Você está na página 1de 4

EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA XX VARA FEDERAL CRIMINAL

DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO XXXXXXXXXXX

PROCESSO nº XXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, já devidamente qualificado nos autos em
epigrafe, vem por meio de seu advogado infra-assinado, com Endereço profissional na Rua
Augusto de Vasconcelos nú mero 544 sala 307, Campo Grande, Rio de Janeiro – RJ, com
fulcro no Artigo 396 C/C 396-A ambos do Có digo de Processo Penal, vem tempestivamente
apresentar:
RESPOSTA DO ACUSADO
Pelos fatos a seguir aduzidos,
DOS FATOS
O réu foi denunciado pela suposta prá tica do crime tipificado no Artigo 69-A caput, da Lei
9.605/1995, por aparentemente entrar com nascimentos de 04 (quatro) pá ssaros nos dias
06 e 08 de dezembro de 2015; e 04 (quatro), com 03 (três) filhotes no dia 04 de fevereiro
de 2016 e 01 (um) no dia 14 de fevereiro de 2016, ressaltado pelo Parquet com 10 dias de
diferença (sendo biologicamente impossível).
Mas a realidade dos fatos é bem diferente da que foi interpretada pelo ilustre membro do
MP, pois o Suposto réu é membro da ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE PÁSSAROS DE
BANGÚ, onde o mesmo através do pagamento de taxa de serviços a pró pria associaçã o faz
junto ao IBAMA o cadastramento do pá ssaro, sendo impossível o Réu manipular as
informaçõ es sem anuência de algum funcioná rio da Associaçã o.
Outro ponto que chama atençã o é que os nú meros das anilhas dos pá ssaros fêmeas a quem
atribuíram os nascimentos fraudulentos, nã o sã o de propriedade do Réu conforme extrato
emitido pelo pró prio Ibama.
I – DA PRELIMINAR DE MÉRITO

1.1 - DA EXCEÇÕES DE ILEGITIMIDADE DA PARTE


Como já trazido a conhecimento, o Réu nã o tem gerência sobre o cadastro do sistema, pois
para evitar qualquer tipo de problemas o mesmo se filiou a uma Associaçã o para que toda
essa burocracia de cadastramento no Ibama fosse realizada pela associaçã o, inclusive com
documento em anexo assinado pelo Presidente da Associaçã o explicando a situaçã o junto
ao Ibama.
Como podemos observar e com prova documental o Réu é incapaz de alterar quaisquer tipo
de informaçã o ao seu bel-prazer, e o nú cleo do tipo acusató rio é Elaborar (constituir em
formato de trabalho a ser apresentado) ou apresentar (exibir, passar a terceiros), no caso
em voga Procedimento Administrativo, como se pode observar o Crime é Pró prio,
somente o Responsá vel pela elaboraçã o do procedimento administrativo que pode ser o
sujeito ativo do crime, ou seja o Réu nã o é o responsá vel pelo lançamento das informaçõ es,
sendo impossível imputar-lhe conduta.
Como nos ensina Guilherme de Souza Nucci, sobre o Artigo 69 -A da Lei 9.605/98, em seu
livro Leis Penais e Processuais Penais Comentadas, 5ªed. Pá gina 1.019, in verbis:
“O sujeito ativo é somente o técnico ou funcionário encarregado de elaborar estudo,
relatório ou laudo”.
Corroborando com o pensamento do ilustre doutrinador o Tribunal Regional Federal da 4ª
Regiã o TRF-4 – no Recurso Criminal em Sentido Estrito: RCCR 50071272620134047201 SC
5007127-26.2013.404.7201:
PENAL E PROCESSUAL. INSTALAÇÃO DE TERMINAL MARÍTIMO E CENTRO DE
DISTRUIÇÃO. CRIMES AMBIENTAIS. ART. 69-A, CAPUT, E ART. 67 DA LEI nº 9.605/98.
PARECER TÉCNICO E INVENTÁRIO FLORESTAL FALSOS OU ENGANOSOS.
AUTORIZAÇÃO E LICENÇA CONCEDIDAS EM DESACORDO COM NORMAS AMBIENTAIS.
INDÍCIOS DE FRAUDE. IN DUBIO PRO SOCIETATE. RECEBIMENTO DA DENÚNCIA. ART.
69 DA LEI nº 9.605/98. SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO SEM A COMPETENTE LAI.
VESTÍGIOS SUFICIENTES DE MATERIALIDADE E AUTORIA. NECESSIDADE DE
INSTAURAÇÃO DA AÇÃO PENAL. POSTERIOR EXPEDIÇÃO DE LAI. AUSÊNCIA DE
INDICATIVO DE IRREGULARIDADE. MANUTENÇÃO DA REJEIÇÃO DA EXORDIAL. ARTS.
69-A DA LEI nº 9.605/98. PARECER JURÍCO FALSO OU ENGANOSO. AUSÊNCIA DE
ERRO GROSSEIRO. CARÁTER OPINATIVO. FALTA DE JUSTA CAUSA. ART. 69 DA LEI nº
9.605/98. LICENCIAMENTO EM PARTES. ATIPICIDADE DA CONDUTA. REJEIÇÕES
MANTIDAS.
Como se vê na denú ncia e nas alegaçõ es apresentadas o fato em questã o nã o constitui
crime pois o suposto Réu nã o faz parte de nenhum ó rgã o, pelo contrá rio ele é um homem
que por nã o ter condiçõ es intelectuais para manusear um computador e muito menos o
sistema do Ibama, o mesmo paga uma mensalidade para que uma associaçã o o faça.

