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ARTIGO: A ÉTICA CRISTÃ E A SUA INFLUÊNCIA NO MINISTÉRI

Este trabalho visa demonstrar por meio das escrituras, o conhecimento dos ensinos acerca da
ética cristã no ministério, não fornecendo todas as informações sobre o tema, mas esclarecendo de uma
maneira geral estimulando o postulante ao ministério a buscar os conhecimentos sobre os processos do
ministério, a partir do chamado ao trabalho ministerial diário.

Aqueles que não possuem vocação ministerial ou a certeza dela, a partir da leitura deste trabalho,
conhecerão o universo ministerial e suas implicações em cumprir o chamado de Deus de maneira ética e
em total conformidade com as doutrinas bíblicas, compreendendo melhor a mente e o coração de seus
líderes e, consequentemente, poderão prestar-lhes apoio em suas necessidades no tocante a demanda
do ministério.

PALAVRAS-CHAVE

Ética; Ministério; Obreiro; Moral; Exemplo.

INTRODUÇÃO

Ética é o nome dado ao ramo da Filosofia que se detém na valorização do comportamento


humano. A palavra Ética é derivada do grego (Gr. ethike), e significa tudo aquilo que é pertencente ao
caráter. A Ética estuda a moral, se a associarmos a ética ministerial, podemos dizer que é o estudo
relativo aos valores inerentes a “santidade”.

Consiste da análise da natureza da vida humana, incluindo os padrões do “certo” e do “errado”,


pelos quais sua conduta possa ser guiada e dirigida. Em resumo: “Ética” é na prática aquilo que você
pensa e faz.

A Ética Cristã pode ser definida como um somatório de princípios que se baseiam nas sagradas
escrituras, principalmente nas doutrinas de Cristo e de seus apóstolos, tendo como objetivo servir de
orientação a conduta dos cristãos no tocante ao seu relacionamento com Deus, com o próximo, consigo
mesmo e com a natureza. Resumindo, a ética cristã busca refletir sobre a melhor conduta, acerca do
“dever ser” do cristão, galgando um convívio harmonioso dentro da igreja.

A Ética ministerial é o conjunto de conceitos baseados nas escrituras sagradas, que trata de
maneira mais específica os ensinos de Cristo e das epístolas pastorais, no tocante a fundamentação e
orientação da conduta do obreiro nas mais diversas áreas de atuação ministerial.

Alguns questionamentos podem surgir sobre a importância da Ética no ministério, ou seja, se ela
é realmente necessária na influência do ministério. Por exemplo, o que um comportamento antiético
pode implicar na Igreja local, para a comunidade onde ela está inserida e para a comunidade cristã como
um todo? É possível permanecer ético sem distanciar-se do convívio com não crentes? O isolamento
pode ser uma solução? Não seguir os conceitos éticos seria o mesmo que pecar? Podemos entender
melhor estas questões estudando mais detalhadamente esta disciplina.

Vamos entender melhor a Ética Cristã e a sua influência no ministério, estudando a Ética Cristã e
posteriormente a Ética Ministerial.

1 ÉTICA CRISTÃ

Para o cristão a ética cristã fundamenta-se na palavra de Deus, e possui um conjunto de regras de
conduta. Para se entender melhor o certo e o errado os crentes devem ter como base a Bíblia Sagrada.
O Novo Testamento está repleto de aparições do termo “ética”, que tem como significado conduta,
comportamento, porte e compostura habituais. A ética cristã deve ter como base fundamental o
conhecimento de Deus de acordo com a revelação bíblica, bem como nos ensinamentos de Cristo, de
maneira que “…Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele
que por eles morreu e ressuscitou” – 2 Co 5.15; Ef 2.10. não importa a época, ontem e hoje as definições
de conduta e prática de vida são as mesmas. É possível encontrar na palavra uma base para isso em 1 Co
15.33 onde o apóstolo Paulo diz que: “as más conversações corrompem os bons costumes”. Aqui nos
encontramos as exigências da Ética Cristã. A conduta nada mais é que uma expressão da manifestação
do comportamento da pessoa, vamos observar as três principais evoluções da conduta:

