
%C3%A7%C3%A3o_da_hist%C3%B3ria_em_Timor-Leste

V. Bibliografia complementar

Abreu, Regina; Chagas, Mário; Santos, Murian S. (Org.) Museus, Coleções e Patrimônios: narrativas polifô-
nicas. Rio de Janeiro: Garamind, MinC/IPHAN, 2007.

Adam, Yussuf. Escapar aos dentes do crocodilo e cair na boca do leopardo: trajectória de Moçambique Pós-
Colonial (1975-1990). Maputo: Promédia, 2006.

Alberto, Manuel Simões. “Notas sobre algumas colecções etnográficas do museu dr. Álvaro de Castro”.
Memórias do Instituto de Investigação Científica de Moçambique. Cinquentenário do Museu Dr. Álvaro de
Castro, 1913-1963. Vol. 5. Lourenço Marques, 1963.
3
Almeida, Márcia Cristina Pacito Fonseca. Comércio, bens de prestígio e insígnias de poder: as agências
centro-ocidentais africanas nos relatos de viagem de Henrique de Carvalho em sua expedição à Lunda
(1884-1888). Dissertação. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo,
2016.

Almeida, Antônio. “Contribuição para o estudo do neolítico de Timor Português”. In: O Oriente de Expressão
Portuguesa, Lisboa: Fundação Oriente; 1994 [1960].

_____________. “Da pré-história de Timor Português. In: O Oriente de Expressão Portuguesa,. Lisboa:
Fundação Oriente, 1994 [1961].

Anderson, Benedict. “Censo, mapa, museu”. In: Comunidades Imaginadas: reflexões sobre a origem e a
difusão do nacionalismo, São Paulo: Companhia das Letras, 2009 [1983].

Antunes, Gonçalo. “Timorenses em Portugal: antropologia e representação na exposição colonial do Porto


de 1934”. In: Colóquo Timor: Missões Científicas e Antropologia Colonial, AHU, 24-25 de maio de 2011.

Bastos, C.; Almeida, M. V. & Feldman-Bianco, B., Trânsitos Coloniais: Diálogos críticos luso-brasileiros.
Campinas: Editora Unicamp, 2007.

Bevilacqua, Juliana Ribeiro da Silva. De caçadores a caça: sobas, Diamang e o Museu do Dundo. Tese.
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 2015.

Boas, Franz. Primitive Art. New York: Dover Publications, 1955.

Cantinho, Manuela. Museu Etnográfico da Sociedade de Geografia de Lisboa. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2005.

Cabral, António Augusto. Raças, Usos e Costumes dos Indígenas da Província de Moçambique por António
Augusto Pereira Cabral Secretário dos Negócios Indígenas. Lourenço Marques: Imprensa Nacional, 1925.

Cinatti, Ruy. Timor-Amor, Rio de Janeiro: Gryphus, 2013.

_____________. Um cancioneiro para Timor. Lisboa: Editorial Presença, 1996.

_____________. Motivos artísticos timorenses e a sua integração. Lisboa: Instituição e Investigação Cientí-
fica Tropical; Museu de Etnologia, 1987.

_____________.; Almeida, Leopoldo de.; Mendes, António de Sousa. Arquitetura timorense. Lisboa: Instituto
Camões, Museu Nacional de Etnologia, Direção Geral do Património Cultural, 2016.

Cabaço, José Luís de Oliveira. Moçambique: Identidades, Colonialismo e Libertação. São Paulo: Editora
UNESP, 2009.

Cabral, Amílcar. “Libertação nacional e cultura”. In: Sanches, Manuela Ribeiro (org.) Malhas que os impérios
tecem: textos anticoloniais, contextos pós-coloniais. Lisboa: Editora 70, 2011.

Castelo, Claudia. O modo português de estar no mundo. Porto: Afrontamento, 1999.

_____________. “Apresentação: memórias coloniais: práticas políticas e culturais entre a Europa e a


África”. Cadernos de Estudos Africanos, 9/10, 2006.

