Você está na página 1de 53

 

Formação de Obreiro 2

Olá, a paz!

É muito bom ter você conosco, estudando e se aperfeiçoando em tudo


aquilo que Deus te deu, ter você conosco é um privilégio para nós e a sua
dedicação aos estudos é algo que nos motiva a andar muitas milhas com
os perdidos, ajudando-os e ensinando-os na força do Senhor Jesus Cristo.

Mantenha-se firme, não deixe de vigiar, porque o inimigo tentará de


tudo para fazer você desistir, tentando plantar sentimentos,
impedimentos e até pensamentos, porém no seu coração foi plantada a
divina semente

“(I Pedro 1:23) - Sendo de novo gerados, não de semente corruptível,


mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para
sempre. “ Deus tem promessas, Deus nos chamou para sermos
Barnabés, formadores de Paulos, e gastarmos muito tempo com poucas
pessoas, isso é o nosso chamado, essa é a nossa vida. Dedica-se a esse
curso!, cuide da sua família, melhor do que começar é começar e
terminar, faça um voto de terminar esse curso, vamos te ajudar,
qualquer problema, procure o seu líder ou professor para te ajudar em
qualquer aspecto,Vamos lá, ganhar o Brasil pra Jesus, contamos com
você,

Deus te Abençoe,

Prof. Robert Amorim


 
Formação de Obreiro 3

Reitor FATEM- Faculdade de Teologia e Missões


 
Formação de Obreiro 4

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 4

1. A CONDUTA DO OBREIRO 6

2. O DIACONATO 10

3. AS QUALIFICAÇÕES NECESSÁRIAS 11

4. LÍDERES IRREPREENSÍVEIS 13

5. O LÍDER E SEU LAR 17

6. LÍDERES BEM QUALIFICADOS 21

7. LÍDERES DA PAZ 26

8. O LÍDER E O DINHEIRO 31

9. TESTEMUNHO DO LÍDER CRISTÃO 36

10. LÍDER AMIGO DO BEM 40

11. LÍDER JUSTO E PIEDOSO 43

12. HISTÓRIA DA IGREJA LOCAL*

13. VISÃO DA IGREJA LOCAL*

14. LITURGIA DA IGREJA LOCAL*


 
Formação de Obreiro 5

*essas matérias deverão ser dadas na Igreja local, pois esse conteúdo é diferente de
igreja para igreja, e o pastor local, é mais habilitado para passar essas informações.
 
Formação de Obreiro 6

INTRODUÇÃO

"Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que


não tem de que se envergonhar que maneja bem a Palavra
da verdade. " (II Tm 2:15)

Antes de Paulo mencionar sobre a postura de obreiros, ele aborda duas


situações fundamentais que não podem ser, em hipótese alguma,
negligenciadas. Ele fala sobre "procurar" atender estas condições:
"Procura apresentar-te a Deus ( 1 ), aprovado ( 2 )... ".

O objetivo primário de alguém que "procura" é simplesmente encontrar.


A questão é que algumas coisas estão mais escondidas do que
imaginamos. Também, pode-se levar um tempo maior que o esperado
para serem obtidas. Como veremos, só depois de vinte anos no
deserto em Padã Arã é que Jacó atingiu estas condições, restaurando
seus relacionamentos e redimindo sua identidade.

Na verdade, indispensavelmente, antes de fazer qualquer coisa para


Deus precisamos de um encontro com estas realidades. Este processo
vai até os porões da alma eliminando a vergonha e todas as demais
impurezas que bloqueiam o fluir do Espírito Santo.

Surge, então, uma capacidade divina de manejar bem a palavra da


verdade que se expressa através de um estilo de vida que prevaleceu
sobre cada estado crônico de reprovação.

Sob esta perspectiva, a Palavra de Deus não é a "espada do pregador",


porém, como Paulo afirma, ao mencionar a armadura de Deus, é a
 
Formação de Obreiro 7

"espada do Espírito Santo", que apenas corta através de nós na


mesma profundidade que cortou a nós mesmos:

"Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que


qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e
espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e intenções do coração." (Hb 4:12)
 
Formação de Obreiro 8

1. A CONDUTA DO OBREIRO
a) O obreiro deve entender o ministério como vocação divina
e a atividade humana mais excelente (1 Tm 3:1);

b) A Bíblia para o obreiro deve ser considerada como o


instrumento indispensável no seu ministério e deverá usá-la como
única regra de fé e prática (2 Tm 2:15 – 4:1-5);

c) O obreiro deve ser estudioso, mantendo-se em dia com o


pensamento teológico, com a literatura bíblica e a cultura geral (2
Tm 3:14 - 17);

d) O obreiro deve ser um modelo de boa conduta em todos os


sentidos e um exemplo de pureza em suas conversações e
atitudes como líder moral e espiritual do povo de Deus (1 Pe
5:1-3; 1Tm 4:12);

e) O obreiro deve zelar o máximo pelo bom nome do


ministério, da Palavra e do Senhor Jesus Cristo (1 CO 11:1;
4:1-2).

f) O obreiro deve ser prudente ao se relacionar com as


pessoas, principalmente as do sexo oposto (1 Tm 5:1-2);
 
Formação de Obreiro 9

g) O obreiro deve ter a sua vida submetida ao Espírito Santo


para que o fruto do Espírito seja manifesto em sua vida no dia a
dia (Gl 5:22; Rm 12:17-21)

h) O obreiro deve ser DIZIMISTA fiel.

Sua coragem​ - Exige-se do obreiro intrepidez e ousadia.

Sua dignidade - Ter uma vida decente e respeitosa no trato com


as pessoas e com valores espirituais.

A dignidade de um obreiro se revela através:


● Da sua linguagem. O obreiro deve evitar linguagem
imprópria ao seu ofício (piadas obscenas);
● Da sua reverência no trato com as coisas sagradas e
respeitosas;
● Do seu relacionamento decoroso com o sexo oposto.
● Sua discrição. O obreiro deve ser moderado, agindo
sempre com discernimento em relação à posição que
ocupa.
● Deve ter cuidado no trajar. Vestindo sempre
condignamente com a função que ocupa.
● Deve ter cuidado com os gestos.
 
Formação de Obreiro 10

● Deve evitar cenas patéticas que chamem as atenções


para si.
● Deve ter modos e costumes que combinem com a posição
que ocupa.
● Sua polidez. Um obreiro polido é aquele que, no trato com
as pessoas, principalmente subalternas, demonstra
cortesia e civilidade.
São as boas maneiras do tratamento, tais como:
● Saber dar ordens. Não esquecer das duas palavras
chaves do relacionamento social obrigado e por favor.
● Saber corrigir. Ao fazê-lo não se esqueça do amor.
● Saber relacionar-se com os colegas de ministério: não
esquecer as boas formas de tratamento. Quando se referir
ao colega, é preciso demonstrar respeito.
● Saber vigiar as palavras, elas tanto curam quanto matam.
● Sua liderança. Segundo Gangel "liderança é o exercício
de dons espirituais sob o chamado de Deus para servir a
determinado grupo de pessoas, para que este atinja os
alvos que Deus lhes deu, com o fim de que glorifiquem a
Cristo”. Baseado nessa definição o obreiro tem de
entender que :
o ele deve ser o exemplo para os seus liderados (I
 
Formação de Obreiro 11

Pe 5:3b);
o nunca deve agir de forma ditatorial. Esse modelo
não funciona mais;
o deve ter motivação para alcançar os alunos se o
professor não a tem;
o nunca deve agir como dominador, porque o
rebanho não é sua propriedade particular (I Pe
5:3a.). Ele é, apenas, confiado a homens
chamados por Deus;
o deve avaliar sempre o perfil de sua liderança, se ela
está enquadrada no modelo bíblico.
 
