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A IMPORTÂNCIA DO

PROJETO NA MOBILIDADE
PEATONAL E A SUA
RELAÇÃO COM O
TRANSPORTE PÚBLICO
Um olhar sobre duas áreas da cidade
de Duque de Caxias

Mary Isabel Lima Januário


UNIGRANRIO- Universidade do Grande Rio
Escola de Ciências e Tecnologias
Faculdade Arquitetura e Urbanismo
Trabalho de Conclusão de Curso

Orientadora: Alline Serpa,MSc

Duque de Caxias - RJ
Julho/2018
Universidade do Grande Rio Professor José de Souza Herdy
UNIGRANRIO - ESCOLA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

A IMPORTÂNCIA DO PROJETO NA MOBILIDADE PEATONAL


E A SUA RELAÇÃO COM O TRANSPORTE PÚBLICO
Um olhar sobre duas áreas da cidade de Duque de Caxias

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso a Universidade do Grande Rio de Duque de Caxias


como quesito para obtenção de título de Licenciado em Arquitetura e Urbanismo, sob a orientação
da professora Alline Serpa, aprovado em ____de _____________de 2018.

BANCA EXAMINADORA

ORIENTADORA:____________________
Alline Serpa , MSc

PROF.SUPERVISOR__________________
Alvaro Pilares

ARQ. CONVIDADO:__________________
Luiz Gustavo Guimarães
AGRADECIMENTOS
Dedico este trabalho aos meus pais Heleno e Helena pelo amor e apoio incondicional durante
toda a minha vida. Eles que sempre me estimularam a estudar e a ser independente .
Agradeço a Deus a oportunidade de concretizar o que antes era um sonho, me fortalecendo ao
longo destes cinco anos de curso e claro, a fazer novos amigos .
Agradeço aos professores que contribuiriam nesta nova formação , a aqueles que me ensinaram a
olhar por um ângulo diferente, me estimulando a buscar inspiração na paleta de cor da vida.
Agradeço a minha orientadora Alline Serpa por abraçar comigo este estudo, sobre o contexto
urbano da cidade de Duque de Caxias Região Metropolitana do Rio de Janeiro , no estímulo aos
questionamentos pertinentes e a toda gama de pesquisa.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 1 4.3.3 - Índice de Caminhabilidade - fotos Gramacho 27
2 JUSTIFICATIVA 2 4.3.4 - Índice de Caminhabilidade - Mapa/fotos Gramacho 28
2.1CALÇADAS E MODAIS DE TRANSPORTE 2 4.3.5 - Índice de Caminhabilidade - Formulário 29
2.2 CALÇADAS E USUÁRIOS 3 4.3.6 - Índice de Caminhabilidade - Resultado - Centro 30
2.3 CALÇADAS E ATIVIDADES 4 4.3.7 - Índice de Caminhabilidade - Resultado - Gramachoo 31
2.4 CALÇADA E PASSEIO – CÓDIGO DE TRÂNSITO 4.3.8- TABELA :Análise das áreas pelo Índice de
BRASILEIRO 5 Caminhabilidade 32
2.5 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL, O ESTATUTO DA 5. PESQUISA DE CAMPO 34
CIDADE E PDP 6 5.1 Bairro CENTRO - Malha urbana 34
2.6 MOBILIDADE URBANA A PÉ E ACESSIBILIDADE 8 5. 2 Bairro Gramacho - Malha urbana 35
3. DUQUE DE CAXIAS –Breve histórico 9 6. ANÁLISE DA CORRELAÇÃO DE DADOS
3.1 LOCALIZAÇÃO 10 OBTIDOS 37
3.2 BAIRRO CENTRO 11 7. REFERÊNCIAS PROJETUAIS 41
3.3 BAIRRO GRAMACHO 12 8. REFERÊNCIAS DE REQUALIFICAÇÃO 42
4.METODOLOGIA 13 9.CONSIDERAÇÕES FINAIS 43
4.1A Entrevista 13 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS - TCC 2018.1 44
4.1.1 O questionário 14
4.1.2 Resultado em tabela 15
4.1.3Resultado das entrevistas 16
4.2 Reconhecimento visual 17
4.2.1 Reconhecimento visual - fotos Centro 18
4.2.2 Reconhecimento visual MAPA/ Centro 19
4.2.3 Reconhecimento visual - fotos Gramacho 20
4.2.3 Reconhecimento visual MAPA/ Gramacho 21
4.3 - O Índice de Caminhabilidade 23
4.3.1 - Índice de Caminhabilidade - fotos Centro 25
4.3.2 - Índice de Caminhabilidade - Mapa/fotos/Centro 26
RESUMO
Neste trabalho a mobilidade peatonal é estudada relacionando a configuração espacial urbana e
as relações sociais que se desenvolvem no espaço público chamado calçada, seus fluxos, seus
grupos de usuários e seus movimentos, segundo HILLIER et all 1993, é necessário um estudo
sintático-espacial multidisciplinar, isto é, como caracterizar o movimento natural do pedestre.

O objetivo deste trabalho é determinar a importância do projeto na mobilidade peatonal e a sua


relação com o transporte público, com a análise de duas áreas de estudo e como elas são reconhe-
cidas pelo usuário da região e ainda, a integração espaço-transporte, sua acessibilidade e o
movimento natural do pedestre na sua caminhabilidade pela região.

Palavras Chaves: mobilidade, movimento natural, pedestre, transporte público

ABSTRACT
This work aims to study pedestrian mobility linking to urban space configuration among social
relations developed at public space named sidewalk , its flows, user groups and movements ,
according to Hillier et all 1993, it is important a syntatic spacial multidisciplinary study to
chacterize the pedestrian natural movement.
The main objective of this work is to determine how importante is the urban design at pedestri-
an mobility and its relation with public transport analising two study areas and how the area
users reconize them and so the integration betwen space and transport , their acessibility and
pedetestrian natural movement at walkability by neighborhood.

Keywords: mobility , natural movement, pedestrian ,public transport


ÍNDICE DE IMAGENS
Foto1 :Botafogo-RJ(1972) 1 Foto24: Catedral de Sto. Antonio/ Foto40: Mercado Popular/Centro 18
Foto2 : Pedestres 1 Duque de Caxias 11 Foto41: Calçada em frente ao
Foto3 :Calçada da Av.Paulista 2 Foto24: Interseção -Gramacho/ Duque terminal/Centro 18
Foto4 : pontos de ônibus em Curitiba 2 de Caxias 12 Foto42: Av. Gov. Leonel M
Foto5 : BRT- Minas Gerais 3 Foto24: Acesso a Estação-Gramacho 12 Brizola/Sul/Gramacho 20/35
Foto6 :buracos nas caalçadas-Paraná 3 Foto25: Via exclusiva de Pedestres- Foto43: Av. Darcy Vargas/Gramacho 20
Foto7:Travessias cidades sustentáveis 4 Centro 13 Foto44: Intersecção/Gramacho 20
Foto8 : Minhocão - São Paulo 4 Foto26: Calçada + ponto/Gramacho 14 Foto45: Acesso a Estação de
Foto9 : Ciclistas 5 Foto27: Comércio/Centro/ Duque de trens/Gramacho 20
Foto10: Calçada padrão 5 Caxias 15 Foto46: Praça do Gramacho 20
Foto11: Vista aérea Belo Horizonte 6 Foto28; Av. Gov. Leonel M Foto47: Av. Gov. Leonel Mbrizola
Foto12: Prédio abandonado-Recife 6 Brizola/Centro 15 /Gramacho/Norte 20
Foto13: Engarrafamento 7 Foto30: mapa mental Sra. Mirian 17 Foto48: Linha Férrea/Gramacho 20/22
Foto14: Via compartilhada 7 Foto31: mapa mental Sra. Lídia 17 Foto49: Retorno/Av. Gov. Leonel M
Foto15: Via compartilhada São Paulo 7 Foto32: mapa mental Sr. Franklin 17 Brizola/Gramacho 20
Foto16: Pedestres paulistanos 8 Foto33: 1ºsemáforo/Av. Gov. Leonel M Foto50: Passagem de nível/Gramacho 20
Foto17: Mobilidade urbana 8 Brizola/Centro 18 Foto51: Inauguração da Ciclovia
Foto18: Estação de Trens- D. de Foto34: 2ºsemáforo/Av. Gov. Leonel M Paulista 24
Caxias(1950) 9 Brizola/Centro 18 Foto52: Calçada- Centro 25
Foto19: Vista aérea Bairro Foto35: Via exclusiva de Pedestres- Foto53: segurança pública/Centro 25
Gramacho/Alterada 10 Centro 18/33 Foto 54: Mobilidade/Centro 25
Foto20: Vista aérea Bairro Foto36: Terminal Rodoviário/Centro 18 Foto55: Atração/Centro 25
Centro/Alterada 10 Foto37: Vista Lateral da Foto56: Ambiente/Centro 25
Foto21: Vista aérea de Duque de Biblioteca/Centro 18 Foto57: Segurança Viária/Centro 25
Caxias 11 Foto38: Vista Teatro Raul Foto58: Calçada- Gramacho 27
Foto22: Teatro Raul Cortes/ Duque de Cortez/Centro 18 Foto59: segurança pública/Gramacho 27
Caxias 11 Foto39: Acesso a Estação de Foto 60: Mobilidade/Gramacho 27
Foto23: Biblioteca Municipal/ Duque trens/Centro 18 Foto61 Atração/Gramacho 27
de Caxias 11
Foto62: Ambiente/Gramacho 27 Foto81: Pça. Getulio Vargas Gráficos
Foto63: Segurança Viária/Gramacho 27 Filho/S.Miguel Paulista 41 Gráfico1 : Elementos dificultam o
Foto64: Trecho da Av. Gov. Leonel de Foto82: R. Joel Carlos Borges(antes) 41 caminhar-Centro 16
M. Brizola/ Centro 34 Foto83: R. Joel Carlos Borges(depois) 41 Gráfico2 : Elementos dificultam o
Foto65: Trecho calçada Av. Gov. L.de M. Brizola. 34 caminhar-Gramacho 16
Foto66: Passagem de nível/Gramacho 35 Ilustrações
Foto67: ponto de ônibus/Gramacho 36 Ilustração1:Timeline- D. de Caxias 9
Foto68: mobilidade/Gramacho 37 Ilustração 2: Mapa de Duque de
Foto69: rampa fora de padrão/ Caxias-Autoria própria 10
Gramacho 37 Ilustração3:Questionário 14
Foto70: Ciclista/ Centro 38 Ilustração 4: Mapa de reconhecimento
Foto71: Travessia sem segurança/ Centro/ Duque de Caxias 19
Centro 38 Ilustração 5: Mapa de reconhecimento
Foto72: Pontos de ônibus/Estevam Di Gramacho/ Duque de Caxias 21
Giacomo/Centro 39 Ilustração 6: Critérios-Índice de
Foto73: Vista lado direito da Caminhabilidade 23
estação/pontos - Centro 39 Ilustração 7: Mapa de caminhabilidade
Foto 74: Pontos na calçada lado Centro/ Duque de Caxias 26
esquerdo da estação 39 Ilustração 8: Mapa de Caminhabilidade
Foto75: Pontos de ônibus/Rua Nunes Gramacho/ Duque de Caxias 28
Alves/Centro 39 Ilustração9:Formulário
Foto76: Pontos de ônibus/Sul/Av. G. L. Caminhabilidade 29
M .Brizola/Centro 39
Foto77: Vista Linha Férrea/Centro- Tabelas
DC 40 Tabela1: resultado comparativo das
Foto78: Rua Carijós/BH 41 entrevistas 15
Foto79: Montreal /Canadá 41 Tabela 2: resultado comparativo do
Foto80: Madri/Espanha 41 índice de caminhabilidade 32
Plano Diretor Participativo a exigência va a cidade aos poucos e sendo a sua escala
1. INTRODUÇÃO governamental de se olhar a mobilidade a pé diferente da que é dada ao automóvel, sua
como prioridade de forma acessível e percepção da mesma demanda um tempo,
contextualizada ao desenho urbano. O que que é individual e a sua locomoção propicia
faz uma área ser convidativa a uma caminha- experiências diferentes de acordo com suas
da? Segundo JACOBS (2002), além da infra- necessidades de mobilidade. Cada grupo de
estrutura o leque de interesses que a cidade e pedestre se apropria da cidade de forma dife-
empresas podem proporcionar para a região, renciada e usa seus caminhos de acordo com
afinal a cidade deve ter espaço para as dife- o objetivo de suas viagens a pé, a origem e o
renças bem como as relações entre gostos, destino podem determinar o volume e o tipo
Foto1: Botafogo-RJ(1972) Fonte: techguru.com.br propósitos e ocupações. Como constatado de usuário desse espaço, como por exemplo:
vazios urbanos, apesar da infraestrutura, o aumento de volume de pedestres no horá-
As metrópoles brasileiras sofreram uma não atrai a apropriação de espaço, pelo con- rio escolar (entrada e saída). O que determi-
explosão demográfica nos últimos anos, com trario há uma tendência a se evitar esses loca- na o ritmo da caminhada sua urgência ou
o aumento de procura do solo urbano as cida- is por caracterizarem-se como inseguros. não, pode levar o pedestre a expor-se nas
des das regiões metropolitanas também Segundo HILLIER et al 1993, o desenho vias de rolamento, aumentando a sua vulne-
sofreram impacto, o crescimento desorgani- urbano dita a geração de movimento natural rabilidade no trânsito.
zado as infraestruturas tornaram-se insufi- do pedestre, e determina não só o compri-
cientes ou obsoletas. A mobilidade urbana mento como a quantidade de itinerários gera-
passou a ser priorizada, contudo a preferên- dos no ambiente construído, sendo assim
cia continuou a ser do automóvel, o que oca- esses itinerários devem ser em espaços pla-
sionou entre outros problemas a poluição e nejados para o fluxo e uso adequado. O que
engarrafamentos diários. Essa crise na ver- atrai na cidade são as pessoas, como elas se
dade mundial, gerou questionamentos e a apropriam do espaço ,estabelecendo fluxos o
consequente conclusão: O planejamento de comércio se desenvolve e a vida flui de modo
cidades deve ser para pessoas e não para car- atrativo desde que haja relação de usos, ati-
ros. Garantir o direito de ir e vir do cidadão vidades e vias .
passa pelo espaço urbano, e já que no Brasil O desenho urbano integra elementos que
cerca de 30% dos deslocamentos são feitos a podem parecer comuns a olhos vistos, porém Foto 2 :PEDESTRES
pé, teve inicio com o Estatuto da Cidade e o segundo LYNCH 1960, um pedestre obser- Fonte:Redação AECweb / e-Construmarket

