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FACULDADE PITÁGORAS

CURSO DE BIOMEDICINA

MATHEUS REIS PIMENTA ALVES

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO I

SÃO LUÍS – MA
2019
MATHEUS REIS PIMENTA ALVES

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO I


RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR
SUPERVISIONADO I APRESENTANDO A FACULDADE
PITÁGORAS COMO PARTE DAS EXIGÊNCIAS PARA
OBTENÇÃO DO TÍTULO BACHAREL EM
BIOMEDICINA.

SÃO LUÍS – MA
2019
Sumário
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................5
CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO...............................................................6
ESTERILIZAÇÃO....................................................................................................................7
HEMATOLOGIA....................................................................................................................11
URINÁLISE.............................................................................................................................30
PARASITOLOGIA..................................................................................................................36
MICROBIOLOGIA.................................................................................................................39
BIOQUÍMICA..........................................................................................................................44
EXPURGO................................................................................................................................55
JORNADA DE BIOMEDICINA.............................................................................................56
SÍMPOSIO DE IMUNO HEMATO.......................................................................................57
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................58
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INTRODUÇÃO

Este relatório apresenta as atividades desenvolvidas no decorrer do estágio de análises


clínicas I, do curso de Biomedicina na Faculdade Pitágoras, realizado pelo acadêmico
Matheus Reis Pimenta Alves. Realizado no Laboratório LEAC – Laboratório de
Análises Clinica do Maranhão, localizado em São Luís – MA. Supervisionado pelo
preceptor Pedro Agnel e preceptora Caroline Cunha Fontoura. Iniciou-se no dia 20 de
agosto de 2019 e seu término foi no dia 18 de novembro de 2019, totalizando assim uma
carga horária de 140 horas.

O Estágio Supervisionado para o curso de Biomedicina é uma atividade acadêmica de


caráter obrigatório, está inserido na carga horária total do plano curricular e a sua
execução. É uma estratégia de profissionalização que completamente o processo no
mercado de trabalho, desenvolvendo ações que integram a formação acadêmica do
aluno com a atividade prático-profissional.

Nos estágios foram desenvolvidas práticas que contribuíram para a capacitação e


aprendizagem, o que só engrandece esta experiência contribui para a formação de
profissionais totalmente aptos.

Para o acadêmico, todo o conhecimento prático obtido pelos estágios fornece uma base
prática para o trabalho que escolherá. Este conhecimento é estritamente necessário, já
que este é um dos profissionais que tem uma função primordial perante a população.

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CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO

O LEAC consiste em uma instituição onde ensina e executa exames diagnósticos


necessários a prática médica. Nele são realizadas atividades que compreendem desde a
coleta de amostras biológicas, sua análise, até a entrega dos resultados.

O LEAC possui uma recepção, copa, setores de hematologia, urinálise, parasitologia,


microbiologia, bioquímica, coleta sanguínea, expurgo, esterilização, sala dos alunos e
almoxarifado.

O laboratório provém de equipamentos como centrífugas, banho-maria,


espectrofotômetro, estufa, microscópios, destilador de água, bico de Bunsen, geladeiras,
balança, homogeneizador, ar-condicionado, vaso sanitário para descarte de amostras,
pias, bancadas, bancos, armários, pipetas, e materiais como kits para exames, tubos,
álcool, gases, algodão, entre outros materiais necessários, para cada setor.

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ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO

No decorrer do estágio foram feitos e ensinados como se fazem os exames onde


podemos acompanhar e fazer cada um, e conhecimento de setores, que serão ditos ao
logo desse relatório.

ESTERILIZAÇÃO
A esterilização é muito importante quando falamos em produtos para laboratório e
pesquisa. Para alguns protocolos, é necessária a utilização de produtos estéreis,
garantindo qualidade e resultados exatos, sem a interferência de microrganismos.

Existem vários métodos de esterilização, porém o objetivo principal consiste na


eliminação das formas de vida microbiana (bactérias, fungos, vírus e esporos).
Considera-se um artigo estéril quando a probabilidade de sobrevivência dos
microrganismos contaminantes é menor do que 1:1.000.000. A escolha do método mais
eficiente dependerá do tipo de produto utilizado e podem ser físicos, químicos ou uma
combinação de ambos.

Antes de colocar qualquer vidraria ou material novo em uso é preciso uma lavagem
prévia. Os materiais devem ser lavados imediatamente após seu uso, mas se não for
possível, deve-se colocar de molho em água, detergente neutro e no caso de materiais
contaminados, solução de hipoclorito de sódio 5%.

Os materiais contaminados ou potencialmente contaminados, como sangue e fluídos


corporais, devem ser esterilizados antes da lavagem. Esta esterilização pode ser por
fervura ou em autoclave.

Se os materiais estiverem com resíduos impregnados pode-se deixar de molho com uma
solução 1 a 2% de detergente neutro ou enzimático, quando forem resíduos de sangue
ou material biológico. Depois do molho, ensaboar e esfregar, cada vidraria e
instrumento com cuidado para não riscar e enxaguar abundantemente. É muito
importante que não sobre resíduos sólidos, portanto deve ser esfregado até a limpeza
completa do material, podendo inclusive utilizar água quente para facilitar o processo.
Para remoção de gordura pode ser usado uma solução bem diluída de carbonato de
sódio.

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Deve ser usada uma esponja macia para evitar riscos na vidraria, o que dificultaria a
leitura das análises. Para frascos de boca estreita como erlenmeyers, provetas e tubos
em geral são utilizados escovas específicas (cepilhos) que possuem cerdas macias e são
encontradas em diversos tamanhos.

O enxágue deve ser minucioso já que resíduos de detergente podem alterar resultados de
testes sorológicos e atrapalhar o cultivo microbiológico. Todo material deve ser
enxaguado em água corrente. Em frascos e tubos, deve-se preencher além da metade
com água corrente e descartar por sete vezes, repetindo o procedimento no mínimo três
vezes com água destilada. No caso de vidrarias para testes sorológicos, deve-se repetir o
enxágue com água destilada por sete vezes.

As pipetas necessitam de cuidados especiais. Imediatamente após seu uso devem ser
descartadas em uma cuba ou jarra alta ou desprezador de pipetas com solução de
hipoclorito de sódio. No caso da jarra ou desprezador de pipetas deve ficar
completamente imersa e com a ponta voltada para baixo, por isso na parte inferior deste
recipiente deve ter algum sistema de amortecimento, como uma almofada de gaze ou
pedaço de isopor, para evitar a quebra da ponta da pipeta. Depois de ficar de molho,
drenar a água do recipiente substituindo por água corrente e deixar água da torneira
correndo até que todos os traços de sujeira sejam removidos. Depois, as pipetas devem
ficar imersas em água destilada durante pelo menos uma hora. Após este molho secar a
parte externa e deixar secar em pé com a ponta voltada para cima. Existem lavadoras
automáticas ou semiautomáticas de pipetas que ficam acopladas a uma torneira e
realizam esse processo, são ideais para laboratórios com grandes rotinas.

Os materiais podem ser secos naturalmente, em temperatura ambiente ou colocada em


estufa de secagem usada especificamente para esta finalidade. Deixar sempre a boca dos
tubos e frascos voltados para baixo e deve-se atentar para a compatibilidade do material
com a temperatura da estufa, por exemplo, uma vidraria ou instrumento de metal
suporta mais calor do que um recipiente plástico, que pode inclusive derreter com altas
temperaturas.

As lâminas e lamínulas devem ser lavadas, com água e sabão ou detergente neutro, com
muito cuidado para não riscar, o que comprometeria a leitura em microscópio. Depois
de lavadas devem ser imersas em ácido acético glacial durante 10 minutos e secas com
lenço de papel macio. Imediatamente antes do uso as lâminas e lamínulas devem ser

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lavadas com álcool e secas com lenço de papel macio, preferencialmente que não deixe
‘fiapos’.

Hoje com todo avanço tecnológico, os métodos de esterilização são muito


diversificados, cada um com sua eficiência e particularidade. Confira alguns deles:

 Calor seco (estufa)

A estufa de laboratório é utilizada em diversos tipos de laboratórios das mais variadas


áreas. Sua função é eliminar qualquer existência microbiológica que possa estar nos
instrumentos laboratoriais. Para garantir o resultado das pesquisas e a segurança das
pessoas e do ambiente, diversos equipamentos exigem uma esterilização rigorosa, como
os instrumentos odontológicos, hospitalares e cirúrgicos. Independentemente do tipo de
laboratório e de sua localização, que pode ser dentro de um hospital, uma universidade
ou uma empresa, a esterilização, e consequentemente a estufa de laboratório, são
essenciais.

A estufa de laboratório utiliza a alta temperatura para o extermínio de possíveis


agentes contaminantes. Para isso, trabalha em altas temperaturas que podem alcançar
mais de 200 graus Celsius. Geralmente feita de metais resistentes e com uma câmara
superprotegida, esse equipamento é facilmente utilizado pelos operadores e requer
manutenção de tempos em tempos para que seu funcionamento continue eficaz e
seguro.

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Quando a estufa de laboratório não funciona corretamente, ela pode colocar os
experimentos e procedimentos laboratoriais em risco, o que afetaria todos os resultados
saídos dali. Por isso, o ideal na hora de adquirir uma estufa de laboratório é procurar a
ajuda de uma empresa especializada no segmento de instrumentos para laboratório.
Dessa forma há a certeza da qualidade dos produtos, assim como de sua eficácia e
segurança.

 Calor úmido (Vapor sob pressão – autoclaves)

A esterilização por calor úmido requer temperaturas superiores à de água fervente que
são atingidas por meio de vapor sob pressão em autoclave. Esse equipamento é uma
câmara de pressão de isolamento em que o vapor é usado para elevar a temperatura.
Autoclaves geralmente operam a uma temperatura de 121° C e a sua eficácia depende
do tempo, da temperatura, da pressão e do vapor em contato direto com o material.

