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RESUMO
1
Professor Doutor em Economia, adjunto Depto Ciências Contábeis - Universidade Federal de
Minas Gerais – UFMG.
2
Graduanda em Ciências Econômicas - Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.
E-mail: elsemc@face.ufmg.br
1
INTRODUÇÃO
2
trabalhos empíricos, no Brasil e no mundo, sobre a eficiência dos mercados
financeiros frente a diversos eventos corporativos, econômicos e financeiros.
Desta forma, procura-se divulgar à comunidade financeira e acadêmica,
informações acerca dessa metodologia que busca avaliar o impacto de uma
informação no comportamento dos retornos da ações.
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os autores colocam que “os retornos diários tendem a divergir mais da
normalidade do que os retornos mensais”. (BROWN & WARNER, 1985, p.4).
Vários são os trabalhos publicados sobre estudo de eventos. BALL &
BROWN (1968) comprovaram, através de um estudo em 1967, que cerca da
metade da variabilidade do nível dos ganhos de lucro por ação estariam
associados a efeitos econômicos. Uma vez que, historicamente, os rendimentos
das firmas tendem a se mover em conjunto com outras firmas, os autores
pressupõem que é possível realizar expectativas de rendimento da empresa a
partir dos dados passados e presentes de outras firmas. De acordo com estes
autores, uma nova informação disponível no mercado será incorporada aos
rendimentos de uma empresa, esperando-se que a diferença entre o retorno
observado e esperado seja reflexo da mesma. Mas não é possível afirmar que
toda esta diferença seja, necessariamente, reflexo da nova informação. Afirmam,
ainda, que parte desta diferença advém de políticas internas à empresa. À luz
destas informações, procuraram mensurar a reação do mercado à divulgação de
demonstrações financeiras. Utilizando o modelo de regressão (que estima as
mudanças no rendimento em função de efeitos econômicos e estratégicos), seu
estudo mostrou que há antecipação do mercado a este tipo de divulgação uma
vez que não houve alterações não usuais na performance anormal do índice,
estipulado por eles, no mês do anúncio.
No Brasil, diversos autores utilizaram a metodologia de estudos de eventos
para explicar o comportamento dos preços dos títulos frente à divulgação de
alguma informação pública. Destacam-se SCHIELL (1996) que, através das
divulgações trimestrais e anuais dos resultados contábeis, procurou analisar os
efeitos deste evento nos preços de 90 empresas negociadas na Bolsa de São
Paulo (BOVESPA). O autor chegou à conclusão de que o evento é capaz de
influenciar o processo de precificação das ações. O mesmo resultado não pôde
ser afirmado em relação ao evento da inclusão na divulgação do balanço de
pareces técnicos de auditores independentes.
3
Desdobramento de Ações no Mercado de Capitais que são distribuídas proporcionalmente aos
atuais proprietários.
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PROCIANOY & ANTUNES (2001) procuraram investigar como as decisões
de investimento, através da variação do ativo permanente e do ativo imobilizado,
afetam o preço das ações de mercado aberto. Os resultados encontrados por
estes autores evidenciaram uma relação entre as variações dos ativos e a
variação do valor do preço das ações. A proporcionalidade desta relação, no
entanto, depende da percepção do investidor quanto ao impacto das variações
destes ativos na geração futura de fluxos de caixa. Caso as perspectivas sejam de
uma geração negativa dos fluxos futuros, a reação dos investidores será negativa.
Caso os investimentos gerem expectativas de fluxos de caixas positivos, a relação
do evento, com a precificação dos ativos, torna-se direta.
Partindo da discussão sobre qual melhor parâmetro para se avaliar o preço
justo de uma empresa, LEITE & SANVICENTE (1990) procuraram testar se a
variação relativa do valor patrimonial de 43 empresas listadas na Bovespa, entre
1987 e 1988, possuía algum conteúdo informacional para o mercado. O evento a
ser analisado foi a entrega das Demonstrações Financeiras à Bovespa. Utilizando
os modelos Capital Asset Pricing Model (CAPM) e de Regressão Múltipla, a fim de
captar os efeitos de outras variáveis, como lucro por ação, dentre outras presentes
nas demonstrações, os autores concluíram que a divulgação das Demonstrações
Contábeis pode ser considerada um evento significativo ao mercado, mas que
parece sofrer alguma antecipação pelos agentes. Isso significa dizer que
informações privilegiadas podem ter sido acessadas por um grupo seleto de
investidores, sem o conhecimento geral do mercado. O valor patrimonial, principal
variável de análise do trabalho, não apresentou nenhum conteúdo informacional a
5%, de significância para as decisões de mercado na data do evento.
