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Elídio Fernão Matos

Localização das Línguas bantu em Moçambique

Universidade Pedagógica
Nampula
2019
2

Elídio Fernão Matos

Localização das Línguas bantu de Moçambique

Trabalho de carácter avaliativo da


cadeira de Estrutura de Línguas
Bantu, 4º ano, curso de Lic. Em
ensino de Português.
Docente: Neves Anselmo

Universidade Pedagógica

Nampula

2019
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Índice
Introdução..........................................................................................................................4
Kimwani (província de Cabo Delgado).............................................................................5
Classificação das línguas...................................................................................................5
Shimakonde (província de Cabo Delgado)........................................................................5
Ciyaawo (províncias de Cabo Delgado e Niassa).............................................................6
Emakhuwa (província Nampula, Cabo Delgado, Niassa e Zambézia).............................7
Echuwabu (província da Zambézia e Sofala)....................................................................8
Cinyanja (província da Zambézia, Niassa e Tete).............................................................9
Cinyungwe (província de Tete).........................................................................................9
Cisena (província de Manica, Sofala, Tete e Zambézia).................................................10
Cibalke (província de Manica)........................................................................................11
Cimanyika (província de Manica)...................................................................................11
Cindau (província de Sofala e Manica)...........................................................................11
Ciwute (província de Manica).........................................................................................12
Gitonga (provincia de Inhambane)..................................................................................12
Citshwa (província de Maputo, Inhambane, Manica e Sofala).......................................13
Cicopi (província de Gaza e Inhambane)........................................................................13
Xichangana (província de Maputo, Gaza, Inhambane, Manica e Sofala).......................14
Xirhonga (província de Maputo, Gaza e Inhambane).....................................................14
Conclusão........................................................................................................................16
Bibliografia......................................................................................................................17
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Introdução
As línguas nacionais constituem todo conjunto das línguas, de origem nacional, que são
faladas em todo território nacional, isto inclui as línguas faladas desde os grupos
maiores até os grupos menores.
Constitui objectivo deste trabalho trazer a vista a localização geográfica das línguas
nacionais. É de frisar que, em termos linguísticos, Moçambique possui mais ou menos
de 20 línguas autóctones, algumas com variações ou dialectos e outras sem variações.
A localização feita no trabalho vai de acordo com as línguas faladas em cada província,
desde as províncias do Norte até as províncias do sul.
Na nação moçambicana, existem línguas que abrangem distritos de províncias
diferentes, podendo alcançar até 4 províncias, assim como, há línguas que são faladas
somente em uma província.
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Kimwani (província de Cabo Delgado)


Localização e número de falantes
A língua Kimwani é classificada entre os dialectos meridionais da língua Swahili (G.
42, na classiflcação de Guthrie). Distingue-se nitidamente de Swahili literário (padrão)
revelando, segundo Nurse 1988, tanto traços arcaicos de Swahili assim como inovações
provenientes de línguas vizinhas. NGUNGA e FAQUIR (2012:17)
Kimwani estende-se na faixa costeira na província de Cabo Delgado nos distritos de
Mocímboa da Praia, Macomia, Quissanga, Ibo, incluindo nela as Ilhas do Arquipélago
das Quirimbas. É também falada em Pemba, capital da província de Cabo Delgado,
assim como na vila de Palma, pelos mwanis que lá residem.

Classificação das línguas


Em relação a classificação das línguas, Guthrie (1967) citado por NGUNGA (2004:46)
distribui as línguas moçambicanas por quatro grupos, zonas diferentes, a saber: G,P, N e
S (de norte a sul).
Classificação da língua Kimwani
De acordo com a classificação de Guthrie (1967), a língua Kimwani pertence a Zona G
e ao grupo linguístico G.45.

Variantes linguísticas da língua Kimwani


Segundo informações recolhidas no terreno, sem ter sido feito um estudo dialectológico
apropriado, distinguem-se as seguintes variantes (NELIMO 1989) citado por NGUNGA
e FAQUIR (2012):
Central das ilhas (Ibo, Mateme e Quirimba);
Central continental (zona de Quissanga);
Norte (Mocimboa da Praia);
Urbana (Cidade de Pemba).