O processo consiste em manter o material contaminado em contato com o vapor de água


em temperatura elevada por um período de tempo suficiente para matar todos os
microrganismos. Nessas condições ocorre a desnaturação das enzimas e proteínas
estruturais, levando à morte das células microbianas.

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HEMATOLOGIA
A hematologia é um ramo que tem como finalidade fazer um estudo geral do sangue,
seus distúrbios, seus componentes e até mesmo as doenças que afetam toda a corrente
sanguínea.

Para descobrir possíveis distúrbios ou doenças no sangue é preciso que o paciente faça
um breve exame, onde o mesmo passa por um processo rigoroso de avaliação, ou seja,
após colher o sangue de um paciente, o profissional encaminha o material colhido para
um laboratório para as análises necessárias.

A hematologia laboratorial tem como finalidade desenvolver uma análise aprofundada


dos componentes sanguíneos, ao qual é fundamental para chegar-se a um resultado final
do material colhido.

Nas clínicas de hematologia laboratorial são desenvolvidas diversas atividades


relacionadas ao sangue, como por exemplo, exames hematológicos para a avaliação de
hemoglobinopatias, processos anêmicos, infecciosos, exames para a avaliação de
hemostasia, coagulopatias, linfo, mioloproliferativos e dentre outras.

Triagem e Processamento
O esfregaço de sangue, também conhecido como distensão sanguínea ou ainda extensão
sanguínea, é um teste realizado em hematologia para a contagem e a identificação de
anormalidades nas células do sangue. O teste consiste na extensão de uma fina camada
de sangue sobre uma lâmina de microscopia que, após corada, é analisada em
microscópio.

O esfregaço sanguíneo geralmente é feito quando solicitado o hemograma ao paciente.


Seu objetivo principal é analisar a morfologia das células, fornecer informações sobre a
estimativa do número de leucócitos e plaquetas, investigar problemas hematológicos,
distúrbios encontrados no sangue e eventualmente parasitas, como o Plasmodium,
causador da malária.

Um esfregaço de sangue pode fornecer informações importantes sobre o paciente,


auxiliando o médico no diagnóstico de doenças relacionadas ao sangue, por exemplo as
anemias, e outras condições médicas, tais como infecções.

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Apesar dos avanços em hematologia, na área de automação e uso de metodologias
moleculares, um teste aparentemente simples como este ainda é indispensável. O
primeiro passo para se obter resultados confiáveis é a confecção de um bom esfregaço
de sangue e, para tanto, é necessário empregar as técnicas corretas.

Técnica de esfregaço de sangue


O método de preparação para demonstrar melhor os tipos celulares do sangue periférico
é o esfregaço de sangue. Uma gota de sangue é colocada diretamente sobre uma lâmina
de vidro e espalhada em uma camada fina pela sua superfície. Isso é obtido espalhando-
se a gota de sangue com a borda de uma lâmina histológica ao longo de outra lâmina,
com o objetivo de produzir uma monocamada de células.

Vamos ao passo a passo para realizar o teste:

1. Apoiar a lâmina de microscopia, já com a identificação do paciente, sobre uma


superfície limpa. Certificar-se de que a lâmina tem boa qualidade e não está suja ou
possui vestígios de gordura, o que pode prejudicar o teste.
2. Colocar uma pequena gota de sangue próxima a uma das extremidades da
lâmina.
3.  Com o auxílio de outra lâmina, colocar a gota de sangue em contato com sua
borda. Para isso a lâmina extensora deve fazer um movimento para trás tocando a
gota com o dorso em um ângulo 45°.
4. O sangue da gota irá se espalhar pela borda da lâmina extensora por
capilaridade.
5. A lâmina deve então deslizar suave e uniformemente sobre a outra, em direção
oposta a extremidade em que está a gota de sangue. O sangue será “puxado” pela
lâmina.
6. Depois de completamente estendido, o sangue forma uma película sobre a
lâmina de vidro.
7. Deve-se deixar que o esfregaço seque sem nenhuma interferência.
8. Seguir para o passo de coloração.

Fonte: KASVI

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É necessário esfregar uma lâmina sobre a outra rapidamente, antes que o sangue seque
ou coagule. Uma pressão excessiva ou qualquer movimento de parada durante esse
processo pode comprometer o esfregaço.

É importante lembrar também que a espessura da película é determinada, em grande


parte, pelo ângulo formado entre as lâminas no momento da extensão da gota de sangue.
Ângulos maiores que 45°, por exemplo, produzem extensões espessas e curtas,
dificultando posteriormente a visualização das células.

Coloração de Esfregaço de Sangue


Para a técnica de esfregaço sanguíneo é utilizada
uma mistura especial de corantes para tingir todas
as células sanguíneas. Usamos os corantes
Panóticos Rápido.

Porém existem muitas variações como a coloração


de Leishman, Giemsa, Wright ou May-Grünwald. Tratam-se de modificações da
coloração a base de corantes Romanovsky.

A denominação confere ao médico russo Dmitri Leonidovich Romanowsky os créditos


pelo desenvolvimento do método, em 1891. A mistura de corantes inclui um corante
básico e um corante ácido, consistindo basicamente em azul de metileno e eosina Y (ou
similar).

Procedimento

1. Confeccionar o esfregaço;
2. Corar com cristal de violeta por 60 segundos;
3. Lavar com esguicho de água destilada;
4. Cobrir com Iodo de Gram ou Lugol por 60 segundos;
5. Lavar com esguicho de água destilada;
6. Descorar com álcool a 95%, ou acetona, 10-20 segundos;
7. Lavar com esguicho de água destilada;
8. Corar com fucsina por 20 segundos
9. Lavar com água destilada, secar e observar ao microscópio.

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Resultados: Gram (+) coram de roxo, gram (-) cor de rosa

A afinidade das estruturas celulares por corantes específicos ou por combinações de


corantes dessa mistura proporciona uma visualização diferenciada das células
sanguíneas.
Observação da Lâmina
1. Cabeça da lâmina: região imediatamente após o local em que estava a gota
sanguínea. Nessa região, com frequência, há aumento do número de leucócitos
(principalmente de linfócitos).
2. Corpo da lâmina: região intermediária entre cabeça e cauda. É nessa região que
os leucócitos, hemácias e plaquetas estão distribuídas de forma mais homogênea. É
a área de escolha para a análise qualitativa e quantitativa da distensão sanguínea.
3. Cauda da lâmina: região final da distensão sanguínea. Nessa região, há
encontro de alguns esferócitos e elevação de monócitos e granulócitos, que podem
apresentar maior distorção morfológica.

Fonte: KASVI

Aplicação do Esfregaço de Sangue


Algumas vezes é possível realizar um diagnóstico definitivo a partir de um esfregaço de
sangue. Porém, rotineiramente ele serve como uma indicação/base para que sejam
realizados outros testes confirmatórios.

Existem muitas doenças que podem ter efeito sobre o número e tipo de células
sanguíneas produzidas, sua função e vida útil. Embora geralmente apenas as células
maduras normais sejam liberadas na corrente sanguínea, algumas circunstâncias podem
forçar a medula óssea a liberar células imaturas e/ou malformadas no sangue.

O teste de esfregaço pode indicar uma série de deficiências, apontando alterações e


anormalidades nessas células sanguíneas. Várias doenças podem ser identificadas como

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os diversos tipos de anemia, trombositose, malária, leucemia, linfomas ou insuficiência
da medula óssea e outras.

células do sangue humana sob microscópio x 1000

Tempo de Sangria

O Exame TS o Tempo de Sangramento ou de sangria, é uma análise útil na triagem para


o distúrbio da função plaquetária, seja congênita ou adquirida, ideal no diagnóstico de
doenças e terapia com aspirina que prolonga o tempo de sangramento.

O exame usado juntamente com outros testes de hemostasia, visa a avaliação


laboratorial inicial de pacientes com distúrbios hemorrágicos. Podendo ser usado como
teste de triagem na avaliação hemostática pré-operatória em casos mais específicos.

O teste rotineiramente faz parte dos exames do coagulograma. Não requer que o
paciente esteja em jejum.

Quando um instrumento pontiagudo é utilizado para perfurar a ponta do dedo ou o


lóbulo da orelha, o sangramento em geral, dura entre 1 a 6 minutos.

Foram usados os seguintes materiais e métodos:

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 Lanceta descartável;
 Papel de filtro;
 Algodão;
 Álcool;
 Cronômetro;
 Jaleco, touca, máscara e luvas.

1. O primeiro passo realizado foi a assepsia da polpa digital ou orelha


utilizando algodão embebido em álcool e puncionado com a lanceta
descartável, deixando o sangue sair da ferida;
2. O tempo começou a ser controlado;
3. O sangue extravasado da punção da polpa digital ou orelha foi
absorvido com o papel filtro;
4. O item 3 foi repetido até que não aparecesse mais o sinal de sangue
no papel. Este momento correspondeu ao TS, e o tempo foi anotado;

O exame busca avaliar a interação entre as plaquetas e a parede vascular lesionada,


diretamente ligado ao número e da qualidade das plaquetas, de alguns fatores
plasmáticos, do endotélio e da contratilidade capilar.

É importante salientar que o tempo de sangramento (TS) é mais longo em mulheres e


recebe a influência do hematócrito. Problemas plaquetários qualitativos hereditários: em
doença de von Willebrand, síndrome de Bernard-Soulier e trombastenia de Glanzmann.
Em púrpura de Henoch-Schönlein, telangiectasia e crioglobulinemias.

Coleta Sanguínea

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A coleta de sangue é amplamente praticada e continua sendo de inestimável valor para o
diagnóstico e tratamento de vários processos patológicos. O teste de laboratório é parte
integrante do processo de tomada de decisão do médico e os resultados influenciam
diretamente a qualidade de vida do paciente.

Os testes de laboratório são divididos três fases: pré-analítica, analítica e pós-analítica.


