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Parasitologia

Material Teórico
Helmintos e Artrópodes

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Norton Claret Levy Junior

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Helmintos e Artrópodes

• Doenças Causadas por Platelmintos;


• Biologia dos Nematelmintos;
• Doenças Causadas por Nematelmintos;
• Infestações Causadas por Artrópodes;
• Anexo I.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Analisar e compreender os ciclos evolutivos e os mecanismos de transmissão das
principais verminoses humanas;
• Compreender e estudar as medidas de prevenção das verminoses;
• Conhecer as principais medidas profiláticas aplicáveis ao controle de endoparasitoses;
• Conhecer as principais medidas profiláticas aplicáveis ao controle de infestações
por artrópodes.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Helmintos e Artrópodes

Doenças Causadas por Platelmintos


Nesta unidade, além de entrar em contato com algumas doenças causadas por
platelmintos, você conhecerá a biologia dos nematelmintos, bem como algumas
das doenças causadas por esse parasito. Ao estudar tais doenças parasitárias, você
verá alguns detalhes da biologia, a classificação, a morfologia, as ações patogêni-
cas, o diagnóstico e a epidemiologia. Daremos ênfase à sintomatologia, profilaxia
e tratamento de cada doença. Você verá algumas infestações causadas pelos artró-
podes e que alguns dele são vetores de doença como a febre maculosa, transmitida
pelo carrapato estrela, e de doenças ainda mais graves como a peste bubônica,
transmitida por pulgas.

Teníase e Cisticercose
A teníase é uma doença relativamente frequente, sendo o homem o único hos-
pedeiro definitivo e obrigatório, tendo maior prevalência em comunidades mais
pobres, onde o saneamento é deficiente e o ser humano vive em contato direto
com porcos e tem costume de comer carne mal passada. A teníase é causada pela
Taenia solium ou pela Taenia saginata, também conhecidas como “solitária”.
Já a cisticercose é causada pela ingestão de água ou de alimentos como legumes,
frutas ou verduras contaminados com os ovos de Taenia solium. Embora causa-
das pelo mesmo agente etiológico, Taenia solium, são protozooes distintas e que
apresentam sintomas variando de brandos a muito graves como caso da neuro-
cisticercose, que pode causar de convulsões a psicoses. Estimativas da OMS são
de que ocorram 50 mil mortes por ano devido à neurocisticercose, e que haja um
número ainda maior de pacientes que vivem com incapacitados devido aos ataques
convulsivos ou outros danos neurológicos.
Esses parasitos não possuem intestino, uma vez que passam a fase adulta ou
reprodutiva no intestino humano a absorver nutrientes. Já os cisticercos são as
larvas encontradas no tecido subcutâneo, muscular, cardíaco, cerebral e no olho
de suínos e acidentalmente em humanos e cães. O cisticerco da Tania saginata é
encontrado nos tecidos dos bovinos. Então o homem é o hospedeiro definitivo de
ambos agentes etiológicos, os suínos hospedeiros intermediários da Taenia solium
e os bovinos hospedeiros intermediários da Taenia saginata.
São vermes grandes, em forma de fita, a Taenia solium mede cerca de 1,5 a
4m, e a Taenia saginata mede cerca de 4 a 12m. Possuem coloração esbranqui-
çada, de aspecto leitoso, ou levemente amarelada ou rosada. Sua superfície é lisa,
brilhante, ou enrugada pelas contrações musculares.
O verme adulto é morfologicamente dividido em escólex ou cabeça, colo ou
pescoço e estróbilo ou corpo (Figura 1).
O escólex Taenia solium (Figura 1A) é ovoide ou piriforme e mede de 0,6 a
1mm de diâmetro, possui quatro ventosas e dupla coroa de acúleos (25 a 30 acúleos)

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em forma de gancho, inseridos em um rostro situado entre as ventosas. O da
Taenia saginata (Figura 1B) mede de 1,5 a 2mm de diâmetro, possui as quatro
ventosas, porém, faltam-lhe os acúleos.

Ventosas

Figura 1 – Estrutura de Tênia. A: Taenia solium. B: Taenia saginata

O colo ou pescoço é a zona de crescimento ou formação das proglotes, situa-


do abaixo do escólex, e o estróbilo ou corpo é formado pela união das proglotes,
subdivididas em jovens, maduras e grávidas.

As proglotes jovens estão situadas junto ao colo, são mais largas que longas, e
não apresentam nenhum indício de órgãos genitais; as proglotes maduras possuem
os órgãos genitais desenvolvidos e aptos para a fecundação; as proglotes grávidas
são mais longas que largas e apresentam o útero cheio de ovos.

As proglotes grávidas da Taenia solium são quadrangulares, sendo o útero for-


mado por 7 a 16 ramificações de cada lado da haste central, com forma muito
irregular e aspecto dendrítico e postura de aproximadamente 80.000 ovos; e as
proglotes grávidas da Taenia saginata são retangulares e o útero formado por
15 a 30 ramificações de cada lado, com aspecto dicotômico e postura de aproxi-
madamente de160.000 ovos (Figura 2).