Kimwani ilhéu, também designado Kiwibu, é tomado como variante de referência para
este trabalho. Kimwani de Quissanga contém uma grande percentagem, ainda não
específicada, de elementos de língua árabe tanto ao nível do léxico como ao níve1
fonético, o que empresta a esta variante um traço sociolectal e estilístico especial.

Shimakonde (província de Cabo Delgado)


Localização e número de falantes
Segundo NGUNGA e FAQUIR (2012:35) Shimakonde localiza-se na região norte da
província de Cabo Delgado, numa superfície de cerca de 40.000 Km . Apesar de os
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268.910 falantes (de cinco anos de idade ou mais) desta língua em Moçambique (INE
2010) encontrarem-se espalhados por quase todo o território nacional, é principalmente
em 7 distritos da província de Cabo Delgado onde o Shimakonde é falado como língua
materna, a saber: Macomia, Meluco, Mocímboa da Praia, Mueda, Muidumbe, Nangade
e Palma.
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Classificação da língua Shimakonde


De acordo com a classificação de Guthrie (1967), a língua Shimakonde pertence a Zona
P e ao grupo linguístico P.23.

Variantes da língua Shimakonde


Há línguas que na sua essência não possuem variantes propriamente ditos, como no caso
de Shimakonde, NGUNGA e FAQUIR (2012:35) afirmam que o Shimakonde não tem
variantes que possam ser consideradas como seus «dialectos». As diferenças existentes
(a nível da pronúncia ou de certas expressões e terminologias para designar certas
coisas, duma zona para outra) são poucas e não impedem a intercompreensão.
Por outro lado, em Shimakonde, as pessoas são designadas conforme o nome da região
onde vivem, o que, muitas vezes, pode dar a impressão (superficial) a certos
investigadores de se tratar dum outro grupo étnico ou linguístico.
Assim, de acordo com NGUNGA e FAQUIR (2012:35), são chamados:
Vandonde: (ou Andode) os falantes de makonde que vivem na região de
Kundonde: zona montanhosa ao sul do planalto (vale do Rovuma, distrito de
Palma, Nangade e Mueda);
Vamwaalu: os que vivem nas margens e no vale do rio Messalo (cujo nome
original é Mwaalu);
Vaiyanga: os que vivem na região de lyanga (Mocimboa da Praia);
Vamwambe: os que se encontram nos distritos de Macomia e Meluco;
Vamakonde: os que vivem no planalto (Kumakonde).

Daí que as formas de falar de cada um destes grupos, ou variantes de Makonde, sejam
designadas, respectivamente, da seguinte maneira:
Shindonde;
Shimwaalu;
Shiyaga;
Shimwambe;
Shimakonde.

Ciyaawo (províncias de Cabo Delgado e Niassa)


Segundo NGUNGA e FAQUIR (2012:49) CIYAAWO é uma língua do grupo P.20 (na
classificação de Guthrie 1967-71) onde tem o código P.21. Ou seja, é a língua número
um do grupo Yaawo que, na referida classificação, inclui, além de Ciyaawo, as línguas
Shimakonde, Cimwela, Cimakwe, etc.
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Localização
Ciyaawo é falado principalmente em três países, a saber: Malawi, Moçambique e
Tanzânia.

Número de falantes
Em Moçambique, onde existem 341.796 falantes de Ciyaawo de cinco anos de idade ou
mais (INE 2010), a maior concentração destes falantes encontra-se nas províncias de
Niassa e Cabo Delgado. A província de Niassa é aquela que é considerada como sendo
o “habitat” natural dos falantes desta língua e Kuyaawo (Chiconono ou Cikonono) “o
berço do povo Yaawo” Sanderson (1922).
Classificação da língua Ciyaawo
De acordo com a classificação de Guthrie (1967), a língua Ciyaawo pertence a Zona P e
ao grupo linguístico P.21.

Emakhuwa (província Nampula, Cabo Delgado, Niassa e Zambézia)


Classificação da língua Emakhuwa
De acordo com a classificação de Guthrie (1967), a língua Emakhuwa pertence a Zona
P e ao grupo linguístico P.30.