A fase pré-analítica compreende todos os processos a partir do momento em que um
médico solicita o exame até que a amostra seja enviada para análise no laboratório.
Inclui então a indicação do exame, instruções de preparo do paciente, procedimentos de
coleta de sangue, armazenamento, preservação e transporte da amostra.

A preparação do paciente é uma das tarefas mais desafiadoras da fase pré-analítica,


pois engloba variáveis que normalmente ocorrem antes que o indivíduo chegue para a
coleta da amostra. Alimentação, exercícios, medicamentos e outros fatores podem
interferir na análise, por isso é fundamental a orientação antes da realização da coleta de
sangue.

 Gênero: Além das diferenças hormonais específicas e características de cada


sexo, alguns outros parâmetros sanguíneos se apresentam em concentrações
significativamente distintas entre homens e mulheres.
 Idade: Alguns parâmetros bioquímicos possuem concentração sérica dependente
da idade do indivíduo.
 Atividade física: Alterações significativas no grau de atividade física, como
ocorrem, por exemplo, nos primeiros dias de uma internação hospitalar ou de
imobilização, causam variações importantes na concentração de alguns
parâmetros sanguíneos. Os pacientes também devem ser instruídos para evitar
exercícios moderados a extenuantes antes da coleta de sangue.
 Jejum: habitualmente, é preconizado um período de jejum para a coleta de
sangue em exames laboratoriais. A ingestão de determinados alimentos é uma
fonte significativa de variabilidade pré-analítica.
 Dieta: da mesma forma que o jejum, a dieta a que o indivíduo está submetido
pode interferir na concentração de alguns componentes, dependendo das
características orgânicas do próprio paciente.
 Uso de fármacos e drogas de abuso: este é um item amplo e inclui tanto a
administração de substâncias com finalidades terapêuticas como outras drogas
de abuso, incluindo álcool e cigarro. Eles podem causar variações nos resultados
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de exames laboratoriais, seja pelo próprio efeito fisiológico ou por interferência
analítica.

Tubos de coleta de sangue a vácuo

Os produtos utilizados para efetuar a coleta do sangue são de extrema importância, pois
além de auxiliar em um melhor resultado dos exames, podem reduzir a ocorrência de
erros na coleta e os fatores de interferência na fase pré-analítica.

Os sistemas para coleta de sangue a vácuo reduzem o risco de exposição direta ao


sangue e tornam mais fácil a coleta de múltiplas amostras através de uma única punção.
Além de maior conforto para o paciente também proporciona maior segurança para o
profissional que realiza a coleta e reduz as chances de contaminação da amostra.

Existe um tubo específico com aditivos diferentes para cada tipo de aplicação e exames.
Para fazer uma coleta múltipla basta trocar os tubos à medida em que for colhendo as
amostras desejadas. Os tubos de coleta a vácuo já contêm a quantidade de vácuo
calibrado ao volume de sangue que deve ser colhido, assim é possível garantir a
proporção correta de sangue e aditivo.

Mas é preciso seguir uma sequência correta para evitar a contaminação cruzada de
aditivos entre tubos, gerando resultados alterados nos analíticos sensíveis a este tipo de
interferência. A ordem correta para coleta de sangue por tubos a vácuo é:

1. Azul (citrato de sódio);

O Citrato de Sódio Tamponado é utilizado para prova de coagulação em amostras.


Diferentes concentrações de Citrato de Sódio podem ter efeitos significativos nas
análises terapias anti-trombóticas, Tempo de Protombina (TP) e Tempo de
Tromboplastina ativada (TTPa).

2. Amarelo/vermelho (ativador de coágulo);

Possui ativador de coágulo (sílica) jateado na parede do tubo, fazendo com que o
processo de coagulação da amostra seja acelerado. Utilizados para determinação em
soro nas áreas de Bioquímica e Sorologia. Podem ser utilizados para tipagem ABO, RH,
pesquisa de anticorpos, fenotipagem eritrocitária e teste de antiglobulina direta.

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3. Verde (heparina);

Possuem Heparina de Lítio jateada na parede do tubo. São utilizados quando é


necessário o uso de plasma para determinações Bioquímicas. Estes aditivos são
anticoagulantes que ativam as enzimas antiplaquetárias, bloqueando a cascata de
coagulação.

4. Lilás/roxo (EDTA);

Possui EDTA jateado na parede do tubo e são utilizados em bancos de sangue. O EDTA
é o anticoagulante recomendado para rotinas de hematologia por ser o melhor
anticoagulante para a preservação da morfologia celular.

5. Cinza (fluoreto de sódio);

Utilizados na dosagem de glicose, lactato e hemoglobina glicada no plasma. O Fluoreto


de Sódio é utilizado como inibidor glicolítico e o EDTA como anticoagulante,
preservando a morfologia celular.

Como realizar a coleta de Sangue

O profissional que irá realizar a coleta deve fazer a assepsia das mãos antes do
atendimento ao paciente e sempre utilizar luvas. Os tubos devem ser devidamente
identificados e colocados na ordem correta para realizar o procedimento. E na
sequência, seguir os passos abaixo:

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Tipos de amostra de sangue

Existem 3 tipos de espécimes de sangue: sangue total, plasma e soro. Elas são usadas de
acordo com as necessidades do laboratório e o analito a ser estudado. A maioria dos
ensaios clínicos utiliza soro ou plasma para realizar a análise. No entanto, existem
algumas precauções com o uso de amostras de plasma anticoagulado que produz
diferenças para alguns analitos em comparação com os demais.

As amostras podem sofrer algumas interferências que afetam significativamente os


resultados dos testes. Isso pode levar a testes adicionais, diagnósticos incorretos e

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tratamentos potencialmente desfavoráveis para o paciente. As interferências observadas
com maior frequência são amostras hemolizadas, lipêmicas e ictéricas.

Hemólise

Amostras hemolizadas ocorrem devido à lise (ruptura) das hemácias (glóbulos


vermelhos) com a liberação de hemoglobina e os componentes intracelulares no plasma.
A liberação de hemoglobina faz com que o soro ou plasma apareça vermelho pálido até
a cor vermelha cereja. Isso acontece por motivo de uma coleta inadequada, mistura
excessiva da amostra de sangue, transporte e armazenamento incorretos.

A hemólise afeta substancialmente a dosagem de alguns elementos. Uma das


recomendações para evitar que isso ocorra é deixar que os tubos permaneçam na
posição vertical até a completa coagulação do sangue, quando poderá ser centrifugado.

Lipemia

Amostras lipêmicas acusam o excesso de lipídios ou gorduras na corrente sanguínea.


Esse fenômeno faz com que o plasma ou soro apareça turvo ou leitoso, interferindo
principalmente em testes que usam sistemas ópticos de leitura.

A ingestão de alimentos gordurosos pode provocar lipemia que, se moderada a intensa,


interfere na contagem de leucócitos, plaquetas, eritrócitos e elevar muito a dosagem de
hemoglobina.

Icterícia

A amostra ictérica está relacionada ao aumento dos níveis de bilirrubina. Ela é


produzida pelo organismo quando os glóbulos vermelhos se desintegram. Quando a sua
excreção não acontece de forma adequada, ocorre um aumento de sua concentração no
sangue, acarretando o surgimento da icterícia. O soro ou plasma ganham a cor amarelo
brilhante, indicando a presença elevada de bilirrubina. Essa coloração é característica de
problemas hepáticos.

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1° pessoa saudável, 2° hemólise, 3° icterícia e o 4° lipemia. Foto: Hidden Beauty: Exploring the Aesthetics of Medica

Descarte de materiais utilizados na coleta

Os materiais utilizados para a coleta de sangue devem ser de uso único e os


perfurocortantes devem ser descartados em um recipiente adequado e de paredes rígidas
para evitar acidentes. Todos os materiais devem ser encaminhados para descarte
seguindo as normas de biossegurança.

Tipagem Sanguínea

A tipagem sanguínea é um procedimento largamente utilizado nas transfusões de sangue


e centros de hemoterapia, pois se trata de um teste realizado por profissionais de saúde
para estabelecer qual o tipo sanguíneo e qual o fator RH que o indivíduo possui.

Providos de lâminas, dos soros anticorpos anti-a e anti-b que são empregados para
análise laboratorial, a fim de identificar a tipagem do grupo sanguíneo, lancetas
descartáveis, álcool e algodão, iniciou-se o experimento.

É colhido três gotas do sangue, retirado da ponta do dedo indicador, previamente


esterilizada com álcool. Tal região deverá ser massageada e depois pressionada (a fim
de reter o fluxo sanguíneo), antes de se fazer o furo com a lanceta.
As amostras devem ser colocadas em uma lâmina, para cada uma destas, apenas para
padronizar o processo, a primeira gota deverá receber soro anti-Rh; a segunda deverá
receber o soro anti-a, e a terceira, o anti-b.

Após cinco minutos, observar o aspecto das amostras:

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- Se ocorrer aglutinação na primeira gota o Rh é
positivo;

- Se não ocorrer aglutinação na primeira gota o Rh é


negativo;

- Se ocorreu aglutinaçãona segunda gota, o sangue é


do tipo A;

- Se ocorreu aglutinação na terceira gota, o sangue é do tipo B;

- Se ocorreu aglutinação na segunda e na terceira gota, o sangue é do tipo AB;

- Se não ocorreu aglutinação, o sangue é do tipo O.

Reagentes Anti-A, Anti-B e Ante-D

Tipagem Direta e Reversa


Esse é um esclarecimento sobre um tópico de hematologia. As provas diretas e reversa
são utilizadas na tipagem ABO. Utiliza-se a prova direta para a pesquisa de antígenos
ABO que estão presentes nas hemácias.

Na prova reversa, pesquisa-se os anticorpos que estão presentes no plasma soro do


indivíduo, produzidos contra os antígenos que o mesmo não possui em suas hemácias.
Sendo assim, na prova direta você irá detectar ANTÍGENOS utilizando para isso anti-
soros conhecidos, e na prova reversa você irá detectar ANTICORPOS através do uso de
hemácias conhecidas.