1
2.JUSTFICATIVA urbano devemos considerar a devida impor-
tância no qual o sistema de circulação de
a se arriscarem nas vias? O planejamento
urbano deve propiciar a intermodalidade
pedestre tem no que tange ao pronto dos transportes públicos, juntamente com as
2.1CALÇADAS E MODAIS DE
desenvolvimento urbano, econômico e social condições de acessibilidade e segurança ade-
TRANSPORTE
local. A mobilidade urbana perpassa não quada sendo este condizente ao fluxo de
Ao pensarmos em vias, associamos automa-
somente pelos modais de transporte, mas pedestres/usuários, gerando um maior aces-
ticamente a pista de rolamento, por vezes
também pela mobilidade do pedestre. Na so a cidade, pois o mesmo deve ser conside-
não consideramos a calçada como parte da
região a ser estudada prevalece os modais rado em longo prazo. O acesso ao transporte
mesma, sendo essa área reservada ao trânsi-
rodoviários e ferroviários, e a importância público é um dos vetores de maior impacto
to de pedestres e em nível diferente (na maio-
dos mesmos na mobilidade urbana se reflete na circulação de pedestres em calçadas, onde
ria dos casos), não destinada à circulação de
no número de pedestres que buscam acessá- na maioria dos casos há melhores condições
veículos, e à implantação de mobiliário urba-
los. A circulação de pedestre deve-se, até por de acessibilidade nas áreas de embarque,
no, sinalização e vegetação. Esta se subdivi-
segurança, ser feita exclusivamente em cal- desembarque ou transferência, no entanto a
de em passeio que é uma área exclusiva para
çadas e passeios, no entanto isso nem sempre mesma atenção deve ser dada ao entorno
circulação de pedestres sendo em algumas
acontece e surgem conflitos de circulação considerando as características do volume
circunstâncias “compartilhada com bicicle-
entre pedestres, motocicletas e outros veícu- de tráfego e segurança no trânsito.
tas”, e a faixa de serviço onde ocorre a
los o que aumenta o número de acidentes de
implantação de mobiliário urbano, sinaliza-
trânsito, sendo assim, o que leva os mesmos
ção e vegetação. Diante do planejamento

Foto3 :Calçada da Av.Paulista Foto4 : pontos de ônibus em Curitiba


Foto: AbilioGuerra Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

2
2.2 CALÇADAS E USUÁRIOS Segundo NADERI e RAMAN (2001)
devemos observar o pedestre em seus
grupos e subgrupos e ainda em que condi-
É na calçada onde a disputa pelo público e
ções ambientais onde ocorrem essas cami-
pelo privado ocorrem diariamente em
nhadas, pois de acordo com o ambiente e
diversas partes do mundo, o cotidiano, a
condições o pedestre atuará de forma
apropriação do espaço, seus usos diversos,
diferenciada.
suas características e os diferentes tipos de
pavimentos, sendo caminho para acessar
Os números de acidentes entre pedestres e
bens e serviços ou com sua função básica de
veículos motorizados colocam o Brasil nas
proteger os edifícios ou não. A continuidade
estatísticas de acidentes de trânsito dispon-
da calçada estabelece o ritmo de caminhabi- Foto6 :buracos nas caalçadas-Paraná
Fonte: folhadolitoral.com.br do a maioria das grandes cidades brasileiras
lidade do pedestre no que tange a elevação
Quando definimos o pedestre como o único entre o trânsito mais violento do mundo. A
de piso na travessia, faixas, sinalização
usuário da calçada devemos observar que o exemplo os dados publicados no site caospla-
adequada ao espaço em conjunto com
mesmo não é tão somente um grupo defini- nejado.com onde encontra-se o comparativo
moderação do tráfego, entre outros, priori-
do. Este se divide em subgrupos,pedes- de acidentes fatais no trânsito entre São
zando a segurança e o conforto do pedestre,
tres/transeuntes/usuários que estão a Paulo e Nova York, em 2013 o número de
propiciando assim uma cidade para pessoas.
caminho do trabalho, vendedores ambulan- pedestres mortos em São Paulo foi de 514
tes, idosos que usam os serviços públicos ou contra 148 em Nova York, e ainda confir-
não, crianças e adolescentes no trajeto para a mando esses dados os acidentes de trânsito
escola, e entre eles pessoas com mobilidade fatais por tipo em relatório da CETSP de
reduzida, e ainda aqueles que caminham 2014 o número de atropelamentos foi de 538,
para manter a saúde. Cada grupo tem seu de colisão 338, choque 189 e outros 130.O
tempo, o motivo e o modo para percorrer mesmo site observa que o número de atrope-
determinado trecho a pé, isso inclui veloci- lamentos por dia aumenta de acordo com o
dade, forma como observa o entorno, uso ou anoitecer e no fim de semana o que relaciona
não do mobiliário urbano, a influência do esse aumento a baixa iluminação das vias e a
Foto5 : BRT - Minas Gerais
Foto: Evelson de Freitas/AE tipo de pavimento do passeio no trajeto, e velocidade no trânsito.
por fim, a origem e o destino da caminhada.

3
Em dados fornecidos pelo site viasseguras.- 2.3 CALÇADAS E ATIVIDADES As atividades que realizamos durante o dia
com o número de mortos em acidentes de Segundo JACOBS (2002), além da infraes- são diferentes das que realizamos à noite, o
trânsito por tipo de usuários no Estado do trutura, há um leque de interesses que a cida- deslocamento para o trabalho com horário
Rio de Janeiro houve cerca de 900 mortes de de e empresas podem proporcionar para a marcado exige uma urgência diferente da
pedestres em 2014. A organização World região, afinal a cidade deve ter espaço para as volta para casa, levar crianças à escola e ir
Resources Institute (WRI.ORG) publicou diferenças bem como as relações entre gos- buscá-las é diferente de levá-las ao parque
um guia e exemplos para promover um tos, propósitos e ocupações. As pessoas são a ou à praça. Ir com amigos ao cinema ou ao
trânsito seguro através do Urbanismo e do verdadeira atração da cidade, é na circulação bar à noite entre outras atividades noturnas
planejamento das vias, chamado de Cities do pedestre que o comércio se estabelece e se com ritmos de caminhada que exigem
Safer By Design, onde apresenta estatísticas mantém a segurança.De uma forma geral, a segurança e conforto numa mesma via, a
de fatalidades no trânsito das metrópoles importância das calçadas e passeios para o calçada vai além de um espaço para pedestre
mundiais a cada 100.000 habitantes, e o Rio pedestre vai muito além da circulação e aces- principalmente onde as áreas de lazer são
de Janeiro encontra-se em 11º lugar, sendo so, o grupo de usuários que fazem uso do poucos, as atividades se desdobram desde a
considerado um dos trânsitos mais violentos espaço como área de exercícios como a cami- expansão do comércio local, a prática de
mundialmente. O planejamento urbano deve nhada ou corrida leve por questão de saúde atividades físicas, a apropriação do espaço
promover calçadas seguras e acessíveis para ou esportiva depende de um pavimento de em encontros informais nos bares ou na
todo cidadão, o que envolve ruas comparti- qualidade e espaço coerente com o fluxo, simples roda de pagode ou funk do fim de
lhadas sendo necessário diminuir o fluxo de disposição adequada dos mobiliários urba- semana. Onde há atividades a atração é
carros e sua velocidade para poder aumentar nos bem como de sinalização, a fim de evitar maior e o movimento natural do pedestre se
o fluxo e o volume de pedestres. quedas e acidentes em geral . estabelece.

Foto7:Travessias cidades sustentáveis Foto8 : Minhocão - São Paulo


Fonte: Mariana Gil / WRI Brasil Fonte: Evelson de Freitas/AE

4
criança pode iniciar sua vida interativa com suas fiscalizações tentam diariamente
brincando, o idoso se mantém ativo controlar o caos da superlotação das cidades
caminhando e interagindo com vizinhos e e o excesso de veículos em suas ruas, mui-
outros transeuntes. Os conflitos no trânsito tos estacionados de forma irregular forçan-
tem vários fatores e atualmente jovens tem do o pedestre a se arriscar nas vias, ocasio-
sido vitimas devido ao uso de fones de nando também a degradação de pavimentos
ouvido ou falar ao celular durante as os quais não são apropriados para carros e
Foto9 : Ciclistas travessias das ruas o que aumenta o risco de motos influenciando negativamente a ordem
Foto – belaisa23 – Isabela H M
at r o p e l a m e n t o s. E s t a s p r á t i c a s, pública. As cidades de Região Metropolita-
Os vazios urbanos, apesar da infraestrutura, principalmente envolvendo jovens, é, junto na, em geral não foram planejadas para rece-
não atraem a apropriação de espaço público com a desatenção envolvendo idosos em seus ber a sobrecarga do fluxo de transeuntes
do entorno, pelo contrario há uma tendência deslocamentos tem aumentado os índices de /pedestres/usuários em sua estrutura para
a se evitar esses locais por caracterizarem-se acidentes . acessar transportes públicos para as regiões
como inseguros. A revitalização e a requali- 2.4 CALÇADA E PASSEIO – CÓDIGO centrais.
ficação do local tem sido a saída em muitos DE TRÂNSITO BRASILEIRO “CALÇADA - parte da via, normalmente segregada e em
casos. O uso misto do solo permite uma ati- O Código Brasileiro de Trânsito define de nível diferente, não destinada à circulação de veículos,
vidade social e econômica estimulando a forma simples a calçada e o passeio, áreas reservada ao trânsito de pedestres e, quando possível, à
caminhada nas calçadas e a vida na cidade. implantação de mobiliário urbano, sinalização, vegetação
destinadas exclusivamente à circulação de
e outros fins.”
Ruas conectadas com espaços públicos em pedestres. Pelo Código de Trânsito Brasilei-
“PASSEIO - parte da calçada ou da pista de rolamento,
áreas residenciais estimulam o pedestre a ro, a proteção deve vir do maior para o neste último caso, separada por pintura ou elemento físico
circular e usar o bairro assim como o fácil menor, logo, o pedestre, o mais frágil dos separador, livre de interferência, destinada à circulação
acesso ao transporte público. citados no CTB, deveria ser o alvo de maior exclusiva de pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas.”
Estudiosos afirmam a importância da cuidado no trânsito. afinal nem todos são
caminhada como exercício físico capaz de motoristas porém, todos nós somos pedes-
acabar com o sedentarismo e recuperar a tres.Infelizmente nas cidades brasileiras,
qualidade de vida da população urbana ignorar esta definição tão simples é uma das
confinada em carros e apartamentos. A questões responsáveis por acidentes e danos
calçada é um espaço publico com função ao patrimônio público entre outros. Os
socializador informal, onde no subúrbio a governantes dos grandes centros urbanos
Foto10: Calçada padrão
Foto: mobilize.org.br- ALTERADA