Localização
A língua Emakhuwa é falada nas seguintes províncias:
1. Nampula

NGUNGA e FAQUIR (2012) apresentam as seguintes Variantes do emakhua:


Emakhuwa: falada na cidade-capital e seus arredores, nomeadamente,Mecubúri,
Muecate, Meconta, parte de Murrupula, Mogovolas, parte de Ribáwe e Lalawa;
Enahara: falada nos distritos de Mossuril, Ilha de Moçambique, Nacala-Porto,
Nacala-a-Velha e parte de Memba;
Esaaka: falada nos distritos de Eráti, Nacarôa e parte de Memba;
Esankaci: falada em algumas zonas do distrito de Angoche;
Emarevoni: falada em partes dos distritos de Moma e Mogincual;
Elomwe (P.32): falada nos distritos de Malema, parcialmente nos distritos de
parte de Ribáwè, Murrupula e Moma.
2. Cabo-Delgado
Emeetto (P.32): falada nos distritos de Montepuez, Balama, Namuno, Pemba,
Ancuabe Quissanga, parte dos distritos de Meluco, Macomia e Mocimboa da
Praia;
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Esaaka: nos distritos de Chiúre e Mecúfi.


3. Niassa
Exirima: falada nos distritos Metarica e Cuamba;
Emakhuwa: falada nos distritos de Mecanhelas, Cuamba, Maúa, Nipepe,
Metarica e parte do distrito de Mandimba;
Emeetto: falada nos dsitritos de Marupa e Maúa.
4. Zambézia
Emakhuwa: falado em Pebane;
Elomwe: falado em Gurue, Gilé, Alto Molócuè e Ile;
Emarevoni: falado numa parte de Pebane.

Número de falantes
De acordo com INE (2010), o Emakhuwa é falado por cerca de 5.307.378 pessoas de
cinco anos de idade ou mais em Moçambique.

Echuwabu (província da Zambézia e Sofala)


Localização
Segundo NGUNGA e FAQUIR (2012:85) a língua Echuwabu é falada nas seguintes
províncias: Zambézia: Distritos de Maganja da Costa, Quelimane, Namacurra, Mocuba,
Mopeia, Morrumbala, Lugela, Inhassunge, Mugogoda e Milange; Sofala: Beira.

Número de falantes
Segundo os dados do Censo populacional de 2007, o Echuwabu é falado Por cerca de
989.579 pessoas de cinco anos de idade ou mais (INE, 2010).
Classificação da língua Echuwabu
De acordo com a classificação de Guthrie (1967), a língua Echuwabu pertence a Zona P
e ao grupo linguístico P.34.

Variantes do Echuwabu
NGUNGA e FAQUIR (2012:85), O Echuwabu tem três variantes, a saber:
Echuwabu, falado num raio de cerca de 45 km na faixa que vai da cidade de
Quelimane à localidade de Mugogoda;
Ekarungu, falado na Ilha de Inhassunge com características bem distintas à
medida que se vai penetrando para o interior;
Marendje, falado nos distritos de Milange, Mocuba, Morrumbala e Lugela.
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Cinyanja (província da Zambézia, Niassa e Tete)


Localização
Segundo NGUNGA e FAQUIR (2012:95) Cinyanja é falado em três províncias de
Moçambique, a saber:
Niassa, nos distritos de Mecanhelas, Mandimba e Lago;
Zambézia, no distrito de Milange;
Tete, nos distritos de Angónia, Furancungo, Macanga, Zumbo, Tsangano e
partes de Fingoé, Cazula e Moatize.

NGUNGA e FAQUIR (2012:95) afirmam que além de ser falada em Moçambique, a


língua nyanja é também falada nas repúblicas de Malawi e Zâmbia, onde goza do
estatuto de língua “nacional” no primeiro caso e de “uma das sete línguas nacionais no
segundo caso.
Classificação da língua Cinyanja
De acordo com a classificação de Guthrie (1967), a língua Cinyanja pertence a Zona N e
ao grupo linguístico N.31.