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Este sistema foi então dividido em quatro grupos sangüíneos: A, B, AB e O; onde os
indivíduos classificados como:

"A" possuem aglutinógenos A nas hemácias e anticorpos contra B no plasma.

"B" possuem aglutinógenos B nas hemácias e anticorpos contra A no plasma.

"AB” possuem aglutinógenos A e B nas hemácias e não possuem anticorpos no plasma.

"O" não possuem aglutinógenos nas hemácias e possuem anticorpos contra A e B no


plasma.

A presença de aglutinação nos tubos de hemácias teste e presença de hemólise nos tubos
de soro teste indicam reações positivas. Hemácias suspensas, após leitura do botão de
hemácias, correspondem a resultado negativo.

Qualquer discrepância entre a tipagem DIRETA e REVERSA deverá ser resolvida pelo
responsável técnico do serviço que será informado imediatamente.

Contagem Total de Leucócitos

O leucograma é uma parte do hemograma muito importante, através dele podemos


analisar as células responsáveis pela defesa do organismo e, portanto, podemos avaliar a
capacidade de resposta destas células frente a diferentes situações. O leucograma é
composto pela contagem total e diferencial de leucócitos e pela avaliação morfológica
dos mesmos no esfregaço sanguíneo.

A técnica de contagem em câmara de Neubauer, assim como, a contagem de eritrócitos,


é utilizada para outras espécies e quando há incompatibilidade entre o resultado de
leucócitos totais do contador de células e a observação do esfregaço sanguíneo.

24
Princípio da Câmara de Contagem

A câmara de contagem, também conhecida como câmara de Neubauer, Fuchs Rosenthal


ou ainda hemocitômetro, foi desenvolvida originalmente para determinar a concentração
de células sanguíneas (por isso o prefixo “hemo”).

Hoje mantém o mesmo objetivo, determinar o número de células em um volume


específico de solução, porém tornou-se mais abrangente e possui várias aplicações
biológicas. Além de células sanguíneas é utilizada ainda em microbiologia, contagem de
células suspensas, espermatozoides, urinálise, entre outros.

As câmaras de contagem são dispositivos que consistem geralmente em uma lâmina


grossa de uso microscópico com uma profundidade específica para depósito da amostra.
Seu centro é formado por duas câmaras nas quais são gravadas linhas divididas em
quadrantes de dimensões conhecidas, chamadas de malhas de leitura.

Como há a padronização destes quadrantes é possível visualizar a amostra ao


microscópio e assim realizar a contagem determinando o número de células presentes
naquela área determinada.

Técnicas para contagem de leucócitos:

Duas formas de diluição podem ser usadas para a mesma técnica de contagem de
leucócitos em câmara de Neubauer, microdiluição e macrodiluição.

Diluição em pipeta de glóbulos brancos (microdiluição):

1) Homogeneizar o sangue.
2) Aspirar o sangue até a marca de 0,5 (pipeta de glóbulos brancos).
3) Limpar o sangue de fora da pipeta com papel ou gaze.
4) Aspirar o diluente até a marca 11.
5) Agitar bem (5 minutos manual e 2 minutos no agitador).
6) Desprezar as primeiras gotas e preencher a câmara de Neubauer.

Diluição 1:20

Diluição em tubo de ensaio (macrodiluição):

25
1) - Homogeneizar o sangue;
2) - Pipetar 380 microlitros (0,38 mL) do diluente;
3) - Acrescentar 20 µL de sangue.
4) - Homogeneizar;
5) - Preencher a câmara de Neubauer;
6) - Contar os leucócitos dos 4 quadrados dos cantos da câmara.

Diluição 1:20

Amostra aplicada à Câmara de Neubauer

Contagem de células
A câmara de contagem é levada ao microscópio, permitindo a visualização da malha e
dos quadrantes. As marcações dos quadrantes têm dimensões distintas, permitindo que
sejam realizadas contagens de células de tamanhos diferentes, grandes ou pequenas.

26
Contagem de células em zigue-zague

As células que dividem dois quadrantes devem ser contadas uma única vez. Assim, as
células que tocam na parte superior e esquerda dos limites devem ser contadas. Já as
células que tocam os limites inferior e a direita, não devem ser consideradas.
A quantidade de células no primeiro quadrado deve ser anotada. O processo deve ser
repetido para os quadrados restantes, anotando os resultados da contagem de todos eles.
Quanto maior o número de células contadas, maior a precisão da medição.

Contage
m de células
Método de Contagem de Células
A contagem de células grandes é realizada pela soma dos compartimentos A1, A2, A3 e
A4 e com volume correspondente a 0,4 µL. Cada um dos compartimentos é subdividido
em 16 compartimentos médios, totalizando 64 compartimentos.
Ao realizar a contagem na malha, a fórmula a seguir deve ser aplicada para obtenção do
número real de células.

27
 A=a x 2,5 x taxa de diluição
A = valor real da contagem de células
a = quantidade de células contadas nos grides
A contagem de células pequenas é realizada pela soma dos compartimentos 1, 2, 3, 4 e 5
com volume correspondente a 0,02 µL. Cada um dos compartimentos é subdividido em
16 compartimentos menores, totalizando 80 compartimentos.
Ao realizar a contagem na malha, a fórmula a seguir deve ser aplicada para a obtenção
do número real de células.
 R=r x 50 x taxa de diluição
R = valor real da contagem de células
r = quantidade de células contadas nos grides
Avaliação do Esfregaço Sanguíneo
A estimativa do número total de leucócitos no esfregaço sanguíneo deve ser sempre
realizada, pois ela é muito importante para confirmar a contagem do número total de
leucócitos e o valor normal dos leucócitos no sangue situa-se entre 4500 a 11000
leucócitos/mm³ de sangue nos adultos,
Contagem Diferencial de Leucócitos
Valor absoluto de leucócitos (/mm3 ou µL)
Observar o esfregaço sanguíneo em menor aumento, avaliar se está adequado para
análise quanto à distribuição e preservação celular (presença da monocamada) e quanto
à coloração. A contagem diferencial é feita com objetiva de imersão (100X).
Contar 100 leucócitos, diferenciando-os em:
- Neutrófilos Bastonetes; - Basófilos;
- Neutrófilos Segmentados; - Linfócitos;
- Eosinófilos; - Monócitos.

28
Leucócitos

Os eritroblastos também devem ser contados, porém sem incluí-los, nos 100 leucócitos.
Deve-se corrigir o número total de leucócitos/ mm3 sempre que houver 5 ou mais
eritroblastos em 100 leucócitos (observados durante a contagem diferencial), pois na
contagem manual (ou automática) eles são incluídos como leucócitos erroneamente, já
que são células nucleadas.

Contagem corrigida de leucócitos = nº total de céls nucleadas x 100 .


100 + nº de eritroblastos em 100 leucócitos

Valor absoluto de leucócitos (/mm³ ou µL)

É o número de cada tipo de leucócito contado no esfregaço, expresso em número por


mm3 ou uL.

Número absoluto = número total de leucócitos X número relativo / mm3 (ou µL)
100

Durante a contagem diferencial, outras observações devem ser feitas no esfregaço


sanguíneo. Características morfotintoriais dos eritrócitos quanto ao tamanho
(anisocitose), forma (poiquilocitose), coloração (hipocromia, policromasia) e presença
de corpúsculos intracelulares (corpúsculos de Howell Jolly, de Heinz, de Lentz,
hemoparasitas, etc.). Devem ser observadas manifestações de toxicidade em leucócitos
como neutrófilos (granulações tóxicas, vacuolização, basofilia citoplasmática,
corpúsculos de Dohle, alterações morfológicas nucleares), monócitos, além de
leucócitos parasitados (ex. Ehrlichia sp), dentre outros.
29
URINÁLISE
Urinálise, o teste de urina, pode ser necessário na avaliação de distúrbios renais e
urinários. Uma amostra de urina é normalmente coletada usando um método de coleta
asséptica ou outro método estéril. Por exemplo, um método para obter uma amostra de
urina não contaminada envolve passar um cateter através da uretra até a bexiga.

A recolha de urina é feita de manhã, antes do tratamento o paciente deve começar a


urinar e, sem parar, recolher então a urina para o frasco (urina vesical). Em casos
específicos pede-se a análise sobre o primeiro jacto de urina (recolha uretral).

A urinálise pode ser usada para detectar e medir o nível de


diversas substâncias presentes na urina, como proteínas,
glicose (açúcar), cetonas, sangue, entre outras. Esses exames
usam uma tira fina de plástico (tira reagente) impregnada com
produtos químicos que reagem com as substâncias na urina e
rapidamente mudam de cor. Por vezes, os resultados dos
exames são confirmados através de outras análises
laboratoriais mais sofisticadas e precisas. A urina pode ser
examinada ao microscópio para verificar se há glóbulos
vermelhos e brancos, cristais e cilindros (impressões dos
Controle de Qualidade Interno: fitas reagentes
túbulos renais criadas quando as células urinárias, a proteína
ou ambas se precipitam nos túbulos e saem na urina).

Análise Física

A urina pode ser avaliada pela aparência física (cor, turbidez, odor e volume), chamada
também de análise macroscópica. A urina pode variar na cor de amarelo pálido (quase
incolor) até amarelo escuro, vermelho, verde ou azul. Algumas medicações também
podem alterar a sua coloração, assim como corantes naturais presentes nos alimentos,
tais como cenoura e beterraba.

 Levemente amarelada: normal


 Amarelo escuro: baixa ingestão de água, também pode indicar a presença de
bilirrubina (responsável pela coloração característica de problemas hepáticos).
 Esbranquiçada: piúria, pode ser um sinal de uma infecção bacteriana ou fúngica
do trato urinário.

30
 Laranja: ingestão de alimentos ricos em betacaroteno (como cenoura), pode
indicar doenças no fígado e também uso de certos medicamentos.
 Vermelha/marrom: indica a presença de sangue, hemácias, hemoglobina,
mioglobina, porfirinas, excesso de bilirrubinas. Pode estar relacionada a infecção
urinária, problemas renais e também no fígado.
 Verde/azul: corantes, medicamentos e contraste utilizados em exames de
diagnóstico.