Formação de Obreiro 12

2. O DIACONATO
Com base em Atos 6, os diáconos cuidam da beneficência da
igreja, um trabalho tão importante e difícil que o texto menciona
a necessidade de serem os ​diáconos "homens de boa
reputação, cheios do Espírito e de sabedoria" (v.3). Estêvão, um
daqueles primeiros 7 diáconos, era "homem cheio de fé e do
Espírito Santo"(v​ .5). Alguns diáconos receberam também o dom
da profecia e/ou do ensino e o talento natural para discursar, de
modo que, além da beneficência, exerciam também o ministério
da Palavra. Foi o caso de Estêvão (At 6:8;7:1-60) e de Filipe (At
8:5).

A Visão sobre o diaconato é que : "O diácono é o oficial


ungido pela liderança, mediante o seu preparo, submissão,
frutos e principalmente a confirmação do Senhor. Sob a
supervisão de um Presbítero, dedicar-se especialmente:

(a) à arrecadação de ofertas para fins piedosos;

(b) ao cuidado dos pobres, doentes e inválidos;

(c) à manutenção da ordem e reverência nos lugares


reservados ao serviço divino;
 
Formação de Obreiro 13

(d) exercer a fiscalização para que haja boa ordem na Casa de


Deus e suas dependências."

3. AS QUALIFICAÇÕES NECESSÁRIAS
Em ​I Pe 5:1-3​, vemos que os presbíteros (incluindo os pastores)
devem ser ​"modelos do rebanho". Os diáconos, conforme
observamos em ​At 6:3-5​, devem ser ​"homens cheios do Espírito
Santo e de sabedoria... e de fé". ​Paulo, em ​II Tm 2:2​, fala de
​ ste mesmo apóstolo, nas duas
"homens fiéis e idôneos." E
passagens mais importantes sobre presbíteros e diáconos, ​I Tm
3:1-12 e ​Tt 1:5-9​, enumera cerca de vinte qualificações que os
presbíteros e os diáconos precisam ter. São elas:

● Irrepreensível
● Esposo de uma só mulher
● Bom chefe de família
● Hospitaleiro
● Temperante
● Sóbrio
● Modesto
● Não dado ao vinho
● Não violento
 
Formação de Obreiro 14

● Cordato
● Inimigo de contendas
● Não avarento
● Apto para ensinar
● Não seja neófito
● Tenha bom testemunho dos de fora
● Piedoso

Vamos estudar cada uma destas virtudes.

Nosso propósito é duplo:

(a) preparar-nos para uma eleição de presbíteros e diáconos;

(b) desenvolver estas virtudes em nossas próprias vidas.


Naturalmente, nenhum de nós possui todas estas virtudes, no
grau recomendado. Mas o importante é estarmos conscientes de
sua necessidade e crescendo na prática das mesmas...
 
Formação de Obreiro 15

4. LÍDERES IRREPREENSÍVEIS
Presbíteros, diáconos e os crentes de modo geral devem ser
irrepreensíveis (ITm3:2,8;Tt 1:6,7). Paulo coloca esta virtude em
primeiro lugar porque ela é a principal e englobam todas as
outras.

4.1. O ​SIGNIFICADO​ ​DO​ ​TERMO


Irrepreensível é ​"o que não merece censura; que não pode ser
repreendido" (Dicionário). Esta qualidade relacionada por Paulo
não constitui uma novidade no pensamento do Novo Testamento.
Quando a igreja enfrentou o seu primeiro problema de
organização em Jerusalém, os apóstolos recomendaram que sete
"homens de boa reputação" ​fossem escolhidos para ajudar a
resolver o problema da distribuição dos alimentos (At 6:3). A idéia
é a mesma. Um homem ​irrepreensível é um homem de ​boa
reputação​, de comportamento exemplar.

Quando Paulo chegou a Listra em sua segunda viagem


missionária, ele ouviu falar de Timóteo. ​"Dele davam bom
testemunho os irmãos em Listra e Icônio" (At 16:1,2). Em outras
​ ra ​"irrepreensível"
palavras, Timóteo tinha uma ​"boa reputação"; e
em todo o seu procedimento.
 
Formação de Obreiro 16

Observe três coisas:

● As pessoas falavam sobre Timóteo. Uma boa reputação


gera comentários, antecedentes positivos.

● Mais de uma pessoa estava falando bem de Timóteo. Este é


um bom teste para saber se uma pessoa tem ou não uma
boa reputação. Todos temos um ou dois amigos que nos
admiram, mas o que as pessoas em geral estão dizendo?

● Os irmãos falavam bem de Timóteo em Listra e Icônio. A


reputação de Timóteo era boa em casa e longe de casa.
Quando nos dois lugares há concordância de bom
testemunho acerca de um homem, podemos saber com
certeza que ele é irrepreensível. Paulo ficou impressionado
com a reputação de Timóteo. Este era o homem (um jovem)
que ele queria que "fosse em sua companhia" (At 16:3).

Leva tempo edificar uma ​boa reputação​. Mas deveria ser o alvo
de cada cristão. Deve acontecer naturalmente enquanto
crescemos e amadurecemos na vida cristã.

4.2. “D​ESENVOLVEI​ ​A​ ​VOSSA​ ​SALVAÇÃO​...”


 
Formação de Obreiro 17

Como dissemos, esta qualidade, que engloba todas as outras,


não aparece somente aqui em I Tm 3:2,8 e Tt 1:6-9 .

Paulo, em ​Ef 1:4​, ensina-nos que Deus ​"nos escolheu nEle


(Cristo) antes da fundação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis perante Ele". E em ​CI 1:21-22 diz que ​"Ele nos
reconciliou... para apresentar-nos perante Ele santos, inculpáveis
e ​irrepreensíveis"​ (Ver também Ef 5:25b-27). Em ​I Co 1:8​, lemos
esta promessa: ​"Cristo vos confirmará até ao fim, para serdes
irrepreensíveis ​no dia de nosso Senhor Jesus Cristo". ​Cristo
começou uma ​"boa obra"​ em nós e há de completá-la! (Fl 1:6).