5
2.5A CONSTITUIÇÃO FEDERAL, O Artigo 182 da Constituição Federal de 1988 plano diretor, exigir, nos termos da lei fede-
ESTATUTO DA CIDADE E PDP Art. 182. A política de desenvolvimento ral, do proprietário do solo urbano não edifi-
urbano, executada pelo Poder Público muni- cado, subutilizado ou não utilizado, que pro-
A Constituição Federal de 1988 atribui um cipal, conforme diretrizes gerais fixadas em mova seu adequado aproveitamento, sob
papel primordial aos municípios como res- lei, tem por objetivo ordenar o pleno desen- pena, sucessivamente, de:
ponsáveis pelas políticas de desenvolvimen- volvimento das funções sociais da cidade e I - parcelamento ou edificação com-
to urbano. Para tanto, o Poder Público Muni- garantir o bem- estar de seus habitantes. pulsórios;
cipal deve utilizar dos instrumentos jurídi- (Regulamento) (Vide Lei nº 13.311, de 11 de II - imposto sobre a propriedade pre-
cos elencados nos §§1º ao 4º do art. 182 da julho de 2016) dial e territorial urbana progressivo no tem-
Constituição Federal. Assim sendo, por em po;
prática as normas constitucionais relativas § 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara III - desapropriação com pagamento
ao planejamento urbano, perpassa, necessa- Municipal, obrigatório para cidades com mediante títulos da dívida pública de emis-
riamente pela implementação de uma série mais de vinte mil habitantes, é o instrumen- são previamente aprovada pelo Senado Fede-
de normas e princípios previstos na Consti- to básico da política de desenvolvimento e de ral, com prazo de resgate de até dez anos, em
tuição relacionados ao desenvolvimento da expansão urbana. parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegu-
estrutura social brasileira. rados o valor real da indenização e os juros
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua fun- legais.
ção social quando atende às exigências fun-
damentais de ordenação da cidade expressas
no plano diretor.

§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos


serão feitas com prévia e justa indenização
em dinheiro.

§ 4º É facultado ao Poder Público municipal,


Foto11: Vista aérea Belo Horizonte mediante lei específica para área incluída no Foto12: Prédio abandonado-Recife
Fonte:cmbh.mg.gov.br Foto: Leonardo Cisneiros

6
No que diz respeito ao direito à “... os Planos Diretores, tradicionalmente
acessibilidade, estabelece a Constituição estabelecem diretrizes para a expan-
Federal que: são/adequação do sistema viário e para o
sistema de transporte público, considerando
“Art. 227. Omissis. §2º. A lei disporá sobre apenas o deslocamento dos veículos e não
normas de construção de logradouros e dos das pessoas. A ideia é trabalhar a mobilidade
edifícios de uso e de fabricação de veículos de das pessoas, em substituição ao enfoque de
transporte coletivo, a fim de garantir acesso planejar apenas o transporte e o trânsito.
adequado às pessoas por tadoras de PDP pp. 86.”
deficiência.
O direito de ir e vir de todo cidadão deve ser
O Estatuto da Cidade veio como orientação respeitado começando pela acessibilidade a
complementar a Política de todo e qualquer espaço público ou privado . Foto14: Via compartilhada
Foto:icetran.com.br
Desenvolvimento Urbano estabelecida na
Constituição Brasileira, Lei complementar
Nº 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001
Regulamenta os arts. 182 e 183 da
Constituição Federal, estabelece diretrizes
gerais da política urbana e dá outras
providências. Consequentemente o Plano
Diretor Participativo (PDP) vem como guia
para elaboração pelos municípios e cidadãos
dos Planos Diretores Municipais (PDM). O
PDP orienta o foco na mobilidade das
pessoas, em detrimento ao automóvel,
considerando seu deslocamento e
acessibilidade . Foto13: Engarrafamento Foto15: Via compartilhada São Paulo
Fonte: marcosbau.com.br Fonte: Marcelo D. Sants/Framephoto/Estadão Conteúdo

7
2.6 MOBILIDADE URBANA A PÉ E do pedestre independente da sua faixa etária ciado, mas para que esse direito se concretize
ACESSIBILIDADE ou condição física. A orientação do PDP depende não tão somente do planejamento,
O planejamento urbano deu prioridade o 2004: bem como da manutenção das mesmas, suas
automóvel por muitas décadas, a mobilidade esquinas e cruzamentos.
girava em torno dele, contudo atualmente “Incorporar a mobilidade urbana no Plano Dire- A Lei 12.5 87 de 3 de Janeiro de 2012 dispõe
dar prioridade o pedestre nos grandes tor é priorizar, no conjunto de políticas de trans- sobre a Política Nacional de Mobilidade
centros tem sido uma ordem mundial, já que porte e circulação, a mobilidade das pessoas e não Urbana a qual esta fundamentada na acessi-
o trânsito entre as áreas comerciais, áreas de dos veículos, o acesso amplo e democrático ao bilidade universal, equidade no acesso dos
acesso a transporte público entre outras que espaço urbano e os meios não motorizados de cidadãos ao transporte público coletivo,
dão vida a cidade precisa ser feito a pé. transporte.(PDP 2004, pp 86)” segurança nos deslocamentos das pessoas,
O pedestre é o usuário final da cidade, sua eficiência, eficácia e efetividade na circulação
Garantir efetivamente o direito de ir e vir a
locomoção varia desde uso do comércio de urbana entre outros e assim, promover o
todos, incluindo idosos e pessoas portadoras
rua, aos serviços, os equipamentos públicos acessos aos serviços básicos e equipamentos
de necessidades especiais faz da acessibilida-
ou simplesmente acessar o transporte sociais. Mas é o Estatuto de Pessoa com Defi-
de um elemento norteador do planejamento,
público, para isso devemos atentar para os ciência LEI13.146 que objetivamente vem
onde a calçada é o traçado obrigatório das
elementos estruturantes da mobilidade assegurar e a promover, em condições de
viagens a pé ou em cadeira de rodas, e sua
peatonal, sua acessibilidade, sua fluidez e seu igualdade, o exercício dos direitos e das
adequação com rampas e sinalização viabili-
conforto, preservando assim, a integridade liberdades fundamentais por pessoa com
za o acesso ao transporte público ou diferen-
deficiência, visando à sua inclusão social e
cidadania. No artigo 3º, inciso § IV conside-
ram-se barreiras qualquer entrave, sejam
elas urbanísticas ou arquitetônicas, que impe-
ça a fruição da pessoa com deficiência o exer-
cício de seus direitos à acessibilidade, à liber-
dade de movimento, à circulação com segu-
rança, entre eles elementos de urbanização
e mobiliário urbano, existentes nas vias e
nos espaços públicos e privados abertos ao
público ou de uso coletivo .
Foto16: Pedestres paulistanos Foto17: Mobilidade urbana
Fonte@marcosgerlic cidadeape.org Fonte:conceitos.com/

8
1565 1930 2018
CRISTÓVÃO 1947 1961 3ª MAIOR CIDADE DO ESTADO
MODELO ELEITO INAUGURAÇÃO 885 MIL HABITANTES
MONTEIRO MEADOS SÉC.XIX URBANO
FAZENDA IGUAÇU 1ºPREFEITO REFINARIA FROTA:257.961
MUNICÍPIO MERITI INDUSTRIAL
3. DUQUE REDUC POLO PETROLEIRO
POLO MOVELEIRO

DE CAXIAS
Ilustração1:Timeline 1886 1943
Séc.XVII - ESTRADA DE
Duque de Caxias CAMINHOS P/ FERRO
EMANCIPAÇÃO
MUNICÍPIO
1950
ESCOAÇÃO LEOPOLDINA INAUGURAÇÃO
DUQUE DE
Ilustração1:Autoria própria DE MINÉRIO CAXIAS
EST.RIO-PETRÓPOLIS

Breve histórico Av. Leonel de Moura Brizola ou Av. Pres. de Caxias. Situada na Baixada Fluminense
Até meados do século XX, a área que corres- Kennedy) em 1928, a região voltou a prospe- Região Metropolitana do Rio de Janeiro,
ponde ao município era um espaço rural, rar. Seu processo de emancipação teve inicio Duque de Caxias abriga atualmente cerca de
fazia parte do então distrito Iguaçu, passou em 14 de março de 1931, através do ato do 890 mil habitantes, segundo a previsão do
por um processo de ocupação desordenado o interventor Plínio Casado, foi criado, pelo último senso (IBGE2010) em seus 465 km².
qual foi facilitado pela Estrada de Ferro Decreto Estadual Nº 2.559, o distrito de Seus limites estendem-se, atualmente, aos
Leopoldina Railway com o uso desordenado Caxias, com sede na antiga Estação de municípios de Miguel Pereira, Petrópolis,
do solo. Dando início do processo de surgi- Meriti, pertencente ao então município de Magé, Rio de Janeiro, São João de Meriti e
mento de vilas e povoados em torno das Nova Iguaçu. E finalmente em 31 de dezem- Nova Iguaçu. A hidrografia pode ser resu-
estações ferroviárias, origem dos muitos bro de 1943, através do Decreto-Lei 1.055, mida em quatro bacias principais: Iguaçu,
bairros das nossas atuais cidades. Quando a elevou-se à categoria de município de Duque Meriti, Sarapuí e Estrela.
ferrovia atingiu o vale de Meriti, a região
começou a sofrer os efeitos da expansão O município é dividido em quatro distritos:
urbana da cidade do Rio de Janeiro devido à 1º- Duque de Caxias 2º- Campos Elíseos
proximidade. Com a inauguração da Estrada 3º- Imbariê 4º- Xerém.
de Ferro Leopoldina, em 23 de abril de 1886,
a localidade ficou definitivamente ligada ao O PIB da cidade é de R$ 39.779,40 está em
antigo Distrito Federal. Mas foi com a segundo lugar em relação ao estado do Rio
abertura da Rodovia Rio-Petrópolis (hoje). Foto18: Estação de Trens- D. de Caxias(1950)
de Janeiro e em décimo nono no Brasil.
Fonte: pedacosdanossahistoria.blogspot

9
A pesquisa se desenvolve em dois trechos da
Av. Gov. Leonel de Moura Brizola, esta tem
início na entrada da cidade na altura do Rio
Pavuna, corta a cidade com uma extensão de MIGUEL PETRÓPOLIS
15,7 quilômetros, é formada pela junção da PEREIRA
3.1 LOCALIZAÇÃO RJ-101 com a RJ-105 na altura do bairro
Pilar. A área de recorte é composta pelos
bairros: Centro de Duque de Caxias e pelo
Gramacho.

