O filme conta a história de uma Inglaterra dominada pelo totalitarismo em que
uma figura estranha com o codinome “V” luta contra o regime totalitário do partido único, que subiu ao poder através do medo da população. Michel Foucault dizia que as relações de poder vão além de repressão, através de maneiras mais sutis, como apor indução, midiática e o medo induzido à população, método utilizado no exemplo do filme, em que o povo elegeu um governo autoritário com a intenção de garantir estabilidade financeira e recursos médicos para tratar da doença que alastra a população, doença esta que foi criada e espalhada pelo partido que assumiu o poder, utilizando deste mesmo meio como estratégia. O personagem V começa sua missão de derrubar o Estado promovendo um atentado as casas do parlamento no dia 5 de novembro e tomar a transmissão de TV para anunciar seus planos contra o Estado. O atentado enfraquece a imagem até então inabalável do governo, que então passa a considerar V como ameaça número 1 ao regime totalitário. No desenrolar da história, V consegue cada vez mais seguidores e, com a ajuda deles, consegue derrubar o estado, mesmo após sua morte, com uma triunfante explosão do parlamento na sinfonia “1812 Overture” de Piotr Ilitch Tchaikovsky. O filme ilustra muito bem sobre os estudos de Foucault e Gilles Deleuze, pois o partido sobe ao poder utilizando métodos mais complexos e sutis do que a repressão, por exemplo. Após subirem ao poder, utilizam a denominada “sociedade de controle”, idealizada por Deleuze para se referir ao controle e manipulação das pessoas por métodos ainda mais sutis que os de Foucault, como deixar as pessoas comprarem pela internet e terem a ilusão de liberdade, quando o governo e as grandes empresas sabem o que está sendo comprado, por exemplo, ou seja, controle a distância.