Em ​Fl 2:12b,15 somos exortados a cooperar com o Salvador, não


na salvação propriamente, mas no desenvolvimento das virtudes
que devem caracterizar a vida dos salvos: ​"... desenvolvei a vossa
salvação para que vos torneis ​irrepreensíveis​... inculpáveis no
meio de uma geração pervertida e corrupta..." Não há
necessidade de empurrar estas virtudes para o ​"dia de Cristo". Ou
seja, não devemos nos acomodar e pensar que só no fim do
mundo, no dia da volta de Cristo é que seremos irrepreensíveis.
​ mpenhai-vos por
Pedro exorta aos que aguardam aquele dia: ​"...e
 
Formação de Obreiro 18

ser achados por Ele... sem mácula, ​irrepreensíveis.​ .. E crescei


na graça..."​ (II Pe 3:10-18).

4.3. M​ODELOS​ ​DE​ ​REBANHO


Vê-se, nestas passagens, que todos os filhos de Deus devem ser
irrepreensíveis​. Mas em I Tm 3:1-13 e Tt 1:5-9, aprendemos que
os presbíteros e diáconos, por razão de suas posições de
liderança, devem ser ​"modelos do rebanho", nisto e em tudo o
mais (I Pe 5:3).

​O apóstolo Paulo, que também ocupava posição de liderança,


pôde escrever aos tessalonicenses. ​"Vós e Deus sois
testemunhas do modo por que piedosa, justa e
irrepreensivelmente procedemos em relação a vós outros, que
credes" (I Ts 2:10. Ver At 20:18 e 19; I Co 11:1). Este
procedimento ​irrepreensível, de Paulo e seus companheiros em
Tessalônica, produziu frutos maravilhosos porquanto os muitos
novos convertidos naquela cidade tornaram-se ​"imitadores" do
apóstolo e, eles próprios, ​"modelos para todos os crentes na
Macedônia e na Acaia" (​ I Ts 1:6-7). No verso seguinte, Paulo lhes
diz: ​"... de vós repercutiu a palavra do Senhor... e por toda parte
 
Formação de Obreiro 19

se divulgou a vossa fé para com Deus..." Outra vez, a ​"boa


reputação"!
 
Formação de Obreiro 20

5. O LÍDER E SEU LAR


Sob este título, vamos estudar as qualidades mencionadas por
Paulo em ​I Tm 3:1-13 e ​Tt 1:5-8 e que estão relacionadas com o
lar do pastor, do presbítero e do diácono, em especial, e dos
cristãos, de modo geral.

5.1. “E​SPOSO​ ​DE​ ​UMA​ ​SÓ​ ​MULHER​”


A expressão não quer dizer que o líder cristão tem que ser
casado. Significa, sim, que ele tem que ser puro e, se casado,
deve ser absolutamente fiel à sua mulher. É preciso lembrar que
esta recomendação foi feita num tempo em que a poligamia era
muito comum. Muitos conversos ao cristianismo eram de
procedência pagã e praticantes da poligamia. Havia judeus que
a admitiam. Em nossos dias, as l​ eis e os códigos de moral não
permitem a poligamia, mas os casos furtivos ou públicos de
infidelidade conjugal e de concubinato se multiplicam. O cinema,
a televisão, a literatura e os pseudo-conselheiros matrimoniais
têm contribuído muito para isto. E, que tragédia! Alguns crentes
e mesmo líderes de igreja têm cedido às pressões e às
tentações.
 
Formação de Obreiro 21

Veja nas passagens seguintes a seriedade com que a Bíblia trata


deste assunto. Há muitas outras, mas o espaço aqui só nos
permite citar estas:

● Jó 31:1-12. ​Jó era um ​"homem íntegro e reto, temente a


Deus, e que se desviava do mal" (1:1). Mas ele também
teve que fazer uma aliança com os seus olhos... Compare
com II Sm 11:2-4; Nm 15:39b; Mt 5:27-29.
● Pv 5:​1-23 ​0 sexo, com a própria e única mulher (ou com o
próprio e único marido) é criação e dádiva de Deus, que
visa a procriação (SI 127:3; 128:3-4) e o prazer (Pv 5:
18-19; I Tm 4:3-5). Fora do casamento, o sexo é iniqüidade
que prende, cordas de pecado que detém, falta de
disciplina, loucura (Pv 5:22-23).
● MI 2:14-16. ​Note a importância que Deus dá aos votos
feitos no casamento. Ele foi testemunha dos mesmos, e
não se esquece... O patriarca Abraão é censurado no ​v.15
(ver Gn 16:1-4).​’‘Ninguém seja infiel para com a mulher da
sua mocidade”.

Alguns passos preventivos:


a. Evite as fantasias sexuais. Veja Fl 4:8.
 
Formação de Obreiro 22

b. Se estiver namorando ou noivando, Iembre-se de que Deus


preservou a sexo para o casamento. Veja I Ts 4:3-8.
Carícias em demasia nesse período comprometem o
relacionamento do casal depois, na vida conjugal (haverá
desconfiança, ciúme etc.).
c. Se você é casado(a), ame a sua esposa (ou o seu marido);
cultive um relacionamento feliz com ela (ou com ele).
d. A vida espiritual do casal, assim como a comunicação e o
sexo são da máxima importância. Ver Cl 3:19; I Pe 3:7; Tt
2:4-5; I Co 7:2-5.
e. Evite expor-se deliberadamente às tentações. Cada um
conhece a sua estrutura e as suas reações. Por que
permitir-se conflitos e riscos desnecessários? Ver I Co
6:18; II Tm 2:22.
f. Fortaleça-se com o estudo regular da Bíblia, com orações
constantes e participação na adoração da igreja. SI 119:11;
Mt 26:6-13; Hb 10:25.

5.2. “Q​UE​ ​GOVERNE​ ​BEM​ ​A​ ​SUA​ P​ RÓPRIA​ ​CASA​”


Em nosso dias, mais e mais homens e mulheres estão confusos a
respeito desta importante questão: o ​governo da casa​. Há
 
Formação de Obreiro 23

maridos tiranos, machistas, autoritários... E há aqueles que se


curvam, se rendem, e entregam o "governo da casa". Cuidam do
seu trabalho (às vezes nem isto) e deixam para a esposa o
controle das finanças, das compras, dos horários, e a criação e
educação dos filhos. Isto é muito cômodo... e trágico. Não
importando o grau de submissão de sua mulher (Ef 5:22-24) e
da obediência dos filhos (Ef 6:1), o marido e pai deve assumir
plenamente a sua posição de ​"cabeça" e governar bem a sua
casa. Esse ​"bem" c​ ertamente envolve amor, amizade,
humildade, sabedoria, firmeza, presença, conhecimento bíblico,
oração. A ênfase dos textos parece estar na educação dos
filhos: ​"governe... criando os filhos sob disciplina, com todo
respeito" (I Tm 3:4); ​"que tenha filhos crentes, que não são
acusados de dissolução, nem são insubordinados" ​(Tt 1:6). A
razão desta exigência, no caso dos líderes da igreja é simples:
"pois se alguém não sabe governar a própria casa, come
cuidará (governará) da igreja de Deus?" (ITm 3:5)

5.3. “H​OSPITALEIRO​”
Se os cristãos de modo geral devem ​"praticar a hospitalidade"
(Rm 12:13), muito mais os líderes da Igreja. As portas de suas
casas devem estar abertas para pregadores e evangelistas
 
Formação de Obreiro 24

itinerantes, músicos, cantores, irmãos em Cristo e mesmo


estranhos (ainda que certos cuidados sejam necessários nestes
dias de tanta exploração, maldade, violência). Convidar irmãos
para uma refeição, acolher um ​Pequeno Grupo de estudo bíblico
e comunhão são formas de praticar a hospitalidade. Ver Lc
10:38; At 10:22-27; 16:15; Rm16:23; I Co 16:19.
 