4ºD
MAGÉ
3ºD
Rod.
Washington Luiz

NOVA
Foto19: Vista aérea Bairro Gramacho/Alterada IGUAÇÚ
FOTO: GOOGLE EARTH MODIFICADA

2ºD
BELFORD
ROXO

Av. Gov. Leonel


de Moura Brizola

BAÍA
S. JOÃO
DE MERITI 1ºD DE
GUANABANA
ILHA DO
GOVERNADOR

Foto20: Vista aérea Bairro Centro/Alterada


FONTE: GOOGLE EARTH Ilustração 2: Mapa de Duque de Caxias-Autoria própria

10
3.2 BAIRRO CENTRO sagem subterrânea) sob a mesma para
atender melhor a população. O Terminal
Em 1886 foi inaugurado o trecho ferroviário Rodoviário Nova Iguaçu que recebe ônibus
da “The Rio de Janeiro Northern Railway”, municipais e intermunicipais (de Nova
ligando a cidade do Rio de Janeiro à estação Iguaçu, S. João de Meriti e Belford Roxo)
de Meriti, estação esta que originou o distante duas quadras da estação de trens; na
Foto21: Vista aérea de Duque de Caxias
povoado que seria o embrião do atual muni- Av. Nilo Peçanha se localiza pontos finais de Fonte: onbus.com.b
cípio de Duque de Caxias. ônibus intermunicipais (de Nova Iguaçu, S.
João de Meriti, Belford Roxo, Nilópolis e
Atualmente o bairro abriga um amplo Mesquita); na R. Mariano Sendra dos Santos
comércio varejista que atende não somente temos o Terminal Rodoviário de Duque de
moradores locais, mas de cidades vizinhas. O Caxias o qual faz o translado intermunicipal
núcleo cultural da cidade foi ampliado com o /interestadual com as cidades Rio de
teatro Raul Cortez e a biblioteca municipal Janeiro, Petrópolis, Itaguaí, São Paulo entre Foto22: Teatro Raul Cortes/ Duque de Caxias
outras. Fonte: cultura.rj.gov.br
instalados na Praça do Pacificador, ponto
estrategicamente localizado próximo as
rodoviárias e a estação de trens da cidade. A Praça do Pacificador é o maior marco da
cidade devido as construções imponentes do
No entanto o Centro de Duque de Caxias Teatro Raul Cortez e da Biblioteca
possuiu pontos nodais e limítrofes que Municipal Gov. Leonel de Moura Brizola.
Foto23: Biblioteca Municipal/ Duque de Caxias
geram impacto na mobilidade da região Fonte: bibliotecasolanotrindade.blogspot
como, por exemplo, a linha férrea com a As vias acima mencionadas tem alto fluxo de
estação de trens Duque de Caxias localizada automóveis os quais comprometem a
na antiga Av. Plínio Casado/Av. Pres. segurança do pedestre, pois não há limite de
Kennedy, atende a um grande volume de velocidade sinalizado na região, apenas
pessoas sendo estes usuários de trens ou não, ocorre uma redução da mesma imposta
a travessia da estação pela sua passarela é devido ao alto fluxo de pedestres e transeun-
uma conexão entre bairros tão importante tes.
que fora construído um mergulhão (pas-

Foto24: Catedral de Sto. Antonio/ Duque de Caxias


Fonte:visiteduquedecaxias 11
3.3 BAIRRO GRAMACHO possuindo um alto fluxo de automóveis em Atualmente o bairro possuí pontos nodais e
geral, inclusive veículos de carga por dar limítrofes que geram impacto na mobilidade
O fato do bairro de Gramacho apresentar acesso às cidades vizinhas. A fazenda de da região , sendo o primeiro a estação de
uma infraestrutura considerável e ser um Gramacho possuía um pequeno porto por trens, que é o ponto final das linhas Central-
acesso aos modais de transporte entre onde escoava a própria produção ,e ainda dos Gramacho e par tida do Gramacho-
Duque de Caxias e as cidades circunvizinhas arredores, para o Rio de Janeiro. Saracuruna. Localizada em uma quadra
determinou sua escolha, e permite apresen- espremida entre a linha férrea e a avenida,
tar com maior propriedade as análises Há registros de alteração na geografia da esta aloca ainda parte do comércio local.
requeridas ao estudo comparativo. região pois a localização desse porto que nos
mapas da época aparecem à margem direita A linha férrea é um ponto limítrofe, dividin-
BREVE HISTÓRIA: do rio Sarapuí. É que as obras de drenagem do o bairro sendo a conexão feita através de
O engenho foi fundado pelo capitão João de executadas pelo governo federal em 1915, uma passagem de nível e passagens aéreas
Lima Gr amacho por volta de 1760 na região, desviaram o curso do Sarapuí para (passarelas). Por ser um ponto de confluên-
(RIBEIRO 2010), o engenho se subdividiu o Iguaçu, através de um canal para isso cia a estação do Gramacho absorve pedes-
em Jardim Gramacho, Gramacho e Sarapuí. construído . Antes desse desvio, a foz do rio tres advindos de várias regiões, bairros
Atualmente no bairro Gramacho a popula- Sarapuí ficava localizada a pouco mais de um adjacentes bem como das cidades vizinhas
ção é de 52.488 habitantes (segundo Censo quilômetro ao sul da foz do rio Iguaçu. como Belford Roxo e São João de Meriti.
IBGE de 2010) – distante cerca de 5 km do
Centro da cidade; É cortado pela ferrovia e
pela Av. Gov. Leonel de Moura Brizola,

Foto24: Interseção -Gramacho/ Duque de Caxias Foto24: Acesso a Estação-Gramacho


Foto: acervo próprio Foto: acervo próprio

12
4. METODOLOGIA tema escolhido e proposto. Consulta à
legislação de âmbito nacional, estadual e
questões ratificam os dados colhidos na
visita de campo observando os elementos de
municipal com principal objetivo de trazer Kevin Lynch, pois o reconhecimento da área
Para o presente estudo, serão utilizadas
subsídios para garantir o debate sobre tema sobre a ótica do pedestre permite identificar
estratégias de análise aplicadas na cidade de
de estudo. o bairro além de sua estrutura urbana
Duque de Caxias, mas precisamente no
convencional.
Centro urbano e no bairro Gramacho: (a)
4.1 A Entrevista
entrevista e contagens de pessoas; (b) uso
A estratégia selecionada foi a de métodos
dos cinco elementos de Kevin Lynch como
simultâneos quantitativo com uma entrevis-
de modo de identificar o bairro pela perspec-
ta estruturada, e qualitativo coma coleta de
tiva do pedestre; (c) uso da ferramenta do
dados baseados no Índice de Caminha-
Índice de Caminhabilidade (ITDP 2016); (d)
bilidade o qual veremos posteriormente,
mapas e bibliografia relacionada ; afim de
esta foi elaborada a partir de um formulário
validar os resultados da potencialidade de
de questões fechadas. O objetivo da pesquisa
movimento oriunda da análise sintática do
é o de estabelecer um parâmetro sobre a
espaço ademais esta é a zona do bairro com a
ótica do pedestre na região de modo simplifi-
maior diversidade de usos.
cado, afinal é apenas uma amostragem local,
funcionando como uma complementação
Os métodos de estudo e levantamentos
aos dados coletados na pesquisa de campo.
realizados para a produção deste trabalho
serão produzidos através de:
A pesquisa inicia com questões as quais
qualifica o entrevistado com critérios
Coleta de dados in loco – essa pesquisa
básicos como gênero, faixa etária, estado
será realizada de forma prática utilizará
civil, renda mensal, auto imagem e número
como instrumento a entrevista e questioná-
de dependentes. A seguir questões sobre a
rios aos usuários.
temática são abordadas: a frequência com
que caminha na região, se caminha com
Pesquisa bibliográfica – uso de referencial
filhos, tipos de atividades ocasionam o
teórico de livros, artigos, monografias,
deslocamento, dificuldades encontradas ao
disponibilizadas na Internet relacionada ao Foto25: Via exclusiva de Pedestres- Centro
caminhar e a sensação de segurança. Essas Foto: acervo próprio - Centro/Duque de Caxias

13
Ilustração3:Questionário/autoria própria

4.1.1 O questionário UNIGRANRIO - Arquitetura e Urbanismo-TCC - JULHO/2018


Orientanda: Mary Januário
Orientadora: Alline Serpa, MSc
Os dados da pesquisa de campo foram Pesquisa de Campo - A Importância do Projeto na Mobilidade
coletados, analisados e correlacionados Peatonal e a sua Relação dom o Transporte Público

gerando uma escala comparativa entre as Data:_____________________ Local:_____________________


áreas de estudo no trânsito do pedestre e sua
percepção dos fatores de caminhabilidade
Qualificação Temá ca
nos locais de acesso ao transporte público.
1. Gênero 8.Com que frequência caminha neste trecho do bairro?
Um total de cem pessoas entre dezoito e Todos os dias da semana ( )
sessenta anos responderam o questionário Feminino ( ) Masculino ( ) 1 vez por semana ( )
2. Idade 2 a 3 vezes por semana ( )
(média de 55% homens e 45% mulheres) nas entre 18 e 25 anos ( ) De Segunda Sexta ( )
entre 26 e 33 anos ( ) 9.Caminha com seus filhos com frequência?
duas áreas de estudo. entre 34 e 41 anos ( ) sim ( ) não ( )a a Sexta ( )
entre 42 e 49 anos ( ) 10.A vidades que realiza com frequência com filhos:
entre 50 e 59 anos( ) educação ( )
60 anos ou mais ( ) trabalho ( )
3. Estado civil: lazer ( )
solteiro(a) ( ) a vidades ( )
casado(a) / mora com companheiro(a)( ) religiosas( )
divorciado(a)/ separado(a) ( ) 11.Se desloca a pé para a vidades como:
viúvo(a) ( ) Acessar transporte público ( )
outro ( ) Tratamento de saúde ( )
4.Como você se considera: Lazer ( )
Branco ( ) 12. Se sente seguro durante esta caminhada?
Negro ( ) Sim ( ) Não ( )
Pardo ( ) 13.Caminha unicamente por a vidade sica?
Indígena ( ) Sempre ( )
Amarelo ( ) As vezes ( )
Não quis informar ( ) Não ( )
5.Renda mensal pessoal 14.Que elementos no seu caminho dificultam sua caminhada?
até 1 Salário Mínimo ( ) Inexistência de calçadas ( )
de 1 a 2 salários mínimos ( ) Condições das calçadas ( )
de 2 a 5 salários mínimos ( ) Violência ( )
não quis informar ( ) Conflito com os carros ( )
6.Nível de Escolaridade: 15.Qual seu maior medo em deslocamentos diurnos
Ensino fundamental ( ) a pé pela cidade?
Ensino médio completo ( ) Assaltos/furtos ( )
Ensino médio incompleto ( ) Trânsito ( )
Ensino superior competo ( ) Assédio sexual ( )
Ensino superior incompleto ( )
Pós-graduação ( )
7. Filhos/Dependentes
0 ( ) - 1 ( ) - 2 ( ) - 3 ou mais ( )
Foto26: Calçada + ponto/Gramacho
Foto: acervo próprio - Gramacho/Duque de Caxias

14
4.1.2 Resultado em tabela

Tabela de resultado comparativo Pesquisa de Campo - Projeto e Mobilidade Peatonal em Duque de Caxias-RJ

Temática Centro Gramacho

1. Gênero 55% M 56%M Foto27: Comércio/Centro/ Duque de Caxias


18-25 anos/M 26-33 anos/M Fonte: acervo próprio
2. Gênero/idade dos entrevistados 34-41 anos/F 34-41 anos/F

3 . Estado civil 45% casado/companheiro(a) 65% casado/companheiro(a)

4 . Auto consideração racial 45% branco 40% branco

5 . Média salarial 45% 2-3 salários 50% 1 salário

6 . Nível de escolaridade 24% Ensino Médio completo 40% Ensino fundamental


38% 1 dependente
7 . Número de Dependentes 38% 2 dependentes 39% 2 dependentes
12% de 2ª a 6ª feira
8 . Frequência que caminha no bairro 40% de 2ª a 6ª feira 12% 2 a 3 vezes

9 . Costuma caminhar com os filhos 70% sim 70% sim


30% Ir ao médico
10 . Atividades que realiza com frequência com filhos 34% Ir ao médico 30% Educação

11. Deslocamento à pé para atividades 50% acessar transporte público 60% acessar transporte público

12. Se sente seguro durante esta caminhada? 72% sim 76% sim

13 . Caminha unicamente por atividade física? 50% sim caminha 52%não caminha

14 . Que elementos no caminho dificultam 50% condições das calçadas 17% inexistência de calçadas
sua caminhada?