Análise Bioquímica

 Proteína na urina (proteinúria) normalmente pode ser detectada pela tira reagente
quando está presente em grandes quantidades. As proteínas podem aparecer na
urina constantemente ou apenas de forma intermitente, conforme a causa. A
proteinúria pode ocorrer normalmente após exercício extenuante, como correr
uma maratona, mas é geralmente um sinal de doença renal. Pequenas
quantidades de proteína na urina podem ser um sinal precoce de lesão renal
devido ao diabetes. Quantidades tão pequenas podem não ser detectadas pela tira
reagente. Nestes casos, a urina será coletada durante um período de 12 ou 24
horas e testada por um laboratório.
 Glicose na urina (glicosúria) pode ser precisamente detectada pela tira reagente.
A causa mais comum de glicose na urina é o diabetes mellitus, mas a ausência
de glicose não significa que a pessoa não tenha diabetes ou que o diabetes esteja
bem controlado. Além disso, a presença de glicose também não indica,
necessariamente, diabetes ou outro problema.
 Cetonas na urina (cetonúria) frequentemente podem ser detectadas pela tira
reagente. As cetonas são formadas quando o corpo quebra as gorduras. As
cetonas podem aparecer na urina devido a inanição, diabetes mellitus não
controlado e, ocasionalmente, após beber quantidades significativas de álcool.
 Nitritos na urina (nitritúria) também são detectáveis pela tira reagente. Níveis
elevados de nitritos indicam uma infecção do trato urinário.
 O pH é capacidade ou incapacidade dos rins de secretar ou reabsorver ácidos ou
bases. Valores altos ou baixos podem indicar cálculos renais e presença de
microrganismos.

31
 Densidade é a capacidade de concentração de substâncias sólidas diluídas na
urina. Baixa, pode representar uso excessivo de líquido, até diabetes e
hipertensão. Já alta densidade pode ser indicativa de desidratação, insuficiência
cardíaca etc.
 Bilirrubina é característico de doenças hepáticas e biliares.
 Urobilinogênio indica danos ao fígado e distúrbios hemolíticos.
 Sangue indica hemorragia que atinge o sistema urinário (infecção, cálculo renal,
etc.).
 Leucócitos (glóbulos brancos) doença do trato urinário e inflamação renal.

Análise Microscópica

O exame microscópico do sedimento urinário pode revelar a presença de células,


cristais minerais e agentes patogênicos, como bactérias ou fungos.

 Leucócitos (glóbulos brancos): indica doença do trato urinário e inflamação


renal.
 Hemácias (glóbulos vermelhos): infecções, pedras nos rins e doenças renais
graves.
 Células epiteliais: pode estar relacionada a algum problema renal grave, como
síndrome nefrótica.
 Cristais: podem indicar cálculos renais.
 Parasitas: infecção por cândida ou protozoários.
 Bactérias ou leveduras: infecção urinária.

Preparação da amostra de Urina

Na microscopia, uma amostra de urina é centrifugada para obter os sedimentos. Estes


podem ser usados para examinar a presença de células epiteliais, leucócitos, hemácias,
cilindros, cristais, bactérias e fungos.

A centrifugação é um processo físico de separação. Consiste numa amostra fluida que é


submetida a força centrífuga a fim de promover a separação dos componentes por meio
da sedimentação dos elementos de diferentes densidades.

Em relação ao exame de urina de rotina feito de forma clássica (manual), a


centrifugação é um procedimento pré-analítico que deve ser realizado em condições

32
ideais. Isso permite a obtenção do sedimento dentro dos padrões necessários para a
realização adequada da análise microscópica.

Para preparar uma amostra de urina para análise microscópica, uma


amostra fresca de 10 a 15mL de urina deve ser centrifugada a 1.500 a
2.000 rpm durante 10 minutos, segundo recomendações da
Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial
(SBPC/ML). O sobrenadante é então decantado e o sedimento
ressuspenso. Uma gota é colocada sobre a lâmina, lâmina K-cell ou
câmara de contagem para análise no microscópio e contagem de Lâminas para microscopia
células.

O que podem ser os cristais na urina e possíveis sintomas


A presença de cristais na urina normalmente é uma situação normal e que pode
acontecer devido aos hábitos alimentares, pouca ingestão de água e mudança na
temperatura corporal, por exemplo. No entanto, quando os cristais estão presentes em
concentrações mais elevadas na urina, pode ser indicativo de alguma doença, como por
exemplo cálculo renal, gota e infecções urinárias, por exemplo.
Os cristais correspondem à precipitação de substâncias que podem estar presentes no
organismo, como medicamentos e compostos orgânicos, como fosfato, cálcio e
magnésio, por exemplo. Essa precipitação pode ocorrer devido à diversas situações,
sendo principalmente devido à mudança na temperatura corporal, infecções urinárias,
alteração do pH da urina e grande concentração das substâncias.
Os cristais podem ser identificados por meio do exame de urina, denominado EAS, em
que a amostra de urina coletada e enviada ao laboratório é analisada através do
microscópico, sendo possível identificar a presença cristais e outros elementos anormais
na urina. Além disso, o exame EAS indica o pH da urina, bem como a presença de
bactérias, por exemplo.
Sintomas de cristais na urina
A presença de cristais normalmente não causa sintomas, já que pode representar algo
normal. No entanto, quando encontradas em elevadas concentrações, a pessoa pode
apresentar alguns sintomas, como alteração na cor da urina, dificuldade para urinar ou
dor abdominal, por exemplo, podendo indicar problemas nos rins, por exemplo.
O que pode ser
O resultado do exame de urina pode indicar a presença de cristais, sendo indicado qual o
tipo observado. Normalmente no laudo é indicado que há raros, poucos, vários ou
numerosos cristais, o que auxilia o médico no processo de diagnóstico. As principais
causas que levam à formação de cristais são:

33
 Desidratação: A pouca ingestão de água faz com que haja o aumento na
concentração das substâncias formadoras dos cristais devido à baixa
concentração de água. Isso estimula a precipitação de sais, resultando na
formação dos cristais;
 Uso de medicamentos: O uso de alguns medicamentos pode precipitar e levar a
formação de alguns cristais, como é o caso do cristal de sulfonamida e do cristal
de ampicilina, por exemplo;
 Infecções urinárias: A presença de microrganismos no sistema urinário pode
levar à formação de cristais devido à alteração no pH, o que pode favorecer a
precipitação de alguns compostos, como o cristal de fosfato triplo, por exemplo,
que pode ser encontrado em infecções geniturinárias;
 Dieta hiperproteica: O consumo em excesso de proteínas pode sobrecarregar os
rins e resultar na formação de cristais devido ao aumento da concentração do
subproduto da digestão de proteínas, o ácido úrico, podendo ser observado ao
microscópio cristais de ácido úrico;
 Gota: A gota é uma doença inflamatória e dolorosa causada pelo aumento da
concentração de ácido úrico no sangue, mas que também pode ser identificado
na urina, sendo percebidos cristais de ácido úrico;
 Pedra nos rins: As pedras nos rins, também chamado de cálculo renal ou
urolitíase, pode acontecer devido a diversos fatores, sendo percebida por meio
de sintomas característicos, mas também por meio do exame de urina, em que
são identificados numerosos cristais de oxalato e cálcio, por exemplo.
A presença de cristais na urina podem ser também resultado de erros inatos do
metabolismo ou indicativo de doenças no fígado, por exemplo. Por isso, é importante
que caso seja identificada qualquer alteração no exame de urina, o médico solicite
exames bioquímicos ou de imagem para auxiliar o diagnóstico e, assim, iniciar o melhor
tratamento.

Tipos de cristais
O tipo de cristal é determinado pela causa e pH da urina, sendo os principais cristais:
 Cristal de oxalato de cálcio, que tem formato de envelope e normalmente está
presente em urinas de pH ácido ou neutro. Além de ser considerado um achado
normal, quando em baixas concentrações, pode ser indicativo de cálculo renal e
normalmente está relacionado à dieta rica em cálcio e ingestão de pouca água,

34
por exemplo. Esse tipo de cristal também pode ser identificado em grandes
quantidades na diabetes mellitus, doenças hepáticas, doenças renais graves e
como consequência de uma dieta rica em vitamina C, por exemplo;
 Cristal de ácido úrico, que normalmente é encontrado em urinas de pH ácido e é
normalmente relacionada à dieta hiperproteica, já que o ácido úrico é um
subproduto da degradação das proteínas. Assim, dietas ricas em proteínas levam
ao acúmulo e precipitação de ácido úrico. Além disso, a presença de cristais de
ácido úrico na urina pode ser indicativa de gota e nefrites crônicas, por exemplo.
 Cristal de fosfato triplo, que é encontrado em urinas de pH alcalino e é
constituído por fosfato, magnésio e amônia. Esse tipo de cristal em elevadas
concentrações pode ser indicativo de cistite e hipertrofia da próstata, no caso dos
homens.
Algumas doenças do fígado podem ser indicadas por meio da presença de alguns tipos
de cristais na urina, como o cristal de tirosina, leucina, bilirrubina, cistina e biurato de
amônio, por exemplo. A presença de cristais de leucina na urina, por exemplo, pode
iniciar cirrose ou hepatite viral, sendo necessários outros exames para confirmação do
diagnóstico.

35
Tipos de Sedimento Urinário

PARASITOLOGIA
Parasitologia é uma ciência, da área da saúde, que atua no estudo dos parasitas
invertebrados, protozoários e algumas espécies parasitas vertebrados. Está ciência tem
como objetivo principal, tratar e desenvolver tratamentos contra problemas causados
por parasitas, e identificar os processos de desenvolvimento de epidemias parasitárias.