VIEIRA & PROCIANOY (2001), a partir das evidências empíricas que
comprovaram a existência de retornos anormais do mercado norte-americano em
dias em que houve realização de bonificação, procuraram avaliar o impacto deste
evento em mercados latino americanos. A fim de mensurar os retornos normais,
os autores utilizaram o Modelo de Mercado 4 fundamentados no procedimento
4
O Modelo de mercado, bem como os outros modelos utilizados em Estudos de Eventos, serão
detalhados posteriormente.
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trade to trade. 5 Foram realizados testes para dois tipos de amostra. No primeiro
momento, buscaram comparar os resultados das bolsas latinas a fim de investigar
se a reação dos investidores diverge nos países estudados e, no segundo
momento, procuraram verificar, em cada país, se os retornos das ações do setor
bancário apresentavam resultados diferentes dos demais setores analisados.
Utilizando dados diários de Jan/1987 a Mai/87, a comparação com o
mercado americano sugeriu que existiam evidências de ineficiência do mercado
latino americano, ou seja, evidenciou-se a presença de retornos anormais,
sobretudo no dia da realização da bonificação e no primeiro dia subseqüente.
Quanto à análise setorial, o comportamento do retorno dos bancos em relação aos
demais setores é diferente para cada país estudado, tendo em vista a estrutura e
participação dos bancos na economia de cada um destes países.
Estes mesmos autores, em 1998, utilizaram a mesma metodologia do
trabalho anterior, a fim de identificar a reação dos investidores à realização de
stock splits e stock dividends, além de buscar explicações para persistência
desses eventos na hipótese de liquidez. Consideraram duas datas para os
eventos: a data (publicação) do anúncio e a data efetiva de realização do evento.
Além disso, os autores realizaram estudos com dois índices diferentes de
mercado, o Ibovespa e o FGV-100, de modo a comparar os resultados obtidos. Ao
final, os autores concluíram que, de modo geral, as taxas de retorno de ambos os
eventos foram superiores às taxas de retorno esperadas tanto na data do anúncio
quanto na data da realização, caracterizando a ineficiência do mercado.
Outro trabalho que merece destaque é o de SAITO & NETO (2002) que
procuraram verificar a dinâmica do preço das ações do mercado brasileiro após o
anúncio do pagamento de dividendos das empresas. Como destacam os autores,
o estudo não teve como objetivo focalizar, especificamente, alguma imperfeição
do mercado tendo em vista que este tipo de evento apresenta uma grande
dificuldade, em ser isolado. A amostra, composta de 163 eventos, foi dividida, no
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Segundo MAYNERS & RUMSEY (1993) o procedimento trade to trade despreza os dias em que
não houve negociação, utilizando, assim, as taxas de retornos efetivamente observadas com
adaptações dos processos de estimação dos retornos anormais e dos testes estatísticos (utilização
de testes não paramétricos – Teste Rank, por exemplo).
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primeiro momento, em função do dividend yield, ou seja, empresas que tenham
pago dividendos altos, intermediários ou baixos. A conclusão acerca desta sub-
amostra encontrou uma relação direta entre o dividend yield e o retorno
acumulado, ou seja, ações que pagam maiores dividendos possuem retornos
acumulados mais altos, ações com dividendos intermediários apresentaram
retornos acumulados intermediários e empresas com dividendos mais baixos
foram responsáveis por retornos acumulados negativos.
Posteriormente, a amostra foi dividida por controlador (fundos, estatais e
famílias) visando verificar se o mercado avalia os pagamentos de dividendos de
forma diferente segundo esta segmentação. As evidências encontradas sugeriram
que as empresas estatais apresentaram retornos acumulados superiores às
demais. No entanto, este resultado em nada sugere que o tipo de controlador
possa ter influência sobre o retorno acumulado pós- pagamento de dividendos
tendo em vista as diferenças mínimas do retorno acumulado para cada tipo de
controlador.