Variantes do Cinyanja
Cinyanja tem as seguintes variantes:
Cicewa (N.31 b) (ou Cimang’anga), falada no distrito de Macanga;
Cingoni, falada no distrito de Angónia em Tete;
Cinyanja, falada no Niassa ao longo do lago do mesmo nome, em Tete
(Angónia, Tsangana e Moatize).

Cinyungwe (província de Tete)


Localização
De acordo com NGUNGA e FAQUIR (2012:108) O Cinyungwe é basicamente falado
na província de Tete, nos distritos de Moatize, Changara, Cahora Bassa e partes de
Marávia. Existem também registos da existência de comunidades falantes desta língua
no Malawi, Zimbabwe e Zâmbia.

Número de falantes
De acordo com os dados do Cesno de 2007, em Moçambique há cerca de 457.290
falantes de Cinyungwe de cinco ou mais anos de idade (INE, 2010).
Classificação da língua Cinyungwe
De acordo com a classificação de Guthrie (1967), a língua Ciyaawo pertence a Zona N e
ao grupo linguístico N.43.
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Variantes do Cinyanja
Não há uma grande variação dialectal em Cinyungwe. Contudo, a variante falada na
cidade de Tete e nos distritos de Moatize, Changara, Cahora Bassa é tomada como
sendo a de referência.

Cisena (província de Manica, Sofala, Tete e Zambézia)


Localização
Segundo NGUNGA e FAQUIR (2012:120) A língua sena é falada na Cidade da Beira e
em 22 distritos de 4 províncias de Moçambique, a saber:
1. Manica: Distrito de Gondola, Guru, Macosa e Tambara.
2. Sofala: Cidade da Beira e os distritos de Caia, Chemba, Cheringoma, Dondo,
Gorongoza, Maringue, Marromeu, Muanza, Nhamatanda.
3. Tete: Distritos de Changara, Moatize e Mutarara.
4. Zambézia: Distritos de Chinde, Inhanssunge, Mocuba, Mopeia e Morrumbala,
Nicoadala.

Classificação da língua Cinyanja


De acordo com a classificação de Guthrie (1967), a língua Ciyanja pertence a Zona N e
ao grupo linguístico N.31.

Variantes da língua Cisena


Devido à extensão geográfica do território em que é falado, são reconhecidas as
seguintes variantes de Sena:
Sena Tonga, falada no norte e no centro de Sofala, e nas fronteiras de Tete e
Zambézia;
Sena Caia (“Sena do Norte”), falada mais no norte, na Província de Tete, e
possivelmente na Zambézia também;
Sena Bangwe (“Sena do Sul”), falada na zona da Beira;
Sena Phodzo, falada entre Sofala e Zambézia (de Marromeu, até Chinde) e
Mopeia (em Zambézia);
Sena Gombe, falada em Caia, Mutarara, Chemba (litoral), Cheringoma e a parte
litoral da Zambézia;
Sena Gorongozi, falada na área Serra Gorongosa. NGUNGA e FAQUIR (2012)

Classificação da língua Cisena


De acordo com a classificação de Guthrie (1967), a língua Cisena pertence a Zona N e
ao grupo linguístico N.44.
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Cibalke (província de Manica)


Localização e número de falantes
Segundo NGUNGA e FAQUIR (2012:134) Cibalke é falado na província de Manica e
cobre todo o distrito do Bárue, à excepção da localidade da Serra Shôa. Os falantes
desta língua autodenominam-se Wabalke. Os seus vizinhos imediatos são (wa)manyika,
(wa)tonga, (wa)golongozi, e (wa)tewe. Apesar de se considerar um parente afastado das
línguas do grupo Shona, actualmente Cibalke confunde-se com as línguas do vale do
Zambeze devido a muitas semelhanças fonético-fonológica principalmente com as
línguas nyungwe e sena com as quais exibem algum nível de mútua inteligibilidade.
A zona coberta por esta língua vai desde o rio Púngue (localidade de Senyammutamba),
ao sul da Serra Shôa, até ao distrito de Guro a Oeste, e ao Norte e Leste do distrito de
Gorongosa.

