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Apêndice Documental B3
INÍCIO SEGUINTE ANTERIOR
Documento nº 12
Declaração de Emídio Guerreiro10
Frente Portuguesa de Libertação Nacional
Presidente: general Humberto Delgado
Argel, 5 de Dezembro de 1964
(Rubrica de HD)
Anexo do doc. nº 30. Documento nº 1
O presidente do Comité Pró-Libertação de Portugal (Paris), que
ainda é o delegado (em França) do muito importante sector do
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Documento nº 13
Comunicado
1. Dificuldade de apresentar toda a verdade.
Circunstâncias de segredo a que a cortesia internacional força
vedam-nos, a possibilidade, ao menos por agora, de apresentar à
oposição portuguesa toda a verdade sobre certas facilidades de que
um grupo, aproveitando a força do PC clássico, se apoderou,
quando o general Humberto Delgado estava ausente da Argélia.
Nestas condições falta ao presente comunicado certa substância
que se desejaria dar e se apresentará quando a oportunidade
surja.
2. A oposição portuguesa em Argel
O artigo anexo do nº 95 da Révolution Africaine dá em traços
largos um pouco do que se passa. Acrescente-se que em Argel, ao
contrário do que se julga em Portugal e no mundo, a população
portuguesa emigrada é ridiculamente pequena: apenas quarenta
pessoas (incluindo mulheres), em Argel, o que não pode deixar de
imprimir aos assuntos o ar de pequena aldeia com todas as
inerentes más características. Agrava-se a questão por não haver
operários, mas apenas indivíduos de tipo intelectualizado.
A composição populacional, na cidade, grosso modo, é a seguinte:
— Um terço pertence ao P.C. clássico;
— Um terço é uma família muito falada por representar caso típico
de nepotismo disfarçado em perseguição política.
— O terço restante divide-se por outras facções e não alinhados.
3. O terror entre a população.
Despotismo. À chegada do presidente da Junta Revolucionária
Portuguesa a Argel, a população portuguesa estava aterrorizada e
com razão. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Argélia por
cortesia pedia informações à extinta ‘Comissão Delegada’ a
respeito dos portugueses, antes da sua entrada ou saída. Então
aquela comissão demorava ou não informava os processos. Citam-
se dois casos típicos referente a pessoas que estavam demoradas
no estrangeiro à espera do visto, sem razão visível. Tratava-se de
família, de oposicionistas em más relações pessoais e políticas com
elementos da ‘Comissão Delegada’, que transitaram para a Junta.
Por outro lado, esses mesmos indivíduos, da Comissão ou da Junta,
com o delegado do P.C. clássico à frente, queriam que
o presidente da Junta usasse represálias e a sua posição para
perseguir e até obter a expulsão de inimigos pessoais ou políticos,
embora oposicionistas. O general Humberto Delgado negou-se a
fazê-lo.
4. Posição estranha do PCP.
No dia 31 de Julho de 1964 o delegado do PC clássico insistia
que se despedisse um funcionário (exactamente o que acompanhou
o general a Beja na noite da revolta) com base de que ele
procuraria armas para a FAP (Frente de Acção Popular), facção
dissidente do PC. Clássico!!! No mesmo dia votou contra proposta
apresentada pelo general no sentido de se montar uma acção de
força partindo do exterior, recrutando portugueses onde os
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Argélia.
De qualquer forma convém esclarecer um erro frequente: o
general Delgado não deixou o Brasil em 1963 para vir rumo à
Argélia como presidente de qualquer Junta, que nem existiu até
1964, mas sim na sua capacidade de candidato à presidência da
República, símbolo da oposição, e que estaria como chefe de
Estado em Lisboa, não fora a inconcebível fraude das eleições. Pelo
menos assim o disseram em 1958 todos os sectores da oposição, e
assim se afirma bem claro, em especial para informação das
autoridades argelinas e da imprensa internacional.