Figura 2 – Proglote grávida de Taenia solium (A) e Taenia saginata (B)

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Os ovos de ambas as Tênias são indistinguíveis morfologicamente, sendo esféri-


cos e medindo 30 a 40µm de diâmetro, no exterior possuem espesso embrióforo
e no interior possuem embrião hexacanto ou oncosfera, com dupla membrana e
seis acúleos.

Figura 3 – Ovo de Tênia

A Tênia tem ciclo de vida heteróxeno sendo o homem seu hospedeiro definitivo
e o porco intermediário, no caso da Taenia solium, e o boi no caso da Taenia
saginata (Figura 4). O homem além de ser hospedeiro definitivo, também pode se
portar como hospedeiro intermediário delas.

Figura 4 – Ciclo de vida heteróxeno da Tênia


Fonte: Adaptado de Centers for Disease Control and Prevention

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A transmissão da Teníase ocorre através do consumo de carne crua ou insufi-
cientemente cozida contendo os cisticercos (larvas). Já a transmissão da cisticerco-
se ocorre bebendo-se água contaminada com ovos da tênia ou ainda se alimentan-
do de frutas, verduras, hortaliças que não tenham sido higienizados corretamente
e contenham ovos da tênia, ou, ainda, pode ocorrer autocontaminação já que os
ovos podem ser encontrados nas mãos do hospedeiro, na região perianal, nas rou-
pas e até mesmo na mobília da residência.
Na teníase, a infecção é assintomática ocorrendo lesões da fixação do parasito e
agressão irritativa na mucosa intestinal, também pode ocorrer obstrução intestinal pro-
vocada pelo estróbilo. A penetração de plogrotes no apêndice é rara, mas já foi relatada.
Na cisticercose, quando os ovos viáveis da tênia chegam ao estômago, liberam o
embrião que atravessa a mucosa gástrica, vai para a corrente sanguínea e se distri-
bui pelo corpo, sendo mais relatado que ocorra nos tecidos musculares, nos tecidos
cardíacos, na região dos olhos e no cérebro, onde se desenvolverá o cisticerco, que
é o estágio larval da Tênia. Quando atinge o cérebro, causa a neurocisticercose,
que é a forma mais grave da infecção.
O diagnóstico é feito com pesquisa de proglotes nas fezes e confirmação do
diagnóstico pela “técnica de tamisação”, onde o bolo fecal é desfeito em água,
peneirado de malhas finas para retenção das proglotes, que serão comprimidas
entre duas lâminas, submersão em ácido acético e identificadas pela morfologia das
ramificações uterinas em T. solium (menos ramificações, aspecto de árvore) ou em
T. saginata (mais ramificações, presença de bifurcações).

Sintomatologia
A teníase pode ser assintomática sendo que a consciência do parasitismo ocorre
pela observação de proglotes nas fezes.
Para a teníase sintomática, já foram apresentados os seguintes sintomas: aler-
gia, hemorragia tonturas, debilidade, apetite excessivo, náuseas, vômitos, dores e
alargamento do abdômen e perda de peso. E raramente apendicite.
Os sintomas da cisticercose variam de acordo com a localização do cisticerco.
Quando os cisticercos nas válvulas cardíacas, temos cisticercose cardíaca, que
causa ruídos anormais, palpitações e dispineia. Cisticercose muscular ocorre nos
músculos esqueléticos e causam cãibras, dor e fadiga especialmente quando os
cisticercos estão alojados nas pernas, nuca e região dorsal, quer o cisticerco esteja
calcificado ou não. Na cisticercose ocular, pode ocorrer catarata, perda parcial ou
total da visão. Quando atinge o cérebro, causa neurocistecercose, a forma mais
grave da infecção, podendo causar de uma simples cefaleia até quadros convulsivos
que levam à morte, além de meningite cisticercótica e psicose.

Profilaxia
• Evitar contaminação do solo, da água e alimentos destinados ao consumo animal.
• Evitar fertirrigação com adubo animal, esterco de gado e suínos.
• Cozer totalmente carne de porco e boi.

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• Fazer inspeção nos abatedouros.


• Impedir contato do gado e dos suínos com fezes humanas.
• Promover educação em saúde (reconhecer proglotes, hábitos higiênicos).

Tratamento
Para a teníase, recomenda-se praziquantel ou niclosamida e para neurocisticercose
albendazol e ainda drogas sistemáticas como anticonvulsionante e corticosteroides.

Esquistossomose
Esquistossomose, esquistossomíase, ou bilharziose é uma parasitose causada por
helmintos trematódeos do gênero Schistosoma, o Schistosoma haematobiu, que
possui um quadro clínico com sintomas urinários, denominada de esquistossomo-
se vesical, urinária ou genitourinária e ocorre na África, Schistosoma japonicum
que ocorre na Indonésia, China e Filipinas e aloca no intestino, o Schistosoma
mansoni causa a esquistossomose mansônica ou intestinal, barriga d’água, xistosa
ou doença do caramujo e tem ocorrência no Brasil. A esquistossomose mansônica
possui uma forma grave, a hepatoesplênica, que causa o aumento do fígado e pode
levar à morte.

O Schistosoma infecta cerca 200 milhões de pessoas por ano no mundo, no


Brasil, é endêmica do NE e infecta de cinco a seis milhões de pessoas por ano.