1.1 Moral
A ética possui toda fundamentação básica para que possamos entender os princípios de tomadas
de decisões, bem como a introdução a revolução moral. Podemos ser conduzidos ao conhecimento
moral acerca das obrigações, dos direitos humanos, das condenações atribuídas aos transgressores, da
área sexual e casamento. É dentro desse contexto que surgem indagações como esta: O que motiva o
homem a agir com imoralidade? Podemos responder teologicamente da seguinte maneira: que tal
pessoa agiu assim devido à ausência de Deus em sua vida. Alguém que possui a mente de Cristo não
agiria com mentiras, não seria homicida, não praticaria roubo, nem seria adultero, etc. O Apóstolo Paulo
diz em 1 Co 2.16 “Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a
mente de Cristo”.

1.2 Cristã

Qualquer pessoa que se denomine cristão sofrerá por parte da sociedade como um todo a
cobrança de agir eticamente, afinal, o livro de condutas de um Cristão é a Bíblia Sagrada. Essa afirmação
pode nos deixar reflexivos no que diz respeito as coisas que não devemos fazer. Por isso, devemos ter
como propósito de vida o que o Apóstolo Pedro deixou na sua primeira epístola “sede santos, porque Eu
sou santo” 1 Pe 1.16. Trazendo para a aplicação pessoal significa dizer que o viver de maneira santa é,
que nas nossas boas ações de cristão sejamos o reflexo encontrado na vida e nos ensinamentos de
Jesus.

1.3 Individual

A conduta do ponto de vista individual, expressa que a ética é a ciência da conduta ideal, isto é,
nossa responsabilidade primária. A bíblia ensina em Mateus 5.16 o seguinte: “Portanto, sede vós
perfeitos como perfeito é o vosso Pai Celeste”. Isto nos ensina que a transformação moral nos conduz as
perfeições de Deus. Partindo deste ponto iremos para a transformação de acordo com a imagem de
Jesus, conforme o apóstolo Paulo diz em Romanos 8.29 “Portanto aos que de antemão conheceu,
também os predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho, a fim de que ele seja o
primogênito entre muitos irmãos”. Devemos cuidar de nossa postura espiritual individualmente para
que a transformação gerada por essa atitude venha a refletir em nossa postura pessoal, pois quando o
indivíduo se converte de fato, ele passa a ter uma nova postura pessoal, em 2 Co 5.17 encontramos o
argumento que explica essa nova postura que é gerada por meio de uma vida espiritual: “Se alguém está
em Cristo, é nova criatura as coisas antigas passaram, eis que tudo se fez novo”. A ética cristã tem o
poder de impactar em qualquer sentido uma sociedade corrompida. A ética cristã também pode nos
revelar uma postura submissa ao Espírito Santo, quando por exemplo, um cristão que está sendo
tentado se recusa a pecar, Jesus deixa isso bem claro em Lucas 14.33 “Assim, pois todo aquele que
dentro vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo”. Está aí um exemplo em que
todas as demais éticas podem ser superadas, pelo simples fato de ter sido gerada pelo agir do Espírito
Santo. Quem diz estar no Espírito Santo, também deve andar nEle (Gl 5.25).

A ética cristã também pode impactar alguns grupos individuais: os novos convertidos, a
sociedade, o lar.

Os novos convertidos podem ser exemplos de uma vida transformada pelo Espírito de Deus por
meio do que é gerado em seu interior. Jesus expressou isso a Nicodemos em João 3.3 “[…] aquele que
não nascer de novo, […]”. Isso implica numa real mudança de pensamento conforme Paulo disse em
Romanos 12.2 “[…] sede transformados pela renovação do vosso entendimento […]”.

Individualmente o cristão pode impactar a sociedade por meio de dois valores fundamentais:
servindo de exemplo para as pessoas e combatendo o mal e a corrupção que influencia a sociedade.
Mateus 5.13,14 diz “vós sois o sal da terra, e a luz do mundo”.

O lar é arruinado quando o indivíduo abandona seus valores cristãos: a oração, o culto doméstico
e a meditação diária na palavra de Deus. Quando estes valores são resgatados então os valores éticos
reaparecem. A mulher da parábola de Lucas 15 teve que tomar uma postura para encontrar a dracma
perdida, realizando três coisas fundamentais: acender a candeia, varrer a casa e procurar até encontrá-
la” (Lc 15.8).