Formação de Obreiro 25

6. LÍDERES BEM QUALIFICADOS


Sob este título, estudaremos as virtudes relacionadas com o
equilíbrio emocional e temperamental tanto dos líderes como
dos demais cristãos.

6.1. “T​EMPERANTE​”
I Tm 3:2. Ver também I Tm 3:11 e Tt 2:2. O indivíduo temperante
tem uma perspectiva clara e ​profunda da vida; seus prazeres
não são primariamente os dos sentidos, mas, sim, os ​da alma;
não ​se dá a excessos (na alimentação, no trabalho, na ​doutrina),
mas é ​moderado, equilibrado e ​cuidadoso. Esta virtude
relaciona-se com os gostos e ​hábitos físicos, morais e ​mentais.
Ver Fl 4:5.

6.2. “S​ÓBRIO​”
I Tm 3:2; Tt 1:8. A palavra grega, que nestas passagens é
traduzida ​por "sóbrio",​ ​aparece em Tt 2:2-5 e é traduzida por
"sensato". ​Também pode ​significar ​"prudente". ​Talvez o
melhor comentário sobre o que Paulo tinha em mente se
encontra em ​Rm 12:3. ​O apóstolo queria instruir os cristãos a
 
Formação de Obreiro 26

fazerem uma avaliação mais ​"sóbria", "sensata" ou ​"prudente"


de si mesmos em relação a Deus e aos outros cristãos.

Ver ​Rm 12:4-8; 1 Co 12:14-27. Nas igrejas de Roma e de


Corinto, havia crentes que tinham uma opinião demasiadamente
elevada acerca de seus respectivos dons espirituais e posição
no corpo de Cristo. Conseqüentemente, Paulo teve de
escrever-lhes​: "digo a cada um dentre vós que não pense de si
mesmo além do que convém, antes, pense com moderação..."
(Rm 12:3). As pessoas ​sóbrias são necessariamente ​humildes.​
Elas têm uma opinião equilibrada a seu próprio respeito. Estão
cônscias de que tudo o que têm (dons, habilidades, posses, etc.)
vem de Deus. Sem Ele, não são nada (Jo 15:4).

Todavia, esta virtude ​não significa fraqueza​. Ter uma


perspectiva adequada do nosso lugar dentro da família de Deus
e reconhecer que não somos nada sem Cristo, não significa que
devemos ser tímidos, retraídos, sem auto-estima, sentindo-nos
incapazes. Timóteo, ao que parece, tinha problemas neste setor.
Paulo escreveu-lhe: ​"...te admoesto que reavives o dom de
Deus, que há em ti... Porque Deus não nos tem dado espírito de
covardia, mas de poder, de amor e de moderação. Não te
 
Formação de Obreiro 27

envergonhes, portanto... " (​ II Tm 1:6-8). E ​"ninguém despreze a


tua mocidade... " ​(I Tm 4:12).

As pessoas, mesmo crentes, freqüentemente vão a dois


extremos. Ou se consideram um fracasso ou têm uma opinião
exagerada ​de si mesmas. Precisamos saber que tudo o que
somos e temos provém de Deus, graciosamente. Por outro lado,
devemos reconhecer e usar os recursos materiais, os talentos
naturais e os dons espirituais que Deus nos tem dado e com
eles fazer grandes façanhas para Deus (II Co 3:4-6a; Fl 4:13).

6.3. “M​ODÉSTIA​”
I Tm 3:2. ​No original grego, o termo significa ​"bem comportado",
"respeitável”, "ordeiro" ou "bem- organizado". Paulo está dizendo
aqui que o ​líder da ​igreja deve ter uma vida bem organizada,
tanto no que diz respeito à moral interior como no que se refere
à conduta exterior. Pensamentos e conceitos organizados,
arrumados e limpos; vestimenta, calçado, cabelo, barba, casa,
jardim, mesa de trabalho, carro, tudo bem tratado e com boa
aparência. Paulo usa a mesma palavra quando fala da maneira
como as mulheres devem se vestir (I Tm 2:9-10).
 
Formação de Obreiro 28

A forma verbal dessa palavra é ainda mais esclarecedora.


Aparece em Mt 12:44 (casa varrida e ornamentada), Mt 23:29
(túmulo adornado), Mt 25:7 (lâmpadas preparadas), Lc 21:5
(templo ornado de belas pedras e de dádivas). Mas talvez o uso
mais expressivo do termo seja o que Paulo lhe dá em ​Tt 2:9-10.
Os servos devem ser obedientes, não respondões etc., ​"a fim de
​ sta ilustração,
ornarem... a doutrina de Deus, nosso Salvador". E
naturalmente, alarga o conceito da respeitabilidade ou modéstia.
Paulo está dizendo que um homem respeitável ou modesto
adorna os ensinamentos da Bíblia. A fala, a veste, o escritório, o
lar, os negócios - tudo deve ser mantido em ordem, com boa
aparência, a bem do testemunho e da doutrina. Nosso Deus é
ordeiro!

6.4. “N​ÃO​ ​DADO​ ​AO​ ​VINHO​”


I Tm 3:3,8;Tt 1:7. A posição bíblica nessa questão de beber ou
não beber vinho é a de equilíbrio, de moderação e cuidado.
Paulo diz: ​"não dado ao vinho" ​e ​"não inclinado a ​muito ​vinho".
Em I Tm 5:23 ele mesmo recomenda ao jovem pastor Timóteo:
"Não continues a beber somente água; usa um ​pouco ​de vinho
por causa do teu estômago e das tuas freqüentes
enfermidades". ​ aquela
N época, o vinho era reputado
 
Formação de Obreiro 29

medicamente útil na ajuda à cura de várias enfermidades; e


quem sofria de dificuldades de digestão poderia ser ajudado
mediante o uso moderado do vinho.

Em suas epístolas, Paulo combate a posição extremada dos


hereges gnósticos da época, os quais pregavam o ascetismo
(práticas de abstinência com fins espirituais ou religiosos). Ver I
Tm 4:3-4; Cl 2:16,18. E também Jo 2:1-11; Mt 11:19.

Por outro lado, o mesmo apóstolo e outros autores sagrados


condenam veementemente o uso abusivo do ​vinho (suco de
uva fermentado) e de ​bebidas fortes​. Paulo escreveu aos
Efésios: ​"Não vos embriagueis com vinho no qual há
dissolução..." (​ Ef 5:18). E o sábio Salomão escreveu nos
Provérbios: "Para quem são os ais? para quem os pesares?...
​ emoram ​em ​beber vinho, para os q
para os que se d ​ ue andam
buscando bebida misturada. Não olhes para o vinho quando...
​ m outras palavras, se o vinho lhe
resplandece no copo... " E
parece tão atraente, tentador, evita-o! Ver Pv​ ​23:29-35.