Por último, SAITO & NETO (2002) dividiram a amostra quanto à situação da
empresa no que diz respeito ao fato de a mesma ser privatizada ou não. As
conclusões encontradas foram similares à sub-amostra anterior, ou seja, este fato
não tem interferência sobre os retornos acumulados pós-pagamento de
dividendos.
PROCIANOY & HERRERA (1998) procuraram compreender como o
fenômeno da percepção do risco de insolvência se desenvolve nas empresas
brasileiras no transcurso do tempo até a chegada do processo de concordata.
Partindo de amostras de retornos diários e semanais, os autores encontraram
resíduos negativos e significativos a 1%, mostrando que o mercado reage
negativamente às notícias veiculadas em torno do requerimento da concordata.
Uma observação importante apresentada por estes autores deve-se à grande
volatilidade do preço das ações para um período próximo ao evento, dificultando a
mensuração dos retornos destas empresas pelos investidores. Na data do evento,
os resultados comprovaram uma queda dos retornos, mostrando que os
investidores desconheciam a chegada do requerimento de concordata ou tinham
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dúvidas quanto à real data de sua apresentação. Após um ano de concordata, os
resíduos negativos continuaram a ser observados, indicando que as empresas,
apesar da proteção judicial mantida pelo governo, apresentavam resultados
insatisfatórios.
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data relevante para o mesmo (data “zero”). A partir destas informações, o
pesquisador irá definir a chamada janela do evento. Conforme a Figura 1, a janela
do evento poderá ser definida de T1 a T2. Esta janela engloba o período durante o
qual os preços dos títulos das firmas envolvidas, neste evento, serão analisados.
Segundo VIDAL & CAMARGOS (2003), a janela de eventos deverá enquadrar os
momentos considerados importantes, de modo a se verificar se há, ou não, a
presença de retornos anormais para as ações em análise. Não deverá, porém, ser
muito extensa para que interferências de outros eventos não sejam incorporadas
aos testes e, assim, não acabem por influenciar as conclusões do trabalho.
Costuma-se, ao determinar a janela de evento, considerar, além da data
“zero”, um período de tempo após o anúncio (a fim de se verificar reações após o
evento) bem como um período anterior ao anúncio (de modo a verificar se não
ocorreram vazamentos de informações). Num segundo momento, o pesquisador
deve definir os critérios (base de dados, seleção do setor econômico, empresas
afetadas pelo evento) de seleção da amostra.
Onde:
t = 0 é a data do evento;
t = T0 + 1 até t = T1 é a janela de estimação e L1 = T1– T0, a sua extensão;
t = T1 + 1 até t = T2 é a janela de evento e L2 = T2 – T1, a sua extensão;
t = T2 + 1 até t = T3 é a janela de comparação e L3 = T3 – T2, a sua extensão;
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e anormais. Os retornos são definidos por CAMPBELL, LO & MACKINLAY (1997)
da seguinte forma:
Uma vez selecionado o modelo que irá determinar o retorno normal, deve-
se definir a janela cujos parâmetros do modelo serão estimados. É comum utilizar,
para a escolha desta janela, o período anterior à janela de eventos, quando
factível. Segundo CAMPBELL, LO & MACKINLAY (1997), para alguns eventos
não é possível ter um período de estimação para a modelagem dos parâmetros
dos retornos normais. Ofertas públicas, também conhecidas como Initial Public
Offerings (IPO), são exemplos de eventos cuja janela de estimação não é factível.
De acordo com a figura 1, esta janela, conhecida como janela de
estimação, é definida no intervalo L1, não incorporando o período do evento, a fim
de prevenir a influência deste na estimação dos parâmetros do retorno normal.
Segundo VIDAL & CAMARGOS (2003), esta janela deve ser extensa o suficiente
para que possíveis discrepâncias nos preços possam ser diluídas sem provocar
grandes alterações na sua distribuição de freqüências.
Uma vez que o retorno normal esteja definido, os retornos anormais
poderão ser calculados. Desta forma, é importante definir a hipótese nula e as
técnicas para agregar os retornos anormais das firmas individualmente. Segundo
VIDAL & CAMARGOS (2003), os retornos anormais são acumulados nos dias
posteriores à data do evento, a fim de que a reação dos preços no mercado ao
longo da janela de evento seja avaliada, em razão da dificuldade de determinar a
data exata em que o mercado recebeu a informação do evento em estudo e como
a reação do mercado pode difundir-se nesses dias. Essa acumulação pode ser
feita em duas dimensões: no tempo e nos títulos 6 .