É extremamente importante que os especialistas em parasitologia conheçam muito bem


o ciclo de vida dos parasitas, as formas de infestação e os fatores que influenciam na
distribuição dos parasitas. O estudo desta ciência é muito importante, pois os parasitas
podem causar doenças complicadas, levando o indivíduo afetado, muitas vezes, a morte.

Os laboratórios de parasitologia clínica precisam sempre acompanhar as mudanças, pois


apesar de ser uma ciência antiga, ela sofre alterações constantes, seja pelos avanços na
área diagnostica ou pela adaptação dos parasitos ao meio ambiente. O estudo da
parasitologia é muito importante na medicina, pois é possível que os profissionais da
área da saúde desenvolvam métodos de prevenção, reabilitação e promoção da saúde.

Métodos para o exame parasitológico de fezes – Coprologia

Observação microscópica do material a analisar, diretamente ou como suspensão em


água destilada ou soro fisiológico, entre lâmina e lamínula.

Amostras fecais

São examinadas devido a presença de protozoários e larvas de helmintos ou ovos. Os


estágios de protozoários encontrados em fezes são trofozoítas e cistos. Os estágios de
helmintos normalmente encontrados em fezes são ovos e larvas, ainda que possam ser
vistos vermes adultos ou segmentos de vermes. Vermes adultos ou segmentos de tênia
são normalmente visíveis a olho nu, mais ovos larvas, trofozoitas, e cistos podem ser
vistos somente com microscópio.

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a) Frasco contendo amostra fecal, 2 a 4 gramas de fezes;
b) Colocar em frasco e desmanchar em água com um bastão de vidro;
c) Coar a emulsão através de gaze ou de uma tela para dentro de um cálice cônico,
completar o volume do cálice juntando mais água e misturando bem o conteúdo.
Deixar sedimentar por uma hora ou mais;
d) Derramar o líquido sobrenadante e substituir por água limpa, ressuspendendo o
sedimento. Repetir a operação até que o sobrenadante fique claro;
e) Com uma pipeta Pasteur, retirar uma pequena amostra de sedimento do vértice
do cálice, colocar sobre uma lâmina;
f) Corar, cobrir com lamínula e examinar no microscópio.

Identificação de parasitas em esfregaços corados

Em esfregaços corados, amebas, trofozoítas e cistos


de amebas, e flagelados serão vistos. O citoplasma
corara verde-azulado ou verde; o núcleo, inclusões,
com células vermelhas ou bactérias corpos
cromatoides e cistos de ameba e fibrilas em
flagelados coração de vermelho ou púrpura. O
Entamoeba histolytica
glicogênio é dissolvido durante o processo de
coloração e não é visível em preparações coradas.

Método de Faust

Consiste em um método de Centrífugo-flutuação em sulfato de zinco, sendo bastante


utilizado na pesquisa de cistos de protozoários e ovos de helmintos.

O método de Faust é utilizado para evidenciar cistos e trofozoítos de protozoários, assim


como ovos de helmintos.

Esquema do Processamento:

37
1. Dissolver cerca de 5g de fezes em 10ml de água e filtrar em gaze dobrada em
quatro.
2. Depositar o material em tubo cônico de
centrifugar a 1500 rpm por 2 minutos.
3. Desprezar o sobrenadante e
ressuspender novamente em 10ml de
água.
4. Repetir os passos 2 e 3 até que o
sobrenadante se apresente claro.
5. Adicionar 10ml de sulfato de zinco
(ZnSO²) 33%, densidade 1.180,
homogeneizar e centrifugar a 1500 rpm por minuto.
6. Recolher com a alça de platina a película superficial, colocar na lâmina e
adicionar uma gota de solução de lugol e observar ao microscópio.

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MICROBIOLOGIA

O Setor de Microbiologia possui o objetivo de apontar o responsável por um


determinado estado infeccioso e indicar através do monitoramento de populações
microbianas qual o perfil dos microrganismos que estão interagindo com o homem.
Com essas informações, a equipe de saúde é capaz de definir quais microrganismos
podem ser responsáveis pelo quadro clínico do paciente e assim, propor um tratamento
mais adequado. As atividades em um laboratório de microbiologia incluem estabelecer
informações sobre a melhor amostra biológica, reconhecer a flora normal e os
contaminantes, determinar o tratamento que beneficiará o paciente, identificar
microrganismos com propósitos epidemiológicos, obter resultados rápidos em casos de
emergência, racionalizar no uso de antimicrobianos, relatar os resultados e ainda,
manter uma educação médica contínua em relação aos aspectos das infecções.

Diferentes microrganismos como bactérias, fungos, e vírus causam infecções ao


organismo humano. O grupo patogênico em destaque são as bactérias que constituem a
flora humana e que normalmente não trazem risco aos indivíduos saudáveis, devido sua
baixa virulência, mas que causam infecções em indivíduos em estado clínico
comprometido, por isso são denominadas como bactérias oportunistas.

Os patógenos implicados nas infecções são transmitidos ao indivíduo tanto via


endógena, ou seja, pela própria flora do paciente, quanto pela via exógena. Esta última é
veiculada pelas mãos, secreção salivar, fluidos corpóreos, ar e materiais contaminados,
como por exemplo, equipamentos e instrumentos utilizados em procedimentos médicos
invasivos, que facilitam a penetração destas barreiras de modo a elevar o risco de
infecção.

Os principais fatores que influenciam a aquisição de uma infecção são o estado


imunológico, idade (recém-nascidos e idosos são mais vulneráveis), uso abusivo de
antibióticos, procedimentos médicos (invasivos), imunossupressão e falhas nos
procedimentos de controle de infecção.

39
O Exame de TSA (Teste de Sensibilidade a Antimicrobianos) ou Antibiograma

A realização do teste de sensibilidade aos antimicrobianos (TSA) é uma das principais


tarefas executadas pelo laboratório de microbiologia. Além de orientar a escolha da
terapia antimicrobiana mais adequada, o TSA representa uma importante ferramenta no
monitoramento da evolução da resistência bacteriana e age também como um método
auxiliar na implantação de medidas de controle que evitem a disseminação de bactérias
multirresistentes.

O TSA deve ser sempre realizado na avaliação das seguintes bactérias:

 Enterobactérias;
 Pseudomonas spp.,
 Acinetobacter spp.;
 Staphylococcus spp.;
 Enterococcus spp.;
 Streptococcus pneumoniae;
 Streptococcus do grupo viridans e beta-hemolítico;
 Haemophilus influenzae;
 Complexo Burkholderia cepacia;
 Stenotrophomonas maltophilia;
 Neisseria gonorrhoeae e Neisseria meningitidis.

Preparação de placa para TSA


40
Esquema do Processamento:

 As amostras colhidas para o exame podem ser provenientes do sangue, escarro,


secreções, saliva, fezes ou urina.
 O procedimento consiste em "cultivar" numa estufa os micro-organismos
presentes na amostra (urinocultura, se for de urina).
 As bactérias e demais micro-organismos são inoculados numa placa de
laboratório em que são colocados discos de papel impregnados com antibióticos
ou antimicrobianos.
 Depois, é analisado se houve crescimento ou inibição da multiplicação das
bactérias e demais ao redor de cada disco. Os resultados são medidos e
pesquisados em tabelas, de acordo com o tipo de bactéria ou micro-organismo
em análise.
 Assim, é possível saber qual antibiótico ou antimicrobiano é o mais apropriado
para eliminar os germes responsáveis pelo atual processo infeccioso.

Resultado dos antibióticos na placa

Cultura pura
A cultura pura de um dado microrganismo é uma cultura de células genética e
morfologicamente idênticas. A imobilização das células num meio sólido torna
possível a visualização do crescimento em massas celulares isoladas denominadas
colónias. As colónias microbianas são caracterizadas por uma forma e tamanho que

41
depende do próprio organismo, de condições ambientais como sejam: da quantidade
de oxigénio e de nutrientes disponíveis no meio de cultura e de outros parâmetros
fisiológicos.
Para obter uma cultura pura podem ser usadas as técnicas de:
 riscado em meio sólido
 espalhamento em meio sólido

Riscado em meio sólido


Após recolha do inóculo com a ponta da ansa, este é espalhado na superfície do
meio de cultura sólido (contido em placas de Petri ou tubos de vidro), riscando a
superfície com a ponta da ansa contendo o inóculo. A ansa deve ser esterilizada
sempre que se mude de direção, por forma a ir reduzindo o número de células
presentes no inóculo.
Este método permite o isolamento e obtenção de culturas puras através do
isolamento de colónias.

Meios de Cultura em Placas: Agar Sangue de Carneiro 5% base TSA

Espalhamento em meio sólido


Neste método, após diluição apropriada da amostra, são espalhados à superfície do
meio sólido, 0.1 ml da amostra, com o auxílio de uma vareta de vidro em L,
previamente esterilizada.
As placas são posteriormente incubadas, em posição invertida em atmosfera e
temperatura adequadas, até ao aparecimento de colónias.
A observação das colónias obtidas à superfície de um meio de cultura sólido permite
avaliar o grau de pureza de uma dada cultura. A presença de mais de um tipo de
42
colónias na mesma placa indica que a cultura original não estava pura, ou seja, que
se encontrava contaminada com outro microrganismo.
Esquema do Processamento:

Isolamento de microrganismos do
solo

1. Junto à chama do bico de Bunsen, transferir com uma ansa a amostra para o
frasco contendo 100 ml de solução salina esterilizada;
2. Agitar vigorosamente a suspensão preparada no passo anterior, de modo a
obter uma suspensão homogénea da amostra e facilitar a suspensão na água
da maior parte das células dos microrganismos;
3. Junto à chama do bico de Bunsen, transferir 1 mL da suspensão original
(preparada acima) para tubos de ensaio contendo 9 ml de solução salina
estéril, de modo a diluir a suspensão de 10-1 (ou, 1:10).
Nota: Ter o cuidado de agitar vigorosamente a suspensão obtida após cada
diluição, antes de proceder à diluição seguinte.
4. Proceder ao espalhamento das suspensões diluídas no passo anterior, sobre
meio sólido adequado contido em placas de Petri. Para tal, junto à chama do
bico de Bunsen, transferir 0.1 ml da suspensão;
5. Espalhar as suspensões diluídas sobre o meio sólido com uma vareta de
vidro em L esterilizada por imersão em álcool etílico e passada pela chama
do bico de Bunsen.
Nota: Após passagem da vareta pela chama para queimar o álcool, deixar arrefecer
convenientemente antes de se utilizar para espalhar a suspensão celular na superfície
do meio sólido.
6. Incubar as placas à temperatura ambiente, durante 3 a 5 dias;
7. Conte as colónias isoladas em cada placa.