2 JUSTIFICATIVAS BÍBLICAS DA ÉTICA CRISTÃ

A Palavra de Deus é o manual de ensino da ética cristã, através do ministério de ensino da palavra
podemos aprender ética e constatar que o ensino de ética cristã é do interesse de Deus, desde o Antigo
Testamento até o Novo testamento podemos constatar a palavra como manual de ensino. No Antigo
Testamento em Êxodo 18.20 o sogro de Moisés o orienta a transmitir ao povo as leis de Deus e o
caminho em que devem andar, já no Novo Testamento, Jesus diz em João 7.16 que a doutrina que Ele
ensina não é dEle, mas sim daquele que o enviou.

2.1 Durante o período da Lei


O Antigo Testamento não ensina apenas a crescer intelectualmente, mas também a transmitir,
podemos citar como exemplo o início da entrada dos Israelitas na terra prometida através da liderança
de Josué. No capítulo 1 do livro de Josué, vemos Deus falando para Josué meditar na Lei e fazer
conforme Moisés havia ordenado anteriormente, com isso, ele seria bem-sucedido e próspero em seus
caminhos. Deus também fala para Josué não deixar de transmitir a Lei (Js 1.8).

2.2 Durante o período dos Reis

Durante o período dos Reis podemos citar como exemplo o Rei Zedequias, este desprezou o
ensino da palavra, o que acabou trazendo desvios de conduta ética, com isso, a ira de Deus veio sobre a
nação de Israel (2 Cr 36.16). Há também o outro lado, quando um Rei resolvia buscar a Deus e o
conhecimento da palavra, a nação passava a prosperar, este caso pode ser exemplificado por meio da
vida do Rei Uzias em 2 Cr 26.3-5, que ao fazer o que era reto diante de Deus e busca-lo, recebeu do
Senhor prosperidade.

2.3 No novo Testamento

O Novo Testamento está abastado de exemplos éticos, diversos personagens demonstraram essa
postura, começando pelo período em que Jesus estava anunciando as boas novas, até o período em que
os apóstolos se espalharam pregando o evangelho. Zaqueu é um exemplo de demonstração de alguém
que foi transformado pela conversão genuína, dividindo metade dos seus bens com os pobres e
prometendo restituir quadruplicado aquilo que ele tenha defraudado de alguém (Lc 19.8). Também
temos o exemplo de Paulo ao escrever uma carta a um homem chamado Filemom. Paulo durante sua
prisão em Roma conhece um homem chamado Onésimo, este era escravo e havia fugido para Roma,
após Onésimo se converter Paulo o envia de volta para seu dono Filemon que além de ser Senhor de
escravos era também membro da igreja de Colossos. Paulo age com ética ao devolver Onésimo a
Filemon, pois, decidiu abrir mão de ter alguém que lhe seria útil para fazer a coisa certa.

2.4 O preço de uma postura antiética

Durante a jornada dos apóstolos podemos observar que as pessoas que os acompanhavam
vendiam as suas propriedades e depositavam o preço aos seus pés. Não havia falta entre eles, todos
eram supridos, mas, neste período houve um caso de quebra da ética. O casal Ananias e Safira (At 5.1-
10) venderam uma propriedade e entregaram metade do valor que adquiriam com a venda, alegando
que aquele valor correspondia ao todo, mentindo ao Espírito Santo supostamente com a intenção de
ganhar prestígio, como consequência, ambos foram punidos com a morte.

3 ÉTICA MINISTERIAL

É a parte da ética que ensina o “modelo” que o postulante a obreiro deve possuir para exercer
seu chamado de maneira eficaz, de modo que Cristo resplandeça em suas atitudes. O Pastor Jhon C.
Maxell diz em seu livro “21 minutos de poder na vida de um líder” uma frase que está situada na
primeira página da nona semana onde o título da lição é “LEI DO MAGNETISMO” o seguinte: “Quem
você é define quem você atrai”. Podemos dizer que o ministério de um servo de Deus é medido pelo
que ele é e pelo que atrai (bodes ou ovelhas?).