118, Bd. Salah Bouakouir, 5ème étage, ALGER - ALGERIE
Documento nº 14
A Suas Excelências:
O Presidente da República Argelina Democrática e Popular
Ministro da Defesa Nacional
Ministro dos Negócios Estrangeiros
Ministro da Orientação Nacional
Ministro das Comunicações e Transportes
Excelências,
1. Motivo do Memorando
Depois do que alguns chamaram a terceira conferência da Frente, e
que não teve a representação das forças democráticas
portuguesas, um pequeno grupo de cinco indivíduos de
nacionalidade portuguesa, uma espécie de ‘auto nomeados’
(segundo a desigação corrente) visitou as autoridades argelinas
para as persuadir de que não existia nenhuma entidade política em
Argel! Algumas autoridades e alguns jornais parece que
acreditaram nisso. É preciso, por consequência, que eu abandone a
posição até agora adoptada por mim, que tem sido a de evitar
escândalos relacionados com as ‘misérias’ inerentes aos meios
oposicionistas em exílio prolongado e consequentemente próprios
também da oposição portuguesa que existe há mais de 30 anos!
Perante o abuso e prejuízo para a causa do nosso país torna-se
necessário esclarecer o caso.
2. A origem da ofensiva. O ataque aconteceu:
(a) Depois da minha recusa em 31.07.64 de perseguir os
dissidentes revolucionários do Partido Comunista pacifista e de
recusar pedir a sua expulsão.
(b) Depois do delegado do Partido Comunista ter votado (no
mesmo dia), contra a minha proposta visando uma operação de
desembarque em força em Portugal, simultaneamente com acções
internas. (Esta proposta tinha sido feita depois de uma entrevista,
na véspera, com a mais alta personalidade indicada para o efeito e
que nos tinha garantido tudo o que era necessário, excepto homens
evidentemente).
3. Esclarecimento decisivo.
Documento nº 15
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Documento nº 16
Comunicado
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Documento nº 17
Mensagem de fim de ano de Humberto Delgado13
Ao Povo Português
Portugueses!
Este ano não tive possibilidade material de endereçar-vos a
mensagem anual de Natal e no Novo. Sabereis que eu andava
trabalhando pró Revolução. Realmente descobriu-se que eu fora à
Europa, clandestinamente, a tratar militar e diplomaticamente da
revolta, sendo assim meu nome lançado pelas agências urbi et
orbi.
Sabeis também a esta hora que tive oportunidade de reunir
novamente, algures na Europa, elementos representativos dos
sectores que desejam a revolução a prazo curto. Realmente, em
comunicado de uma dúzia de linhas afim de evitar frases
estereotipadas, gastas, cediças e inúteis, se fixaram directivas no
sentido de que a Frente Portuguesa acelere os preparativos da
revolução.
Posso hoje dizer-vos, com certa mágoa, que, se no momento não
estamos mais avançados, o facto se deve às repercussões no
estrangeiro do que é inevitável após trinta e oito anos de ditadura,
especialmente entre latinos, os eternos emocionais. Pior ainda no
caso dos portugueses, fortemente alvejados psicologicamente
como foram, pelo destino, do volte-face da história nas planícies de
Alcácer Quibir, em 1578, onde enterrámos a nacionalidade e onde
começámos a decadência. Isto nos grandes planos. Nos pequenos
planos e na actualidade, muitos espíritos obliteraram-se, passando
a pensar em termos locais em vez de nacionais, ou em termos de
‘clube’ em vez de ampla agremiação. Não nos admiremos muito,
pois que a respeito do tempo que antecedeu a invasão dos liberais
em Portugal, já Oliveira Martins nos disse que em Plymouth,
Inglaterra, onde estavam os emigrados, ‘cada companhia era um
clube e cada batalhão um partido’.
Agora, o papel e a palavra durante trinta anos substituíram a bala.
Na verdade, desde 1931 isto é, desde o tempo em que eu era um
jovem tenente aviador, a oposição só foi capaz de voltar a pôr uma
revolta na rua no 1º de Janeiro de 1962. E ainda assim foi preciso
eu enviar emissários do Brasil a Portugal, dentre eles o bravo e
mártir Manuel Serra, a quem infelizmente não cheguei a dar um
abraço em Beja, apesar de também eu ter entrado em Portugal na
noite da véspera da revolta.
Acresce que uma e outra dessas revoluções representaram apenas
pequenos fogachos, a despeito de a última abranger só gente que
nada tinha de ligações com a Iª República e portanto estar mais à
vontade psicologicamente para se revoltar.
Mas se recordei a revolta de Beja, não o fiz na ideia de apenas
homenagear os camaradas que valentemente nesse dia quebraram
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Viva a Liberdade!
Viva a IIª República!
Pró-Portugal Liberto
General Humberto Delgado, Presidente
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