Há um outro aspecto deste assunto que precisamos considerar.


Embora Paulo não ensinasse a abstinência total por motivos
ascéticos (que estimulam o orgulho espiritual), ele disse aos
 
Formação de Obreiro 30

romanos: ​"... é bom não comer carne, nem beber vinho, nem
fazer qualquer outra coisa com que teu irmão venha a tropeçar"
(Rm ​14:15-21 e 15:1-3). O amor aos irmãos é o princípio mais
elevado.

Assim, temos dois ensinos diretos na Palavra de Deus em relação


ao vinho ou outra bebida forte​:

● Não podemos ser adeptos da bebida e jamais devemos


permitir que ela nos influencie negativamente.
● Haverá circunstâncias em que a melhor coisa a fazer é
abster-nos totalmente do vinho a fim de não servir ​de
escândalo para outros.

Os líderes, mais que os seus liderados, têm o ​dever de praticar


estes princípios.

7. LÍDERES DA PAZ
Consideremos agora as virtudes que permitem que os líderes
sejam ​instrumentos da paz ​e harmonia no lar, no trabalho e na
igreja.

7.1. “N​ÃO​ ​ARROGANTE​”


 
Formação de Obreiro 31

Tt 1:7​. Arrogar é ​ter como próprio​, ​atribuir-se a si.​ Diz-se



"arrogar-se o direito de". O indivíduo arrogante é ​altivo,
orgulhoso, pretencioso, teimoso; ele pensa que nunca erra, e
jamais admite que cometeu um erro; sempre acaba fazendo o
que quer. Se tiver que entregar os pontos, ele o faz
resmungando​. "Esta bem" - diz ele ​- "mas acho que esta não é a
melhor maneira de resolvermos o assunto..." ​O homem
arrogante age corno um ditador no seu lar, e a tendência é ser
assim no trabalho e na igreja. Ele toma as decisões e os outros
quase nada podem dizer ou fazer, senão curvar-se à sua
vontade (pelo menos na sua presença).

A palavra grega traduzida por ​arrogante ​em Tt 1:7 só aparece em


mais um outro lugar no Novo Testamento: em ​II Pe 2:10​. Aqui foi
usada num contexto mais amplo, ​rico em significado. Trata-se
de um caso extremo de arrogância. Pedro adverte os cristãos
contra os falsos mestres e diz como reconhecê-los​. ​Eles
"seguirão as suas práticas libertinas, e... movidos por avareza,
farão comércio de vós, com palavras fictícias..." (II Pe 2:2-3).
Eles ​"menosprezam qualquer governo". Serão ​" atrevidos,
arrogantes " (​ II Pe 2:10). Seu coração será ​"exercitado na
avareza" (II Pe 2:14), e falarão ​"palavras jactanciosas de
 
Formação de Obreiro 32

vaidade" (II Pe ​2:18). O perfil está claro. O homem arrogante é


um homem ego-centralizado...

7.2. “N​ÃO​ ​IRASCÍVEL​”


Tito 1:7.0 líder cristão não pode ser irascível; não pode irritar-se
ou encolerizar-se com facilidade; não pode perder as estribeiras;
não pode ser "pavio curto".

Nem toda ira é pecado. A Bíblia fala da ira de Deus (SI 76:7; Jo
3:36). Mas esta tem o sentido de ​"justa indignação" (SI 7:11) e
justo juízo (Rm 2:5-10; Ef 5:6). Jesus manifestou indignação
repetidas vezes durante o seu ministério terreno (Mc 3:5; Jo
2:13-17). Os cristãos, conseqüentemente, podem e devem
irar-se, manifestando a sua indignação e reprovação ante o
pecado. De fato, há uma grande necessidade de mais ira contra
o mundo de hoje. Devemos, diante do mal descarado, ficar
indignados e não tolerantes, zangados e não apáticos. Deus
odeia o pecado e Seu povo deve odiá-lo também. Se o mal
desperta a Sua ira, também deve despertar a nossa. Ver ​Nm
16:1s; I Sm 11:6; Sl119:3s.

Ao mesmo tempo, devemos lembrar-nos de que nós próprios


somos pecadores, inclinados à intemperança e à vaidade.
 
Formação de Obreiro 33

Precisamos vigiar esta nossa ​ira santa e cuidar para que não se
transforme em ​ira pecaminosa.​ Veja ​SI 4:4; Ef ​4:26-27. Nesta
ultima passagem, Paulo tem o cuidado de equilibrar sua
expressão permissiva, "irai-vos", com três negativas:

● "Não pequeis" Devemos assegurar-nos de que a nossa


ira esteja livre do orgulho ofendido, do despeito, da malícia,
da animosidade e do espírito de vingança.
● "Não se ponha a sol sobre a vossa ira". Isto quer dizer:
não fiqueis acalentando a ira; não deixeis que degenere em
ressentimento (ver Os vs. 31-32).
● "Nem deis lugar ao diabo", porque ele sabe quão
​ a ​ira pecaminosa​, e quão
fina é a linha entre a ​ira santa e
difícil é para nós encontrarmos um uso ​responsável para a
ira. O diabo gosta de ficar espreitando ​as pessoas
zangadas, esperando poder tirar proveito da situação ao
provocá-las para o ódio ou a violência, ou a um
rompimento do comunhão.

7.3. “N​ÃO​ ​VIOLENTO​”


I Tm 3:3. Tt 1:7. 0 que Paulo condena aqui é a atitude agressiva
que resulta da ira pecaminosa. Há indivíduos que parecem estar
sempre com os punhos cerrados, prontos para uma briga; são
 
Formação de Obreiro 34

iracundos, belicosos. Porque Deus se agradou da oferta de Abel


e não da sua, ​Caim ​"irou-se sobremaneira" ​e acabou matando o
irmão (Gn 4:4-8). ​Moisés tornou-se um homem ​"mui manso,
mais do que todos os homens que havia sobre a terra" (​ Nm
12:3). Mas ele também teve os seus problemas com a ira que
degenera em raiva e, por fim, em violência. Ver Êx 2:11-12;
32:19; Nm 20:11 com vs. 8 e 12. Tiago e João, discípulos de
Jesus, intentaram pedir fogo do céu para consumir os
samaritanos que não quiseram hospedá-los, a eles e a Jesus
(Lc 9:54).
 
Formação de Obreiro 35

7.4. “... ​PORÉM​ ​CORDATO​...”


Tt 3:2; I Pe 2:18 e Tg 3:17. ​Nesta última passagem descreve-se a
"sabedoria lá do alto". Esta é ​"pura. pacífica, indulgente, tratável,
plena de misericórdia..." Esta é a idéia. O crente ​cordato é
diferentemente oposto ao iracundo. Ainda que jamais
compromete a verdade bíblica, ele está disposto a ceder quando
a questão envolvida carece de importância real, e mais ainda
quando se trata dos seus próprios direitos. Isto ele faz no
espírito de ​I Co 6:7​: ​"O só existir entre vós demandas já é
completa derrota para vós outros. Por que não sofreis antes a
injustiça?... o dano?"

