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Embriologia do Sistema Cardiovascular

É o primeiro sistema a se formar no embrião = após os crescimento do embrião, a


difusão não é mais um meio eficiente de nutrí-lo.

O campo cardiogênico se localiza na região anterior do embrião e possui moléculas


sinalizadoras que atuam na formação do coração.

Na terceira semana, o embrião é delimitado pelas membranas orofaríngea e cloacal e


revestido por mesoderma. Esse mesoderma começa a formar as ilhotas sanguíneas, que são
maciças e começam a produzir células sanguíneas. Essas ilhotas então se fundem e adquirem
um lúmen, formando os vasos.

Lateralmente, essas ilhotas são responsáveis pela formação dos cordões endocárdicos
(ou angioblásticos) direito e esquerdo, que são maciços e, após o início da produção de
sangue, adquirem luz e se tornam tubos endocárdicos.

Durante o dobramento lateral do embrião, os cordões endocárdicos se fundem e


originam o ​coração primitivo ou primordial​. Ele se localiza no celoma pericárdico (entre os
celomas pleural e abdominal), cavidade que permite seu crescimento. Com o dobramento
céfalo-caudal do embrião, estimulado pelo crescimento do tubo neural na região do encéfalo,
o coração chega à sua posição anatômica, pois ele é formado anteriormente à boca primitiva.

A partir da quarta semana, o coração primitivo já é capaz de realizar uma contração do


tipo enchente-vazente, que não é coordenada como a dos átrios e ventrículos.

Coração primitivo = bitubular (2 tubos fundidos), com várias constrições e


dilatações, que separam o coração primitivo em porções.

​ irculação no coração primitivo: O sangue entra pela extremidade caudal e sai pela
C
cefálica. O sangue entra pelo seio venoso (formado pelos cornos esquerdo e direito), passa
pelo átrio primitivo, depois pelo ventrículo primitivo, depois pelo bulbo cardíaco e sai pelo
tronco arterioso (trato de efluxo).

Fontes de sangue do embrião: placenta (veias umbilicais), saco vitelínico (veias


vitelínicas) e restante do corpo (veias cardinais).

Saída do sangue​: o sangue sai pelo tronco arterioso, que forma os arcos aórticos na
região dos arcos faríngeos, que se fundem na região dorsal do embrião formando a aorta
dorsal única. Ela se subdivide e origina as artérias segmentares (ou intersegmentares), que vão
irrigar o corpo todo.

Crescimento do coração primitivo + dobramento céfalo-caudal do embrião =


dobramento do coração sobre seu próprio eixo = formato de C (alça bulboventricular), o que
leva o átrio para cima e o ventículo para baixo.
Septação do coração primitivo: a formação das 4 câmaras cardíacas

A migração de células mesodérmicas vai originar uma “parede” entre o átrio e o


ventrículo, os coxins endocárdicos. Esses coxins só são formados nas regiões dorsal e ventral,
o que garante que eles não se fechem totalmente, mantendo abertas uma porção direita e uma
esquerda.

ÁTRIOS: A septação dos átrios ocorre a partir do crescimento do teto do átrio primitivo em
direção aos cozins endocárdicos, formando o septum primum. Ele inicialmente não toca os
coxins, mantendo um espaço para permitir a passagem de sangue entre os átrios, o foramem
primum. Quando o septum primum está quase chegando aos coxins, ele começa a sofrer
cavitações na parte superior, que se fundem no momento em que o septum toca os coxins,
originando o foramem segundo.Então ocorre o crescimento de uma parede do lado direito do
septum primum, o septum segundo. Ele não chega até os coxins, mas sela a passagem de
sangue pelo foramem segundo, que passa a ser chamado de forame oval. A passagem de
sangue é selada por um mecanismo semelhante a uma válvula, que permite a passagem de
sangue do AD para o AE, mas não permite o retorno desse sangue.

O corno esquerdo do seio venoso sofre grande regressão devido ao grande crescimento
do corno direito, restando apenas uma parte que vai dar origem ao seio coronário. Já o corno
direito é incorporado à parede do AD, formando o sinus venarum, a parte lisa da parede do
AD.

O átrio esquerdo incorpora a veia pulmonar primitiva. Devido ao seu crescimento, ele
incorpora também suas 4 ramificações, formando a parede lisa do AE.

VENTRÍCULOS: O septo interventricular se forma a partir da proliferação de mioblastos,


que formam uma “parede” em direção aos coxins endocárdicos. Há permanência de uma
abertura, o forame interventricular, que só se fechan quando forma-se o trato de efluxo do
coração (tronco pulmonar e a. aorta).

As células que migraram das cristas neurais para o bulbo cardíaco e o tronco arterioso
formam evaginações que são denominadas como cristas bulbares e cristas truncais,
respectivamente. Quando ocorre a fusão dessas cristas ela promove a divisão tanto do tronco
arterioso como do bulbo cardíaco em artéria aorta e tronco pulmonar. Essa divisão ocorre de
forma helicoidal e é responsável pela formação do trato de efluxo do coração.

Circulação no embrião com o coração já septado: O sangue mais oxigenado que o embrião
recebe, vem da placenta, pelas veias umbilicais. Metade desse sangue entra no fígado e realiza
circulação hepática. A outra metade desvia-se pelo ducto venoso e vai pra veia cava inferior
(VCI). Na VCI essas duas metades se encontram e caem no AD. 90% do sangue vai do AD
para o AE, passa pela valva mitral, chega ao VE e vai da artéria aorta para o corpo. No
entanto, os 10% que não vão para o AE passam do AD para o VD. Uma pequena parte desse
sangue chega aos pulmões, garantindo a nutrição deles. O sangue que não chega aos pulmões
passa por uma comunicação entre o tronco pulmonar e a artéria aorta, o ducto arterioso.

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