15 . Medo em deslocamentos diurnos a pé pela cidade 64% assaltos/furtos 56% assaltos/furtos

Foto28: Av. Gov. Leonel M Brizola/Centro


Tabela1: resultado comparativo das entrevistas Fonte: acervo próprio

15
4.1.3 Resultado das entrevistas Dentre os elementos que dificultam o para educação (30%). Acessar o transporte
caminhar o que chama a atenção é que a público é a principal razão para as caminha-
Resultado das entrevistas no Centro: maioria reclama das condições das calçadas das (60%), seguido por tratamento de saúde,
(50%). No entanto a grande maioria sente-se para esse tipo de atividade a maioria sente-se
A média de idade das pessoas que mais inseguro ao caminhar pelo bairro (64%) por seguro (76%).No entanto a maioria não
caminham na área entre os homens variam medo de assaltos ou furto , apenas 20% cita o caminha somente por atividade física (52%).
ente 18 e 25 anos, enquanto que a maioria trânsito.
das mulheres prevalece a faixa entre 34 e 41 Dentre os elementos que dificultam o
anos. Quanto ao estado civil a maioria é Resultado das entrevistas no Gramacho: caminhar o que chama a atenção é que a
casada ou possui companheiro (40%),contra A média de idade das pessoas que mais maioria reclama da inexistência de calçadas
20% de solteiros. A auto declaração racial é caminham na área entre os homens variam (17%). No entanto a grande maioria sente-se
de maioria branca (45%) e negros 31%. A ente 26 e 41 anos, enquanto que a maioria inseguro ao caminhar pelo bairro (56%).
média salarial declarada varia entre 2- 3 das mulheres prevalece a faixa entre 34 e 41
salários mínimos(40%) . O nível de escolari- anos. Quanto ao estado civil a grande
Elementos que dificultam o caminhar
dade dos entrevistados possuem o Ensino maioria é casada ou possui companheiro 20
18
Médio(24%), seguido daqueles com o (65%).A auto declaração racial é de maioria 16
14

Ensino superior (20%). O número de branca (40%). A média salarial declarada 12


10
8
dependentes nesta área é aqueles com varia entre 1 (50%) e 2- 3 salários míni- 6
4
apenas 1 (38%) de 2 (38%). Aqueles que mos(45%). O nível de escolaridade dos 2
0

caminham de segunda a sexta feira (40%) e entrevistados possuem o Ensino Inexistência de calçadas Condições das calçadas
Violência Conflito com os carros Outros
apenas 2 a 3 vezes (20%) . Caminha com os Fundamental (40%), seguido daqueles com Gráfico1 : Elementos dificultam o caminhar-Centro
Ilustração: acervo próprio
filhos a grande maioria (70%), desses para o Ensino Médio. O número de dependentes
questões para educação (34%) , médicas ( nesta área é de 2 a 3. Aqueles que caminham 20
Elementos que dificultam o caminhar

18
28%) e lazer (15%). Acessar o transporte apenas 2 a 3 vezes (12%) na semana se 16
14
público é a principal razão para as caminha- equiparam aos que caminham de segunda a 12
10

das (50%), seguido por tratamento de saúde sexta feira (12%). 8


6
4
(23%), para esse tipo de atividade a maioria 2
0
sente-se seguro (72%).No entanto a maioria Caminha com os filhos a grande maioria Inexistência de calçadas Condições das calçadas
Violência Conflito com os carros Outros
caminha somente por atividade física (50%). (70%), desses para questões médicas (30%) e
Gráfico2 : Elementos dificultam o caminhar-Gramacho
Ilustração: acervo próprio

16
4.2 Reconhecimento visual estética e, ainda distribuição de suas partes.
A necessidade de conhecer e estruturar o
Os elementos móveis de uma cidade, especi- nosso meio é tão importante e tão enraizada
almente as pessoas são tão importantes no passado que essa imagem tem uma
quanto suas partes físicas e imóveis. grande relevância prática e emocional no
LYNCH(1960) elenca cinco elementos como indivíduo contemporâneo, o mesmo reco-
representantes da imagem da cidade: nhece que uma imagem clara o permite
caminhos, limites, bairros, marcos e pontos deslocar-se facilmente e depressa, contudo
nodais. No entanto, ainda segundo ele esses um meio ambiente organizado é uma base
elementos são matéria prima a ser trabalha- útil de desenvolvimento social do mesmo.
da para se conseguir a forma satisfatória
Foto31: mapa mental Sra. Lídia
considerando as inter-relações de pares de Esse reconhecimento feito sobre a ótica do Ilustração: acervo próprio
r aízes diferentes. E ainda se gundo usuário da cidade, ou seja, do pedestre,
LYNCH(1960)a rua possuí lugares definidos permite relacionar esses elementos de modo
ao longo de seu trajeto, tem um início e um a intensificar a identidade local e assim,
fim com seus lugares de usos especiais e de entender a rota e a sua mobilidade dentro do
atividades com escala e contraste entre seus bairro. Assim nas visitas de campo foram
elementos, concentração de um costume ou identificados os cinco elementos elencados
atividade pode ser marcante na mente do por LYNCH em cada área estudada através
observador. Contudo, a via pública é muito de fotos e dados coletados, mapeando e Foto32: mapa mental Sr. Franklin
Ilustração: acervo próprio- Mapa mental Sr. Willian
mais do que um simples caminho, mas sim relacoinando-os as entrevistas feitas. Os
uma série de espaços conectados, alguns mapas mentais a seguir acrescentam positi-
para estar e não somente para a passagem. vamente a análise.
Tornam-se um lugar de permanência, de
práticas sociais e de manifestação da vida
urbana. Vias apresentam características
comuns, podendo classificar em três
momentos diferentes: a implantação; a sua
função se é lugar ou caminho, quanto sua Foto30: mapa mental Sra. Mirian
Ilustração: acervo próprio- Mapa mental Sra. Mirian

17
4.2.1 Reconhecimento visual - fotos
Centro
Nó Marco Limite

1 2 3
Foto33: 1ºsemáforo/Av. Gov. Leonel M Brizola/Centro Foto36: Terminal Rodoviário/Centro Foto39: Acesso a Estação de trens/Centro

4 5 6
Foto34: 2ºsemáforo/Av. Gov. Leonel M Brizola/Centro Foto37; Vista Lateral da Biblioteca/Centro Foto40: Mercado Popular/Centro

Caminho

7 8 9
Foto35: Via exclusiva de Pedestres- Centro Foto38: Vista Teatro Raul Cortez/Centro Foto41: Calçada em frente ao terminal/Centro
Fotos: acervo próprio

18
4.2.2 Reconhecimento Bairro Centro/D.Caxias Ilustração 4: Mapa Centro/ Duque de Caxias

visual MAPA / Centro

Não devemos esquecer


que a relevância dos
elementos mencionados
variam de acordo com a
ótica e o interesse do
pedestre, ou seja princi-
Av. Go
v. Leonel d
palmente o objetivo da e Moura

VI
Brizola

AD
caminhada, isto vincula-

UT
1

O
do a origem e ao destino
2
VIADUTO

da viagem a pé.
3 Av. P
9

3
R
.M línio Ca
lves an
oe
sado
sA lC
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8
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8
R.N re
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5 6

4
4

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an
renga
de Alva

oe
R. José

lT
Av. Nilo Peçanha

ele
s
a
anh
Peç
Nilo
Av.
0 50 100 150 200
Ilustração :autoria própria

19
4.2.1 Reconhecimento visual - fotos
Gramacho
Nó Marco Limite

1 2 3
Foto42: Av. Gov. Leonel M Brizola/Gramacho Foto45: Acesso a Estação de trens/Gramacho Foto48: Linha Férrea/Gramacho

4 5 6
Foto43: Av. Darcy Vargas/Gramacho Foto46: Praça do Gramacho Foto49: Retorno/Av. Gov. Leonel M Brizola/Gramacho

Caminho

7 8 9
Foto44: Intersecção/Gramacho Foto47: Av. Gov. Leonel M Brizola/Gramacho/Norte Foto50: Passagem de nível/Gramacho
Fotos: acervo próprio

20
4.2.3 Reconhecimento Ilustração 5: Mapa Gramacho/ Duque de Caxias

visual MAPA
Gramacho
Ter uma avenida e a
linha férrea cortando
o bairro do Grama-
cho, transforma
ambos em elementos
de marco e ao mesmo
tempo limítrofes, os
quais ainda fazem
parte dos nós causa- 8
dores de g r andes
engarrafamentos e de
segregação espacial
3
dificultando a mobili-
dade. 2 7
1

9 6

0 50 100 150 200

Ilustração :autoria própria

21
Foto48: Linha Férrea/Gramacho
Foto: acervo próprio-Estação de trens Gramacho Em um bairro menor a segregação espacial é mais
evidente, a barreira toma proporções maiores. No
entanto o trem é um dos meios de transporte público
com mais beneficio ao meio ambiente e em
atendimento a população.

22
4.3 - O Índice de Caminhabilidade quatro indicadores: Tipologia da rua; com profundas desigualdades sociais como o
Material do piso; Condição do piso e Brasil. Pesquisadores têm explorado a
O Índice de Caminhabilidade foi desenvolvi- Largura. influência do desenho urbano e das edifica-
do em uma parceria entre o Instituto de ções no número de ocorrências e na sensação
Políticas de Transporte e Desenvolvimento Mobilidade: está relacionada à disponibili- de segurança transmitida aos pedestres
(ITDP Brasil) e o Instituto Rio Patrimônio dade e acessibilidade a formas de transporte desde a década de 1960. A categoria
da Humanidade (IRPH), órgão da Prefeitura sustentável, nominalmente transporte de Segurança Pública é composta por três
do Rio de Janeiro, com a colaboração da média e alta capacidade e infraestrutura indicadores relativos ao tema. Outros
Publica Arquitetos. cicloviária. Mede também a permeabilidade indicadores comumente associados à
da malha urbana através do indicador segurança no espaço público, como transpa-
Segundo os autores essa ferramenta permite Dimensão das Quadras. Esta categoria rência das fachadas, encontram-se contem-
avaliar as condições do espaço urbano e inclui três indicadores: Dimensão das plados na categoria Atração.
monitorar o impacto de ações de qualificação quadras; Distância do transporte de média e Iluminação; Fluxo de pedestres diurno e
do espaço público, indicando em que medida alta capacidade; Rede cicloviária. noturno; Incidência de crimes.
favorece ou não os deslocamentos a pé. A
decisão de optar por esse índice deve-se ao Atração: Esta categoria inclui indicadores Segurança viária: Esta categoria agrupa
fato de ser um trabalho recente o qual foi relacionados a características de uso do solo indicadores referentes à segurança de
devidamente executado em campo obtendo que influenciam a atratividade do desloca- pedestres em relação ao tráfego de veículos
êxito reconhecido, sendo pertinente seu uso mento para o pedestre. Eles avaliam atribu- motorizados, assim como itens relacionados
nas áreas de estudo a fim de estabelecer tos das edificações e outras condições que à acessibilidade universal. Esses indicadores
parâmetros mensuráveis, estes foram podem ter um impacto decisivo na intensida- têm grande importância na avaliação de
associados aos dados coletados na pesquisa de do uso das rotas de pedestres e na sua condições de caminhabilidade, pois estão
de campo e assim gerando a base do traba- distribuição ao longo do dia ou semana. Esta
lho. A ferramenta de medição do Índice de categoria inclui quatro indicadores:
Caminhabilidade, ITDP - este possui 21 Fachadas visualmente e fisicamente per-
indicadores divididos em 6 categorias, são meáveis; Uso público diurno e noturno; CALÇADA MOBILIDADE ATRAÇÃO
elas: Usos mistos. ÍNDICE DE
CAMINHABILIDADE SEGURANÇA SEGURANÇA
Calçada: incorpora a dimensão de caminha- Segurança pública: A Segurança Pública, AMBIENTE
bilidade relativa à infraestrutura e às condi- ou seguridade, é um tema recorrente nas PÚBLICA VIÁRA
ções físicas do passeio e da superfície onde o discussões sobre utilização da rua e outros
Ilustração 6:Critérios/Índice de Caminhabilidade
pedestre caminha. Esta categoria inclui espaços públicos, especialmente em países Fonte: ilustração própria

23
relacionados a riscos de colisões e fatalida- Sistema de pontuação:
des. Esta categoria inclui três indicadores: A avaliação final de um segmento de calçada
Travessias; Velocidade máxima permitida a partir do Índice de Caminhabilidade
de veículos motorizados; Atropelamentos. consiste na média aritmética da pontuação
das seis categorias de indicadores.
Ambiente
Esta categoria agrupa indicadores relacio- A pontuação final do Índice de Caminha-
nados a aspectos ambientais que possam bilidade de uma determinada região poderá
afetar as condições de caminhabilidade de variar, assim, de 0 (pontuação mínima) a 3
um espaço urbano. Esses indicadores estão pontos (pontuação máxima). Considera-se a
relacionados a aspectos de conforto (como, nota 3 como ótimo , notas de 2 até 2,9 bom ,
por exemplo, sombra e abrigo) e a condições de 1 até 1,9 aceitável e de 0 até 0,9 insuficien-
ambientais tais como qualidade do ar. Os te. A cada intervalo corresponde uma
quatro indicadores avaliados são: Sombra e sugestão de priorização de intervenções.
abrigo; Qualidade do ar; Poluição sonora;
Coleta de lixo e limpeza.