7.5. “... ​INIMIGO​ ​DE​ ​CONTENDAS​”


Esta expressão é ainda mais abrangente que a anterior, pois uma
pessoa pode não estar inclinada a ​"brigas e contendas" e,
todavia, gostar das contendas de palavras. Veja I Co
1:11-12;.3:3; I Tm 1:3-7; Tt 3:9 e especialmente II Tm 2:23-25.
 
Formação de Obreiro 36
 
Formação de Obreiro 37

8. O LÍDER E O DINHEIRO
As expressões que vamos estudar neste bloco referem-se ao
dinheiro e aos bens materiais. Paulo diz que o (presbítero) não
pode ser "​avarento" (1Tm3:3) e que os diáconos não podem
ser ​"cobiçosos de sórdida ganância"​ (​v.8). Em Tt 1:7 torna a
dizer: ​"O bispo... não seja... ​cobiço de torpe ganância". ​Em
muitas outras passagens, a Bíblia adverte os crentes contra a
avareza, a cobiça ou a ganância. Alguns líderes, ministrando
aos demais, são especialmente tentados nesta área. Mas eles
​ esta questão também​.
devem ser ​"modelos do rebanho" n

8.1. O ​DINHEIRO​ ​NÃO​ ​É​ ​MAU


Inicialmente, é preciso esclarecer que o dinheiro em si mesmo
não é mau​. ​Leia I Tm 6:9-10 ​e ​observe que a Bíblia não proíbe a
posse de riquezas, mas a ambição pela riqueza a qual expõe os
homens a ​"tentação e cilada", as ​"concupiscências insensatas e
perniciosas". E acrescenta: ​"o amor ao dinheiro é raiz de
​ ão é o dinheiro que é mau, mas o ​"amor ao
todos os males". N
​ ambição desmedida, a cobiça. Note que o apóstolo
dinheiro", a
está falando de ​"homens cuja mente é pervertida... supondo que
 
Formação de Obreiro 38

a piedade é fonte de lucro" (​ vs. 3-5). O cifrão domina suas


mentes e é a sua motivação.

A Bíblia conta a história de grandes homens de Deus que foram


muito ricos. Deus mesmo os enriqueceu não somente porque
queria ser glorificado neles, mas também porque os amava.
Além disso, aprendemos na Bíblia que quando Deus enriquece a
alguns, Ele o faz não apenas para o seu ​"aprazimento", mas
também e especialmente para ​"que pratiquem o bem, sejam
ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir..." (​ I
Tm 6:17-18​. ​Ver At 2:44-45; 4:34-35; II Co 8:14-15).

8.2. U​MA​ ​QUESTÃO​ ​DE​ ​PRIORIDADE


Falando das necessidades materiais, Jesus disse. ​"...vosso Pai
celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois,
em primeiro lugar, o Seu reino e a Sua justiça, e todas estas
cousas vos serão acrescentadas"​ (Mt 6:32-33). Jesus ensinou
também que não devemos ajuntar tesouros no terra, mas no
céu, e acrescentou: ​"Porque onde esta o teu tesouro, aí estará o
teu coração"​ (Mt 6:19-21). Ver também. Cl 3:1-2.

Trata-se de um "estilo de vida", ​determinado por aquilo que é


mais importante e duradouro. O dinheiro e os bens são
 
Formação de Obreiro 39

importantes e necessários, mas são ​meios​, não o fim ou


propósito de nossas vidas. Tornamo-nos materialistas, egoístas,
avarentos e gananciosos quando amamos o dinheiro e os bens,
e fazemos deles o alvo de nossas vidas​.

8.3. A ​TENDÊNCIA​ ​HUMANA


A ​tendência humana é esquecer-se de Deus quando as riquezas
prosperam. Os filhos de Israel enfrentaram esta tentação
quando entraram na Terra Prometida. E Moisés os advertira de
antemão, dizendo: ​"Havendo-te, pois o Senhor teu Deus
introduzido na terra que... prometeu... te daria, grandes e boas
​ ue é bom, casas que não
cidades..., casas cheias de tudo o q
encheste... guarda-te, para que não esqueças o Senhor..." (​ Dt
6:10-12). E outra vez: ​"Guarda-te, não te esqueças do Senhor
teu Deus, não cumprindo os Seus mandamentos... Não digas no
teu coração: A minha força e o poder do meu braço me
adquiriram estas riquezas" (Dt 8:11,17). Aprendamos esta lição
de Israel. As bênçãos materiais que Deus nos concede podem
vir a se transformar em uma maldição. Podemos nos esquecer
dAquele que no-las concedeu. É a tendência humana. Podemos
ficar tão envolvidos com as coisas materiais da vida que
perdemos a perspectiva espiritual. O dinheiro pode se
 
Formação de Obreiro 40

transformar num fim em Si mesmo e não num meio para


alcançar os propósitos divinos.

8.4. A ​TENTAÇÃO​ ​DO​ ​LÍDER​ ​ESPIRITUAL


A Bíblia faz-nos saber que os líderes espirituais poderão enfrentar
tentações particulares em relação ao dinheiro. Eis por que
Paulo, ao especificar as qualificações dos presbíteros e dos
diáconos, diz isto: ​"não sejam... avarentos" , "cobiçosos de
torpe ganância" (I Tm 3:3; Tt 1:7). Pedro também recomendou
aos presbíteros: "​Pastoreai o rebanho de Deus. . não por
sórdida ganância, mas de boa vontade" (1 Pe 5:2).​ Entre os
cristãos verdadeiros e espirituais do primeiro século havia
homens com falsas motivações "​...enganadores... ensinando o
que não devem, por torpe ganância" ​(Tt 1:10,11).Entretanto, é
preciso esclarecer que é a vontade de Deus que os líderes
espirituais que se dedicam integralmente ao ministério sejam
sustentados financeiramente pelas igrejas. Paulo escreveu aos
coríntios: ​"Se vos semeamos as coisas espirituais, será muito
recolhermos de vós bens materiais?... Não sabeis vós que os
que prestam serviços sagrados, do próprio templo se
alimentam? e quem serve ao altar, do altar tira o seu sustento?
Assim ordenou o Senhor aos que pregam o evangelho, que
 
Formação de Obreiro 41

vivam do evangelho..." (I Co 9:6-14). E a Timóteo, o mesmo


apóstolo escreveu: "Devem ser considerados merecedores de
dobrada honra (o sentido literal é dobrados honorários) os
presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se
afadigam na Palavra e no ensino" (1Tm 5:17,18).​ Houve
ocasiões em que o ​apóstolo Paulo não recebeu dinheiro das
igrejas e, além de pregar o evangelho, trabalhou fabricando
tendas a fim de sustentar-se (At 20:34; At 18:3-4). Todavia, ele
dizia ter o direito de não trabalhar (noutra profissão, visando
sustento) e receber da igreja (I Co 9:6,7,12). Noutras ocasiões
ele aceitou de bom grado as ofertas que lhe foram enviadas (ver
Fl 4:15-18). Naquelas ocasiões, ele quis evitar que os pagãos
interpretassem mal suas motivações, não queria ser associado
com os falsos mestres cuja motivação era o dinheiro; algumas
vezes, ele quis sustentar-se através de um trabalho braçal a fim
de prover um bom exemplo para indivíduos que não gostavam
de trabalhar (II Ts 3:7-11).

