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NOME: _________________________________________ NR.

_____TURMA: _____

TRABALHO DE COMPENSAÇÃO – PORTUGUÊS 2º ANO

1. Lê o texto com atenção e, de seguida, responde às questões:

A IGNORÂNCIA DOS NOSSOS UNIVERSITÁRIOS


1 Enquanto Portugal se ri da auxiliar de acção médica concorrente da Casa dos Segredos, que
julga que África é um país da América do Sul, a SÁBADO fez um teste básico a 100 alunos de
universidades de Lisboa. […]
Ana Amaro, de 18 anos, que frequenta a licenciatura com o mestrado integrado em
5 Psicologia do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), está a fumar à porta da faculdade,
em Alfama. Aceita participar no teste de cultura geral da SÁBADO (20 perguntas, divididas por dois
questionários de 10, ambos com um grau de dificuldade mínimo), mas está mais preocupada em
acabar o cigarro. À quinta questão (qual é a capital dos Estados Unidos?), começa a atrapalhar-se.
“Estados Unidos...? A esta hora é muita mau”, queixa-se. Não são 7h, são 13h30, e os colegas
10 começam a sair para o almoço. Mas Ana parece ter acordado há 10 minutos, suspeita que a própria
confirma.
A partir daí, é sempre a cair.
Não sabe quem escreveu O Evangelho Segundo Jesus Cristo, quem fundou a Microsoft,
quem é Maria João Pires nem que instrumento toca. E não parece preocupada. Afinal, acabou de
15 acordar.
“Não dei isso no 12.º ano”, “Cinema não é comigo”, “Não me dou bem com a literatura” – na
arte de justificar a ignorância, os estudantes universitários inquiridos pela SÁBADO têm nota
máxima. “Se perguntasse alguma coisa de psicologia, agora cultura geral...”, diz Janine Pinto,
optando pela desculpa número um.
20 – Quem pintou o tecto da Capela Sistina?
– Ai, agora... Tudo o que tem a ver com capelas e igrejas não sei (desculpa número dois dos
universitários).
– E quem escreveu O Evangelho Segundo Jesus Cristo?
– Eh pá! Coisas com Jesus Cristo?! Sou fraca em religião ... (desculpa número três).
25 E se é que isto serve de desculpa, aqui vai a número quatro: Janine, tal como muitos outros
inquiridos, não está num curso de Teologia, nem de Artes.
Mas Bruno Marques, 18 anos, no 1.º ano de Ciências da Cultura na Faculdade de Letras,
escorrega num tema que deveria dominar.
– Quem é Manoel de Oliveira?
30 – Já ouvi falar, mas não sei quem é.
– Estás em Ciências da Cultura. Dás Cinema?
– Sim, algumas coisinhas, mas não sei... […]

18-11-2011, por André Barbosa e Tânia Pereirinha


In Site da revista Sábado (cons. dia 13/05/2013)

1.1. O artigo versa sobre


a) as diferenças culturais entre jovens universitários.
b) o nível deficitário de cultura geral entre os inquiridos.
c) a cultura em várias camadas da sociedade.
d) a necessidade de se mudarem os programas escolares para melhorar os conhecimentos
dos alunos.

1.2. A primeira oração do texto é uma oração


a) subordinada adverbial final.
b) subordinada adjetiva relativa restritiva.
c) subordinada substantiva completiva.
d) subordinada adverbial temporal.

1.3. Com o uso da conjunção “mas” (l. 7) assegura-se a coesão


a) interfrásica.
b) frásica.
c) referencial.
d) lexical.
1.4. No complexo verbal “começa a atrapalhar-se” (l. 8) deparamo-nos com um verbo auxiliar
a) aspetual.
b) temporal.
c) modal.
d) da voz passiva.

1.5. Com a resposta “A esta hora é muita mau” (l. 9), a inquirida desrespeita a coesão
a) referencial.
b) frásica.
c) lexical.
d) interfrásica.

1.6. A omissão do sujeito de formas verbais como “queixa-se” (l. 9) não torna a frase
agramatical devido à coesão referencial com o recurso à
a) anáfora.
b) catáfora.
c) correferência não anafórica.
d) elipse.

1.7. No que concerne ao constituinte “escorrega num tema que deveria dominar” (l. 28),
assinala a única opção incorreta:
a) A palavra “que” é um pronome relativo.
b) A oração “que deveria dominar” é uma oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
c) O verbo “escorregar” é transitivo direto.
d) A palavra “num” resulta da contração da preposição “em” com o artigo indefinido “um”.

