DEPARTAMENTO DE FÍSICA
Lei de Ohm
01 de Julho de 2013
1. Objetivos
Esta prática tem o objetivo de verificar a validade da Lei de Ohm para uma resistência
ôhmica. Também se objetiva estudar a relação Tensão-Corrente para um elemento de circuito
cujo comportamento é não ôhmico. Por fim, pretende-se estudar a associação de resistores.
2. Introdução Teórica
V
R= ,(1)
I
onde V é a diferença de potencial (ddp) aplicada, I a corrente que flui e R a resistência elétrica
do material. Nesta definição de resistência elétrica, R não é necessariamente constante.
Quando V é dado em Volts e I em Ampères, R tem como unidade de medida o Ohm (Ω).
V
Ohm verificou experimentalmente que a razão se mantinha constante em um mesmo
I
dispositivo. Daí enunciou-se a lei de Ohm: “a corrente elétrica que atravessa um dispositivo é
proporcional à diferença de potencial aplicada ao dispositivo”. Posteriormente, verificou-se
que esta lei nem sempre é válida. Atualmente, existem vários dispositivos cuja razão V/I
assume as mais diversas formas. No entanto, a lei de Ohm continua útil para algumas
situações comuns. Nisto há a motivação para a definição de dispositivos ôhmicos e não
ôhmicos.
V =RI (2)
Para um elemento de circuito não ôhmico, como o próprio nome sugere, a relação
entre V e I não é linear, ou seja, não há um único valor de R. Em outras palavras, o gráfico V
versus I não será uma linha reta.
Temos três resistores com resistências R1, R2 e R3, cada um submetido a tensões U1, U2
e U3, respectivamente, e a mesma corrente i em todos os três. Olhando para os pontos inicial e
final, há uma tensão U=U1+U2+U3, e uma corrente i atravessando-os. Um resistor que causaria
este efeito deve ter a resistência
U U1 U2 U 3
R= = + + (3)
i i i i
Como ilustrado, nos resistores com resistências R1, R2 e R3 temos as correntes i1, i2 e i3,
respectivamente. Nos pontos inferiores passa a corrente que se distribui para os três resistores.
Portanto a corrente que passa por esses pontos será i=i 1+ i2 +i 3, e a tensão a que estão
submetidos é a mesma que a dos três resistores. Assim, a resistência equivalente será
U U
R= = .(5)
i i 1+i 2 +i 3
1 i 1 +i 2+i 3
= ,(6 )
R U
1 1 1 1
= + + + …(7)
R R1 R2 R3
3. Procedimento Experimental
Material utilizado:
Multímetro;
Fonte de tensão;
Resistores;
Lâmpada de bicicleta;
Chave elétrica;
Procedimento Experimental
Por fim, no circuito 4 é usada uma lâmpada ao invés de m resistor. A disposição dos
equipamentos neste circuito é equivalente ao do circuito 1, com exceção de que a lâmpada
substitui o resistor, no circuito 4. Neste circuito espera-se um comportamento não ôhmico, já
que a lâmpada não obedece à lei de Ohm.
4. Resultados
TABELA 1: Circuito 1
TENSÃO (V) CORRENTE (mA)
MEDIDA 1 1,26 1
MEDIDA 2 2,25 2
MEDIDA 3 3,15 3
MEDIDA 4 4,14 4
MEDIDA 5 5,19 5
MEDIDA 6 6,10 6
MEDIDA 7 7,09 7
MEDIDA 8 8,08 8
MEDIDA 9 9,07 9
MEDIDA 10 10,05 10
Tabela 1: circuito 1
TABELA 2: Circuito 2
TENSÃO (V) CORRENTE (mA)
MEDIDA 1 1,03 0,181
MEDIDA 2 2,02 0,356 Tabela 2: circuito 2
MEDIDA 3 3,10 0,547
MEDIDA 4 4,21 0,743
MEDIDA 5 5,06 0,892
MEDIDA 6 6,15 1,085
TABELA 3: Circuito 3
MEDIDA 7 7,10 1,256
TENSÃO (V) CORRENTE (mA)
MEDIDA 8 8,21 1,448
MEDIDA 1 1,09 1,33
MEDIDA 9 9,55 1,683
MEDIDA 2 2,09 2,55
MEDIDA 10 10,96 1,931
MEDIDA 3 3,17 3,87
MEDIDA 4 4,23 5,16
MEDIDA 5 5,16 6,30
MEDIDA 6 6,26 7,63
MEDIDA 7 7,40 9,02
MEDIDA 8 8,48 10,33
MEDIDA 9 9,62 11,73
MEDIDA 10 10,70 13,04
Tabela 3: circuito 3
TABELA 4: Circuito 4
TENSÃO (V) CORRENTE (mA)
MEDIDA 1 1,12 26,6
MEDIDA 2 2,36 39,7
MEDIDA 3 3,31 48,0
MEDIDA 4 4,37 56,4
MEDIDA 5 5,47 64,2
MEDIDA 6 6,53 71,0
MEDIDA 7 7,52 77,1
MEDIDA 8 8,71 83,9
MEDIDA 9 9,63 89,0
MEDIDA 10 11,27 97,9
Tabela 4: circuito 4
Com base nos dados apresentados nas tabelas de 1 a 4, podemos traçar os gráficos
Tensão-Corrente para cada circuito. Estes gráficos são apresentados no anexo. Vale notar que
no caso dos resistores, a resistência R (ou resistência equivalente) é dada pela declividade da
reta. No caso de resistores associados, a resistência equivalente pode ser calculada pelas
equações 4 e 7 com base na resistência nominal. As retas que melhor representam a
distribuição experimental podem ser calculadas utilizando o método dos mínimos múltiplos
quadráticos, com o auxílio de um programa MMQ 1.2, feito em C para esta finalidade. As
inclinações dessas retas são mostradas na tabela abaixo.
1 1 1 57
= + = .
R C 3 4,7 KΩ 1 KΩ 47 KΩ
Portanto:
47
R C 3= KΩ=1,21 KΩ.( 9)
57
Também se pode utilizar o valor medido com multímetro das resistências dos
resistores. Neste caso, teremos:
R'2=5,67 KΩ(10)
R'3=0,82 KΩ .(11)
Como pode ser notado, realmente as inclinações das retas que mais se aproximam dos
pontos coletados estão satisfatoriamente próximas tanto dos valores nominais de resistência
dos resistores, quanto dos valores medidos, com um erro relativo da ordem de 10−3 . Nota-se
também uma coincidência maior com os valores medidos do que com os valores nominais. De
fato isto é previsível, pois o valor medido é mais representativo para a resistência do que o
valor nominal.
Com base nos resultados das medições nos circuitos 1, 2 e 3, apresentados nas tabelas
de 1 a 3, assim como nos respectivos gráficos tensão-corrente, constata-se que para os
resistores utilizados nesta prática a Lei de Ohm é satisfeita, isto é: há uma relação diretamente
proporcional entre a tensão e a corrente elétricas em um resistor. Para o caso do circuito 4,
onde foi usada uma lâmpada de bicicleta, que é um dispositivo não-ôhmico, pode ser
observado também o comportamento de um dispositivo deste tipo, e confirmado o
conhecimento disponível na bibliografia.
[2] <http://pt.wikipedia.org>