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Projeto de Pesquisa

Título: Espaços produtivos rurais do litoral sul da Lusitânia: villae e vici durante
os séculos III e IV d.C.

1- Problemática:

Este plano de trabalho está vinculado ao projeto coletivo de pesquisa intitulado


“Império: teoria e prática imperialista romana” desenvolvido sob orientação da Profa.
Dra Norma Musco Mendes por alunos da graduação de História da UFRJ e por
mestrandos e doutorandos vinculados ao PPGHC. Está vinculado ao PPGHC e se
preocupa em estimular e viabilizar a construção de um campo de experimentação de
pesquisa sobre o estudo de Império como uma categoria de análise histórica. A equipe
se preocupa em investigar os contextos culturais imperiais e a criação de complexas
estruturas auto-sustentadas e auto-reproduzidas, as quais asseguram a existência dos
Estados identificados como Impérios.

Particularmente, no tocante a este plano de trabalho relacionado ao subprojeto


intitulado intitulado “Descaracterização do sistema econômico imperial Romano, um
estudo de caso: o litoral sul da Lusitânia”, pretende demonstrar a formação de uma nova
dinâmica econômica no Mediterrâneo e aprofundar as conclusões já obtidas pelas
pesquisas realizadas, as quais nos levam a afirmar que por volta do século III d.C., o
Império Romano perdera a sua forma unitária e mundial, entrando numa situação de
colapso, o qual significou para sempre o desligamento das duas partes que o
compunham: Ocidente e o Oriente e a formação dos reinos germânicos. Ressalto que
entendemos como colapso o momento de ajustamento de um novo ordenamento sócio-
econômico, político e cultural. Desta forma, qualquer análise sobre o Império Romano
deve considerar as condições específicas de cada uma das províncias. Logo, a fim de
ampliar e aprofundar os nossos argumentos explicativos sobre o processo de
desagregação do Império Romano, sentimos a necessidade de ampliar o nosso corpus
documental, através do diálogo entre a História e a Arqueologia e limitar o campo de
investigação para um estudo de caso regional: o litoral sul da província da Lusitânia,
durante os séculos III e IV. Os dados provenientes da interpretação dos vestígios
arqueológicos, referentes à Vila de Milreu, à Vila de Marim e à Vila de S. Cucufate,
objeto de relatório da bolsa de Iniciação Científica já enviado à PR-2 nos levam a supor
que a região sul da Lusitânia, no início do Baixo Imperial, em detrimento do
enfraquecimento do centro hegemônico, apresentou prosperidade econômica, refletida
pelo desenvolvimento das propriedades rurais de tipo villa e demais centros produtivos,
com destaque para os vici portuários. Observamos, ainda, que a província da Lusitânia
abandona as antigas relações de centro/periferia, que eram mantidas com Roma, em
favor de relações mais localizadas. Uma das funções dessa relação de centro/periferia
consistia no papel central de Roma como mediadora de um sistema de relações
comerciais que abrange o Mediterrâneo e áreas do Atlântico. Com a crise que ocorre no
centro hegemônico, observamos a formação de sistemas espacialmente mais restritos,
como o que se verifica pelas trocas comerciais entre o sul da Lusitânia e o Norte da
África.

Portanto, torna-se necessário o aprofundamento dos estudos acerca sistema


econômico Imperial Romano, além da pesquisa de outros sítios arqueológicos
classificados como espaços urbanos e espaços produtivos rurais localizados na região
mencionada acima. Refiro-me particularmente ao sítio de Cerro da Vila.

Esta pesquisa busca complementar a análise dos processos de transformação que


possibilitaram o desenvolvimento econômico da região em estudo durante o processo de
desagregação do Império Romano. Por outro lado, contribuirá para a construção de
argumentos explicativos sobre o processo de colapso do Império Romano do Ocidente
que estimulará o diálogo comparativo sobre os processos de colapso dos Impérios, sem
limitações espaciais e temporais.

2- Quadro Teórico: Seguirá o instrumental teórico do projeto da orientadora.

3- Metodologia e Documentação: Documentação de cultura material constituída pelos


vestígios arqueológicos, cuja descrição e análise se encontram detalhadas na
bibliografia e veiculadas pela internet, principalmente, nos seguintes endereços:
www.arqueotavira.com; http://ipa.min-cultura.pthttp; www.csamento.uminho.pt;
www.mnarqueologia.ipmuseus.pt

4- Hipótese: Seguirá as hipóteses do Projeto Coletivo

5- Cronograma: Primeiro semestre - Levantamento Bibliográfico e das Imagens;


Seleção, classificação e análise descritiva relacional; Cruzamento dos dados. Segundo
semestre: Cruzamento dos dados; Síntese e Elaboração de Relatório.

OBS: Segue sem bibliografia diante dos limites de caracteres.

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