_____________. “Ruy Cinatti”. In: Ricardo Roque (org.) History and Anthropology of “Portuguese Timor”,
1850-1975. Online Dictionary of Biographies: http://www.historyanthropologytimor.org/

______________. “O lusotropicalismo e o colonialismo português tardio”. Buala, 2013. Disponível em:


<http://www.buala.org/pt/a-ler/o-lusotropicalismo-e-o-colonialismo-portugues-tardio>. Acesso em 12/11/2013.

4
Clifford, James. “Museologia e contra-história”. In: Abreu, Regina; Chagas, Mário (orgs.), Memória e Pa-
trimônio: ensaios contemporâneos, Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

_____________. “Colecionando arte e cultura”. In: Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(230): 219-40, 1994.

_____________. “Museu como Zonas de Contato”. http://www.forumpermanente.org/revista/numero-6-1/


conteudo/museus-como-zonas-de-contato

Costa, Alda. Arte em Moçambique. Lisboa: Verbo, 2013.

De L’Estoile, Benoît. Le goût des autres: De l’exposition coloniale aus Arts premiers. Paris: Flammarion,
2010.

Dias, Jorge. Alguns problemas dos museus etnológicos. Reunião do dia 31 de maio de 1966 no Museu de
Etnologia do Ultramar. Apom-Associação Portuguesa de Museologia, Boletim, n. 1, Janeiro de 1967, Lisboa.

______________. ; Dias, Margot. Os Macondes de Moçambique: cultura material. Vol. 2. Lisboa: Junta de
Investigações do Ultramar, 1964.

DIAS, Margot. Instrumentos Musicais de Moçambique. Lisboa: Centro de Antropologia Cultural e Social do
Instituto de Investigação Científica Tropical-IICT, 1986.

DIAS, Margot. O fenómeno da escultura maconde chamada “moderna”. Coleção Estudos de Antropologia
Cultural, n. 9. Lisboa: Junta de Investigações do Ultramar, Centro de Estudos de Antropologia Cultural,
1973.

Fabian, Johannes. “Colecionando pensamentos: sobre os atos de colecionar”. Mana, 16(1):59-73, 2010.

Ferreira, Maria Corinta. Museus Africanos de História Natural: O South African Museum. Vigésimo quinto
aniversário. Boletim da Sociedade de Estudos da Província de Moçambique. Ano XXV, Boletim n. 94-95.
Setembro a dezembro, 1955, Lourenço Marques.

Galvão, Henrique. Exposição do Mundo Português: seção colonial. Lisboa: Neogravura, 1940.

Gonçalves, José Reginaldo dos Santos. "Antropologia dos objetos: Coleções, Museus e Patrimônios". BIB,
(60): 5-25.

Hicks, D. “A pesquisa etnográfica no Timor Português”. In: Silva, K., Souza, L., Ita Maun Alin. O livro do ir-
mão mais novo – afinidades antropológicas em torno de Timor-Leste, Lisboa: Edições Colibri, 2011.

Hobsbawn, Eric J. Nações e Nacionalismos desde 1780. Rio de Janeiro: Saraiva, 2011.

Lévi-Strauss, Claude. “O desdobramento da representação nas Artes da Ásia e da América”. In: Antropolo-
gia Estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1996.

Macagno, Lorenzo. “Lusotropicalismo e nostalgia etnográfica: Jorge Dias entre Portugal e Moçambique”. In:
Afro-Ásia, n. 28, Salvador, 2002.

Mandani, Mahmood. Citzen and Subject. Contemporary Africa and the legacy of late colonialism. Princeton:
Princeton University Press, 1996.

Matos, Patrícia Ferraz de. Mendes Correia e a Escola de Antropologia do Porto: Contribuição para o estudo
das relações entre antropologia, nacionalismo e colonialismo. Tese de doutorado. Instituto de Ciências So-
ciais, Universidade de Lisboa, 2012.

_____________. As ‘Côres' do Império: Representações Raciais no Contexto do ‘Império Colonial Portu-


guês' nas primeiras décadas do Estado Novo . Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2006.

