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A 8 de março de 2019, o bairro Chingodzi, na cidade de Tete, acordou sob alerta máximo devido às
cheias do rio Rovubwe. As famílias reassentadas ainda vivem em casas e tendas improvisadas.
Para trás, ficou o rasto de muita destruição. Dados oficiais apontam para a morte de seis
moradores devido às inundações causadas pelo rio Rovubwe, um dos afluentes do rio
Zambeze. Milhares de pessoas foram desalojadas das suas residências, e muitas
perderam tudo o que tinham construído durante anos.
Foi aberto um centro de reassentamento na região de Chimbonde, a cerca de
sete quilómetros da cidade de Tete, para onde foram encaminhadas mais de 500
famílias. Após um ano, a maioria continua a viver em casas e tendas improvisadas
doadas pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) e parceiros.
á onde vivíamos [nas zona de risco], temos medo de uma possível inundação no futuro",
afirmou Adelino Alberto, secretário do bairro Chimbonde, indicando que uma das
grandes dificuldades naquela zona residencial tem a ver com a via de acesso. "A estrada
não está bem, estamos a tentar pedir ao nosso Governo para, pelo menos, melhorar esta
estrada para termos transporte daqui para a cidade", acrescentou.
Por outro lado, o bairro Chimbonde tem problemas de água potável e corrente elétrica.
Para o fornecimento de água, foi construído um fontanário, que abastece cerca de 2,5
mil pessoas.
Apoios continuam a chegar
As famílias alojadas no Chimbonde continuam a receber apoios de diversas organizações
não-governamentais. A Diakonie - uma organização de ajuda humanitária alemã ligada à
Igreja Protestante - doou mais de 320 mil euros. O Conselho Cristão de Moçambique
(CCM) em Tete tem assistido os moradores com material de construção e produtos
alimentares.
"Algumas pessoas se habituaram a estender a mão e não fazem esforço para melhorar as
suas próprias vidas. As outras continuam nas mesmas tendas dadas quando lá foram
colocadas", disse Vilanculos, acrescentando que "a sensibilização está a ser feita". "Tem
aí diversas entidades, mas não estão a mudar."
Paulo Feniasse, residente no Chimbonde, é uma das vítimas que viram as suas casas
destruídas pelas cheias do Rovubwe. Apesar de não ter uma casa melhorada, recebeu
material de construção do Conselho Cristão de Moçambique.
"Ainda estamos no tempo chuvoso e nem para melhorar a casa não dá. Recebemos as
chapas e barrotes do CCM e, para construir, temos que ir cortar estacas. Lá, onde se pode
achar estacas, tem um pequeno rio que esteve com o alto nível de água", explicou
Feniasse.
Ainda estamos no tempo chuvoso e nem para melhorar a casa não dá. Recebemos as
chapas e barrotes do CCM e, para construir, temos que ir cortar estacas. Lá, onde se pode
achar estacas, tem um pequeno rio que esteve com o alto nível de água", explicou
Feniasse.
Infraestrutura danificada
Jeremias Mazoio garante que obras de reabilitação vão ficar prontas até agosto
As inundações no Rovubwe também cortaram a transitabilidade da ponte que liga a
cidade de Tete à vila de Moatize. Um ano depois, a infraestrutura continua em
reabilitação. A obra está orçada em cerca de 3,7 milhões de dólares (correspondentes a
cerca 3,2 milhões de euros).
"As obras começaram em agosto do ano passado e vão terminar em agosto deste ano. A
avaliação que fizemos até hoje no local é que estamos na ordem dos 50% de execução",
disse à DW África Jeremias Mazoio, representante da Administração Nacional de
Estradas (ANE) em Tete.
Mazoio indicou ainda que os trabalhos na ponte do Rovubwe estão projetados para
garantir a resiliência da infraestrutura. "O que significa que, caso voltemos a ter
correntes de água da mesma
magnitude, elas não vão danificar a infraestrutura", explicou.
Enquanto as obras não terminam, a travessia sobre a ponte vai continuar condicionada
para viaturas e peões. A carga máxima por viatura é de 3,5 toneladas.