Os conceitos e sentimentos guardados no coração de um obreiro irá revelar quem ele é, isso se
dará a partir do momento que este abrir a sua boca para falar, pode-se comprovar isso através das
palavras de Jesus em Mateus 12.34 “… a boca fala do que está cheio o coração”.

3.1 O obreiro como figura de exemplo

“… não dando nós escândalos em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado.”
(II Co.6:3). Estas palavras de Paulo expressam claramente como deve ser a figura do obreiro diante das
pessoas, alguém que não escandaliza. O obreiro deve ser dotado de qualificação moral, primando por
ter bom caráter e conduta. Paulo escreveu uma segunda carta a Timóteo, tratando-o como filho e
encorajando-o a apresentar-se a Deus com caráter aprovado (2 Tm 2.15). Em sua primeira carta a
Timóteo, Paulo pede que Timóteo seja o exemplo diante dos membros da igreja (1 Tm 4.12).

Quanto ao caráter propriamente dito, Paulo ensina a Timóteo como o obreiro deve ser para
possuir boa reputação em 1 Tm 3.2 “Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma
mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar”.

Para que seja feita uma melhor análise do obreiro como figura de exemplo, dividiremos as suas
virtudes:
3.1.1 Verdade estampada no coração

O coração do cristão deve ser íntegro, franco e verdadeiro em todos os aspectos, seja no falar, ou
no viver. O autor de Hebreus diz “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé,
tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa” (Hebreus 10:22).

3.1.2 Não Caluniador

O cristão que possui um bom caráter não denigre a imagem dos outros. Jamais fala mal de
alguém, mas procura ajudar a resolver os diversos problemas que surgem dentro da igreja. É muito
comum as pessoas saírem testemunhando negativamente e caluniosamente acerca dos problemas de
outras pessoas que estão dentro da igreja, e isso pode acabar matando a fé destas pessoas. A bíblia diz
em Provérbios 6.19 que Deus odeia a testemunha mentirosa, e abomina quem semeia contendas entre
irmãos.

3.1.3 Não prejudica o próximo

O cristão deve ter uma postura de respeito por todas as pessoas, não fazendo distinção entre
ricos e pobres, ou entre cargos ministeriais. A má conduta neste sentido pode gerar prejuízos as
pessoas, inclusive injustiças. Em Tiago 1.9 diz que se alguém fizer acepção de pessoas comete pecado.
Em Lucas 16.19 vemos a história do mendigo e do rico, onde o rico teve a oportunidade de favorecer o
pobre, porém este foi injusto com o mendigo prejudicando-o, e como consequência foi atormentado no
Hades após a sua morte, enquanto que o mendigo foi ser amparado no Seio de Abraão.

3.1.4 Se abstém do mal e ama a retidão

Uma postura muito errada no que diz respeito a Ética Ministerial na vida de um cristão é o fato de
algumas pessoas odiarem o próximo por causa de suas más atitudes. A bíblia de maneira nenhuma
ensina alguém a odiar o seu próximo, mesmo este sendo ímpio, mas sim, a odiar o mal praticado. Paulo
disse a igreja em Tessalônica para absterem-se de toda forma de mal, não a odiarem quem pratica o
mal. Não é porque alguém pratica o mal que devo odiá-lo e replicar seus atos.
Devemos separar as coisas, separar o sagrado do secular. Jamais envolver-se em questões tolas
que não estão em conformidade com os ensinos da bíblia. Amós 5.15 diz “Aborrecei o mal, e amai o
bem…”.

3.1.5 Honra suas palavras

O cristão jamais deve prometer algo que não pode cumprir, há pessoas que atém podem cumprir, mas
não se empenham para isso. A pessoa que não se empenha nas palavras é tão desonesta quanto aquele
que não pode cumprir o que promete. A falta de zelo com as palavras faz as pessoas perderem a
credibilidade, por isso, Paulo instrui da seguinte maneira: “Não mintais uns aos outros, pois que já vos
despistes do velho homem com os seus feitos e vos vestistes do novo, que se renova para o
conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.9 e 10).