5
Mattoso, José. "Arquivo, memória e identidade em Timor-Leste", In: Silva, K., Souza, L. (orgs.), Ita Maun
Alin. O livro do irmão mais novo – afinidades antropológicas em torno de Timor-Leste, Lisboa: Edições Coli-
bri; 2011.

Maximino, Paulo. Contextos, condições e processos de recolha e incorporação de coleções: abordagem a


partir do Museu Nacional de Etnologia. Dissertação. Universidade Nova de Lisboa, 2009.

Mira, Feliciano de. “Alguns aspectos das artes e das elites em Moçambique”. Revista Camões, nº 6, jul./set.,
Lisboa, 1999.

Newitt, Malyn. História de Moçambique. Sintra: Publicações Europa-América, 1997.

Pereira, Alberto Feliciano Marques. A arte de Moçambique. Lisboa: Governo Geral de Moçambique, 1966.

Pereira, Rui Mateus. “Introdução à reedição de 1998”. In: DIAS, Jorge. Os Macondes de Moçambique: As-
pectos Históricos e Económicos. Vol. 1. Lisboa: CNCDP, IICT, 1998.

Pomian, Krzysztof. “Coleções”. In: Enciclopédia Einaudi: Memória-História. Porto: I. Nacional, 1997, p.
51-86.

Porto, Nuno, (coord.) Angola a Preto e Branco: fotografia e ciência no Museu do Dundu (1940-1970), Coim-
bra: Museu Antropológico da Universidade de Coimbra, 1999.

Price, Sally. A arte primitiva em centros civilizados. Rio de Janeiro: UFRJ, 2000.

Sansone, Livio; Furtado, Cláudio (orgs.), Dicionário Ciências Sociais dos Países de Fala Oficial Portuguesa.
Salvador: EDUFBA/ABA Publicações, 2014.

Shohat, Ella & Stam, Robert. Crítica da Imagem Eurocêntrica. São Paulo: COSACNAIFY; 2006.

Silva, Sónia. Vidas em Jogo: Cestas de adivinhação e refugiados angolanos na Zâmbia. Lisboa: Imprensa
de Ciências Sociais, 2004.

Sobral, José Manuel. DIAS, António Jorge (Porto,1907 - Lisboa, 1973). In: Dicionário de Historiadores Por-
tugueses da Academia Real das Ciências ao final do Estado Novo. http://repositorio.ul.pt/bitstream/
10451/20005/1/ICS_JMSobral_Dias_EDN.pdf

Sousa, Lúcio. “Objetos Lulik, neolítico e Casas Sagradas: um episódio de antropologia colonial em António
de Almeida”, Atas do Colóquio Timor: Missões Científicas e Antropologia Colonial. AHU, 24‐25 de maio de
2011. http://www.historyanthropologytimor.org/wp-content/uploads/2012/01/18-SOUSA_L.pdf

Stocking Jr, George W. “Objects and others: essays on museums and material culture”. In: Stocking Jr., Ge-
orge W. (org.) History of Anthropology, vol. 3. Wisconsin: The University of Wisconsin Press, 1985.

Roque, Ricardo. Headhunting and Colonialism: anthropology and the circulation of human skulls in the por-
tuguese empire, 1870-1930. (Cambridge Imperial and Post-Colonial Studies Series), Basingstone: Palgrave
McMillan, 2010.

Schouten, M. J., “Antropologia e colonialismo em Timor Português”, In: Timor: les défis de l’indépendence -
Lusotopie, 8 (1-2). Paris: Éditions Karthala, 2001.

Thomaz, Omar Ribeiro. “Do saber colonial ao luso-tropicalismo: "raça" e "nação" nas primeiras décadas do
Salazarismo”. In: MAIO, Marcos Chor e SANTOS, Ricardo Ventura (Org.). Raça, ciência e sociedade. Rio de
Janeiro: Fiocruz/CCBB, 1996.

________________. ‘O bom povo português’: usos e costumes d’aquém e d’além-mar. In: Mana, vol. 7, n.
1, Rio de Janeiro, abr. 2001; Ecos do Atlântico Sul. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2002.Wallace, Alfred.
The Malay Archipelago. Singapure: Periplus Editions; s/d [1869].