Foto51: Inauguração da Ciclovia Paulista


Foto: Ana Carol Thomé/cidadeape.org

Ilustração 7:Pontuação/Índice de Caminhabilidade Foto52: Condições das calçadas


Figura: Ilustração própria Foto: Andre porto/ Metro

24
4.3.1 - Índice de Caminhabilidade Brizola) não possui largura regular levando de pico como a NBR9050 orienta o que
fotos Centro em conta o volume de pedestres em horário expõe pedestres ao trânsito.

A bairro do Centro de Duque de Caxias


possuí uma infra estrutura média, o bairro
possui fachadas atrativas devido ao comércio
varegista que atrai muitos clientes gerando
um grande volume de pedestres em diver-
sos horários do dia num raio de até 300
metros da área estudada. As parte das
calçadas região possuem nivelamento
adequado mas a maioria não está no padrão
adequado a caminhada e, a mobilidade
peatonal fica comprometida devido a má
conservação das mesmas aumentando o CALÇADA= 2,0 SEGURANÇA PÚBLICA=2.0 MOBILIDADE=1,5
número de buracos nos pisos. As barreiras Foto52: calçaca/Centro Foto53: segurança pública/Centro Foto 54: Mobilidade/Centro
urbanas e arquitetônicas como mobiliário
urbano mal instalados e mal conservados
também são problemas bem como abrigos
de ponto de ônibus instalados indevidamen-
te. As rampas de acesso estão fora das
normas de acessibilidade , outro ponto é que
não há rede cicloviária na região.

Há via exclusiva de pedestre, ligando parte


da Av. Nilo Peçanha ao Calçadão José de
Alvarenga. O limite de velocidade máxima
dentro do bairro não é devidamente sinaliza-
do e as travessias para pedestres não são
acessíveis ou seguras, pois os semáforos não
possuem sinais sonoros A calçada na ATRAÇÃO=2,3 AMBIENTE=2,5 SEGURANÇA VIÁRIA=0,5
Foto55: Atração/Centro Foto56: Ambiente/Centro Foto57: Segurança Viária/Centro
principal via (Av. Gov. Leonel de Moura
Foto: acervo próprio
25
4.3.2 - Índice de Caminhabilidade - Mapa/fotos Centro

Ilustração 7: Mapa de caminhabilidade Centro/ Duque de Caxias

Av. Go
v. Leonel d
e Moura
Brizola

VI
VIADUTO

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UT
O
Av. P
R. lín io Ca
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oe
R. José

l
Te
Av. Nilo Peçanha

l es
ça nha
Pe
ilo
N
Av.

0 50 100 150 200


Fonte: ilustração própria

26
4.3.3 - Índice de Caminhabilidade
fotos Gramacho

A região do Gramacho é afastada cerca de


5km co centro de Duque de Caxias possuí
uma infra estrutura básica , no entanto há
um grande volume de pedestres em diver-
sos horários do dia . Há poucas calçadas que
poderiam estar no padrão adequado a
caminhada e, em outras as tipologias estão
totalmente fora do padrões sugeridos, estas
tem problemas desde buracos a pisos
escorregadios e ainda, algumas vias não
possuem calçadas reduzindo a mobilidade
peatonal, barreiras com mobiliário urbano CALÇADA=0,75 SEGURANÇA PÚBLICA=1,6 MOBILIDADE=2,0
também é um problema como por exemplo, Foto58: Calçada- Gramacho Foto59: segurança pública/Gramacho Foto 60: Mobilidade/Gramacho
há abrigos de ponto de ônibus instalados
indevidamente.

As rampas de acesso estão fora das normas


de acessibilidade além das barreiras arqui-
tetônicas e urbanas, outro ponto é que não há
rede cicloviária na região ou via exclusiva
de pedestre . O limite de velocidade máxima
dentro do bairro não é sinalizado e as
travessias para pedestres não são acessíveis
ou seguras.

ATRAÇÃO=2,3 AMBIENTE=2,0 SEGURANÇA VIÁRIA=0,5


Foto61 Atração/Gramacho Foto62: Ambiente/Gramacho Foto63: Segurança Viária/Gramacho

Fotos: acervo próprio


27
4.3.4 - Índice de Caminhabilidade - Mapa/fotos Gramacho

Ilustração 8: Mapa de Caminhabilidade Gramacho/ Duque de Caxias

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0 50 100 150 200


Figura: ilustração própria

28
4.3.5 - Índice de Caminhabilidade - Formulário

Ilustração9:Formulário Caminhabilidade

ARQUITETURA E URBANISMO ARQUITETURA E URBANISMO


Projeto de pesquisa sobre a relação da Projeto de pesquisa sobre a relação da
mobilidade peatonal, projeto e transporte público mobilidade peatonal, projeto e transporte público
Orientadora: Alline Serpa Orientadora: Alline Serpa Bairro:_________
Bairro:_________
Orientanda: Mary Januário Orientanda: Mary Januário
Vias exclusivas p/ pedestres Distância entre postes igual a 15m 3
3 incidência de luz na calçada
Tipologia da rua em relação ao Vias compartilhadas com velocidade máx. 15km/h 2 Distância entre postes de 16m a 25m 2
espaço destinado ao pedestre Vias compartilhadas com velocidade acima de 15km/h
no período noturno Distância entre poste de 26m a35 m 1
1
Nenhuma das opções acima 0 Distância entre postes fora do padrão 0
CALÇADA

SEGURANÇA
Material de alta qualidade e implantação de alto nível 3 14 ou mais pedestres por minuto como resultado 3

Inclinação de 1% Material de alta qualidade e implantação regular 2 Fluxo de Entre 8 e 13 pedestres por minuto como resultado
Entre 2 e 7 pedestres por minuto como resultado
2
1
Material de alta qualidade e implantação inadequada 1

PÚBLICA
a3% Material inadequado e implantação inadequada 0 pedestres em Menos de 2 pedestres por minuto como resultado 0
Inexistência de buracos, 100% adequada 3 Taxa diária de ocorrências por pedestre igual a 0 3

Calçada 1 buraco a cada 100 m . 2


Taxa diária de Taxa diária de ocorrências por pedestre maior que 0
2 buracos a cada 100 m . 1
Mais de 2 buracos a cada 100 m . 0

Largura adequada em toda calçada 3

Largura mín. Largura não adequada ao longo da calçada


0 OBSERVAÇÕES

Maior ou igual a 80 3 5 ou mais entradas por 100m de face de quadra 3


Entre 70 e 79
Coleta de lixo Entre 60 e 69
2
1
Aberturas nas De 3 a 4 entradas por 100m de face de quadra
De 1 a 2 entradas por 100m de face de quadra
2
1
AMBIENTE

Menor que 60 0 Nenhuma entrada por 100m de face de quadra 0

ATRAÇÃO
25% ou mais com elementos com sombra 3 70% ou mais da área da quadra é visualm. permeável 3

Edifícios Entre 50%


3 e 74%
Entre 25% e 49%
2
1
Janelas e 60 e 69%3
0 da área da quadra é visual. permeável
50% e 59% da área da quadra é visualm. permeável
2
1
Menos de 25% 0 Menos de 50% 0
Comércio: 50% ou menos/Residência: + ou = a 15% 3
OBSERVAÇÕES Combinação: Comércio: 51% e 70% /Residência: + ou = a 15% 2
Comércio: 71% e 90%/Residência: + ou = a 10% 1
Comércio: Mais de 90% 0

OBSERVAÇÕES OBSERVAÇÕES

Lateral da quadra tem 110m oumenos de comprimento 3 30km/h ou menos 3


Lateral da quadra tem entre 110 e 130m de comp 2
Passagem de Lateral da quadra tem entre 131 e 150 m de comp
Lateral da quadra tem mais de 150 m comp.
1
0
Velocidade Mais de 30km/h 2

SEGURANÇA
acesso público O segmento possui condições seguras e completas para máxima
MOBILIDADE

3 Sem acidentes com fatalidades 1


o uso de bicicletas
p/ pedestre permitida de Com acidentes com fatalidades 0

VIÁRIA
divide um veículos
conjunto O segmento não possui condições seguras e completas para o
uso de bicicletas
3
motorizados. A rede de travessias é completa 3

edificado em 2
part. Estação de alta ou média capacidade 500m ou menos
Estação de alta ou média capacidade 501 m e 750m
3
2
Registro dos Uma ou mais travessias não é/são completa (s) 0
Para circulação Estação de alta ou média capacidade 751m e 1000m
Estação de alta ou média capacidade 1001m ou mais
1
0 atropelamentos

29
4.3.6 - Índice de Caminhabilidade - Para circulação de bicicletas: Tráfego com- RESULTADO= 2,3
Resultado partilhado c/ pedestres, máx 15km /h; máx
da via 30km/h c/ sinalização p/ ciclistas; Segurança Viária:
Bairro : CENTRO/ Duque de Caxias infra estrutura exclusiva 0 – Não possuí ; Velocidade máxima permitida a veículos
Calçada: 15km/h; máx da via 30km/h sinalizada p/ motorizados – 2 – mais de 30 km p/h
Tipologia da rua em relação ao espaço desti- ciclistas; faixa exclusiva. – 0 – Não possuí; Registros de atropelamentos com fatalida-
nado aos pedestres – 3 – vias exclusivas Conexão: estações de transporte de média e des; - os dados não forma fornecidos pelos
para pedestres; alta capacidade e linhas convencionais. – 3 - órgãos competentes
Inclinação de 1% a 3%; Revestimento de Estação de alta ou média capacidade 500m Travessias seguras e acessíveis a cadeiras de
pedra c/ superfície firme =1 - material de ou menos RESULTADO= 1,5 rodas: 0 – a rede não é completa
qualidade com implantação inadequada Demarcações e acessos: semáforos, piso tátil
Calçada considerada adequada quando não Segurança Pública: e alerta direcional e sonoro: 0 – apenas semá-
apresenta nenhum buraco =1 Incidência de luz na calçada no período foros instalados nas vias. RESULTADO=
dois buracos a cada 100 metros noturno: - 3 – distância entre poste igual a 0,6
Largura min.1,5m (só para pedestres); sem 15 metros.
obstáculos; 25 pedestres p/min = 3 –Largu- Fluxo de pedestres em circulação em dife-
ra adequada para o volume de pedestre. rentes horários – 3 – 14 ou mais pedestres
RESULTADO= 2 por minutos como resultado;
Taxa diária de ocorrência de delitos – dados
Ambiente: não foram fornecidos pelos órgãos compe-
Coleta de lixo (resíduos) e limpeza das vias tentes ; RESULTADO= 2
públicas (varredura e capina)= 2 Entre 70 e
79 ;Edifícios fornecem sombras às calçadas Atração:
durante mais tempo = 3- Aberturas nas frentes de lojas, entradas de
75% ou mais com elementos de sombra. restaurantes, lanchonetes e praças- - 3 – 5 ou
RESULTADO= 2,5 mais entradas por 100 metros de face de qua-
dra. Janelas ou paredes completas ou parcia-
Mobilidade: is de vidro transparente para a rua: 3 – 70%
Passagem de acesso público p/ pedestre divi- ou mais da área da quadra é visualmente
de um conjunto edificado em 2 partes – 3 permeável.
Lateral da quadra tem 110m ou menos de Combinação uso misto residencial/ comer-
comprimento; cial no mesmo edifício: - 1 – comércio 90% ;