O hospedeiro definitivo é o homem e o intermediário são moluscos gastrópodos


do gênero Biomphalaria.

A doença é transmitida em rios e lagos em vivem moluscos do gênero Biomphalaria


contaminados, que liberam a cercária, a larva infectante que penetra na pele do hos-
pedeiro. A doença é muito comum em crianças que brincam em água contaminada,
um problema de país em desenvolvimento. Agricultores, pescadores, pessoas que
utilizam a água suja para uso diário também estão incluídas no grupo de risco.

Os vermes adultos são dioicos com um nítido dismorfismo entre os vermes ma-
chos e fêmeas. O macho é esbranquiçado e mede cerca de 1cm de comprimento
na extremidade anterior possui duas ventosas, uma afunilada e outra peduncula-
da, tem uma estrutura denominada canal ginecóforo, que é um segmento longo
e achatado dorsoventralmente, enrolado que forma uma calha, onde a fêmea irá
alojar-se durante a cópula. A fêmea é cilíndrica, mais fina e longa que o macho,
mede de 1,2 a 1,6cm de comprimento é mais escura e acinzentada e possui duas
ventosas pequenas (Figura 5).

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Figura 5 – Vermes adultos da Esquistossomose Mansônica, fêmea unida ao macho pelo canal ginecóforo
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons

Os ovos medem, em média, 150mm de comprimento por 65mm de largura,


têm o polo anterior mais delgado e o posterior mais volumoso, com um espinho
lateral saliente e agudo. Consegue-se ver por transparência o miracídio, uma das
formas larvais (Figura 6A).

Figura 6 – A- Ovo de Schistosoma mansoni contendo míracidio.


B- Miracídio, larva ciliada do Schistosoma mansoni
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons

São duas as formas larvais, o miracídio (Figura 6B e 7B), que eclode do ovo e
é primeiro estágio de vida livre, tem formato oval e revestido por numerosos cílios
e mede em torno de 160 por 60µm. A outra forma larval é a cercária (Figura 7A
e 7B), gerada em caramujo do gênero Biomphalaria, que possui extremidade an-
terior mais estreita: órgão de fixação com glândulas de penetração, achatamento
dorsoventral e contorno piriforme, tegumento eriçado de microespinhos dirigidos
para trás e cauda longa e delgada que termina em bifurcação.

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Figura 7 – A- Larva Cercária do Schistosoma mansoni identificadas com anticorpos


fluorescente verdes, note que as caudas são bífidas. B- Desenho de (1) Miracídio, larva
ciliada do Schistosoma mansoni e (2) Cercária, larva bifurcada do Schistosoma mansoni
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons

Consulte o livro sugerido e amplie seus conhecimentos sobre microscopia dos Helmintos.
Explor

ARAÚJO, E. J. A.; ANDRADE, F. G.; MELLO NETO, J. Atlas de Microscopia para a Educação
Básica. Londrina-PR, KAN editora, 2014.

A esquistossomose possui ciclo de vida heteróxeno (Figura 8), com duas fases pa-
rasitárias, uma ocorre no homem que é seu hospedeiro definitivo, onde ocorre seu
ciclo sexuado. As cercárias entram em contato com a pele humana e se fixam entre
os folículos pilosos, rompem a pele e penetram no corpo, perdendo a cauda duran-
te o processo. Posteriormente, migram pelo tecido subcutâneo, atingem os vasos
sanguíneos e alojam-se no sistema porta hepático, onde atingem a maturidade. Cerca
de 40 dias após a penetração da cercaria, os ovos saem nas fezes do infectado.

Figura 8 – Ciclo da Esquistossomose


Fonte: Wikimedia Commons

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A outra fase do ciclo de vida é assexuada e ocorre no hospedeiro intermediário,
caramujos do gênero Biomphalaria (Figura 9), quando fezes contaminadas caem
na água, os ovos eclodem e liberam os miracídios cilia-
dos que nadam ativamente até achar o caramujo e, se
não encontrá-los, morrem em aproximadamente oito
horas. Os miracídios que penetram nas partes moles
dos caramujos perdem os cílios e transformam-se em
esporocistos, os quais produzirão aproximadamente
100 mil cercárias.

O diagnóstico clínico positivo se dá pela observação


do fígado aumentado e duro e baço palpável, principal-
mente se o paciente vive ou procede de área endêmica.

O diagnóstico laboratorial por métodos diretos é re-


alizado com exame parasitológico de fezes com ovos Figura 9 – Caramujo hospedeiro
intermediário e vetor da
encontrados a partir do quadragésimo dia do contágio
Esquistossomose mansôni, um
e, para tal, utiliza-se o Método de Lutz, uma técnica de
Molousco, Gastrópode da espécie
sedimentação espontânea. Também é utilizada a bióp- Biomphalaria glabrata
sia de outros órgãos comprometidos, como o fígado. Fonte: Wikimedia Commons

Para o diagnóstico laboratorial por métodos, utilizam-se: reações sorológicas


para detecção de IgG e IgM por ELISA e imunofluorescência; intradermorreação,
que é a inoculação de antígeno, vermes adultos ou cercária, na face anterior do
braço e leitura após 15 a 20 minutos, se houver formação de pápula de bordos
irregulares e diâmetro superior a 1cm, o resultado é positivo; e o diagnóstico por
imagem de ultrassonografia hepática.

