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A evolução do trabalho humano

O trabalho esteve presente desde os primeiros registros de formação de civilizações na


história da humanidade, mas com o passar dos anos acabou se transformando em algo
monótono e insuficiente, onde trabalhar remetia na maioria das vezes a uma simples
obrigação, bastando como argumento, a sobrevivência. Porém, para compreendermos porque
o trabalho dos dias atuais é tão diferente de antigamente é necessário reforçar alguns
acontecimentos marcantes durante esta trajetória.

O primeiro fato que deve ser levado em consideração é o de que nos primórdios das
civilizações o trabalho ocorria de uma forma um tanto quanto natural, onde basicamente o
homem trabalhava para produzir o que seria necessário para manter a si próprio e a sua
família vivos e quando necessitava de alguma coisa a qual não estivesse ao seu alcance,
buscava com outras pessoas, desta forma ocorria o escambo, onde mercadorias e bens eram
trocados entre os homens e também, não existiam vários tipos de classes sociais.

A relação trabalho x homem começou a ser modificada quando surgiu a oportunidade


de uma classe social se sobressair entre outra. Ou seja, o trabalho passou a ser instrumento
para que pessoas enriquecessem através do trabalho alheio e, portanto, pode-se dizer que,
nesta época predominavam os deveres do trabalhador. Outro fato relevante foi a Revolução
Industrial, com ela surgiu uma série de problemas, entre os quais podem ser citados o
desemprego e a exclusão de trabalhadores sem qualificação profissional, isso porque a partir
da revolução as máquinas foram introduzidas em grande escala nas indústrias, desta forma,
muitos trabalhadores foram substituídos e os que permaneceram foram forçados a aprender
como operar estes equipamentos.

Atualmente a tecnologia permite que o maquinário industrial seja atualizado


rapidamente, favorecendo os donos das empresas, pois quanto mais tecnológicas as máquinas,
maior o poder de automação das indústrias, ou seja, geração de lucro cada vez maior para os
grandes empresários. Diante desta situação ocorrem muitos problemas, porém, os três
principais e de maior complexidade são: Como redistribuir o capital que tende a aumentar
cada vez mais, se os empregos tornam-se a cada dia mais escassos? Como reeducar os
cidadãos (de primeiro mundo), para que comecem a projetar suas vidas baseando-se também
no não trabalho? E por último, como reeducar os cidadãos (de terceiro mundo) para que,
visualizem a possibilidade de centrar a vida no trabalho, já que não possuem este hábito?
Para o sociólogo Domenico de Masi uma das soluções seria usar a riqueza para
transformar a vida dos cidadãos, possibilitando o acesso a serviços modernos e atualizados,
incentivando a intelectualidade das pessoas e principalmente a libertação do trabalho escravo,
isto é, transformar o período em que a sociedade vive, tornando-o pós-industrial.

Competências no mercado (antigamente)

“O século XX foi o século do trabalho. Foi o século em que este se tornou o aspecto
central da existência humana. O trabalho deixou de estar submetido aos tempos da natureza e
às variáveis climáticas e passou, ele próprio, a reger o tempo dos homens” (TST 2011, pg. 1).

Lazzaresschi (2016) os sociólogos mais importantes do século XX, Georges


Friedmann, Pierre Naville e Alain Touraine, destacavam o tempo de formação de um
profissional “da aquisição do saber necessário para as intervenções concretas no processo de
trabalho, como o critério determinante do grau de qualificação profissional e da diferenciação
entre profissões, ofícios e empregos”.

De acordo com Lazzaresschi (2016) no fordismo a opção era pela desqualificação em


relação a maioria das tarefas no chão da fábrica, inclusive em algumas atividades de
escritório, citadas pelo próprio Ford em sua obra sobre sua fábrica de automóveis.

Ne década de 1950, o recurso humano de uma indústria era basicamente constituído


por engenheiros, o país seguia uma fase de industrialização, e o RH se resumia ao estudo de
tempos e movimentos, os recursos humanos na visão das empresas não eram vistos como
constituídos por pessoas, mas sim processos (RICCI, 2013).

As organizações estão em constante mudança com relação ao foco de competências


essenciais para se adequarem a globalização do mercado, é importante que profissionais da
área da informação devam reavaliar suas habilidades e amplia-las se necessário para se
incorporarem no mercado em constante mutação (FERREIRA, 2003).