3.1.6 Cooperador

Um fruto da carne muito difundido nos dias de hoje são as “emulações”. Pessoas competindo por
posições dentro e fora da igreja a qualquer custo. Deus não quer obreiros competitivos, mas sim
cooperadores, empenhados em promover o crescimento da obra de Deus. Como corpo bem ajustado,
devemos cooperar uns com os outros, tornando leve o trabalho do próximo, principalmente cooperando
com o trabalho dos pastores para que estes não o façam com tristeza e pesar. Vejamos as palavras de
Paulo: “Eu plantei; Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. Pelo que, nem o que planta, nem o que
rega é alguma coisa, mas Deus que dá o crescimento” 1 Tm 4.6 e 7.

3.1.7 Administra bem suas finanças

O desejo do consumismo desenfreado tem levado muitos a se afogarem nas dívidas. O dinheiro
bem administrado se torna uma benção, mas se for mal administrado pode custar a vida. Sendo assim, é
necessário que o obreiro adquira seus bens de acordo com suas condições, agindo assim, evitará
envolver-se em dívidas que não conseguirá pagar. A bíblia diz em Provérbios 17:16 “De que serve o
dinheiro na mão do tolo…”.
O obreiro que vive pela ética ministerial, busca ter um bom nome, pois isto é mais valioso do que
obter muitas riquezas (Pv 22.1).

3.2 O Obreiro e suas atitudes

A iniciativa das atitudes de um obreiro deve influenciar positivamente, este deve se abster de
toda má atitude que possa trazer uma influência negativa, por isso, o obreiro deve ser sempre prudente
no que tange seus atos. Sua conduta irá caracterizá-lo diante das pessoas, então este deve possuir
conduta digna de ser imitada. Algumas atitudes devem ser praticadas pelos obreiros, de modo que seu
ministério frutifique e seja digno de ser espelho para as pessoas, vejamos:

3.2.1 Ser cortês

O cavalheirismo é uma atitude que as pessoas sempre vão esperar de alguém que serve, Pedro
deixou um versículo que exorta os convertidos a serem corteses em I Pe 3.8 “Concluindo, tende todos
vós o mesmo modo de pensar, demonstrai compaixão e amor fraternal, sede misericordiosos e
humildes”. As palavras “muito obrigado”, “por favor”, “com licença”, “seja bem-vindo” não podem faltar
no dia a dia.

Nenhuma indelicadeza deve ser praticada, nem mesmo interferências na intimidade de lares
alheios. Tudo deve ser regado a base de gentileza, alegria, sorriso na face e muito amor fraternal.

3.2.2 Ser Discreto

A conduta deve ser sempre adequada ao momento. Mesmo em situações difíceis a simplicidade
pode ajudar a reverter o quadro. Uma mente sábia é dotada de um coração simples, por isso, todo o
contato com pessoas de outro sexo deve ser vigiado cuidadosamente. O cavalheirismo deve ser
constante, o obreiro deve ajudar as moças e senhoras tendo sempre o cuidado de não suscitar opiniões
maliciosas.

3.2.3 Ser pontual


As pessoas normalmente copiam nossos atos, e baseando-se nesta afirmação, o obreiro deve ser
pontual em seus compromissos. Um obreiro que chega atrasado em seus compromissos, está dando
margem para que os membros cheguem atrasados também. O atraso é uma injustiça e um erro,
injustiça com quem é pontual e um erro pois trata-se de um desleixo com o compromisso com Deus. O
atraso também é uma ótima fonte de contendas, pois irrita as pessoas com o qual nos comprometemos,
sem falar que reflete uma má impressão quanto a nossa idoneidade e comportamento.

3.2.4 Ser Prudente

Em Mateus 10.16 Jesus orientou os discípulos a serem prudentes como a serpente. Ser um
obreiro prudente é saber estar em conformidade com as leis que regem as condutas apropriadas em
cada ocasião; onde em muitas situações o obreiro precisa agir prudentemente, de modo a ser bem-
sucedido.