Sintomatologia
Doença caracterizada por uma fase aguda e por uma fase crônica. Inicia-se pela
fase aguda de forma leve e mais frequente, com alterações cutâneas como prurido,
placas eritematosas que pode durar dois ou três dias. E alterações gerais, tais como:
diarreia, febre, cefaleia, sudorese, calafrios, astenia, anorexia, dores pelo corpo e
algumas vezes, tosse.

A fase crônica é a forma grave e a menos frequente, além de sintomas já apre-


sentados, aparecem outros. Na forma intestinal, apresenta perda de apetite, des-
conforto abdominal, períodos diarreicos intercalados por constipação intestinal. Na
forma hepatointestinal, os sintomas são os mesmos, mas mais acentuados, com a
diferença de que o paciente apresenta hepatomegalia e o fígado apresenta discre-
tas nodulações correspondentes às áreas de fibrose decorrentes da granulomatose.
E a forma mais grave é a forma hepatoesplênica descompensada em que ocorre
fibrose hepática ou aumento do fígado, esplenomegalia avantajada, ascite, varizes
do esôfago, hemorragias, hematêmese, anemia acentuada.

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Profilaxia
Identificar e tratar os portadores.
• Controlar os hospedeiros intermediários por meio de: supressão dos cria-
douros com obras de engenharia, aplicação de drogas moluscocidas (niclosa-
mida e N-tritilmorfolina) e controle biológico.
• Promover saneamento ambiental com: coleta e tratamento de esgotos,
abastecimento de água potável, instalações hidráulicas e sanitárias e elimina-
ção de coleções hídricas que sejam criadouros de moluscos.
• Promover educação ambiental e em saúde para: conscientizar a população
do problema, orientando sobre como prevenir e controlar a esquistossomose.

Tratamento
O tratamento é feito com os antiparasitários praziquantel para todas as espécies
e oxamniquina para Schitosoma mansoni.

Leias os artigos sugeridos e conheça a Fasciolíase, doença comum em bovinos e caprinos,


Explor

mas que também acomete os seres humanos.


“Fasciolíase hepática humana tratada com triclabendazol” em: https://goo.gl/gu4Vvb
“Fasciolíase: relato de dois casos em área rural do Rio de Janeiro” em: https://goo.gl/78QTBM

Biologia dos Nematelmintos


Os nematelmintos são helmintos superiores, que habitam ambientes marítimos,
dulcícolas, terrestres e parasitam praticamente todos os tipos de plantas e animais.
Possuem simetria bilateral são cilíndricos, filiforme, alongados, não segmentados
e de tamanho variável. São desprovidos de sistema circulatório e respiratório. No
entanto, possuem tubo digestivo completo terminando em ânus, pela primeira vez
na escala evolutiva animal. O sistema nervoso é semelhante ao dos platelmintos,
um anel nervoso na região anterior de onde se prolongam dois cordões nervosos,
um dorsal e outro ventral.

São dioicos com fecundação interna, postura de ovos e desenvolvimento direto,


o macho possui bolsa copuladora na porção caudal.

Utilizam diversos recursos para obter alimentos. Podem viver no interior do apa-
relho digestivo do hospedeiro alimentando-se de microrganismos e materiais no
órgão, a exemplo do Ascaris lumbricoides (família Ascarididae) e do Enterobius
vermicularis (família Oxiuridae). Outros dilaceram os tecidos do hospedeiro com cáp-
sulas bucais, estiletes, dentes ou placas cortantes, fazendo-os sangrar, alimentando-
-se da mucosa do tubo digestivo, a exemplo do Ancylostoma duodenale e Necator

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americanus (família Ancylostomatidae). Alguns penetram parcialmente à mucosa,
pois são desprovidos de cápsula bucal, produzem histólise e absorvem sangue e
líquidos intersticiais a exemplo do Trichuris trichiura (família Trichuridae). E outros
efetuam migrações pelos tecidos dos hospedeiros, alimentando-se de sangue, linfa,
líquidos inflamatórios, a exemplo das larvas de Ascaris, Ancylostoma e Necator.

Doenças Causadas por Nematelmintos


Ascaridíase
Esta doença também é conhecida como ascaridose, ascaridiose ou ascariose,
e é causada pelo helminto do gênero Ascaris que recebe os nomes populares de
lombriga, lombriga grande e bicha.

Trata-se de uma geohelmintose, pois é transmitida por solos contaminados. Os


helmintos têm em comum a necessidade de cumprir uma etapa de sua vida no solo,
a segmentação do ovo.

A ascaridíase é helmintíase mais frequente atingindo 25% da população mun-


dial, Brasil a infecção foi detectada em cerca de 39,0% da população.