Novas Competências exigidas pelo mercado

Com a atuação do engenheiro atualmente, principalmente nas organizações brasileiras,


pretendemos chamar a atenção para o problema que estamos enfrentando com relação à
formação do engenheiro hoje. Esse engenheiro deverá estar apto a atuar nesse mundo
globalizado e marcado por grandes e rápidas transformações sem precedente na história da
humanidade (Póvoa, 2005).
Foi se o tempo em que um bom engenheiro era aquele que tinha determinadas
competências, hoje a competência é pré-requisito mínimo no mercado de trabalho, mas não é
suficiente. Capacidade de trabalhar em equipe, solidariedade nos relacionamentos
interpessoais são apenas algumas das novas exigências, e de alguma forma isso também tem
que ser trabalhado e/ou incentivado durante a formação acadêmica do aluno (Póvoa, 2005).

O novo engenheiro deverá estar apto a atuar nesse mundo globalizado e marcado por
grandes e rápidas transformações sem precedente na história da humanidade. Vivemos em
uma época baseada na aquisição de novos conhecimentos, de novas formas de aprendizado e
no desenvolvimento de novas competências. Nessa nova realidade, a capacidade de aprender
e adaptar-se às constantes transformações vai determinar o grau de sucesso dos profissionais
globais (Póvoa, 2005).

A sociedade neste início de século vive sob uma economia global baseada na aquisição
de novos conhecimentos, de novas formas de aprendizado e no desenvolvimento de novas
competências (Póvoa, 2005).

Por mais que a competência seja um pré-requisito mínimo no mercado de trabalho


atualmente ainda assim são de grande relevância na hora da contratação por isso dentre as
competências mais exigidas no mercado de trabalho, destacam-se:

 Agilidade na tomada de decisão.


 Espírito empreendedor.
 Foco em resultados.
 Orientação para custos.
 Resiliência.
 Senso de urgência.
 Visão sistêmica.

Formação do engenheiro de produção

O sistema de ensino superior no Brasil, onde se insere os cursos superiores de


Engenharia, é bastante complexo e apresenta deficiência de dados e informações estatísticas
de forma consistente, para o nível de graduação. Para um planejamento adequado de ações ou
mesmo para que, cada professor ou pesquisador possa ter uma visão global da dimensão e dos
números que envolvem o ensino superior e as engenharias, é necessário contar com
informações consolidadas tanto da graduação, como da pós-graduação.
A graduação e a pós-graduação estão intimamente ligadas, pois a primeira oferece a
matéria prima ou material humano para a segunda. A qualidade e quantidade dos egressos dos
cursos de engenharia são determinantes para se garantir o bom desempenho das pesquisas
desenvolvidas na pós-graduação. É, portanto, absolutamente necessário um conhecimento dos
dados disponíveis para o devido dimensionamento dos programas de pesquisa e qualificação
de pessoal a serem desenvolvidos.

A fim de se ter um perfeito entendimento da atual situação do ensino de Engenharia no


Brasil, é importante conhecer a sua história através do tempo. O número de egressos, a
população de engenheiros, a quantidade de cursos de graduação e pós-graduação, o número de
dissertações de mestrado e teses de doutorado, a legislação específica e a política adotada e a
avaliação das Instituições e cursos são também apresentadas.

Segundo Leme (1983), a Engenharia de Produção possui algumas peculiaridades em


relação aos outros ramos de engenharia que merecem ser apresentadas sob a luz de sua
história. A primeira delas é a crise de identidade da Engenharia de Produção no Brasil, que a
perseguiu em boa parte da existência. Em congressos, encontros e seminários da área nas
décadas de 70 e 80, sempre surgiam questões recorrentes sobre o que era a Engenharia de
Produção e o que faziam seus profissionais.

Leme (1983) destaca as três definições mais aceitas na década de 80.

(1) Engenharia de Métodos, estando presente onde quer que seus métodos de análise
fossem utilizáveis;

(2) Campo, na fronteira entre o conhecimento técnico de outras engenharias e as áreas


administrativa e econômica;

(3) Campo específico: estudo, análise e projeto de sistemas integrados de homens,


materiais e equipamentos, informações e ambiente.