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Para maiores detalhes, ver VIDAL & CAMARGOS (2003) e CAMPBELL, LO & MACKINLAY
(1997). Segundo CAMPBELL, LO & MACKINLAY (1997), quando se utiliza o procedimento da
acumulação dos retornos, deve-se considerar que os retornos anormais dos títulos,
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Uma vez realizados estes procedimentos, o pesquisador deverá estar
atento a possíveis interferências de outliers, uma vez que estudos que vierem a
apresentar um número limitado de observações poderão ser influenciados pelo
desempenho de uma ou duas empresas da amostra.
Por fim, conforme colocado por VIDAL & CAMARGOS (2003), levando-se
em conta os objetivos iniciais, ou seja, testar eficiência do mercado, o pesquisador
deve preocupar-se em formular as hipóteses de trabalho. As mesmas deverão ser
testadas para que os resultados possam ser descritos, levando o estudo às suas
interpretações e conclusões acerca do comportamento do mercado perante às
novas informações disponibilizadas.
individualmente, não são correlacionados entre si. Para que isso aconteça, a data do evento para
cada empresa não deve se sobrepor à data do mesmo evento das outras empresas que
componham a amostra. CAMPBELL, LO & MACKINLAY (1997) sugerem duas vias para se
contornar o problema. A primeira seria agregar os retornos anormais em um único portfólio. Outra
alternativa, que parece ser mais vantajosa ao pesquisador, seria analisar os retornos anormais
sem agregação. A hipótese nula seria testada individualmente para cada título. Para isso, seria
necessário utilizar um modelo de regressão múltipla com variáveis qualitativas, dummies, para a
data do evento.
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Por outro lado, segundo FAMA (1965) apud SOARES, ROSTAGNO &
SOARES (2002), a utilização da capitalização contínua pressupõe que as
informações de mercado acontecem a todo momento, e que as ações reagem de
forma contínua a estas informações. A forma logarítmica para os retornos (r) será
definida por:
⎛ P ⎞
r = ln⎜⎜ t ⎟⎟ ou r = ln Pt − ln Pt −1 (2)
⎝ Pt −1 ⎠
Sendo Pt e Pt-1, os preços da ação em t e em t–1, respectivamente. Este modelo
implica uma distribuição de freqüência simétrica ou log-normal.
Este último modelo é mais adequado para o cálculo dos retornos, uma vez
que os testes estatísticos paramétricos exigem que se trabalhe com a distribuição
normal.
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retornos normais de forma mais precisa. Os exemplos mais comuns deste tipo de
modelo são o CAPM e o Arbitrage Pricing Model (APT).
De acordo com SHARPE (1964) e LINTNER (1965) apud CAMPBELL, LO &
MACKINLAY (1997), o CAPM é um modelo de precificação em um mercado em
equilíbrio, cujo retorno esperado de um ativo é uma função linear de sua
covariância com o retorno do portfólio de mercado. Assim, VIDAL & CAMARGOS
(2003) colocam que o CAPM é um modelo de equilíbrio geral, relacionando a
rentabilidade esperada de um ativo ou portfólio com o risco sistemático,
representado pelo coeficiente beta, e expresso por meio da seguinte fórmula:
[
Ε(Ri ) = R f + βi E ( Rm ) − R f ] (4)
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Onde F j representa o valor do jota-ésimo índice com influência sobre o retorno
índice j, ε i é o termo de erro aleatório com média igual a zero e variância igual a
σ ε2i .
“Neste modelo, o prêmio de risco é obtido pela soma linear (de inclinação
positiva ou negativa) do retorno esperado de um título ou ativo com vários
fatores ( β ´s ) micro ou macroeconômicos que representam o risco do
mercado.” (VIDAL & CAMARGOS, 2003, p. 11)
Por fim, CAMBELL, LO & MACKINLAY (1997) afirmam que parece não
haver boas razões para utilizar os modelos econômicos ao invés de se utilizar os
modelos estatísticos em estudo de eventos devido às ressalvas feitas na
apresentação dos principais modelos deste bloco.