2. Responde às questões:

2.1. Classifica a oração destacada no enunciado “que julga que África é um país da América
do Sul” (ll. 1-2).

2.2. Indica a função sintática desempenhada pelo constituinte sublinhado em “na arte de
justificar a ignorância” (ll. 16-17).

2.3. Destaca a oração subordinante do enunciado “Enquanto Portugal se ri da auxiliar de


acção médica concorrente da Casa dos Segredos, que julga que África é um país da
América do Sul, a SÁBADO fez um teste básico a 100 alunos de universidades de
Lisboa.” (ll.1 -3)

II
1. Lê o texto com atenção e, de seguida, seleciona as opções corretas:

A IGNORÂNCIA DOS NOSSOS UNIVERSITÁRIOS (parte II)


1 Pedro Besugo, 18 anos, estreante no curso de Turismo da Lusófona, admite não saber qual é
a capital de Itália. Perante a insistência da SÁBADO (“Então estás a tirar Turismo e não sabes?”),
responde: “Será Florença?” Não é. Como também não é Veneza, nem Milão ou Nápoles, como
outros responderam.
5 Não saber quem pintou a Capela Sistina ou Mona Lisa (um aluno responde Miguel Arcanjo;
outro Leonardo di Caprio) é igualmente grave. Talvez não tanto como pensar que África é um país
da América do Sul ou não fazer ideia do que é um alpendre. Mas Cátia Palhinhas, do reality show
Casa dos Segredos 2, autora destas e de outras respostas, que põem o público a rir, não
frequenta o ensino superior – é auxiliar de acção médica e está a tirar o 12.º ano à noite no
10 programa Novas Oportunidades.
Aos 22 anos, sonha tornar-se “conhecida e vencer na televisão”. Por isso, não está nada
preocupada em saber qual o maior mamífero do mundo – “É o dinossauro!”, disse há umas
semanas.
Há universitários que respondem “mamute” à mesma questão. Catarina, 20 anos, aluna de
15 Psicologia do ISPA, fica na dúvida: “É o elefante. É o mamute. É o elefante. Acho que é o elefante.
O elefante é de África e o mamute da Antárctida”.
Tal como Cátia, da Casa dos Segredos 2, Daniela Rosário, de 20 anos, a frequentar o 1.º
ano de Geografia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa,
entusiasma-se quando sabe que há uma câmara de filmar (pode ver algumas das respostas no site
20 da SÁBADO). É a única em 100 entrevistados que não teme ver registados os seus disparates.
Mas as coisas começam a correr mal assim que se fala em Capela Sistina: “É melhor nem pensar,
nunca me dei bem com História.” Cinema também não é o seu forte. Questionada sobre quem
protagonizou o filme “O Padrinho”, só se lembra de John. Já seria mau. Mas agrava-se: “É John
qualquer coisa. John... Johnny English!”, diz, a rir-se.
25 Se Francis Ford Coppola tivesse convidado Rowan Atkinson, o famoso Mr. Bean e
protagonista de Johnny English, para interpretar Don Vito Corleone na sua obra-prima de 1972,
teria hoje um filme sobre a máfia italiana representado em mímica e com os diálogos resumidos a
grunhidos. Ou uma película de acção descontrolada com Keanu Reeves ou Tom Cruise, como
respondeu Soraia Correia, 19 anos, do 1.º ano de Psicologia do ISPA.

18-11-2011, por André Barbosa e Tânia Pereirinha


In Site da revista Sábado (cons. dia 13/05/2013)
a.
1.1. Identifica a função sintática desempenhada pelo constituinte sublinhado em “ Pedro Besugo, 18
anos, estreante no curso de Turismo da Lusófona, admite não saber qual é a capital de Itália.” (ll.
1-2).
a) Predicativo do sujeito. c) Complemento direto.
b) Modificador apositivo. d) Modificador de frase.

1.2. O sujeito da primeira oração da frase “Há universitários que respondem “mamute” à mesma
questão.” (l. 14) é um sujeito
a) simples. c) nulo subentendido.
b) composto. d) nulo expletivo.

1.3. Classifica a oração sublinhada em “É a única em 100 entrevistados que não teme ver registados
os seus disparates.” (l. 20).
a) Oração subordinante. c) Oração coordenada copulativa.
b) Oração subordinada adjetiva relativa d) Oração subordinada adverbial
restritiva. comparativa.

1.4. Com o uso da palavra “seu” (l. 22), os autores recorrem à coesão referencial, fazendo uso
a) da anáfora. c) da elipse.
b) da catáfora. d) de um correferente não anafórico.