Variantes da língua Cibalke


Os participantes do Seminário disseram que Cibalke não tinha variantes. NGUNGA e
FAQUIR (2012:135)

Cimanyika (província de Manica)


Localização e número de falantes
De acordo com NGUNGA e FAQUIR (2012:148) Cimanyika é falado ao longo da
região fronteiriça da província de Manica com a República do Zimbabwe, nos distritos
de Mossurize, Manica, Barwe e Sussundenga. Também é falado a Leste da República
do Zimbabwe.

Variantes da lingua Cimanyka


Cimanyika (S.13a) faz par te do grupo linguístico Shona (S.10), segundo a classificação
de M. Guthrie (1967/71).

Cindau (província de Sofala e Manica)


Localização
De acordo com NGUNGA e FAQUIR (2012:159) Cindau é falado nas províncias de
Sofala, Manica e na zona setentrional da província de Inhambane. Também é falado na
República do Zimbabwe.

Variantes
O Cindau (S.15a) faz par te do grupo linguístico Shona (S.10), segundo a classificação
de Guthrie (1967/71). Tem as seguintes variantes:
Cimashanga, falada nos distritos de Machanga, Búzi, em Sofala e, no distrito de
Mambone, em Inhambane. A variante Cimashanga tem os subdialectos Cibwani
e Cimbhara, ambos falados no distrito do Búzi;
Cidanda, falada no distrito de Machaze;
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Cigova, falada no distrito de Búzi;


Cidondo, falada nos distritos de Chibabava e de Búzi;
Cibangwe, falada na cidade da Beira;
Ciqwaka, falada em Gorongoza por uma comunidade localizada na serra;
Cinyai, falada na margem direita do Rio Save, desde Machacame até Mambone;
Cindau, falada no distrito de Mussorize e em Chimoio, na província de Manica.

Ciwute (província de Manica)


Localização
Ciutee ou Ciwute é a língua moçambicana falada na cidade e arredores de Chimoio,
província de Manica, capital da Província de central de Manica.

Variantes do Ciwute
O Ciwute (S.13b) faz parte do grupo linguístico Shona (S.10), na classificação
M.Guthrie (1967/71).

Gitonga (provincia de Inhambane)


Localização e número de falantes
De acordo com NGUNGA e FAQUIR (2012:181) Gitonga é falado na província de
Inhambane, em regiões circunvizinhas à Baía de Inhambane que compreende as cidades
de Inhambane e Maxixe bem como os distritos de Jangamo, Morrumbene e Homoíne.
Classificação da língua Gitonga
De acordo com a classificação de Guthrie (1967), a língua Gitonga pertence a Zona S e
ao grupo linguístico S.62.

Variantes do Gitonga
Gitonga inclui as seguintes variantes:
Gitonga gya Khogani ou Gikhoga, falada nas regiões costeiras que circundam a
Baía de Inhambane;
Ginyambe, falada no distrito de Inhambane;
Gikhumbana, falada na zona sul do distrito de Jangamo;
Girombe, falada no distrito de Morrumbene;
Gisewi, falada na cidade de Inhambane.
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Citshwa (província de Maputo, Inhambane, Manica e Sofala)


Localização e número de falantes
De acordo com NGUNGA e FAQUIR (2012:195) O nome Tsonga abrange 3 línguas:
Xirhonga, Xichangana e Citshwa, mutuamente inteligíveis, faladas nas províncias de
Maputo, Gaza e Inhambane, e na zona meridional das províncias de Manica e Sofala.
Classificação da língua Citshwa
De acordo com a classificação de Guthrie (1967), a língua Citshwa pertence a Zona S e
ao grupo linguístico S.51.

Variantes da lingua Citshwa


Citshwa tem as seguintes variantes:
Xikhambani, falada no distrito de Panda;
Xirhonga, falada na zona ocidental do distrito de Massinga;
Xihlengwe, falada nos distritos de Morrumbene e Massinga, na zona de
Funhalouro;
Ximhandla, falada no distrito de Vilankulo;
Xidzhonge (ou Xidonge), falada na par te meridional do distrito de inharrime;
Xidzivi, falada nos distritos de Morrumbene e Homoine.

