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Prof. Abner P. Fonseca.

Choque Elétrico
Proteção e Segurança
- Fundamentos -

João Monlevade, 06 de agosto de 2018.

2/16 Conceito de choque elétrico

Segundo Cotrim (2000, p.7):

“(...) é a perturbação, de natureza e efeitos diversos, que se


manifesta no organismo humano ou animal quando este é
percorrido por uma corrente elétrica.”

Danos e efeitos no homem: dependem da intensidade da


corrente e do tempo que percorre o corpo humano.

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3/16 Contato direto e indireto

A prevenção contra choques considera:

Direto: o corpo toca diretamente a


“parte viva” ou os condutores
energizados. Ex.: falha isolante
do fio, ou toque acidental direto.

Contato

Indireto: o corpo toca a massa do


equipamento com falha
de isolamento.

Desconectar o plugue da tomada puxando o


cabo ou fio aumenta a possibilidade de
choque acidental.

4/16 Corrente elétrica pelo corpo humano

> Estudos em diversos Centros de Pesquisa ao redor do mundo focaram sobre os


efeitos da corrente elétrica no corpo humano.

> Objetivavam: Avaliar o Grau de Periculosidade da corrente elétrica ao


passar pelos corpos de animais, seres humanos e cadáveres [cobaias],
estudados desde 1930.

> IEC 60.479 / 1.974 – “Efeitos da Corrente sobre o corpo humano e


animais”, tradução livre [documento internacional], onde foi composto pelo
melhor da “arte” resultante das muitas pesquisas até então.

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5/16 Perigos da Eletricidade


> Toda atividade biológica [glandular, nervosa – muscular] é estimulada ou
controlada por impulsos elétricos;

> Se, por contato, o impulso elétrico [interno] somar-se a outra corrente [de
origem externa] alterará as funções vitais normais do corpo animal, que
pode até matá-lo dependendo da intensidade e duração da corrente agregada;

> Principais efeitos causados pela corrente externa no corpo:

Tetanização;
Parada Respiratória,
Queimadura e
Fibrilação Ventricular.

6/16 Perigos da Eletricidade


Efeito: TETANIZAÇÃO

> Refere-se à contração muscular do corpo causado pela circulação da corrente


elétrica;

> Um pulso elétrico num músculo, ele contrai e retorna ao estado de repouso.
Outro pulso elétrico antes do repouso, os efeitos no músculo podem se somar.
Simultâneos pulsos produzem repetidas contrações no músculo, chamada de
Contração tetânica.
Contração [ou tetanização] completa do músculo: quando a frequência dos
pulsos superam certos limites [60Hz é suficiente para isso]. Cessando os
pulsos retorna lentamente ao repouso.

Pessoa pode ficar AGARRADA durante o contato sob tensão elétrica (ddp).
Perigo aumenta com o tempo, COTRIM (2000, p.68), !RCORPO quando "V.

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Efeito: Tetanização - LIMITE de LARGAR

“(...) limite de largar é o valor máximo de corrente que uma pessoa, tendo à
mão um objeto energizado, pode ainda o largar.” Cotrim (2000, p.68).

Valores de correntes Limite de Largar [LL]


[baseados nos resultados dos pesquisadores]
Mulheres Homens
Em CA, a 50 ou 60Hz: de 6 e 14 mA, de 9 e 23 mA,
média 10 mA média 16 mA

Em CC, valores médios: 51 mA 76 mA.

8/16 Perigos da Eletricidade

Efeito: Parada Respiratória

Se a corrente for maior que o Limite de Largar (LL)

mas se I for de pequena intensidade e longa duração pode causar

Parada Respiratória

Asfixia, devida a contração de músculos ligados a respiração.

Permanecendo a corrente a pessoa perde a consciência e morre


por asfixia.

Importante, em 3 minutos após o acidente,


PRIMEIROS SOCORROS
[respiração artificial – boca a boca].

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9/16 Perigos da Eletricidade


Efeito: QUEIMADURA

> Corrente elétrica por um corpo produz calor [Efeito Joule: P = R I2] e pode
produzir queimaduras, principalmente nos pontos de contato [entrada e saída]
pois:
- a resistência da pele é mais alta que a dos tecidos internos;
- a resistência de contato total = Resistência da pele + resistência de contado;
- alta densidade corrente na entrada e saída de contato, tanto maior quanto a
área de contato for menor.