1.5. O uso dos dois pontos na linha 23 com a intenção de introduzir o discurso direto permite a
coesão
a) frásica. c) lexical.
b) interfrásica. d) referencial.

1.6. Entre as expressões sublinhadas no enunciado “convidado Rowan Atkinson, o famoso Mr. Bean
e protagonista de Johnny English” (ll. 25-26) existe a coesão referencial graças à utilização de
a) anáforas. c) elipses.
b) catáforas. d) correferentes não anafóricos.

1.7. Classifica a oração “para interpretar Don Vito Corleone na sua obra-prima de 1972” (l. 26).
a) Oração coordenada conclusiva. c) Oração subordinada adverbial final.
b) Oração adjetiva relativa explicativa. d) Oração subordinada substantiva completiva.

2. Responde às questões:

a. Identifica a função sintática desempenhada pelo constituinte sublinhado na frase


seguinte: “Pedro Besugo, 18 anos, estreante no curso de Turismo da Lusófona, admite
não saber qual é a capital de Itália.”(ll. 1-2).

b. Indica a subclasse da conjunção sublinhada em “Como também não é Veneza, nem


Milão ou Nápoles, como outros responderam.” (ll. 3-4).

c. Refere o correferente não anafórico da expressão “obra-prima de 1972” (l. 26).


III
1. Lê o texto com atenção e, de seguida, seleciona as opções corretas:

1 A casa que os Maias vieram habitar em Lisboa, no outono de 1875, era conhecida
na vizinhança da rua de S. Francisco de Paula, e em todo o bairro das Janelas Verdes,
pela casa do Ramalhete ou simplesmente o Ramalhete. Apesar deste fresco nome de
vivenda campestre, o Ramalhete, sombrio casarão de paredes severas, com um renque
5 de estreitas varandas de ferro no primeiro andar, e por cima uma tímida fila de
janelinhas abrigadas à beira do telhado, tinha o aspecto tristonho de Residência
Eclesiástica que competia a uma edificação do reinado da Sr.ª D. Maria I: com uma
sineta e com uma cruz no topo assimilar-se-ia a um Colégio de Jesuítas. O nome de
Ramalhete provinha de certo dum revestimento quadrado de azulejos fazendo painel
10 no lugar heráldico do Escudo de Armas, que nunca chegara a ser colocado, e
representando um grande ramo de girassóis atado por uma fita onde se distinguiam
letras e números duma data.
[…]
Este inútil pardieiro (como lhe chamava Vilaça Júnior, agora por morte de seu
15 pai administrador dos Maias) só veio a servir, nos fins de 1870, para lá se
arrecadarem as mobílias e as louças provenientes do palacete de família em Benfica,
morada quase histórica, que, depois de andar anos em praça, fora então comprada por
um comendador brasileiro. Nessa ocasião vendera-se outra propriedade dos Maias, a
Tojeira; e algumas raras pessoas que em Lisboa ainda se lembravam dos Maias, e
20 sabiam que desde a Regeneração eles viviam retirados na sua quinta de Santa Olávia,
nas margens do Douro, tinham perguntado a Vilaça se essa gente estava atrapalhada.
- Ainda têm um pedaço de pão, disse Vilaça sorrindo, e a manteiga para lhe
barrar por cima.
Os Maias eram uma antiga família da Beira, sempre pouco numerosa, sem linhas
25 colaterais, sem parentelas - e agora reduzida a dois varões, o senhor da casa, Afonso
da Maia, um velho já, quase um antepassado, mais idoso que o século, e seu neto
Carlos que estudava medicina em Coimbra. Quando Afonso se retirara
definitivamente para Santa Olávia, o rendimento da casa excedia já cinquenta mil
cruzados: mas desde então tinham-se acumulado as economias de vinte anos de
30 aldeia; viera também a herança dum último parente, Sebastião da Maia, que desde
1830 vivia em Nápoles, só, ocupando-se de numismática; - e o procurador podia
certamente sorrir com segurança quando falava dos Maias e da sua fatia de pão.
A venda da Tojeira fora realmente aconselhada por Vilaça: mas nunca ele
aprovara que Afonso se desfizesse de Benfica - só pela razão daqueles muros terem
35 visto tantos desgostos domésticos. Isso, como dizia Vilaça, acontecia a todos os muros.
O resultado era que os Maias, com o Ramalhete inabitável, não possuíam agora uma
casa em Lisboa; e se Afonso naquela idade amava o sossego de Santa Olávia, seu neto,
rapaz de gosto e de luxo que passava as férias em Paris e Londres, não quereria,
depois de formado, ir sepultar-se nos penhascos do Douro. E com efeito, meses antes
40 de ele deixar Coimbra, Afonso assombrou Vilaça anunciando-lhe que decidira vir
habitar o Ramalhete! O procurador compôs logo um relatório a enumerar os
inconvenientes do casarão: o maior era necessitar tantas obras e tantas despesas;
depois, a falta dum jardim devia ser muito sensível a quem saía dos arvoredos de
Santa Olávia; e por fim aludia mesmo a uma lenda, segundo a qual eram sempre
fatais aos Maias as paredes do Ramalhete, «ainda que (acrescentava ele numa frase
meditada) até me envergonho de mencionar tais frioleiras neste século de Voltaire,
Guisot e outros filósofos liberais...»
QUEIRÓS, Eça de, Os
Maias, cap. I.

