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Nome: Luís Filipe Carias Coxo Número: 19277

Trabalho prático nº.1

“O OBJECTO DA PSICOLOGIA”

Psicologia é uma palavra de origem grega, que etimologicamente significa


“estudo da alma”.
Em meados do século XIX define-se a psicologia como “ciência do facto
psíquico”, entende-se por facto psíquico qualquer facto da consciência apenas
conhecido pela pessoa que o vive (introspecção).
Esta definição coloca uma série de dificuldades, na verdade, não pode admitir-
se como ciência a psicologia assim definida dado que o facto psíquico é subjectivo e
portanto não susceptível de comprovação, (a possibilidade de comprovação é como se
sabe uma característica essencial de qualquer ciência).
A definição actualmente mais aceite, considera a psicologia como a ciência da
conduta humana e animal.
Conduta, é o conjunto de actos com os quais o indivíduo tende a estabelecer um
equilíbrio entre as suas próprias necessidades e as exigências do meio.
As manifestações da conduta traduzidas em actos, satisfazem os requisitos
exigidos por qualquer ciência:
1- A conduta pode ser estudada objectivamente.
2- A conduta permite uma observação repetida.
3- A conduta pode ser comprovada por qualquer experimentador.
Ciência, é o conjunto de conhecimentos organizados. Esta sistematização
consegue-se mediante certas etapas prévias como é pela observação dos factos;
formulação de hipóteses, a partir dos factos observáveis; verificação das hipóteses;
estabelecimento de leis como resultado da comprovação das hipóteses; articulação de
várias leis, com uma relação bem definida num corpo mais amplo ou sistema.
Consequentemente a psicologia só pode revestir-se do caracter de ciência
empírica, se tomar como objecto de estudo a conduta já que só ela proporciona dados
observáveis, mensuráveis e registáveis, a partir dos quais, pode verificar as
comprovações pertinentes e conseguir estabelecer leis gerais e sistemas, que permitam
predizer e controlar.

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Quanto ao termo animal que referi á pouco, será de assinalar que entra no
objecto da psicologia por vários motivos: primeiramente pelo interesse que a conduta
animal apresenta em si; porque, partindo do estudo dos animais, é possível elaborar
hipóteses sobre a conduta humana; e por ultimo, porque com animais se “podem” fazer
experiências que são inviáveis com pessoas, (como por exemplo, quando se fazem
estudos do efeito que sobre determinadas condutas exerce a extirpação ou a estimulação
de zonas cerebrais).
Há semelhanças entre a conduta animal e a conduta humana. Essas analogias
permitem que se utilize em animais para aprender mais acerca do homem. Mas há
também diferenças significativas. A mais importante, é a aquisição da linguagem pelo
Homem, o que pressupõe uma capacidade de simbolização que os animais não detêm.
Portanto, a experimentação com animais é útil mas apenas em alguns níveis.
Em suma, a psicologia é a ciência da conduta humana e animal. Como ciência que é,
tem de satisfazer as exigências de predizer e controlar.

A psicologia, não é a única ciência que estuda a conduta humana. Outras


disciplinas compartilham com ela o mesmo objectivo de estudo. As diferenças entre elas
baseia-se na orientação de cada uma, embora na realidade se apresentam como
complementares.
Como exemplos de algumas ciências das que referi, está a Sociologia, que
estuda a conduta humana na perspectiva de grupos ou colectividades; a sua estruturação,
funcionamento interno, relações intergrupais, etc. As descobertas destas ciências, são
importantes para a psicologia porque o Homem como ser social, faz parte de diversos
grupos.
Outro exemplo é a Antropologia, que se interessa pelas formas culturais dos
povos primitivos. Os dados antropólogos são importantes na medida em que dão ao
psicólogo a consciência da relatividade cultural dos valores, motivos, aspirações, etc.
dos indivíduos, facto que obriga a ter presente a influência do quadro cultural na
conduta individual.
Um último exemplo é a História, que nos permite conhecer o desenvolvimento
do homem através dos tempos, e compreender a partir dessa evolução as características
actuais das várias realidades sociais, que influenciam o comportamento do indivíduo.
Paralelamente á importância destas três ciências que acabei de referir, para o
conhecimento do meio ambiente em que o indivíduo se move, há outro grupo de

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ciências que proporcionam dados para o conhecimento do indivíduo enquanto
organismo vivo. Neste grupo, figuram a Biologia, que informa sobre o sistema nervoso,
endócrino, etc., e sobre o seu funcionamento. Este acréscimo é fundamental para a
psicologia já que é através do sistema nervoso que o indivíduo capta os estímulos ou
sensações internas, organiza-os e emite as respostas ou actos de condutas. E é mediante
a segregação de certas hormonas, que o sistema nervoso se vê estimulado numa
determinada direcção.
A Genética, também fornece dados sobre o funcionamento do indivíduo, na
medida em que permite conhecer os processos hereditários que constituem a base da
conduta.
A psicologia precisa, portanto, dos conhecimentos dessas ciências e deve
estruturá-los num corpo próprio orientado para uma compreensão cada vez mais
profunda dos diferentes modos por que o indivíduo, com o seu potencial biológico,
responde e se adapta ás exigências do meio em que se encontra inserido. Aqui se coloca
a questão do modo como o indivíduo realiza essa adaptação (que se traduziram em
condutas normais) e formas desviadas (que se manifestarão em condutas anormais).
Estes dois tipos de resposta normal/anormal, serão objecto de estudo do
psicólogo, que terá de recorrer tanto aos dados da psicologia, como aos das outras
ciências para as compreender e explicar.
Há que se realçar também, a importância de outras ciências, cujo objecto de
estudo não é a conduta humana, mas ás quais a psicologia vai buscar alguns
instrumentos. Por exemplo, á Física vai buscar os instrumentos de medição; á Química,
métodos de análise para o estudo do sistema nervoso; á Matemática o método
estatístico, como sistema para a quantificação dos fenómenos psicológicos.

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