Os vermes adultos são dioicos com um nítido dismorfismo entre os vermes ma-
chos e fêmeas. O tamanho do verme depende do número de formas albergadas, as
fêmeas medem entre 30 a 40cm e os machos medem de 15 a 30cm (Figura 10A).
São longos, robustos e cilíndricos com extremidades afiladas. O corpo é branco
leitoso ou rosado, cutícula lisa, brilhante e com estriações.

Na extremidade anterior, encontramos boca com três lábios grandes, um dorsal


e dois látero-ventrais. Na sequência, o esôfago musculoso, cilíndrico e com luz
trirradiada, o intestino é retilíneo e achatado, e o reto está próximo à extremidade
posterior (Figura 10B).

Figura 10 – Ascaris lumbricoides note que a é fêmea maior do que o macho.


B- sistema digestório de Ascaris lumbricoides

Os ovos férteis: eliminados por fêmeas fecundadas, eles são ovais ou quase esfé-
ricos, medem, em média, 60x45µm, contêm célula germinativa não segmentada,
com citoplasma finamente granuloso, envolvidos por uma casca grossa, com três
camadas: a interna é delgada e impermeável à água; a média: bastante espessa,

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hialina e lisa; e a externa: castanho amarelada (pigmentos fecais), grossa, irregular


e com superfície mamelonada. Os ovos inférteis são eliminados por fêmeas não
fecundadas, são mais alongados, medem de 80 a 90µm de comprimento, possuem
casca mais delgada, citoplasma granuloso e de aspecto grosseiro.

A larva de primeiro estádio (L1) é denominado rabditoide e forma-se dentro do


ovo, possui esôfago com duas dilatações, uma em cada extremidade e uma constri-
ção no meio. A larva de segundo e terceiro estádio (L2 e L3) é resultado de mudas
sucessivas, dentro do ovo é filarioide e possui esôfago retilíneo, sua forma infectan-
te é aeróbia. A larva chega ao quarto e quinto estádio (L4 e L5) quando chega ao
pulmão e sofre sucessivas mudas.

O ciclo de vida é monóxeno, a embriogênese para a formação de L1 em con-


dições apropriadas de temperatura, umidade e presença de oxigênio ocorre em
15 dias e o período pré-patente: 60 dias.

O diagnóstico clínico é descartado devido à semelhança clínica com outras para-


sitoses. O laboratorial baseia-se em pesquisa de ovos nas fezes com exame direto
da matéria fecal, diluída e colocada entre lâmina e lamínula. O método de Stoll ou
de Kato-Katz (Kit quantitativo – OPG) permite quantificação dos ovos e estimativa
do grau de parasitismo:
• Infecção leve: menos de 5 vermes (menos de 5.000 ovos/g);
• Infecção regular: entre 5 e 10 vermes (5.000 a 10.000 ovos/g);
• Infecção pesada: mais de 10 vermes (mais de 10.000 ovos/g).

Sintomatologia
A ação patogênica se desenvolve em duas etapas: a) durante a migração das
larvas no fígado e nos pulmões e b) vermes adultos em seu habitat definitivo que é
intestino delgado.

As larvas causam infecções de baixa intensidade, com pouca ou nenhuma al-


teração hepática e pulmonar. No entanto, quando ocorrem infecções maciças no
fígado, temos pequenos focos hemorrágicos e de necrose, inflamação em torno
das larvas e fibrose; e nos pulmões reações mais pronunciadas e a síndrome de
Loeffler com sintomas de febre, tosse, bronquite e pneumonia.

Infecções com três a quatro vermes adultos são de baixa intensidade e não apre-
sentam sintomas. Infecções maciças de 100 vermes ou mais causam: ação tóxica
(antígenos parasitários x anticorpos alergizantes) com urticária, edema, convulsões;
ação expoliadora (competição por alimento), provocando desnutrição; ação mecâ-
nica ou irritativa com irritação da parede intestinal e formação novelos que causam
obstrução, com ou sem perfuração do intestino, e intussuscepção.

Temos outros sintomas com localização ectópica do Ascaris, quando o helminto


desloca-se de seu habitat natural por irritações por alimentos ou drogas anti-helmín-
ticas, podendo se deslocar para o apêndice cecal provocando apendicite aguda; ou

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para o canal pancreático causando pancreatite aguda e nos casos de obstrução pode
ser fatal; para o ouvido médio causando otite; ou canal lacrimal; e também para as
vias aéreas superiores, podendo causar obstrução da traqueia e, quando sobe para
as vias aéreas superiores, pode ocorrer eliminação de vermes pela boca e narinas.

Profilaxia
• Promover educação sanitária.
• Construir fossas sépticas.
• Lavar as mãos antes de manipular alimentos na preparação e antes das refeições.
• Aplicar tratamento em massa da população após exame de fezes.
• Proteger os alimentos contra insetos e poeiras.
• Lavar cuidadosamente frutas e legumes consumidos crus.

Tratamento
• Albendazol (Zentel): bloqueia absorção de glicose pelos vermes.
• Mebendazol (Pantelmim, Pantugan, Sirbem, Necamim, Vermirax): é um
anti-helmíntico de largo espectro que bloqueia captação de glicose e aminoácidos
pelo verme.
• Pirantel (Piranver, Combantrin): produz paralisia do helminto.
• Piperazina (Uvilon, Piperazil): provoca relaxamento muscular do helminto
que é eliminado pelo peristaltismo intestinal (novelo de Ascaris).