30
4.3.7 - Índice de Caminhabilidade - ral da quadra tem mais de 150m de compri- 69% ou mais da área da quadra é visualmente
Resultado mento. permeável
Para circulação de bicicletas: Tráfego com- C o m b i n a ç ã o u s o m i s t o r e s i d e n c i-
Bairro : GRAMACHO/ Duque de Caxias partilhado c/ pedestres, máx 15km /h; máx al/comercial no mesmo edifício: - 2 – comér-
da via 30km/h c/ sinalização p/ ciclistas; cio 51% e 70%/ residência + ou = a 15%.
Calçada: infra estrutura exclusiva – 0 – não possuí. RESULTADO= 2,3
Tipologia da rua em relação ao espaço desti- 15km/h; máx da via 30km/h sinalizada p/
nado aos pedestres – 0 – NENHUMA via ciclistas; faixa exclusiva. – 0 – Não possuí. Segurança Viária:
exclusiva para pedestres Conexão: estações de transp. de média e alta Velocidade máxima permitida a veículos
Inclinação de 1% a 3%; Revestimento de capacidade e linhas convencionais. – 3 - Esta- motorizados – 2 – mais de 30 km p/h
pedra c/ superfície firme – 0 - material ção de alta ou média capacidade 500m ou Registros de atropelamentos com fatalida-
INADEQUADO em qualidade com implan- menos des; - os dados não forma fornecidos pelos
tação inadequada RESULTADO= 0,75 órgãos competentes
Calçada considerada adequada quando não Travessias seguras e acessíveis a cadeiras de
apresenta nenhum buraco –0 – mais de dois Segurança Pública: rodas: 0 – a rede não é completa
buracos a cada 100 metros Incidência de luz na calçada no período Demarcações e acessos: semáforos, piso tátil
Largura min.1,5m (só para pedestres); sem noturno: - 3 – distância entre poste igual a e alerta direcional e sonoro: 0 – apenas semá-
obstáculos; 25 pedestres p/min – 3 –largura 15 metros. foros instalados nas vias.
adequada para o volume de pedestre. Fluxo de pedestres em circulação em dife- RESULTADO=0,5
RESULTADO= 0,75 rentes horários – 2 – de 8 a 13 mais pedes-
tres por minutos como resultado
Ambiente: Taxa diária de ocorrência de delitos – dados
Coleta de lixo (resíduos) e limpeza das vias não foram fornecidos pelos órgãos compe-
públicas (varredura e capina)- 2 Entre 70 e tentes; RESULTADO= 1,6
79
Edifícios fornecerem sombras às calçadas Atração:
durante mais tempo – 2- 50% e 74% com Aberturas nas frentes de lojas, entradas de
elementos de sombra. RESULTADO= 2 restaurantes, lanchonetes e praças- - 3 – 5 ou
mais entradas por 100 metros de face de qua-
Mobilidade: dra.
Passagem de acesso público p/ pedestre divi- Janelas ou paredes completas ou parciais de
de um conjunto edificado em 2 part. – 0- Late- vidro transparente para a rua: - 2– 60% e

31
4.3.8 - TABELA:
Análise das áreas
pelo Índice de Caminhabilidade
Tabela 2: resultado comparativo
do índice de caminhabilidade
Foto: acervo próprio

32
Foto35: Via exclusiva de Pedestres- Centro
Fonte: acervo próprio-Centro/D.Caxias
A mobilidade urbana é vista mundialmente como
um direito fundamental com uma hierarquia
privilegiando em ordem os pedestres, ciclistas,
transporte público, transporte de carga e por último
os veículos de passeio.
33
5.PESQUISA DE Iguaçu o qual recebe os ônibus municipais e
alguns intermunicipais, possuí alto volume
calçada estreita em uso calçada

CAMPO e fluxo de pedestres, a largura do passeio


varia de 2,5 metros a 3 metros de largura, o
5.1 Bairro CENTRO - Malha urbana tipo de pavimento usado não é uniforme ou
O bairro do Centro conforma-se numa regular, encontramos trecho de calçada
malha predominantemente irregular, portuguesa no lado par, no entanto no lado
resultante provavelmente de uma ocupação ímpar o calçamento é em concreto moldado
não planejada de território, e as quadras são in loco, poucas rampas de acesso e inúmeras Av. Gov. Leonel de M. Brizola
irregulares na forma e no tamanho. Este irregularidades na pavimentação, esse área usada pela via carroçável
possuí características topográficas mistas trecho possuí pouco mobiliário urbano. O Foto64: Trecho da Av. Gov. Leonel de M. Brizola
onde á área de estudo esta em plano cercado segundo semáforo é na intersecção da rua de Fonte: Google Earth - alterada

por morros, e ainda é limitado a leste pela pedestres no trecho da Av. Gov. Leonel de
ferrovia , esta o divide parcialmente , ocasio- Seguindo esse critério, durante a visita de
Moura Brizola com a Av. Nilo Peçanha onde
nando baixa integração. As principais campo, aplicamos em um trecho da área
o volume de pedestres aumenta consequen-
conexões são o viaduto a 500 metros ao estudada, a calçada próxima da esquina da
temente, neste ponto Caracterizando se
norte da estação (veículos e passagem de Av. Gov. Leonel de M. Brizola com a Av.
como um nó urbano. O terceiro semáforo é
pedestres), a segunda é a passagem aérea em Nilo Peçanha onde a contagem foi de 60
no cruzamento da Av. Gov. Leonel de Moura
frente a rodoviária também ao norte, as pessoas por minuto em horário de pico (8:00
Brizola e a Rua Manoel Teles reforçando o
passagens subterrânea e aérea da própria da manhã) sendo assim teremos:
limite urbano gerado pela Praça do
estação e ao sul distante dali cerca de 200 Pacificador sentido norte, na proximidade
metros a quinta conexão por outra passa- L= 60: 25 + 0,95 = 3,35
do número 1.430. Largura adequada deverá ser de = 3,35m
gem aérea. Segundo a NBR 9050 p: 55, admite-se
que a faixa livre deve absorver com conforto
Análise de Área e potenciais riscos a mobilidade: um fluxo de tráfego de 25 pedestres por
fluidez, conforto e segurança. minuto em ambos os sentidos, por metro
quadrado. Para dimensionamento
O início desta análise é Av. Gov. Leonel de adequado de faixa livre a fórmula usada é:
Moura Brizola, sentido sul na proximidade L = F : K + ∑ i ≥ 1,20 Foto: acervo próprio
do número 2.155, onde encontramos primei- L = largura da faixa livre;F = fluxo de
ro semáforo. Esta é a primeira parada, onde pedestre estimado;K = 25 pedestres
se localiza o Terminal Rodoviário Nova p/minuto;Σi = impedância Foto65: Trecho da calçada Av. Gov. Leonel de M. Brizola
Foto: acervo próprio

34
5.2 Bairro Gramacho - Malha urbana duplo o qual dá acesso a direita a Av. Gov.
Leonel de M. Brizola sentido sul, e em frente
O bairro do Gramacho conforma-se numa ao sentido norte da mesma avenida. O
malha predominantemente irregular, terceiro está no sentido norte, lado par, da
resultante provavelmente de uma apropria- avenida dando acesso à estação de trens e ao
ção de território, e onde as quadras são supermercado. Quanto às paradas de ônibus
irregulares na forma e no tamanho. a primeira identificada é na chegada ao
bairro na direção sul, localizado na avenida
O bairro possuí característica de território Gov. Leonel de M. Brizola, após o semáforo
plano na maior parte de sua extensão, na altura do banco Itaú. A partir de observa-
contudo é limitado pelo Rio Sarapuí ao norte ções de campo notou-se que a maioria dos
e a leste pela ferrovia esta o divide parcial- usuários das linhas ônibus que desembar-
mente , ocasionando baixa integração e cam no Gramacho, sentido sul, preferem
conectividade; As principais conexões são a fazê-lo na parada não oficial antes do semá-
passagem de nível ao norte da estação foro, ou seja, não utilizando a sinalização na
compartilhada por veículos e pedestres, a travessia, e sim a área do posto de combustí-
segunda é a passagem aérea da própria vel como passagem para acessar a estação de
estação e ao sul distante dali cerca de 350 Trens ignorando os fatores de risco desta
metros a terceira conexão por outra passa- ação.
gem aérea.
Na Av. Darcy Vargas encontram-se pontos
Análise de Área e potenciais riscos a mobilidade. finais de linhas de inter bairros e linha
intermunicipal (Duque de Caxias/Rio de Foto42: Av. Gov. Leonel M Brizola/Sul/Gramacho
Foto: acervo próprio
Nesta área encontram-se as interseções com Janeiro), comércio e uma igreja. Na calçada
semáforos, o primeiro semáforo localiza-se não há abrigo adequado para os usuários, e
na bifurcação da avenida Gov. Leonel de M. apesar de possuir cerca de 2 metros e meio de
Brizola, lado ímpar, sentido sul direção largura nos horários de pico há um certo
Centro da cidade, a direita acessa a Av. Rio congestionamento de pedestres devido as
Branco, neste caminho específico estabelece- filas .Logo no inicio da Av. Rio Branco além
ram-se os bancos e a continuação do comér- do pequeno comércio encontra-se uma
cio local. O segundo semáforo esta no início escola municipal.
da A. Darcy Vargas no entrecruzamento
Foto66; Passagem de nível/Gramacho
Foto: acervo próprio 35
Nessa área observa-se irregularidade na existente. Apesar do movimento natural e os
largura da calçada e difícil acesso a mesma, atrativos não influenciarem a malha urbana:
não há espaço adequado para as crianças “O movimento natural, pode não ser quantitati-
aguardarem a abertura do portão da escola vamente o maior componente do movimento em
colocando-os em situação de vulnerável no espaços urbanos, é o mais presente deles, de tal
trânsito local. forma que sem ele muitos espaços ficarão vazios
pela maior parte do tempo.”
Na avenida Gov. Leonel de M. Brizola,
sentido norte, as paradas de ônibus tem Nas áreas estudadas há confrontos entre
início em frente à estação de trens, devido ao pedestres e veículos, devido à disputa pelo
grande fluxo de usuários e número de linhas espaço público, a Av. Governador Leonel de
de ônibus, estas se estendem até ao fim da Moura Brizola corta os dois bairros e em
quadra. A aglomeração de pessoas nessas ambos a configuração da malha urbana dita
paradas acaba por provocar congestiona- o movimento do pedestre e os atrativos
mento, no horário de pico, devido ao número comerciais os quais giram em torno do
de ônibus parando ao mesmo tempo por acesso ao transporte público, neste caso aos
vezes em fila dupla neste local. ônibus e aos trens.

O pedestre se arrisca circulando fora do


passeio para acessar os ônibus. A configura-
ção da malha urbana tende a formar espaços
privilegiados com relação ao movimento e
circulação de pedestre. Sendo deste modo, o
principal gerador dos padrões de movimen-
Foto67: ponto de ônibus/Gramacho
to. Foto: acervo próprio

Segundo HILLIER et all 1993, o comércio


de varejo procura localizações que possa
aproveitar esse padrão, buscando áreas de
maior movimento e com isso, aumentando
consideravelmente o volume de tráfego pré-

36
6.ANÁLISE DA CORRELAÇÃO DE
DADOS OBTIDOS: E ainda: A falta de mobilidade é reconhecida pelos
Uma revisão bibliográfica foi feita para JACOBS (1961) “As calçadas, os usos que as pedestres no Gramacho devido muito mais a
identificar o que tem sido debatido e pesqui- limitam e seus usuários são protagonistas ativos ausência de calçadas do que pela quantidade
sado sobre tema de forma prática. Vários do drama urbano da civilização versus a de buracos, foi a reclamação de 17% dos
estudos sobre a estrutura da calçada foram barbárie. Manter a segurança urbana é uma entrevistados dentre outros problemas,
encontrados, na busca de complementar os função fundamental das ruas das cidades e suas contra 50% daqueles os quais reclamaram da
Planos Diretores Municipais os municípios calçadas.” falta de manutenção das calçadas no Centro,
passaram a elaborar manuais ou cartilhas de logo há uma diversidade de problemas
construção de calçadas para orientar os Os dados da pesquisa de campo foram interferindo na caminhabilidade do bairro
cidadãos. Estes indicam tipo de piso, faixa de coletados, analisados e correlacionados Gramacho.
serviço, largura mínima e inclinação, no gerando uma escala comparativa entre as
entanto a maioria não leva em conta o áreas de estudo no trânsito do pedestre e
impacto que a falta de manutenção das sua percepção dos fatores de caminhabilida-
mesmas, bem como diferentes tipos de de nos locais de acesso ao transporte público.
pavimentos em uma mesma área podem A correlação dos resultados das áreas
causar na caminhabilidade, na escolha da estudadas indica que os pedestres reconhe-
rota, na origem e destino das viagens a pé. cem os territórios, seus elementos e as
Organizações mundiais e grandes pesquisa- barreiras encontradas no espaço urbano em
dores vêm estudando o comportamento do ambas as áreas, no entanto diferem nas
pedestre em ambiente urbano a fim de pontuações significantemente nos quesitos
requalificá-lo atrativamente à caminhada e de escolaridade e renda, onde o bairro do
assim, as cidades voltem a ser para pedestres Centro mostra que a renda mensal e o nível Foto68: mobilidade/Gramacho Foto69: rampa fora de padrão
escolar dos entrevistados é maior. Outro /Gramacho
e não para carros.
fato interessante é que, no Bairro do
HILLIER et all 1993 “Movimento natural em Gramacho 60% dos entrevistados que
uma malha urbana é a proporção do movimento circulavam naquela região para acessar ao
de pedestres que é determinada apenas pela transporte público contra 50% dos entrevis-
própria malha.” tados do Centro.