A segunda peculiaridade é que a Engenharia de Produção não deveria encontrar-se


associada a nenhum setor industrial em particular, uma vez que seu campo de aplicação se
estende aos vários setores da economia, incluindo o primário e o terciário. Segundo
Schethtman (in BRASIL, 1977, p. 310), “a Engenharia de Produção difere da maioria das
especialidades de engenharia por não ter uma motivação ocupacional relacionada a um
determinado tipo de sistema (mecânico, elétrico, hidráulico, etc.)”.
A terceira é ausência de eventos notáveis como as grandes obras da Engenharia Civil.
Merece destaque, todavia, a organização da empresa brasileira de Correios e Telégrafos que
não funcionava devidamente até a entrada da Engenharia de Produção na Companhia, para
coordenar o planejamento de operações e a logística. Por fim, a quarta peculiaridade é a
pesquisa em Engenharia de Produção. Ao contrário das outras Engenharias, não há institutos
de pesquisa para a área, sendo quase toda ela feita na Universidade, mais especificamente em
cursos de Pós-graduação.

As competências do engenheiro de produção no mercado atual

Atualmente o engenheiro de produção vem se destacando cada vez mais no mercado


de trabalho, buscando sempre melhorar os custos e aumentar a produtividade da empresa.

A formação dos engenheiros de produção com competências apropriadas para se


tornarem profissionais adequados a trabalhar em conjunto, solucionar problemas de maneira
rápida e colaborativa, em redes e seguir as inovações tecnológicas no parque industrial e
também na administração das empresas, obrigações próprias ao contexto da sociedade da
comunicação, revelar-se então ser insuficiente, onde o método tradicional de ensino não é
consentido, de forma apropriada, a obtenção desses objetivos (FARINA, 2008).

Essas competências são muito importantes para o desenvolvimento do engenheiro de


produção, pois faz com que o profissional seja destacado no mercado de trabalho.

Hoje em dia existem várias competências no qual o engenheiro de produção possa ter
condições técnicas e administrativas para administrar e gerir produção em sua carreira
(FARINA, 2008).

As competências a seguir estão destacadas abaixo:

 Melhorias contínuas: ser capaz de dimensionar e integrar recursos físicos, humanos e


financeiros a fim de produzir com mais eficiência e ao menor custo (MATEUS, 2016)
 Tomada de decisão: nada mais é do que utilizar ferramental matemático e estatístico
para moldar sistemas de produção, para que possa ajudar na tomada de decisão (MATEUS,
2016).
 Produtos e processos: é capaz de projetar, praticar e melhorar sistemas, levando em
consideração os espaços e as especialidades das sociedades envolvidas (MATEUS, 2016).
 Resiliência: profissionais positivistas, que sabem enfrentar as limitações do mercado
sem desistir, procurando sempre descobrir oportunidade na crise que serão concorridas nas
empresas (VAGAS, 2019).
 Senso de urgência: nos cenários mais difíceis, tudo parece ser urgente, então, o
profissional deve ter senso de urgência para poder identificar as prioridades e tomar atitudes
com rapidez (VAGAS, 2019).
 Espirito empreendedor: nesse contexto, os profissionais com capacidade mais
empreendedora e que são mais criativos, enxergam oportunidades mesmo em mercados
declinantes e difíceis e, por isso, vão levar vantagem (VAGAS, 2019).
Competências e habilidades para o engenheiro de produção do futuro

O engenheiro de produção, precisa desenvolver diversas competências e habilidades


para ter sucesso. O Engenheiro de Produção contempla aspectos como iniciativa, criatividade,
espírito de liderança, capacidade de adaptação às mudanças, novas funções e impactos
tecnológicos, sólidos conhecimentos humanos, técnicos e gerenciais, compreensão acerca do
cenário competitivo e do meio ambiente, mercado e análise econômico-financeira, dentre
outros. Dessa forma, o perfil do Engenheiro de Produção subentende sólida formação
tecnológica, científica e profissional geral que capacita esse profissional a não somente lidar
eficazmente com novos desafios e tecnologias, mas também o estimular para a atuação crítica
e criativa na identificação/solução de problemas, com base em considerações políticas,
econômicas, sociais, ambientais e culturais, com visão humanística e comportamento ético
para atender às demandas da sociedade.