Viste o site https://goo.gl/jodhn9 e aprenda sobre “causas, sintomas, tratamento, diagnósti-


Explor

co e prevenção da Filariose Linfática (Elefantíase)”.

Ancilostomose
É também conhecida como ancilostomíase, necatoríase ou necatorose, doença
tipicamente anemiante causada por helmintos dos gêneros Ancylostoma e Necator.
Popularmente conhecida como amarelão ou opilação. No mundo, temos 900 mi-
lhões de pessoas parasitadas, sendo que 60 mil morrem anualmente.

Larvas de ancilostomídeos de cães e gatos, Ancylostoma braziliense, penetram


na pele do homem, mas não conseguem completar seu ciclo, constroem túneis
entre a derme e a epiderme até morrer. A essa doença damos o nome de bicho
geográfico ou bicho das praias, causada pela larva migrans cutânea.

Os vermes adultos Ancylostoma duodenale e Necator americanus são peque-


nos e redondos, de cor branca, medindo aproximadamente 1cm de comprimento,

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possuem cápsula bucal em machos e fêmeas, além de uma bolsa copuladora nos
machos. Apresentam dimorfismo sexual, sendo as fêmeas maiores que os machos
e não apresentam bolsa copuladora. A cápsula bucal (Figura 11) é modificação da
extremidade anterior, com paredes internas espessas e providas de estruturas cor-
tantes. Permite ao helminto fixar-se à parede do órgão e abocanhar fragmentos da
mucosa. A bolsa copuladora é a expansão membranosa da cutícula na extremida-
de posterior, sustentada por raios carnosos que formam grupos ventrais, dorsais e
laterais. Possuem dois espículos filiformes.

Os ovos têm formato ovoides ou elípticos, de casca fina e transparente, medem,


em média, 60x40µm e sua segmentação ocorre em 18 horas, originando a larva
de primeiro estádio (L1).

A larva de primeiro estádio (L1) se forma dentro do ovo, mede, em média,


250µm é rabditoide e possui esôfago diferenciado em corpo, istmo e bulbo, ocu-
pando 1/3 do comprimento do corpo,
alimentando-se no solo, principalmen-
te de bactérias. A larva de segundo es-
tádio (L2) é rabditoide, mede, de 500
a 700µm. A larva de terceiro estádio
(L3) é filarioide e possui esôfago ci-
líndrico, muito alongado e sem bulbo
se alimenta de suas próprias reservas,
sem ingerir novos alimentos. A larva
filarioide embainhada ou encistada
apresenta cutícula do estádio anterior
(L2) isolando-a do meio exterior e a
larva filarioide infectante é muito ativa,
sofrendo influência de geotropismo
negativo, hidrotropismo, tigmotropis- Figura 11 – Capsula bucal Ancylostoma duodenale
mo e termotropismo. Fonte: Medical Dictionary

O ciclo de vida é monóxeno com duas fases bem definidas, a primeira fase ou
fase de vida livre ocorre no meio exterior, a embriogênese forma a L1 e necessita
de boa oxigenação, alta umidade (90%) e temperatura elevada e dura em torno
de 18 horas. A segunda fase ou fase de vida parasitária ocorre no hospedeiro
definitivo, o ser humano – a infecção ocorre por penetração cutânea das formas
infectantes de dura de 5 a 10 minutos.

O Ancylostoma duodenale penetra por via cutânea ou via oral, quando larvas
são ingeridas com alimentos ou água contaminada e o período pré-patente per-
dura de 5 ou 6 semanas para Ancylostoma duodenale, e 7 a 8 semanas para
Necator americanos.

O diagnóstico laboratorial se dá por exame parasitológico das fezes, que pode


ser qualitativo (presença ou não de ovos) por métodos de sedimentação espontâ-
nea, de sedimentação por centrifugação e de flutuação. Ou quantitativo (grau de

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infecção) pelo método de Stoll (OPG). Para diagnósticos específicos, é realizada a
coprocultura para detecção de L3.

Sintomatologia
A ação patogênica se desenvolve em três períodos: invasão cutânea, migração
das larvas para os pulmões e parasitismo do intestino delgado.

A invasão cutânea, que ocorre mais por Necator americanus do que por
Ancylostoma duodenale, apresenta lesões traumáticas e fenômenos vasculares
com sensação de picada, hiperemia, prurido e edema, intensidade das lesões de-
pende do número de larvas e sensibilidade do hospedeiro.

A migração pulmonar causa a Síndrome de Loeffer com sintomas como febre,


tosse e bronquite.

No parasitismo intestinal, a patogenia é diretamente proporcional ao número


de parasitos presentes, e a anemia é o principal sinal de ancilostomose. Ocorrendo
lesões da mucosa intestinal devido à aplicação da cápsula bucal contra a parede do
duodeno ou jejuno, o Ancylostoma possui dentes e o Necator placas cortantes e
espoliação sanguínea.