3.2.5 Ser Flexível

O obreiro usa de flexibilidade para articular cada situação e circunstância que lhe for exigido,
sempre analisando e ponderando cada decisão. A flexibilidade pode ajudar muito na conquista de
alguns alvos traçados, onde a circunstância precisa ser adaptada. Um exemplo disso é o do apostolo
Paulo, que disse: I Co 9.22 a 23 – “Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-
me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do
Evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele”.

3.2.6 Ser Zeloso

Podemos dizer que o zelo é uma demonstração de cuidado especial e dedicação a algo. O zelo nos
leva a abdicar de nossos planos pessoais passando a priorizar os planos de Deus, e isso deve ser feito
com fervor, tendo um cuidado intenso para que não haja retrocesso ou atraso. Paulo disse: II Co 11.2 –
“Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como
virgem pura a um só esposo, que é Cristo”.
3.2.7 Ser Responsável

Cada obreiro que se dedica a obra deve assumir seus atos e suas implicações. Quando isso ocorre,
não há falha em seus compromissos em todos os sentidos. Ele deve conciliar seu tempo e atividades de
maneira organizada e bem programada para que nenhum compromisso seja abdicado por falta de
organização, pois, o compromisso assumido é uma função que lhe foi confiada, por isso, quando o
obreiro é organizado este torna-se confiável diante das pessoas.

3.2.8 Ser Honesto

Honestidade é uma marca que o cristão de uma maneira geral deve possuir, principalmente o
obreiro, pois este é visto como modelo a ser imitado. A bíblia diz que o Diabo é o pai da mentira, então,
de maneira nenhuma o obreiro deve ser visto como imagem do diabo, mas sim de Deus. Paulo diz “sede
meus imitadores como sou de Cristo”. Jesus é o caminho a verdade e a vida – se Jesus é a verdade,
como alguém que o segue pode praticar as obras do diabo? A hipocrisia jamais deverá estar inserida em
um obreiro, então, como mensageiros das boas novas, o obreiro deve ter estampado em seu coração a
bandeira da verdade.

3.2.9 Ter Asseio

A apresentação pessoal é um belo cartão de visita, principalmente quando alguém novo chega na
igreja e quem o recebe está bem apresentável. É muito importante que o obreiro zele por sua higiene
pessoal, estando sempre com roupas limpas e bem passadas, bem como adequadas para cada ocasião.
Os calçados devem estar devidamente engraxados e limpos, barba bem feita, cabelo cortado e
penteado, unhas aparadas e limpas, roupas alinhadas e bem vestidas. O banho é indispensável, bem
como escovar os dentes, usar desodorantes e perfume. A aparência do obreiro revelará para as pessoas
quem ele é.

CONCLUSÃO

Conclui-se que a influência da ética cristã no ministério se faz fundamental para a vida dos
obreiros postulantes ao ministério, tendo em vista que não trata-se de uma obrigação, mas sim uma
base para o sucesso do desenvolvimento do trabalho realizado por ele, fazendo-o prosperar perante o
Senhor. Paulo deu exemplo de zelo ministerial e ética cristã quando disse: II Co 6.3 “Não damos motivo
de escândalo em atitude alguma, a fim de que nosso ministério não seja achado em falta”. Paulo sabia
que suas atitudes influenciariam positivamente ou negativamente a vida das pessoas de acordo com o
que elas observassem em sua vida. A ética define os parâmetros morais e de conduta do obreiro para
com a igreja e a sociedade, um obreiro sem ética é como uma lata vazia que não tem nada para dar, está
ali apenas para fazer montante e tumultuar.

A ética deve estar presente diariamente e constantemente, sendo aplicada no convívio pessoal,
familiar, no ministério ao qual serve, no meio dos irmãos de ministério e na comunidade como um todo.

O obreiro que abdica da ética não irá jamais agradar a Deus, pois a ética, a moral e a santidade
são princípios que vem do próprio Deus para aplicação na vida do homem. Um obreiro ético gera
ovelhas éticas, pois semelhante atrai semelhante, se o obreiro não tem ética as ovelhas certamente
passarão a não ter.

Baseado nos motivos apresentados, devemos cada vez mais buscar em Deus o modelo de ética
que o agrada, melhorando cada vez mais nosso caráter, para sermos obreiros sábios e portadores da
verdade, sendo exemplos para todos que pertencem ao nosso rebanho.

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