37
O Índice de Caminhabilidade traz a tona Quanto as características ambientais estas as quais visam proteger o pedestre e alertar
informações que vem ratificar os dados são boas onde apesar da ausência de o motorista são insuficientes, e o pedestre
coletados nas entrevistas, onde as calçadas arborização os prédios fornecem sombra precisa contar com a cautela de quem dirige
possuem pontuações que vão de bom no para o conforto do pedestre e limpeza na região reduzindo a velocidade.
Centro (2 pontos) a insuficiente no pública é considerada boa em ambas as
Gramacho (0,75 ponto), as reclamações são áreas. O grande conflito com os automóve- Os bairros foram selecionados por serem
fundamentadas na ausência de infraestrutu- is sugere intervenção imediata em ambas diferentes em densidade demográfica , uso
ra para receber determinado volume de ás áreas (0,5 ponto), pois o limite de do solo, conexão das vias e pelas óticas dos
pedestres e ciclistas os quais disputam velocidade em área urbana de 30km/h não usuários e residentes de cada região que
espaço com os carros. A integração dos é respeitado, ou se quer sinalizado. Nos apesar da proximidade possuem realidades
modais de transporte contemporânea não se mapas mentais percebemos a relevância diversas. É interessante salientar que apesar
estabelece completamente onde não há rede das interseções no caminhar não só como das entrevistas serem uma amostra local e
ciclo viária e calçadas adequadas. limite de quadra mas também nas traves- restrita estas atestam outros dados coleta-
sias as demarcações viárias e sinalizações dos , como deficiências e problemas ocasio-
nados por falta de manutenção.

Foto70: Ciclista/ Centro Foto71: travessia sem segurança/ Centro


Fonte: acervo próprio Fonte: acervo próprio

38
A maioria dos pedestres em circulação nas
áreas acessavam o serviço de transporte
público afinal nas proximidades das esta-
ções de trens foram instalados vários pontos
de ônibus, citamos as calçadas que dão
acesso a estação do Centro ao lado direito da
estação encontram-se os pontos finais dos
ônibus intermunicipais Duque de Caxias –
Centro do Rio de Janeiro e Duque de Caxias
- Barra, ao lado esquerdo e na rua Nunes
Alves os pontos par a os municipa-
is/circulares, e a proximidade do Terminal
Rodoviário Nova Iguaçu que atendem ao 2 º,
3º e 4º Distritos, e as cidades de Nova Iguaçu
e Belford Roxo. E ainda na Av. Gov. Leonel
de Moura Brizola e na rua Estevam Di
Giacomo há vários pontos de ônibus circula-
res, ou seja todos distribuídos entre duas
Foto73: Vista lado direito da estação/pontos - Centro Foto 74: Pontos na calçada lado esquerdo da estação - Centro
quadras. Foto: acervo próprio Foto: acervo próprio

Foto72: Pontos de ônibus/Rua Estevam di Giacomo/Centro Foto75: Pontos de ônibus/Rua Nunes Alves/Centro Foto76: Pontos de ônibus/Sul/Av. Gov. Leonel M Brizola/Centro
Foto: acervo próprio Foto: acervo próprio Foto: acervo próprio

39
Foto77: Vista da Linha Férrea/Centro-Acervo próprio) A mobilidade urbana é vista mundialmente como um
direito fundamental com uma hierarquia privilegiando
em ordem os pedestres, ciclistas, transporte público,
transporte de carga e por último os veículos de passeio.

40
7. REFERÊNCIAS
PROJETUAIS
O uso de piso inter travado e elevações estilo
traffic calming na Rua Carijós em BH, são
exemplos de moderação de tráfego que traz
soluções além da diminuição da velocidade
dos carros, pois estimula uma mudança de
comportamento no uso dos modais de
transporte, ao tornar o ambiente mais
seguro para ciclistas e pedestres.

Montreal, Canadá e suas ruas com modera-


ção de tráfego como estímulo a caminhabili- Rua dos Carijós, em Belo Horizonte(Fonte ITDP- Brasil)
dade. Foto78: Rua Carijós/BH

Madri, Espanha proibiu os automóveis em


certas ruas do centro da cidade, e durante o
mês de janeiro ruas são fechadas a automó- Madri, Espanha Montreal, Canadá
veis e a região peatonal se amplia ainda Foto79: Montreal /Canadá Foto80: Madri/Espanha

mais.

Moderação de tráfego
Fonte: archdaily.com.br Fonte: archdaily.com.br

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8.REFERÊNCIAS DE
REQUALIFICAÇÃO
O projeto de intervenção temporária da
Praça Getúlio Vargas Filho, em São Miguel
Paulista/SP, considerou os percursos já
realizados por pedestres. A intervenção
temporária visou uma cidade mais humana
ao priorizar o usuário e estimulando a
apropriação do espaço público.

A Rua Joel Carlos Borges no Brooklin, São


Paulo passou por uma requalificação, para
oferecer melhores condições de segurança e
acessibilidade às milhares de pessoas que
Foto81: Praça Getulio V. Filho
circulam por ali todos os dias, pois esta dá Fonte: ITDP - Brasil
acesso à estação Berrini, na zona sul da
cidade: no horário de pico da manhã, entre
7h e 8h, transitam cerca de 1800 pessoas a pé
e apenas 67 veículos após a intervenção.
Antes Depois

Foto82: R. Joel Carlos Borges(antes) Foto83: R. Joel Carlos Borges(depois)


Fonte: archdaily.com.br

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públicos, tipos diferentes de pisos em Ao verificar um trecho de menos de 100m
9.CONSIDERAÇÕES espaços curtos e a falta de manutenção da área de estudo, no Centro, Av. Gov.
FINAIS comprometem o ritmo de caminhada e sua
segurança.
Leonel de Moura Brizola esquina com a
Nilo Peçanha (Fotos:64,65), vários pedes-
Comparando os dados coletados nos dois tres arriscavam-se na via carroçável, em
bairros pode se concluir que, as pessoas O mobiliário urbano cria verdadeiras um trecho de calçada que varia entre 1,50m e
tendem a se adaptar ao ambiente em que barreiras nestas regiões , principalmente as 1,80m de largura , o que na verdade é inade-
circulam apesar de não ter uma imagem instalações irregulares de abrigos de quado para o fluxo de 60 pessoas por minuto
definida dos bairros , as características que pontos de ônibus, cabines de fiscais ou naquela área e, que seguindo as normas de
se destacam são a linha do comércio varejis- mesmo vendedores ambulantes entre acessibilidade (NBR 9050,pp55) a mesma
ta e do grande fluxo de pessoas nestas outros, pois geram disputa de espaço do deveria ser de 3,35m. No entanto o afunila-
regiões, com um panorama de fachadas pedestre com as filas dos usuários do trans- mento da calçada é perceptível a olho nu ,
atrativas no percurso de embarque ou porte público e diferentes obstáculos, no isso ocorre pois a largura das calçadas nessa
desembarque do transporte público atraídas geral o mesmo prefere desviar pelo leito região são irregulares, variando de 1,50m a
pelo movimento natural de pedestres carroçável para evitar confronto. As entre- 4m. Esse tipo de problema vendo sendo
naquelas regiões. Contudo surgem diferen- vistas revelam ainda, contrastes dos servi- tratado de diferentes formas desde projetos
ças entre a satisfação com o ambiente e infra ços e das condições estruturais recebidos em complexos a requalificações dos espaços
estrutura os quais dão preferencial a cada área, onde no Centro com um amplo públicos (Pág.41,42) visando melhorar a
instalação comercial e a circulação de comércio varejista e consequente renda mobilidade do pedestre ao redor do mundo.
veículos auto motores ao invés de favorecer mensal maior, bem como a escolaridade por
os pedestres. pessoa desfruta de uma rede de calçamento Em geral bairros menores tem tendência a
em melhores condições, mesmo não sendo uma maior circulação peatonal devido ao
O uso misto do solo urbano garante longevi- completas. Mas há urgência no emprego das baixo número de veículos auto motores, no
dade a cidade e aumenta a sensação de normas de acessibilidade, instalação de piso entanto devido a centralidade da Av. Gov.
segurança pública do pedestre/usuário , mas tátil , travessias seguras com as rampas em Leonel de Moura Brizola e seu alto fluxo de
sua segurança viária depende de aplicação ângulo e condições adequadas , a instalação veículos no bairro do Gramacho juntamente
das normas de trânsito e acessibilidade. Nos de piso inter travado deveria ser padroniza- com a proximidade da linha férrea há um
trechos em que foi aplicado a ferramenta do do na região, pois é de fácil e manutenção impacto na mobilidade urbana deste bairro,
Índice de caminhabilidade do ITDP Brasil assim como regular o limite de velocidade seja ela veicular ou peatonal transformando
constatou-se que as queixas dos entrevista- em área urbana preparando a cidade para o mesmo em rota de passagem.
dos tem fundamento, os dois bairros não pessoas e não para os automóveis.
tiveram boas pontuações nos espaços

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Por ser um área predominantemente menor existem riscos que podem expor melhor já que, com entrevistas e visitas de
residencial isso vem a sobrecarregar sua pedestres e ciclistas. Neste tipo de cruza- campo permitem identificar o público em
infra estrutura . A imagem do bairro se mento a calçada deve ser estendida criando geral a ser atendido, assim como os seus
estabelece em poucos marcos sendo o uma área de proteção para o pedestre e subgrupos e, ainda um reconhecimento mais
principal a estação de trens para os transe- instalada uma elevação de piso que obriga os detalhado da área a ser estudada ou que
untes, já para os moradores as referências motoristas a redução de velocidade. Em deverá sofrer intervenção.
tomam outras formas como por exemplo a visita de campo verificou-se dois exemplos
fachada da igreja (na Av. Darcy Vargas) ou a que precisam da intervenção prioritária Infelizmente neste estudo foi necessário
rua da escola (na Av. Rio Branco), já que o sugerida acima , o primeiro da Av. Gov. usar dados de outras cidades como parâme-
bairro que tem a função de rota para acessar Leonel de M. Brizola com a R. Manoel tros de comparação, mas vale a pena frisar
o transporte público recebe o impacto de Telles , no Centro e, o segundo cruzamento que a mobilidade urbana mundial está
circulação de um grupo a mais de pedes- da Av. Gov. Leonel de M. Brizola com a Av. sendo repensada de modo a priorizar os
tres, aqueles que circulam ali exclusivamen- Darcy Vargas no Gramacho. meios de transporte que promovem a
te para «pegar uma condução » , no entanto Dados sobre segurança pública e viária, equidade, o benefício social e com menores
sua rotina é semanal com urgência para números sobre os usuários de transporte danos ao meio ambiente. Logo a prioridade
chegar ao destino, geralmente trabalhado- público são extremamente importantes para deve ser dos pedestres principalmente
res ou estudantes com limite de horário. As se desenvolver ferramentas de análise de aqueles com mobilidade reduzida, crianças,
más condições das calçadas tem um impac- regiões e desenvolvimento de projeto idosos e mulheres com carrinhos de bebê,
to negativo na rotina dessas pessoas, que urbano, no entanto esses dados não foram assim como orienta PDP aos municípios.
são pedestres/usuários mas, não moradores fornecidos pelos órgãos responsáveis para Afinal o direito de ir e vir é garantido na
locais, a ausência de calçadas e a urgência da este estudo. A maioria das grandes cidades Constituição Federal a todos os cidadãos e
sua viagem a pé em determinada região disponibilizam esses dados ao público não somente aos donos de veículos.
estimula o pedestre a usar as vias de rola- através de seus sites na Internet. A dificul-
mento e a correr riscos de vida. A forma dade em conseguir determinados índices e
urbana pode comprometer a segurança do dados sobre o que acontece na cidade
pedestre e privilegiando o automóvel com prejudica não só um estudo comparativo
cruzamentos implantados de forma inade- como este, mas atrasa a intervenção urbana
quada. Nos cruzamentos de uma avenida nas áreas com maiores necessidades. Enfim,
principal como por exemplo a Av. Gov. cada metodologia/ferramenta tem a sua
Leonel de Moura Brizola com uma rua relevância num estudo de campo. No entan-
to usadas em conjunto permite uma análise

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10.REFERÊNCIAS
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TCC 2018.1 Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos, Brasil, 2004.
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«Há um gosto de vitória e encanto na condição de ser
simples. Não é preciso muito para ser muito.»
(Lina Bo Bardi)

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