É pacifico que o nosso ordenamento jurídico, como requisitos necessá rios e condicionantes
ao exercício regular do direito de açã o, exigiu que os interessados ao solicitarem ao Estado-
Juiz a aplicaçã o do direito material preenchessem certos requisitos, a exemplo da
legitimidade.
O mencionado se faz de grande relevâ ncia, haja vista que no caso em tela, com o devido
respeito, o parquet federal, ao propor a denú ncia, ofertou-a em desfavor de parte
ILEGÍTIMA
2.1- DA DESCLASSIFICAÇÃO PARA A FORMA CULPOSA
Entendendo o Douto juízo nã o haver ILEGITIMIDADE DA PARTE, o tipo penal da peça
acusató ria nã o mesmo assim verificar-se-á que o autor nã o tem como alterar os dados,
conforme documento já citado. Tal conduta nã o pode ser tida como dolosa pois o Animus
fraudandi nã o é nítido pois em todo o período em que o Réu esteve cadastrado no Sistema
de Controle de Passeriformes, sempre manteve o mesmo endereço sendo por uma ocasiã o
seu endereço alterado e apó s o ocorrido sempre manteve seu endereço.
Outro ponto a ser levantado é o erro grosseiro em cadastrar pá ssaros com dia tã o pró ximos
de diferença, se para o HOMEM MÉ DIO seria um fato a ser notado, quanto mais
profissionais treinados quanto os do IBAMA seria uma falta de perspicá cia do suposto Réu,
que facilmente seria descoberto.
Se este juízo entender que o Réu nã o possui gerência sobre o sistema de informaçõ es, pois
transferiu a responsabilidade a terceiros, que podem ter inseridos os dados “falsos” de
forma dolosa ou culposa, no má ximo o Réu foi negligente, em relaçã o a conduta que deveria
tomar, entã o nã o tendo como ser aplicado a forma do Caput do Artigo 69-A da lei
9.605/1998 e sim o Pará grafo 1º do mesmo artigo, seria medida de inteira justiça a
aplicaçã o do crime na modalidade culposa.

3..2.1 - SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO.


Caso o douto juízo entenda pela aplicaçã o do crime na modalidade culposa que tem pena
má xima em abstrato de 3 (três) anos, pleiteamos que este juízo aliado ao Parquet
entendam que seja o caso de aplicaçã o da suspensã o condicional o processo prevista no
artigo 16 da Lei 9.605/1998, por ser direito subjetivo do acusado.
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer:
1- Que seja considerada a parte ilegítima e o processo seja trancado;
2- Que caso este Douto Juízo nã o entenda que seja motivo de trancamento da presente
açã o, que seja desclassificado o crime para modalidade culposa constante no Artigo 69-A §
1º da Lei 9.605/98
3- Que caso o Acusado seja condenado, que possa ser-lhe concedido o benéfico a suspensã o
condicional do processo do Artigo 16 a Lei 9.605/98.,
4- Que seja deferida a oitiva das testemunhas relacionadas no anexo;
Nestes termos,
Pede Deferimento
Rio de Janeiro 08 de novembro de 2017.
PEDRO HENRIQUE ROCHA FERREIRA
ADVOGADO
OAB RJ 205. 246

RELAÇÃO DE TESTEMUNHAS:
1- XXXXXXXXXXXX, brasileiro portador, da identidade nº XXX, e do CPF nº XXX8,
residente e domiciliado na Rua XXXXXXX, XXXXX - CIDADE-ESTADO , CEP XXXXXXXX;
2- XXXXXXXXXXXX, brasileiro portador, da identidade nº XXX, e do CPF nº XXX8,
residente e domiciliado na Rua XXXXXXX, XXXXX - CIDADE-ESTADO , CEP XXXXXXXX;

Você também pode gostar