A lição como um todo está muito clara. Os lideres espirituais


devem ser cautelosos. Infelizmente o mundo do século vinte
também está cheio de aproveitadores religiosos. Mesmo entre
os crentes evangélicos existem Iíderes que se aproveitam das
 
Formação de Obreiro 42

igrejas financeiramente. E isto é uma tragédia! 0 reverso


também acontece, e é igualmente trágico. Paulo escreveu aos
filipenses: ​"...no início do evangelho, quando parti da
Macedônia, nenhuma igreja se associou comigo, no tocante a
dar e receber, senão unicamente vós outros..." (Fl 4:15)​. ​Dar ​as
cousas espirituais e ​receber ​os bens materiais; ​dar os bens
Materiais e ​receber ​as cousas espirituais. Ver outra vez I Co
9:11 e Rm 15:26-27.

9. TESTEMUNHO DO LÍDER CRISTÃO


Vamos ver o que Paulo diz sobre o testemunho dos lideres
cristãos perante o mundo.

9.1. “É ​NECESSÁRIO​ ​QUE​ ​TENHA​ ​BOM​ ​TESTEMUNHO​ ​DOS​ ​DE


FORA​...”
l Tm 3:7. Um industrial não evangélico observou que os "crentes"
que trabalhavam na sua indústria eram os seus melhores
operários. Quando precisou contratar novos empregados, deu
preferência aos "crentes". Entretanto, o diretor não evangélico
de uma escola na cidade comentou que os professores
 
Formação de Obreiro 43

evangélicos do seu estabelecimento não eram, de modo algum,


os mais zelosos no cumprimento dos seus deveres.

O que as pessoas de fora da igreja dizem dos crentes é muito


importante. Se é um ​"bom testemunho'; Cristo é honrado, a
igreja é grandemente beneficiada e a pregação do evangelho
encontra uma melhor acolhida nos corações dos não salvos. Por
outro lado, se os ​"de fora" não têm boa impressão dos crentes,
será muito difícil ganhá-las para Cristo. Em ​I Tm 3:7 Paulo está
falando da necessidade dos líderes cristãos terem um ​"bom
testemunho dos de fora"​, mas há inúmeras passagens na
Bíblia que falam sobre a importância de todos os crentes terem
uma boa reputação entre os não salvos.

(I Ts 4:11-12; Cl 4:5; I Co 10:31-33; II Co 6:3-7; l Pe 2:11-17)


Trabalho, negócios, Linguagem, modo de falar; Hábitos
alimentares; Adversidades, trabalho, caráter; Moral, civismo.).

9.2. “... ​A​ ​FIM​ ​DE​ ​NÃO​ ​CAIR​ ​NO​ O​ PRÓBRIO​”


A Bíblia vê o ​"cair no opróbrio" (ignomínia, reprovação, crítica)
de ​duas perspectivas.

● Há a o opróbrio resultante do amor, da obediência e


do serviço a Cristo. É um opróbrio inevitável e
 
Formação de Obreiro 44

bem-aventurado Leia ​Mt 5:11 ​(note ​"por minha causa" e


"mentindo")​ . Veja também Lc 6:22; I Pe 4:14; IITm 3:12; Hb
11:24-26; Jo 15:18-20; IJo 3:13.
● Mas há um opróbrio em nada bem-aventurado. É
aquele que resulta de procedimentos não condizentes com
a fé cristã. Veja o que Pedro diz em ​I Pe 4:15. ​No verso
anterior ele fala do opróbrio, de um sofrimento que
podemos e devemos evitar. É deste que Paulo está falando
em I Tm 3:7. O opróbrio será maior se a pessoa em
questão for um líder de igreja.

9.3. “... ​E​ ​NO​ ​LAÇO​ ​DO​ ​DIABO​”


"Laço" é armadilha, cilada. Paulo usa a mesma palavra em ​I ​Tm
6:9 e II Tm 2:26. ​Como a ​crítica vinda dos não-cristãos pode
constituir-se num "laço do diabo"?

● Desonra​. O opróbrio pode levar um homem a sentir-se


terrivelmente envergonhado, humilhado, aniquilado. Leia
outra vez ​I Pe ​4:13-16. ​Note a preocupação de Pedro em
confortar e alegrar aqueles que estão sofrendo ​"pelo nome
de Cristo". No ​v.16 ​ele diz: "se sofrer como cristão, não se
 
Formação de Obreiro 45

​ ra, se o cristão que ​não ​tem motivos


envergonhe disso..." O
para envergonhar-se, ​sente-se ​envergonhado, então, o
cristão criticado por mal procedimento tem ​duplo motivo
​ emoção descrita aqui pode
para ​"ficar envergonhado". A
levar ao desânimo, à depressão, ao desespero. Falando de
um certo indivíduo cristão que cometera grave pecado e
fora excluído da comunhão da igreja, Paulo, supondo que o
faltoso já teria se arrependido, escreveu aos coríntios: ​"...
deveis perdoar-Ihe e confortá-lo, para que não seja...
​ or excessiva tristeza".
consumido p
(II Co 2:7. Veja I Co 5:1,4-7)
● Temor e perda de confiança. ​O opróbrio pode causar
também temor e perda de autoconfiança. Até Paulo
experimentou temor e conflito emocional quando
criticado (II Co 7:5,6).
● Ira e atitude de defesa​. Essa é uma outra reação diante
da critica. Ver Rm 12:17-19.

Vergonha, temor, perda de confiança, ira, defesa geralmente


acompanham opróbrio e são "laços do diabo". Um bom
 
Formação de Obreiro 46

testemunho pode evitar essa derrota. Como está o seu


testemunho perante o mundo?
 
Formação de Obreiro 47

10. LÍDER AMIGO DO BEM


10.1. O ​BEM​ ​E​ ​O​ ​MAL
As Escrituras usam uma série de termos e expressões para definir
o que é o bem e o que é o mal. Identifique-os em Ef 4:25;5:2 e
em CI 3:8-15.

Em Tt 1:8 aprendemos também que o líder cristão deve ser


"amigo do bem", isto é, uma pessoa permanentemente desejosa
de fazer o bem, não o mal. As Escrituras freqüentemente
contrastam o desejo ou conveniência de fazer o bem com o
desejo ou propensão para fazer o mal. Leia as seguintes
passagens: ​Sl 37:27; Pv 31:10-12; Jr 13:23; Am 5:14-15a; Rm
2:5-10; Rm 12:9; II Co 5:10. Vê-se, por estas e outras
passagens, que ​todos ​os cristãos devem ser ​amigos do bem​.
Os líderes, porém, são ​"modelos do rebanho".​ I Pe 5:3.