6
Vicente, Filipa Lowndes (org.). O império da visão: fotografia no contexto colonial português (1860-1969).
Lisboa: Edições 70, 2014.

_______________. “"Rosita" e o império como objecto de desejo”. In: Jornal Público, 28 de agosto de 2013.
https://www.publico.pt/culturaipsilon/jornal/rosita-e-o-imperio-como-objecto-de-desejo-26985718

Weule, Karl. Resultados científicos de minha viagem de pesquisas etnográficas no sudeste da África Orien-
tal. Maputo: Ministério da Cultura, Departamento de Museus, 2000.

VI. Referências áudio-visuais

Almeida, António (Realizador) (1954) Série A Reconstrução de Timor. Produção: Junta das Missões Geográ-
ficas e de Investigações do Ultramar / Missão Antropológica de Timor. Disponível no sítio Saber Tropical:
h t t p : / / w w w 2 . i i c t . p t / ? i d c = 2 1 & i d t = 2 1 Ta m b é m e m : h t t p s : / / w w w . y o u t u b e . c o m / w a t c h ?
v=lEIgDuA4lJ0&index=39&list=PLJ1_nrzoK9qSzZRWqkJWbHaUzTO_p8vlM

Dias, Margot. Filmes Etnográficos 1958-1961. Cinemateca, Museu Nacional de Etnologia, 2016.

Palazón, D., Uma Lulik, Casa Sagrada – futuro da tradição, (filme documentário) 2010. Acessível em:
https://www.lusofonias.net/australasia/timorfilm/593-timor-uam-lulik-casa-sagrada.html

VII. Mini currículo dos professores

Lia Dias Laranjeira é doutora em História Social (USP/FAPESP), mestra em Estudos Étnicos e Africanos
(UFBA) e bacharela em Ciências Sociais, com concentração em Antropologia (UFBA). Colaborou como
pesquisadora e tradutora no sítio eletrônico “Práticas Religiosas na Costa da Mina: uma sistematização das
fontes européias pré-coloniais (1600-1730)” (Coord. Prof. Luis Nicolau Parés, UFBA). A partir da experiência
como educadora no Museu Afro Brasil, elaborou seu projeto de doutorado sobre a produção de arte makon-
de em diálogo com a história política de Moçambique, cuja pesquisa foi realizada neste país e em Portugal
(IHC-Universidade Nova de Lisboa/FAPESP). É pesquisadora do Núcleo de Apoio à Pesquisa Brasil-África
(USP), pesquisadora bolsista do Museu Paulista e autora do livro: O culto da serpente no reino de Uidá: um
estudo da literatura de viagem europeia-séculos XVII e XVIII (EDUFBA, 2015). Tem experiência nos campos
da história da África, cultura material, e arte educação, com pesquisas sobre o reino de Uidá (Benim), Mo-
çambique colonial e arte makonde.

Daniel De Lucca é doutor em Ciências Sociais (UNICAMP/CNPq/CAPES), mestre em Antropologia Social


(USP/FAPESP), bacharel em Geografia (USP) e em Sociologia e Política (FESP-SP). É Professor da Fun-
dação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP). Em 2009 foi pesquisador visitante do Cen-
tre d’étude des mouvements sociaux/Institut Marcel Mauss da EHESS e, entre 2012 e 2014, foi professor-
visitante na Faculdade de Ciências Sociais e Políticas (FASPOL) da Universidade Nacional Timor Lorosa'e
(UNTL), Timor-Leste. É coordenador de projetos do Núcleo de Direitos Humanos (NDH) da FESP-SP, pes-
quisador associado do Centro de Estudos de Migrações Internacionais (CEMI-UNICAMP) e do Centro Brasi-
leiro de Análise e Planejamento (CEBRAP). Tem experiência nos campos da antropologia política e geogra-
fia humana, com pesquisas nos temas da cidade, violência, espaço público, memória, nacionalismo e pós-
colonialismo lusófono.

Contatos:
lialaranjeira@gmail.com
dandelucca@gmail.com

Você também pode gostar