AULA 2
1. Movimento de corte.
2. Movimento de avanço.
3. Movimento efetivo.
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Na figura a seguir, podemos observar a indicação desses movimentos,
suas direções e sentidos no processo de torneamento.
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Figura 2 – Movimentos de corte na operação de furação
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tipo de material da peça;
tipo de material da ferramenta;
tipo de operação a ser realizada;
condições da refrigeração;
condições de estabilidade da máquina;
condições de fixação da peça.
METAIS FERROSOS
MATERIAL A SER USINADO Velocidade de Fator M
corte (m/min)
AÇO-CARBONO
com resistência até 500 N/mm² 28 – 32 0,80
com resistência até 700 N/mm² 25 – 28 0,80
com resistência até 900 N/mm² 20 – 25 0,63
AÇO LIGA E AÇO FUNDIDO
com resistência até 900 N/mm² 14 – 18 0,50
com resistência até 1200 N/mm² 10 – 14 0,40
com resistência até 1500 N/mm² 6 – 10 0,315
FERRO FUNDIDO
com dureza até 200 HB 25 – 30 1,00
com dureza até 240 HB 18 – 25 0,80
com dureza acima de 240 HB 14 – 18 0,50
Fonte: Adaptado de SKF, 1987.
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Veja que, para furar uma peça de aço-carbono com resistência até 500
N/mm², é recomendada uma velocidade de corte entre 28 e 32 m/min. O
avanço deve ser corrigido por um Fator M = 0,8. Se a mesma ferramenta for
utilizada para usinagem de uma peça de ferro fundido com dureza até 200 HB,
a velocidade recomendada está na faixa de 25 a 30 m/min. Nesse caso, o
avanço deve ser corrigido por um Fator M = 1,0.
Perceba que, para cada operação, deverá ser ajustada tanto a
velocidade de corte quanto o avanço. Para saber mais sobre as velocidades de
corte nas diferentes operações de usinagem, consulte os catálogos dos
fabricantes de ferramentas.
Vários processos de usinagem ocorrem através do movimento de
rotação com velocidade constante. Nesses casos, a unidade de medida é o
número de rotações por minuto (rpm).
Em máquinas que tenham movimento de rotação, a velocidade de corte
vai se relacionar com o número de rotações por minuto (rpm), de acordo com a
seguinte equação:
1000 𝑣𝑐
𝑁=
∅𝜋
Onde:
1000 = constante de conversão de m para mm;
Vc = velocidade de corte (m/min);
Ø = diâmetro (mm);
π = 3,14159265.
Exemplo 1
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Exemplo 2
Calcule o valor do número de rotações por minuto indicado para
torneamento de uma peça de aço SAE1020 com diâmetro 45 mm e velocidade
de corte de 120 m/min.
1000 𝑣𝑐
𝑁=
∅𝜋
1000 120
𝑁=
45𝜋
N = 850 rpm
Resposta: Logo, para tornear uma peça de diâmetro 45 mm com
velocidade de 120 m/min, teremos de regular a máquina com 850 rpm.
Como exemplos, podemos indicar que uma fresa de topo de dois cortes
com diâmetro Ø6 mm tem avanço por dente aproximado de f = 0,022 mm/rot.
Por outro lado, para uma fresa de topo de 4 cortes, com diâmetro Ø16 mm, o
avanço por dente será aproximadamente f = 0,081 mm/rot.
Para determinar a velocidade de avanço, devemos considerar a
velocidade de rotação da ferramenta.
𝑉𝑓 = 𝑓𝑧𝑁
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Onde:
Vf = Velocidade de avanço (mm/min);
f = avanço por rotação (mm/rot);
z = número de dentes (ou cortes) da ferramenta;
N = número de rotações por minuto (rpm).
𝐿
𝑡𝑐 =
𝑉𝑓
Onde:
tc = tempo de corte (min);
L = comprimento de corte (mm);
Vf = Velocidade de avanço (mm/min).