1. A oração “que os Maias vieram habitar em Lisboa” (l. 1) é uma oração


a) subordinada adverbial espacial.
b) subordinada substantiva completiva.
c) subordinada adjetiva relativa restritiva.
d) subordinada substantiva relativa sem antecedente.

2. A palavra “ou” (l. 3) pertence à classe


a) das conjunções.
b) dos advérbios.
c) das preposições.
d) dos nomes.

3. A palavra “”Ramalhete” (l. 3) foi formada por


a) composição morfossintática.
b) parassíntese.
c) prefixação.
d) sufixação.

4. A locução “Apesar de(este)” (l. 3) apresenta uma ideia de


a) alternativa.
b) contraste.
c) causa.
d) finalidade.

5. A palavra “renque” (l. 4) é um nome


a) comum não contável.
b) comum coletivo contável.
c) próprio.
d) comum não contável.

6. No enunciado “e por cima uma tímida fila de janelinhas abrigadas à beira do


telhado” (l. 5) estamos perante
a) uma metáfora.
b) uma enumeração.
c) um oxímoro.
d) uma personificação.

7. A oração “que competia a uma edificação do reinado da senhora D. Maria I” (ll. 6-7)
é
a) adjetiva restritiva.
b) substantiva completiva.
c) adverbial concessiva.
d) adverbial condicional.

8. A palavra “girassóis” (l. 10), quanto ao seu processo de formação, é


a) uma palavra derivada por prefixação.
b) uma palavra derivação por prefixação e sufixação.
c) um composto morfossintático.
d) um composto morfológico.

9. No enunciado “Longos anos o Ramalhete permanecera desabitado, com teias de


aranha pelas grades dos postigos térreos, e cobrindo-se de tons de ruína.” (ll. 11-12)
verifica-se
a) uma metáfora.
b) uma hipérbole.
c) uma antítese.
d) um paralelismo.
10. No complexo verbal “fora (…) comprada” (l. 15) o verbo “fora” é auxiliar
a) dos tempos compostos.
b) aspetual.
c) modal.
d) da voz passiva.

11. O constituinte sublinhado em “depois de andar anos em praça, fora então comprada
por um comendador brasileiro.” (ll. 14-15) desempenha a função sintática de
a) complemento oblíquo.
b) complemento do nome.
c) complemento agente da passiva.
d) complemento indireto.

12. Na frase “Ainda têm um pedaço de pão, disse Vilaça sorrindo, e a manteiga para lhe
barrar por cima.” (l. 20) estamos perante um ato ilocutório
a) diretivo.
b) compromissivo.
c) assertivo.
d) declarativo.

13. Na linha 23, a palavra “que” (“que estudava medicina”) trata-se de

a) uma conjunção completiva.


b) um pronome relativo.
c) um determinante interrogativo.
d) uma conjunção comparativa.

14. O constituinte sublinhado em “Os Maias eram uma antiga família da beira” (l. 21)
desempenha a função sintática de
a) complemento direto.
b) predicativo do sujeito.
c) complemento indireto.
d) modificador de frase.

15. Atenta no excerto “e agora reduzida a dois varões, o senhor da casa, Afonso da Maia,
um velho já, quase um antepassado, mais idoso que o século, e seu neto Carlos que
estudava medicina em Coimbra.” (ll. 22-24) e assinala a única alínea falsa:
a) Neste excerto, detetamos alguns modificadores apositivos.
b) Neste excerto, existem duas hipérboles.
c) Neste excerto, temos uma oração adjetiva relativa restritiva.
d) Neste excerto, a palavra “que”, das duas vezes que aparece, pertence à mesma
classe.

16. “Filatelia” está para “selos” como “numismática” (l. 27) está para
a) “moedas”.
b) “cristais”.
c) “pedras preciosas”.
d) “objetos em ouro”.

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