Competências e habilidades comportamentais

 inteligência e criatividade para criar e encontrar soluções;


 facilidade para se comunicar de modo claro e objetivo;
 proatividade e iniciativa empreendedora;
 capacidade para trabalhar e liderar equipes;
 inteligência emocional;
 pensamento crítico;
 capacidade para lidar com situações de incerteza;
 busca por educação continuada para ficar atualizado com as novidades do ramo.
Competências e habilidades técnicas

 capacidade de dimensionar e integrar os recursos necessários para que a produção seja


eficiente, tenha custo reduzido e receba melhorias;
 conhecimentos matemáticos e estatísticos para modelagem de sistemas;
 capacidade de desenvolver e gerenciar projetos;
 conhecimento de linguagens de programação;
 fluência em línguas estrangeiras;
 conhecimento da legislação da área;
 capacidade de ler, interpretar e se expressar por meio de gráficos;
 conhecimentos de eletrônica, materiais, sistemas elétricos e dinâmicos;
 capacidade de antever e verificar demandas;
 habilidade de negociação;
 responsabilidade social e ambiental;
 capacidade de escolher tecnologias para projetar e melhorar produtos e processos.

Bibliografia consultada

Competência do Engenheiro de Produção- UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA:


disponível em <http://www.ct.utpb.br/dep/contentes/paginas/competências-do-engenheiro-de-
producao> acesso em dezembro de 2019.

FARINA, Renata. Contribuição do Ambiente Virtual de Aprendizagem para o


desenvolvimento de competências do Engenheiro de Produção utilizando o PBL. 2008.
88 f. Dissertação (Mestre em Engenharia de Produção) – Escola de Engenharia, Universidade
de São Paulo, São Carlos, 2008.

FERREIRA, Danielle Thiago. Profissional da informação: perfil de habilidades demandadas


pelo mercado de trabalho. Ciência da informação, v. 32, n. 1, 2003.

Futuro Estudante e Perspectivas Profissionais. Disponível em <http://www.epr.crp.ufv.br/?


page_id=352> acesso em dezembro de 2019.

LAZZARESCHI, Noêmia. Novas competências profissionais e empregabilidade no limiar do


século xxi. Estudos de Sociologia, Vol. 1, n. 22, 2016.

LEME, R. A. S. A História da Engenharia de Produção no Brasil. In: Encontro Nacional


de Engenharia de Produção, III, 1983, São Paulo-SP. Anais.

Pardal, P. J., Lerner, L., O Berço da Engenharia Brasileira, Revista de Ensino de


Engenharia – ABENGE, N.º 16, p. 37, Dez- 1996.

PIRATELLI, Claudio Luis. A engenharia de produção no Brasil. COBENGE. Araraquara-


SP, 2005.
Póvoa, J. M. O Engenheiro, sua formação e o mundo do trabalho. Publicado no XXXIII –
Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia, 2005. Disponível em: <
http://www.abenge.org.br/cobenge/arquivos/14/artigos/SP-3-11555998100-
1119034047613.pdf >. Acesso em dezembro de 2019.

RICCI, Juliana. A Evolução do RH – da década de 30 até o século XXI: Reflexão e crítica


sobre o universo de Recursos Humanos desde o início da proliferação das empresas no
Brasil até os tempos atuais. Disponível em: https://carreiras.empregos.com.br/seu-emprego/a-
evolucao-do-rh-da-decada-de-30-ate-o-seculo-xxi/. Acesso em 7 dez 2019.

Telles, P. C. S. História da Engenharia no Brasil, Claveiro Editoração, Vol. I, 2ª Edição,


650 p., 1994.

TST. Ajustiça do trabalho entre dois extremos: reflexões sobre sua instalação.
Informativo da coordenadoria de gestão documental, 2 de maio de 2011

UNICESUMAR. Perfil de um engenheiro de produção do futuro. Disponível em:


<https://www.unicesumar.edu.br/blog/engenheiro-de-producao-do-futuro/> acesso em
dezembro se 2019.

7 competências mais exigidas no mercado | VAGAS Profissões: disponível em


<https://www.google.com/amps/s/www.vagas.com.br/profissoes/acontece/no-mercado/7-
competencias-mais-exigidas-no-mercado/amp/> acesso em dezembro de 2019.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM

INSTITUTO DE CIENCIAS EXATAS E TECNOLOGIA – ICET

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Competências e inovações no mercado de trabalho


Itacoatiara – Am

2019

ALEXANDRO GUIMARÃES DE SOUZA

EGLESO RIDELY FREITAS DE LUCENA

FRANCIEL ANDRADE DE OLIVEIRA

RONILSON DA SILVA FERREIRA

SUELY RAYNARA PINTO NOGUEIRA

Competências e inovações no mercado de trabalho

Trabalho acadêmico da disciplina


Comportamento Organizacional do Curso
de Engenharia de Produção da
Universidade Federal do Amazonas, sob
orientação da Docente Ednilce Mendes.
Itacoatiara – Am

2019

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