Exemplo 1
1000 𝑣𝑐
𝑁=
∅𝜋
N = 1000 * 20/(10 * 3,14)
N = 634 rpm
𝑉𝑓 = 𝑓𝑧𝑁
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Vf = (0,24 * 0,63) * 1 * 634
Vf = 96 mm/min
𝐿
𝑡𝑐 =
𝑉𝑓
tc = 22 / 96
tc = 0,2292 min
tc = 13,75 s
Exemplo 2
1000 𝑣𝑐
𝑁=
∅𝜋
N = 1000 * 28/(12 * 3,14)
N = 742 rpm
𝑉𝑓 = 𝑓𝑧𝑁
Vf = (0,07 * 0,8) * 2 * 742
Vf = 83 mm/min
𝐿
𝑡𝑐 =
𝑉𝑓
tc = 60 / 83
tc = 0,722 min
tc = 43,3 s
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Portanto, para determinarmos o valor da velocidade de avanço,
devemos consultar os valores de referência nas tabelas mencionadas e ajustá-
los ao nosso processo de usinagem da seguinte forma: Devemos fazer o
cálculo do número de rotações por minuto (rpm) e, em seguida, fazer o ajuste
do avanço em função do material da ferramenta (gráficos de avanço) e do
material da peça (fator M).
Para calcular o tempo de corte, dividimos o espaço percorrido pela
velocidade de avanço. Para cada operação de usinagem, existe um conjunto
de tabelas, gráficos e equações que nos permitem relacionar as grandezas
cinemáticas dos processos de fabricação.
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Figura 6 – Fresas de topo
Fonte: Shutterstock.
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contato com a peça devido à superfície principal de folga, sendo que o cavaco
deve escorregar sobre a superfície de saída.
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Fonte: Mitsubishi Materials, 2015.
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Fonte: Adaptado de Ferraresi, 1970, p. 27.
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na figura abaixo, maiores raios de ponta vão resultar em menores rugosidades
da superfície acabada.
Fonte: Shutterstock.
NA PRÁTICA
1. Indique (V) para Verdadeiro e (F) para Falso nas seguintes afirmações
sobre a geometria das ferramentas:
( ) A geometria das ferramentas de corte é estabelecida em norma da
ABNT.
( ) A geometria da ferramenta de corte é independente da operação de
usinagem.
( ) As ferramentas de corte geralmente são compostas de cabo e ponta
de corte. A fixação da ferramenta é feita pelo seu cabo.
( ) A aresta principal de corte é formada pela intersecção da superfície
de saída principal e superfície de saída secundária.
( ) Os fabricantes de ferramentas podem produzir a mesma geometria
em diferentes materiais.
( ) Ferramentas com maior raio de ponta têm mais resistência mecânica
que a mesma ferramenta com menor raio de ponta.
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2. Indique (V) para Verdadeiro e (F) para Falso nas seguintes afirmações
sobre os ângulos da ponta de corte:
( ) A aresta de corte pode ser chanfrada e, assim, reforçamos a
ferramenta para a usinagem.
( ) O ângulo de folga evita que a ferramenta entre em contato com a
peça durante a usinagem.
( ) O ângulo de posição influencia a largura do cavaco.
( ) O ângulo de cunha permite posicionar a aresta de corte em função
da direção do corte.
( ) O ângulo de saída pode alterar a formação do cavaco na operação
de torneamento.
( ) Ferramentas com menor ângulo de cunha têm a ponta de corte mais
resistente que a mesma ferramenta com maior ângulo de cunha.
FINALIZANDO
Nesta aula, vimos que os princípios da cinemática é que vão nos ajudar
a regular as condições de usinagem. A operação vai ocorrer de maneira
adequada quando o movimento relativo entre a ponta da ferramenta e a
superfície da peça ocorrer na direção e na velocidade adequadas. Para isso,
temos de utilizar ferramentas com geometria adequada, que permitam a
penetração da aresta de corte na peça.
Por meio de nossos estudos e observações das ferramentas de corte,
podemos concluir que a geometria da ferramenta realmente facilita a execução
das operações de usinagem. As superfícies da ferramenta, os ângulos de corte
e as alterações na geometria na ponta de corte favorecem a quebra do cavaco
durante a usinagem.
Nas próximas aulas, vamos analisar como os cavacos são formados e
como podemos controlá-los durante as operações de usinagem.
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REFERÊNCIAS
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RESPOSTAS
1. V, F, V, F, V, V.
2. V, F, V, F, V, F.
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