> GRAVIDADE: proporcional a densidade de corrente e seu tempo de duração;

> ALTA TENSÃO: predomina o efeito térmico que destrói tecidos superficiais e
profundos, rompe artérias [hemorragias] e destrói os centros nervosos;

> As queimaduras produzidas por correntes elétricas são internas,


profundas e de difícil cura.

10/16 Perigos da Eletricidade

Efeito: Fibrilação Ventricular do Coração [fenômeno MAIS GRAVE]

#  Miocórdio [músculo do coração] tem ritmo de contração marcado por


impulsos elétricos [gerados na parte superior do átrio direito], de 60 a 90
vezes/min, como uma bomba, sustenta a circulação sanguínea do corpo.
[Situação Normal];
#  Mas, se uma alta corrente externa for somada ao referido impulso interno
muda muito o equilíbrio acima mostrado, sinais elétricos excessivos e
irregulares, onde as fibras ventriculares ficam super estimuladas, contraindo-
se desordenadamente uma em relação a outra, perdendo o coração sua função
de bombear o sangue no corpo, a irrigação sanguínea para;
#  Cotrim (2000, p.69): “(...) fibras musculares dos ventrículos VIBRAM
desordenadamente, estagnando o sangue dentro do coração.” “(...) não há
irrigação sangüínea pelo corpo, a pressão arterial cai a zero e a pessoa desmaia
e fica em estado de morte aparente. A fibrilação ventricular é acompanhada da
parada respiratória da vítima.”

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11/16 Perigos da Eletricidade

Efeito: Fibrilação Ventricular do Coração [fenômeno MAIS GRAVE]

#  DESFIBRILADOR: pode ser um fenômeno IRREVERSÍVEL, mas o


desfibrilador, por dois eletrodos no tórax, aplica elevada descarga elétrica na
região cardíaca do paciente e a fibrilação pode ser revertida.

#  Ainda assim é um fenômeno FATAL, pois dificilmente ter-se-á um


desfibrilador à mão e alguém habilitado a operá-lo quando necessário.

#  Três minutos após cessar a atividade cardíaca normal inicia as lesões


irreparáveis no tecido cerebral.

12/16 Perigos da Eletricidade

Efeito: Fibrilação Ventricular

Ciclo Cardíaco:

- onda T: repolarização das


fibras musculares do
ventrículo;

- Período vulnerável: de 10 a
20% do ciclo cardíaco.
Ocorre no início da
repolarização (onda T);

ECG: EletroCardioGrama

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13/16 Perigos da Eletricidade

Efeito: Fibrilação Ventricular do Coração [fenômeno MAIS GRAVE]

Pesquisas buscam entender o valor mínimo de corrente externa ao corpo em


função do tempo que seja capaz de iniciar a Fibrilação. Mas apresenta
resultados imprecisos, causas:

(a) experimentos não são feitos nos seres humanos, e os resultados em animais
não correlacionam devidamente;

(b) a corrente pelo coração que causa a fibrilação é diferente da que passa pelo
corpo, e só essa pode ser medida;

(c) os seres humanos têm condições orgânica distintas.

14/16 Perigos da Eletricidade


Zonas de Efeitos de corrente alternada [CA] 50 ou 60 Hz, sobre adultos:

Zonas Descrição
1 nenhuma reação;
2 nenhum efeito perigoso
3 nenhum risco fibrilação
4 possível fibrilação <50%
5 risco >50% fibrilização

A 500 mA e 100 ms há probabilidade de que ocorra a fibrilação de 0,14%.

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15/16 Perigos da Eletricidade


Zonas de Efeitos de corrente alternada [CA] 15 a 100 Hz, entre mão e pé:

Zonas Descrição
1 nenhuma reação;
2 nenhum efeito perigoso
3 nenhum risco fibrilação
4 possível fibrilação <50%
5 risco >50% fibrilização

16/16 Bibliografia Básica

ITENS 1.5 e 3.1 do livro:

•  COTRIM, Ademaro A. M. B., Instalações elétricas.


5a. ed. São Paulo: Ed. Pearson Prentice Hall, 2000.
498 p.

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