43
BIOQUÍMICA
A bioquímica é o setor do laboratório que tem aproveitado o avanço tecnológico para
medir e expressar quimicamente as variações normais e patológicas que ocorrem nos
seres vivos.

Os laboratórios de bioquímica permitem efetuar testes urgentes, é processado


rapidamente, pois o resultado é de extrema importância para o atendimento de pacientes
em estado grave e que necessitam com urgência de diagnóstico e tratamento.

As principais dosagens são: glicose, uréia, creatinina, perfil renal, bilirrubina, lipídios,
beta teste e entre outros.

Perfil renal

Creatinina e ureia são duas substâncias presentes na corrente sanguínea, que podem ser
dosadas através de exames de sangue quando se pretende fazer uma avaliação da função
dos rins.

Quando os rins do paciente começam a funcionar de forma inadequada e a sua


capacidade de filtrar o sangue fica afetada, as concentrações de ureia e creatinina no
sangue tendem a ser elevar. Quanto mais alta for a creatinina sanguínea, mais grave é a
insuficiência renal.

A dosagem da creatinina é importante para se detectar a insuficiência renal em fases


precoces, evitando, assim, as complicações da doença. Os rins, além do controle da água
corporal, também agem no(a):

 Excreção de substâncias sanguíneas, como remédios ou toxinas.


 Níveis sanguíneos de eletrólitos, como potássio, sódio, magnésio, cálcio e
fósforo.
 Produção de hormônios que controlam os glóbulos vermelhos (hemácias).
 Controle da massa dos ossos.
 Controle da função da coagulação do sangue.
 Controle do pH do sangue.
 Controle da pressão arterial.

A insuficiência renal crônica é uma doença que costuma progredir lentamente e de


forma silenciosa ao longo de anos, fazendo com que todas as funções acima estejam

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comprometidas. Não diagnosticar a doença renal precocemente significa não agir em
tempo hábil sobre esses problemas.

Método

A amostra de soro é submetida à centrifugação a 3.400 rpm por cinco minutos. Em


seguida foram realizadas às análises das concentrações de ureia e creatinina, em soro e
plasmas. Todas as amostras foram analisadas em espectrofotômetro logo após a
centrifugação.

Contraindicações

Por ser um exame de sangue comum, não há contraindicações expressas para a


dosagem.

Resultados

Os resultados do exame de são obtidos poucos dias após a coleta da amostra.

Quais são os valores normais?

Os níveis normais da creatinina variam entre 0,6 a 1,3 mg/dL (miligramas por decilitro
de sangue).

Os valores de referência para ureia variam de 16 a 40 mg/dL (miligramas por decilitro


de sangue).

Esses valores, porém, não são absolutos e devem ser interpretados pelo seu médico e
podem ser diferentes conforme o sexo e idade.

Dosagem de Glicemia de Jejum

A glicose é um dos componentes mais importantes para a manutenção do metabolismo


energético do organismo. A glicemia é controlada pelas células alfa e beta pancreáticas.
As células alfas produzem glucagon, que aumentam os níveis de glicose no sangue, e as
células beta produzem insulina, que diminuem os níveis de glicose no sangue,
promovendo homeostasia. Quando há um excesso de glicose, parte dela é estocada em
tecido adiposo.

Quando a concentração sérica de glicose está elevada no sangue, mesmo em jejum,


indica que o paciente apresenta diabetes mellitus, provocado por distúrbios metabólicos.
Por isso é necessário um acompanhamento médico e um tratamento adequado para que

45
não corra o risco de desenvolver complicações crônicas, como retinopatia, angiopatia,
doença renal, neuropatia entre outras.

Quando a concentração sérica da glicose for diminuída no sangue (inferior a 50 mg/dL


em jejum), trata-se de um quadro hipoglicêmico (condição aguda). Devido ao fato do
cérebro ser sensível a essa condição, ele estimula as adrenais a liberarem epinefrina
(adrenalina), a qual estimula o fígado a liberar glicose através da glicogênese, ajustando
a concentração no sangue. Caso contrário, a função cerebral pode ser comprometida. A
redução da glicemia ocorre normalmente em, aproximadamente, 2 horas após uma
refeição, contudo ela se regulariza após esse período.

A determinação da glicose pode ser feita através de exame de glicemia de jejum,


glicemia pós-prandial, hemoglobina glicosilada e curva glicêmica.

Para a realização do exame de glicemia de jejum, utiliza-se uma amostra de soro e o kit
correspondente. A técnica aplicada baseia-se no método colorimétrico enzimático
(leitura de absorbância em espectrofotômetro). Os valores de referência para glicemia
de jejum estão entre 60 a 99 mg/dL. Valores menores indicam um quadro agudo de
hipoglicemia. Valores maiores podem indicar um pré-diabetes ou até mesmo um
diabetes.

46
Princípio de Ação

Reagentes:

- Reagente enzimático (R1)

- Reagente padrão (R2)

AMOSTRAS: Plasmas (fluoretado), soro,


líquor, líquido (ascítico, pleural e sinovial).

Método:

- Separar os tubos B (branco), P (padrão) e


A (amostra);

- Pipetar em cada tudo conforme descrito na


tabela abaixo:

- Homogeneizar bem;

- Colocar os tubos em banho-maria a 37°C durante 10 minutos;

- Zerar equipamento com o Branco;

- Ler e anotar a absorbância da Amostra e do Padrão em 505 nm.

- Homogeneizar bem;

- Colocar os tubos em banho-maria a 37oC durante 10 minutos;

- Zerar equipamento com o Branco;

- Ler e anotar a absorbância da Amostra e do Padrão em 505 nm.

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Cálculo:

Valores de Referência:
Plasma:
- Prematuro: 20 - 60 mg/dL
- 0 a 1 dia de vida: 40 - 60 mg/dL
- Mais de 1 dia de vida: 50 - 80 mg/dL
- Crianças e adultos: 65 - 99 mg/dL
Líquor: 50 - 70 mg/dL

Bilirrubina

A bilirrubina, composto produzido pela degradação da hemoglobina, é captado pelo


fígado para sua conjugação e excreção biliar. As alterações hepatocelulares e obstruções
biliares podem provocar hiperbilirrubinemias. A eritroblastose fetal ou anemia
hemolítica do recém-nascido é uma patologia provocada pela incompatibilidade
materno fetal. Nestas patologias se produz a destruição massiva de glóbulos vermelhos
que resulta num considerável aumento da bilirrubina sérica com o consequente risco de
espalhar-se o pigmento ao sistema nervoso central. Por tal motivo, a determinação dos
parâmetros resulta muito importante.

48
A dosagem de bilirrubina no sangue serve, portanto, para avaliar o funcionamento do
fígado. Se há um excesso dessa substância no sangue, é sinal de que ela não está sendo
corretamente filtrada a descartada pelo fígado.

Bilirrubina circula na corrente sanguínea em duas formas:

 Bilirrubina indireta (ou não conjugada): essa forma não se dissolve em água e é
a bilirrubina que viaja na corrente sanguínea para o fígado, onde é transformada
em uma substância solúvel
 Bilirrubina direta (ou conjugada): quando a bilirrubina indireta chega ao fígado é
excretada na forma de bile, constituindo um dos pigmentos biliares. Essa
substância então retorna à corrente sanguínea para ser excretada nas fezes. Por
ser solúvel em água, a bilirrubina conjugada é encontrada em pequenas
quantidades na urina

Bilirrubina total e os níveis de bilirrubina direta são medidos no sangue, enquanto que
os níveis de bilirrubina indireta são derivados a partir das medições de bilirrubina total e
direta.

Reagentes fornecidos

1. Reagente A: solução aquosa de benzoato de cafeína 0,13 mmol/l,


tamponada e estabilizada.
2. Reagente B: solução de ácido sulfanílico 29 mmol/l e ácido clorídrico
0,17 mol/l.
3. Reagente C: solução de nitrito de sódio 0.07 mol/l.

Reagente não fornecidos

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- Água destilada.

Amostra

Soro, plasma ou líquido amniótico

a) Coleta: obter soro ou plasma da maneira habitual. Manter protegido da luz natural ou
artificial, cobrindo o tubo com papel escuro. Também pode realizar-se a determinação
em líquido amniótico.

b) Aditivos: no caso de que a amostra a ser realizada seja plasma, deve utilizar-se
heparina para sua obtenção.

c) Substâncias interferentes conhecidas: hemólise moderada ou intensa inibe a reação


direta, obtendo-se valores de bilirrubina total falsamente aumentados. Referência
bibliográfica de Young para efeitos de drogas neste método.

d) Estabilidade e instruções de armazenamento: a amostra deve ser preferencialmente


fresca. No caso de não realizar-se o ensaio na hora, o soro deve conservar-se até 48
horas sob refrigeração (2-10oC) e a sangue inteira não mais de 24 horas sob refrigeração
ou 12 horas a temperatura ambiente. O líquido amniótico é conveniente mantê-lo
congelado até realizar o ensaio. A ação da luz pode destruir em uma hora até 50% da
bilirrubina presente na amostra. Por tal motivo deve proteger-se da luz.