dado título i. Então o modelo de retorno ajustado à média constante pode ser
formalizado da seguinte maneira, conforme proposto por CAMPBELL, LO &
MACKINLAY (1997):
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Rit = μi + ξ it (8)
VIDAL & CAMARGOS (2003) afirmam que o retorno esperado ex-ante para
um dado título i é igual à constante μ i , uma vez que, se aplicado o operador de
O retorno anormal, ARit , será então dado pela diferença entre o retorno
Para BROWN & WARNER (1980), uma vez que os mercados são
eficientes, espera-se que os retornos anormais sejam nulos, uma vez que não há
espaço para a acumulação de retornos extraordinários. Desta forma, pode-se
inferir que:
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“Há momentos em que a mensuração do retorno de um dado título difere
em cada modelo. Entretanto, os retornos em mercados eficientes não
podem diferir sistematicamente. Isto significa que o valor esperado do
componente de erro ( ξ it ) – retorno anormal – do retorno de um título não
pode ser, sistematicamente, diferente de zero.” (BROWN & WARNER,
1980, p. 208 – Tradução dos autores)
Onde Rit e Rmt são os retornos no período t para o título i e para o portfólio de
do modelo de mercado.
CAMPBELL, LO & MACKINLAY (1997) afirmam que o modelo de mercado
representa um avanço em relação ao modelo ajustado à média constante. Isso
ocorre porque, ao remover a porção do retorno que é relacionada à variação do
retorno de mercado, a variância do retorno anormal será reduzida. “Este fato
proporciona uma maior habilidade em detectar os efeitos dos eventos em função
da menor variabilidade.” (CAMPBELL, LO & MACKINLAY, 1997, p. 155 –
Tradução dos autores)
Uma vez que o erro seja dado por:
ARit = ε it = Rit − αi − βi Rmt (16)
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Dado que o coeficiente de determinação ( R 2 ), em finanças, representa a
proporção entre o risco sistemático e o risco total, o mesmo pode ser definido
como:
β i2Var ( Rm ) R 2Var ( Ri )
R2 = ou β 2 = (19)
Var ( Ri ) Var ( Rm )
Substituindo-se (19) em (18), a última poderá ser reescrita como:
σ ε2 = (1 − R 2 )Var ( Rit )
i
(20)
onde 0 ≤ R 2 ≤ 1 .
Combinando (13) e (20), tem-se que:
σ ε2 i = (1 − R 2 )σ ξ2 i (21)
variável dummy que assumirá valor 1 para observações dos retornos pertencentes
à janela do evento e 0 caso contrário.
Da equação (22), tem-se que o evento será significativo, ou seja, terá
impacto no comportamento do retorno, se o coeficiente δ for, estatisticamente,
significativo. Os testes de hipótese a serem realizados estão fundamentados no
princípio de que o evento será ou não capaz de afetar os preços. Desta forma,
tem-se que a hipótese nula a ser testada será:
H 0 = AR = δ = 0 . Ou seja, o evento não tem impacto no comportamento dos
preços uma vez que o retorno, com ou sem a informação, é o mesmo.
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Por outro lado, a hipótese alternativa será determinada por:
H 1 = AR ≠ 0 e δ ≠ 0 . Ou seja, o evento impacta o comportamento dos preços;
Além disso, pode-se supor que para eventos positivos, ou seja, aqueles que
transmitam “boas notícias” inesperadas, o coeficiente seja δ >0 e para “más
notícias”, o coeficiente δ seja menor que zero, que poderia ser avaliado com um
teste unicaudal.
Uma vez que o Estudo de Eventos se propõe a testar a eficiência do
mercado, onde não há espaço para retornos extraordinários, tem-se que a
aceitação de H 0 indicará que o mercado é eficiente. Ao contrário, caso H 0 seja
CONCLUSÃO
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informações e o conhecimento destes mercados sejam mais transparentes aos
agentes econômicos, auxiliando-os na sua tomada de decisão.
Assim, várias são as sugestões deixadas por este artigo. Estudantes e
pesquisadores poderão utilizar esta metodologia para realizar testes sobre
diversos eventos corporativos, econômicos e financeiros, tais como a divulgação
das demonstrações financeiras (trimestrais ou anuais), fusões e/ou aquisições,
emissão de Depositary Receipts (DR’s) que acontecem, com certa freqüência, nos
mercados financeiros em todo o mundo.
REFERÊNCIAS
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19
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