10.2. O ​BEM​ ​É​ “​FRUTO​ ​DO​ E​SPÍRITO​”


O apóstolo Paulo falou da sua luta pessoal para fazer o ​bem e
não o mal. Chegou a dizer, externando o ​conflito de todos
aqueles que ainda têm consciência do bem e do mal "... o querer
o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o
 
Formação de Obreiro 48

bem que prefiro, mas a mal, que não quero, esse faço... não sou
eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim" (Rm
7:18-20). Que situação! Não foi sem razão que o mesmo
apóstolo exclamou: ​"Desventurado homem que sou!" (v.24). Mas
ele diz, logo em seguida: ​"Graças a Deus por Jesus Cristo
nosso Senhor" (v. 25). O autor da epístola aos Hebreus
expressou este desejo para os seus leitores: "O Deus da paz...
vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a Sua vontade,
operando em vós o ​que é agradável diante dEle, por Jesus
Cristo..." (Hb 13:21).

Toda a nossa propensão é para o mal, mas, quando aceitamos


Jesus Cristo como nosso Salvador pessoal e Senhor de nossas
vidas, Seu Espírito vem habitar em nós. Se nos submetemos
inteiramente à Sua direção, Ele produz em nós o Seu
maravilhoso "fruto", que é o bem (Gl 5:16-26).

10.3. A​VALIAÇÃO​ ​PESSOAL


Avalie a sua vida à luz destes textos bíblicos:

Gl 6:10; Hb 13:16

Aproveito todas as oportunidades para fazer o bem?


 
Formação de Obreiro 49

Rm 15:2; Ef 4:29

Será que eu edifico as pessoas ou as destruo?

II Co 9:10-11; I Tm 6:17-18

Uso os recursos materiais que Deus me dá para ajudar aos


necessitados?

Sl 35:12-14; Rm 12:19-21; Gl 6:9

Persisto em fazer o bem, mesmo quando me retribuem com o


mal?
 
Formação de Obreiro 50

11. LÍDER JUSTO E PIEDOSO


Em Tt ​1:8 ​lemos: ​"... é indispensável que a bispo seja... justo,
piedoso..."

11.1. “J​USTO​”
No original grego, a palavra é ​"dikaiós", que aparece em oitenta e
uma vezes nas páginas do Novo Testamento, com significados
diversos. Há a justiça imputada, aquela que o crente recebe pela
fé (Rm 3:21-24,26 e II Co 5:21). ​Essa justiça tem a ver com a
nossa posição diante de Deus. Mas há também a justiça prática,
que tem a ver com a vida diária, com a conduta reta e íntegra.
Este parece ser o sentido aqui em Tt 1:8​. ​Ver também ​I Tm 1:9;
Tt 2:11-12.

11.2. “PIEDOSO”
A palavra grega é ​"osios" e significa piedoso, agradável a Deus,
livre do pecado e da maldade, santo. Essa palavra aparece lado
a lado com "dikaios", j​ usto, em outras passagens também, e não
somente aqui em Tt 1:8. Ver ​Lc 2:25; I Tm 6:11; Tt 2:12; II Pe
3:11. ​E ​isto não é por mera coincidência. Essas palavras se
completam. O ​"justo" cumpre os seus deveres para com o
homem; o ​"piedoso" cumpre as seus deveres para com Deus. O
 
Formação de Obreiro 51

rei ​Davi ​foi um homem muito piedoso. Os salmos que escreveu


mostram o quanto ele amava ao Senhor. E ele se apercebeu do
quanto o Senhor Se agradava disto, porque escreveu: ​"O
Senhor distingue para Si o piedoso; o Senhor me ouve quando
eu clamo por Ele" ​(SI 4:3). Uma vez ele ficou assustado com a
corrupção à sua volta e com a falta de temor a Deus e clamou:
"Socorro, Senhor! porque já não há homens piedosos;
desapareceram os fiéis entre as filhos dos homens."​ (SI 12:1).

11.3. A​PRENDENDO​ ​A​ ​JUSTIÇA


No Velho Testamento, o povo de Israel, num tempo de crise,
pretendeu a pratica da piedade sem a justiça. Mas Deus não se
agradou dos seus sacrifícios e demais atos de culto. Disse-Ihes:
"​De que me serve a mim a multidão dos vossos sacrifícios?...
Não continueis a trazer ofertas vãs... não posso suportar
iniqüidade associada ao ajuntamento solene... Lavai-vos,
purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus
olhos: cessai de fazer a mal. ​Aprendei a fazer o bem; atendei
a justiça..."​ ​(​ ​Is 1:11-17).

Jesus também falou da ​necessidade de justiça prática antes de


pretender prestar culto a Deus. Ver ​Mt 5:23-24. ​Há uma "forma
de piedade" ​sem poder, que não opera a justiça. É tão morta
 
Formação de Obreiro 52

quanto a fé sem as obras. ​I Tm 3:5; Tg 2:17. ​Não tem valor


nenhum para Deus, e não melhora em nada a​ ​vida das pessoas.

11.4. E​XERCITANDO​ ​A​ ​PIEDADE


Paulo escreveu a Timóteo: "Exercita-te pessoalmente na
piedade..." (I Tm 4:7). Os gregos ​davam muita importância ao
exercício físico. Paulo, porém, afirma que "o exercício físico para
pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa,
porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser"
(v.8). O exercício físico aumenta a força física e traz alguma
satisfação pessoal, especialmente quando o atleta consegue o
primeiro lugar nas competições. Mas tudo isto tem pouco
proveito quando comparado com os benefícios da piedade,
nesta vida e na que há de ser. Foi neste sentido que Paulo
escreveu a Timóteo nesta epístola​: "De fato, grande fonte de
lucro é a piedade" (I Tm 6:6). A própria comparação que Paulo
faz entre o exercício da piedade e o exercício físico, no contexto
dos jogos e competições gregos, dá-nos as ​dicas para o
exercício da piedade:

● O atleta alimenta-se adequadamente e se exercita o mais


possível. Assim também nós devemos nos alimentar
 
Formação de Obreiro 53

adequadamente da Palavra de Deus e gastar as energias


espirituais na prática da justiça e no serviço a Cristo.
● A oração, praticada regularmente, é também um excelente
exercício espiritual (I Co 9:24-27).
● O atleta despe-se de tudo o que é supérfluo a fim de
movimentar-se livremente. Assim também nós devemos
desembaraçar-nos de tudo aquilo que possa impedir o
nosso progresso espiritual e o nosso serviço a Cristo (Hb
12:1).
● O atleta, quando corre, ou lança um disco, um dardo etc.,
fixa os olhos num determinado alvo. Ou, conforme o
esporte, ele estabelece uma meta e esforça-se ao máximo
por alcança-la. Assim também nós devemos fixar os
nossos olhos em Cristo (nosso modelo e inspiração) e
estabelecer nossa meta, a completa dedicação pessoal a
Deus e a Cristo (Hb 12:2; I Co 9:26).

Você também pode gostar