Técnica Para Soro

Em três tubos marcados B (Branco), D (Direta) e T (Total) colocar:

Misturar imediatamente cada tubo por inversão. Logo de 5 minutos, ler em


espectrofotômetro a 530 nm ou em fotocolorímetro com filtro verde (520-550 nm)
levando o aparelho a zero com água destilada. As leituras podem realizar-se entre 4 e 15
minutos, exceto para a bilirrubina direta que deve ler-se aos 5 minutos. De ser lido

50
antes, se observará uma sub-valoração dos resultados pela reação incompleta. De ser
lido depois, se observará uma sobre valoração posto que começa a reagir a bilirrubina
livre.

Soros ictéricos: deve utilizar-se a técnica descrita, com menor quantidade de amostra,
conforme à severidade da icterícia. No caso de icterícia moderada deverá ser utilizado
50µl de soro. Em uma icterícia intensa será necessário só 20 µl.

Cálculo dos Resultados

Bilirrubina total (mg/l) = (T - B) x f

Bilirrubina direta (mg/l) = (D - B) x f

Bilirrubina livre (indireta) = BRB total - BRB direta

O fator colorimétrico (f) deve ser calculado com Bilirrubina

Valores de Referência

Bilirrubina em soro ou plasma

- Adulto:

Direta: até 2 mg/l Total: até 10 mg/l

- Recém-nascidos:

Nascidos a termo Prematuros


Sangue de cordão 25 mg/l
até as 24 hs 60 mg/l 80 mg/l
até as 48 hs 75 mg/l 120 mg/l
do 3º ao 5º dia 120 mg/l 240 mg/l

Os valores começam logo diminuindo para alcançar o nível médio do adulto ao cumprir
um mês do nascimento. Nos prematuros, os níveis de bilirrubina se retardam mais para
alcançar a normalidade, dependendo do grau de imaturidade hepática.

51
Lipidograma

O lipidograma é um exame laboratorial solicitado pelo médico com o objetivo de


verificar o perfil lipídico da pessoa, ou seja a quantidade de LDL, HDL, VLDL,
triglicerídeos e colesterol total, que quando estão em valores fora do normal,
representam um grande risco para desenvolver doenças cardiovasculares, como angina,
infarto, AVC ou trombose venosa, por exemplo.

O exame de perfil lipídico é solicitado pelo médico com o objetivo identificar o risco
destas doenças e ajudar a orientar o tratamento ideal para cada pessoa, como forma de
impedir complicações à saúde. Para determinação do perfil lipídico é necessária à coleta
de uma amostra de sangue em laboratório, que pode ser feita com ou sem jejum. A
necessidade de jejum de 12 horas deverá ser indicada pelo médico de acordo com a
história clínica da pessoa.

 Colesterol LDL

O LDL, ou low density cholesterol, é conhecido popularmente como mau colesterol


porque quando encontra-se em elevadas concentrações é associado a maior risco de
doenças cardiovasculares. No entanto, o LDL é fundamental para o bom
funcionamento do corpo, pois participa na formação de diversos hormônios.

O ideal é que os níveis de colesterol LDL estejam abaixo de 130 mg/dl, entretanto,
para algumas pessoas são necessários controles mais rígidos como abaixo de 100, 70
ou 50 mg/dl, a depender de condições como hábito de vida, histórico de doenças ou
a presença de outros fatores de risco cardiovasculares. Veja mais sobre o LDL e o
que fazer para controlar.

 Colesterol HDL

O HDL, ou high density cholesterol, é conhecido popularmente como bom


colesterol e é importante que esteja aumentado na circulação, pois representa maior
proteção cardíaca. É recomendado que seu valor esteja acima dos 40 mg para
homens e mulheres, como forma de prevenir o risco de doenças cardiovasculares e,
para isso, é indicada a realização de atividade física e ter uma alimentação rica em
gorduras boas e fibras, presente em peixes, azeite, vegetais e sementes, por exemplo.

52
 Colesterol VLDL

O VLDL é o tipo de colesterol que tem como função o transporte dos triglicerídeos e do
colesterol para os tecidos do corpo, e faz parte do grupo colesterol não-HDL, por isso,
deve ser mantido em valores baixos, não sendo recomendado que seus valores estejam
acima dos 30 mg/dL.

 Colesterol não-HDL

É a soma de todos os tipos de colesterol, exceto o HDL e, assim como o colesterol LDL
isolado, também é considerado pelos médicos um importante fator de risco de doenças
cardiovasculares, e podem ser utilizados para o acompanhamento e orientação do
tratamento.

O colesterol não-HDL deve estar com níveis 30 mg/dl acima do considerado ideal para
o LDL, assim, se o máximo do valor do LDL recomendado para uma pessoa for 130
mg/dl, o colesterol não-HDL é considerado normal se for de até 160 mg/dl.

 Colesterol total

É a soma do HDL, LDL e do VLDL, e o desejável é que esteja com valor abaixo de 190
mg/dL, já que quando está alto também aumenta o risco de doenças como infarto, AVC,
angina ou pancreatite, por exemplo. Entretanto, deve-se ter em consideração que, se o
colesterol bom (HDL) estiver muito alto, pode aumentar o valor do colesterol total, por
isso, é sempre importante comparar os valores do perfil lipídico completo.

 Triglicerídeos

Também conhecidos como triglicérides, estas moléculas de gordura são uma importante
fonte de energia para o corpo e para os músculos, entretanto, quando estão elevados na
circulação sanguínea, podem facilitar o acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos e o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

O valor desejável de triglicerídeos no exame de perfil lipídico é menor que 150 mg/dl, e
quanto maior o seu valor, maior as chances de complicações. Além das doenças
cardiovasculares, os triglicerídeos excessivamente elevados também podem provocar
pancreatite.

53
Para que serve o lipidograma

Esse exame é útil para orientar tratamentos e acompanhamentos relacionados a


problemas metabólicos dos lipídios. Além disso, a avaliação dos níveis de colesterol
facilita a prevenção e diagnóstico precoce de doenças cardiovasculares, pois permite
que o médico avalie o risco e tome as providências necessárias.

Preparo e realização do exame

O modo com que o exame de lipidograma é feito é muito simples: apenas uma amostra
de sangue é coletada da veia do braço e ela será utilizada para medição de todas as
substâncias mencionadas. O jejum não é mais obrigatório, de acordo com o “Consenso
Brasileiro para a Normatização da Determinação Laboratorial do Perfil Lipídico”.

Teste Rápido Beta HCG

O beta HCG é um hormônio produzido pelo organismo


durante a gestação pelas células precursoras da placenta.
Ele é um componente do HCG (gonadotrofina coriônica
humana), hormônio específico da gravidez. Por isso esse
exame é usado no diagnóstico da gestação.

Método

Adicionar uma gota de soro e 3 gotas de reagente no


poço do teste rápido

Resultado

Se aparecer duas linhas coloridas, a linha do controle e a linha teste significa que foi
reativo.

Interpretar o resultado do teste em 5 minutos. Não interpretar o resultado teste após 5


minutos. Qualquer reação que ocorra na tira não deve ser considerada

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EXPURGO
Sala de utilidades ou expurgo: Ambiente destinado à limpeza, desinfecção e guarda
dos materiais e roupas utilizadas na assistência ao paciente e também poderá ser
utilizado para a guarda temporária de resíduos.

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JORNADA DE BIOMEDICINA
Realizado no dia 21 e 22 de novembro houve palestras com os seguintes temas e palestrantes:
A importância dos probióticos na microbiota intestinal humana.
Palestrante: Hermínio Benitez R. Mendes

 Bases analíticas do hemograma automatizado e conduta do analista.


Palestrante: Amanda Brenda Serra Da Silva

 Atuação do biomédico na saúde estética


Palestrante: Maira Lenina Pontes Bouty

 Análise microbiológica do meio ambiente


Palestrante: Joellyson Lucas Da Conceição

 Iniciação cientifica em microbiologia com enfoque em microbiologia médica


Palestrante: Aline Michelle Silva Mendonça

 A importância do diagnóstico diferencial a resposta ao tratamento de leucemia aguda


Palestrante: Ana Luiza Farias Serpa

 Os benefícios da acupuntura no tratamento da dor


Palestrante: Rositania Duarte

 Interpretação Clínica do Hemograma


Palestrante: Cassiara Milena de Araujo Jansen

 Biomedicina em acupuntura
Palestrante: Alline Sarah Costa

 Atuação do Biomédico na Perícia Criminal


Palestrante: Éricka Brito Oliveira

 Técnicas laboratoriais aplicadas na reprodução humana assistida


Palestrante: Fernanda de Carvalho

56
SÍMPOSIO DE IMUNO HEMATO
Realizado nos dias 23 e 24 de agosto, no teatro zenira fiqueira teve os seguintes temas e
palestrantes:

 Análise comparativa da citomorfologia das principais leucemias

Palestrante: André Luís Costa

 Imunoterapia em oncologia

Palestrante: Antonio Alencar

 Prevenção do câncer: Quais os fatores modificáveis que podemos ter para


reduzir a chance de ter um câncer.
Palestrante: Dr. Klayton Henrique Morais Ribeiro

 Imogenetica das doenças autoimunes

Palestrante: Tatiana Barreto

 Avanços científicos na pesquisa de doenças alérgicos

Palestrante: Dra. Angela Falcai

 Abordagem clínica das principais anemias

Palestrante: Tiza Mascarenhas Matos

 Imunologia apliacada ao diagnóstico de doenças infecciosas

Palestrante: Luís Cláudio Nascimento da Silva

 Imunofenotipagem em oncohematologia

Palestrante: Dr. Raimundo Antônio Gomes Oliveira

 Importância do biomédico em uma agência transfusional

Palestrante: Leila da Silva Silveira

 Como nosso corpo se protege das infecções

Palestrante: Marta Regina De Castro Belfort

 Testes pré transfusionais

Palestrante: José De Jesus Rodrigues Marques

 Biomédico na pesquisa e diagnóstico oncológico

Palestrante: Mônica Machado De Carvalho

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REFERÊNCIAS
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https://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Relatorio-De-Lavagem-e-Esterilização/48012651.html
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