Os sintomas gerais da fase aguda, tanto da migração das larvas nos tecidos cutâ-
neo e pulmonar quanto da instalação dos vermes adultos no intestino são: “coceira
da terra”, tosse, febre, mal estar abdominal, anorexia, náuseas e vômitos, cólicas,
diarreia, cansaço e perda de peso.

A fase crônica é caracterizada por anemia e os sintomas mais comuns são: pali-
dez, conjuntivas e mucosas descoradas, cansaço, desânimo e fraqueza, tonturas, ver-
tigens, zumbidos nos ouvidos, dores musculares, diminuição da libido e impotência.

Profilaxia
• Usar de calçados.
• Construir instalações sanitárias para evitar contaminação do solo.
• Promover educação sanitária e ambiental para mudanças comportamentais,
evitando poluição fecal do solo, além de mudanças de hábitos higiênicos.

Tratamento
Para o parasitismo:
• Mebendazol e albendazol: provocam degeneração nas células do tegumento
e do intestino do parasito.
• Pirantel: paralisia muscular do verme.
• Repetir tratamento após 20 dias, pois há a possibilidade das larvas que estão
nos pulmões não morrerem e haver reinfecção.

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UNIDADE Helmintos e Artrópodes

Para a anemia:
• Alimentação suplementar rica em proteínas e, especialmente, em ferro para
recompor a reserva fisiológica.

Infestações Causadas por Artrópodes


Caro(a) aluno(a), são duas as classes deste grande filo dos artrópodes a parasitar
o homem, os animais domésticos e os de criação, a classe Insecta e Arachnida.

A Miíase Furunculóide-Berne é causada pela Dermatobia hominis (Classe


Insecta, Ordem Díptera e Família Muscidae) também conhecida como mosca
berneira, que cabeça amarelada, olhos vermelho-tijolo, abdome azul-metálico,
aparelho bucal rudimentar. A doença caracteriza-se por uma infecção parasitária
causada pela infestação de larvas em vertebrados vivos por larvas que se alimen-
tam de tecidos ou líquidos corpóreos. O local de infecção fica suscetível à entrada
de bactérias oportunistas. Ocorre inflamação localizada. O tratamento ocorre
com a remoção da larva com esparadrapo que a entorpece ou técnicas cirúrgicas
e, eventualmente, aplicação de um antibiótico.
A Miíase Traumáticas-Bicheira é causada por moscas varejeiras Cochliomyia
hominivorax que é biontófaga e Cochliomyia macellaria que é necrobiontófaga
(Classe Insecta, Ordem Díptera e Família Calliphoridae). Essas moscas apresen-
tam aparelho bucal lambedor, tórax de cor metálica, listras pretas longitudinais no
mesotórax. As fêmeas de Cochliomyia hominivorax depositam de 200 a 300 ovos
por dia durante três a quatro dias ao redor de um ferimento recente e a Cochliomyia
macellaria deposita ovos em tecidos necrosados. As larvas secretam enzimas pro-
teolíticas que propiciam o aumento do tamanho do ferimento, a decomposição de
material larval no ferimento atrai mais moscas iniciando-se miíases secundárias.
O tratamento é realizado com limpeza do ferimento e remoção individual dos ver-
mes e, dependendo do quadro clínico, utiliza-se anestesia local. É aconselhável a
aplicação de um antibiótico de largo espectro.

O Bicho de Pé é causado pela Tunga penetrans (Classe Insecta e Ordem


Siphonaptera) que tem como hospedeiro usual o porco, mas ataca gatos, cachorros
e seres humanos. As lesões passam a ser porta de entrada de microrganismos como
Clostridium tetani (tétano), C. perfringens (gangrena gasosa), Paracoccidioides
braziliensis (blastomicose). A fêmea, após fecundação, penetra a pele e começa a
sugar sangue, os ovos se desenvolvem em dois dias e são expelidos, e o parasita
morre. O tratamento é realizado pela remoção do parasita em condições assép-
ticas, limpeza do ferimento, vacina antitetânica. Como prevenção deve-se utilizar
calçados adequados, tratar os animais domésticos infestados e aplicar inseticidas
no ambiente. Outra espécie da Ordem Siphonaptera é a Pulex irritans, principal
pulga do homem, que pode atacar cães e gatos.

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A Pediculose ou Ftiríase é causada por Pediculus capitis, Pediculus humanus
e Pthirus púbis (Classe Insecta e Ordem Anoplura), também chamado de piolho-
-caranguejo, que é ectoparasito hematófago cosmopolita exclusivamente de hu-
manos, observado em todas as classes socioeconômicas. Pediculus capitis habita
nossa cabeça, Pediculus humanus nossas roupas, em áreas protegidas do corpo,
e Pthirus pubis é encontrado predominantemente na região pubiana. Os ovos
são depositados mediante substância cimentante em fios de cabelo ou de roupas.
No local onde sugam sangue, sai um prurido que facilita a entrada de bactérias opor-
tunistas. Phtirus pubis pode ser considerada uma DST, pois é rara a transmissão
através da roupa. Pediculus humanus é um importante transmissor de Tifo exante-
mático causado por Rickettsia prowazekii. Para o tratamento de Pediculus capitis,
deve-se lavar cabeça com “shampoo” que contém 1% permethrina; repetindo-
-se o uso, garante-se 100% de sucesso; deve-se usar pente especial para remover
as lêndeas do cabelo. Para Pediculus humanus e Phtirus púbis, deve-se lavar a
roupa contaminada a 50°C por 30 minutos, ou deixar em lugar seco fechado por
2 semanas.

A Escabiose ou Sarna é causada por ácaros da espécie Sarcoptes scabiei


hominis (Classe Arachnida, Subclasse Acari e Subordem Astigmata). É uma do-
ença cosmopolita que parasita seres humanos e outros mamíferos, existem va-
riedades (subespécies) com diferentes preferências, tais como Sarcoptes scabiei
canis, Sarcoptes scabiei cuniculi, Sarcoptes. scabiei ovis e outras. O contágio
ocorre por contato pessoa-pessoa ou objetos contaminados como roupa, pentes.
Os ácaros migram na epiderme, depositam ovos, dos quais eclodem larvas, que se
desenvolvem para ninfas que ficam adultos. A atividade migratória e a deposição
de antígenos causam o influxo de células T mononucleares e reações alérgicas de
hipersensitividade do tipo IV, ocorre a formação de prurido, que causa ferimentos
secundários na pele, e as infecções bacterianas são frequentes. Em aidéticos ou
imunossuprimidos, ocorre dermatite generalizada com grandes áreas de pele com-
prometidas, altíssimo número de ácaros presentes, e o indivíduo é um forte trans-
missor. O tratamento ocorre aplicando-se repetidamente creme com permethrina
5% ou Lindan 1% (pessoas imunocomprometidas – plus 1 dose Ivermectina).

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UNIDADE Helmintos e Artrópodes

Anexo I
Glossário
• Ascite: hidropisia abdominal.
• Catarata: opacidade parcial ou total do cristalino que impede a chegada dos
raios luminosos à retina.
• Convulsão: uma convulsão ocorre quando há uma atividade elétrica anormal
do cérebro. Essa atividade anormal pode passar despercebida ou, em casos
mais graves, pode produzir uma alteração ou perda de consciência acom-
panhada de espasmos musculares involuntários – que é definido como crise
convulsiva ou convulsão.
• Dioicos: organismos que apresentam sexos separados: machos e fêmeas.
• Dismorfismo: qualidade do que se apresenta sob formas diferentes, depen-
dendo do ambiente em que estiver.
• Eritema: congestão cutânea que apenas provoca uma vermelhidão na pele.
• Fadiga: o cansaço extremo ou esgotamento, físico ou mental, causado pelo
esforço repetitivo ou trabalho intenso.
• Fertirrigação: é uma técnica de adubação que utiliza a água de irrigação para
levar nutrientes ao solo cultivado.
• Gastrópodos: é uma grande classe taxonômica do filo Mollusca, que agrupa
os animais conhecidos por caracóis, lesmas, lapas e búzios.
• Granuloma: tumor ou nódulo que resulta de uma lesão de natureza inflamató-
ria associada a processos de cicatrização.
• Granulomatose: formação de múltiplos granulomas.
• Hematêmese: hemorragia de origem estomacal.
• Hidropisia: acumulação de serosidade no tecido celular ou numa cavidade do corpo.
• Histólise: dissolução de tecidos orgânicos.
• Intussuscepção: penetração de uma porção de intestino na outra parte adjacente.
• Perianal: situado à volta do ânus.
• Psicose: é o nome dado a um estado mental patológico caracterizado pela
perda de contato do indivíduo com a realidade, que passa a apresentar com-
portamento antissocial.
• Mamelonada: que tem uma forma arredondada, com uma saliência ao cen-
tro, à semelhança de um mamilo.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
infectologia.org
Teníase/Cisticercose.
https://goo.gl/pGKmrF

Vídeos
Doenças Negligenciadas: Helmintoses
https://youtu.be/Q7pnJEcvlWE

Leitura
Teníase X Cisticercose
https://goo.gl/wtfYop
Apresentação: Um Médico, Sanitarista e Zoólogo em Campo
https://goo.gl/eWBhBo
Escabiose ou Sarna
https://goo.gl/AZKh73

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UNIDADE Helmintos e Artrópodes

Referências
BRENER, B. Parasitologia Médica. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015.

DE CARLI, G. A. Parasitologia Clínica: Seleção de Métodos e Técnicas de Labora-


tório para o Diagnóstico das Parasitoses Humanas. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2007.

FERREIRA, M.U. Parasitologia Contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2012.

MADIGAN, M. T.; MARTINKO, J. M.; PARKER, J. Microbiologia de Brock. 10.


ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010.

NEVES, D. P.; MELO, A. L.; LINARDI, P. M.; VITOR, R. W. A. Parasitologia


Humana. 13. ed. São Paulo: Atheneu, 2016.

PELCZAR JUNIOR, M. J. Microbiologia: conceitos e aplicações. São Paulo:


Pearson Makron Books, 2005.

REY, L. Bases da Parasitologia Médica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2014.

SEHNEM, N. T. Microbiologia e Imunologia. São Paulo: Pearson Education do


Brasil, 2015.

TRABULSI, L. R. Microbiologia. São Paulo: Atheneu, 2005.

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