Cicopi (província de Gaza e Inhambane)


Localização
Segundo NGUNGA e FAQUIR (2012:212) a língua Cicopi é falada predominantemente
nas províncias de Inhambane e Gaza, principalmente nos distritos de:
Província de Inhambane: Zavala, Inharrime, Homoíne;
Província de Gaza: Manjacaze, Chidenguele, Chongoene.

Classificação da língua Cicopi


De acordo com a classificação de Guthrie (1967), a língua Cicopi pertence a Zona S e
ao grupo linguístico S.61.

Variantes
Cicopi tem as seguintes variantes:
Cindonje, falado em Inharrime;
Cilenge, falado em Chidenguele, Nhamavila e par te de Chongoene;
Citonga, falado em Mavila, Quissico, Guilundo, até ao limite com Jangamo;
Cicopi, falado de Mavila até Madendere;
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Cilambwe, falado junto do lago Quissico e na par te oriental de Chidenguele;


Cikhambani, falado em Homoíne, par tes dos distritos de Panda, Manjacaze e
Chibuto.

Xichangana (província de Maputo, Gaza, Inhambane, Manica e Sofala)


Localização
De acordo com NGUNGA e FAQUIR (2012:225) O nome Tsonga abrange 3 línguas:
Xirhonga, Xichangana e Citshwa, línguas mutuamente inteligíveis faladas nas
províncias de Maputo, Gaza e Inhambane, e na zona meridional das províncias de
Manica e Sofala.
Classificação da língua Xichangana
De acordo com a classificação de Guthrie (1967), a língua Xichangana pertence a Zona
S e ao grupo linguístico S.53.

Variantes
As variantes de Xichangana são:
Xihlanganu, falada a sudoeste de Moçambique, nos Montes Libombos,
abrangendo parte dos distritos da Namaacha, Moamba e Magude;
Xidzonga (Xitsonga), falada nos distritos de Magude, Bilene e parte de
Massingir;
Xin’walungu, falada no distrito de Massingir;
Xibila, falada no distrito de Limpopo e par te de Chibuto;
Xihlengwe, falada nos distritos de Xai-Xai, Manjacaze, Chibuto, Guijá,
Chicualacuala, Panda, Morrumbene, Massinga, Vilanculo e Govuro.

Xirhonga (província de Maputo, Gaza e Inhambane)


Localização
De acordo com NGUNGA e FAQUIR (2012:242) O nome Tsonga abrange 3 línguas:
Xirhonga, Xichangana e Citshwa, mutuamente inteligíveis faladas principalmente nas
três províncias do Sul de Moçambique, nomeadamente, Maputo, Gaza e Inhambane. É
importante esclarecer que, além das línguas do grupo tsonga, nas aludidas províncias
também são faladas outras línguas como tivemos ocasião de mostrar ao longo deste
documento.
Classificação da língua Xirhonga
De acordo com a classificação de Guthrie (1967), a língua Xirhonga pertence a Zona S e
ao grupo linguístico S.54.
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Variantes
O Xirhonga tem as seguintes variantes:
Xilwandle (Xikalanga), falada no distrito da Manhiça;
Xinondrwana, falada em Marracuene, Maputo, Matola e Boane;
Xizingili (Xiputru), falada desde a kaTembe até a Ponta do Ouro;
Xihlanganu, falada na Moamba-sede e parte do distrito da Namaacha.
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Conclusão
Os estudos feitos por estudiosos em relação as línguas nacionais foi muito complexo
que por um lado podemos afirmar ajudou a tornar as línguas nacionais padronizadas e
normalizadas, por outro lado, tais estudos complicaram a ortografia das mesmas línguas,
visto que, a grafia aqui apresentada por um lado desconhecida pela maioria dos
moçambicanos que falam as mesmas línguas, razão pela qual, uma mesma palavra é
escrita de maneiras diferentes em diferentes livros relativos as línguas nacionais.
A localização aqui apresentada e o mapeamento linguístico feito também por um lado
são confusos, a título de exemplo, é o distrito de Mocuba, o Terceiro Seminário afirma
que este distrito fala a língua echuwabu, que não é totalmente verdade, visto que, parte
da população deste distrito é falante da língua elomwe. Se cconsiderarmos que o distrito
de Mocuba é falante do Echuwabu, onde ficarão localizados aqueles falantes da língua
Elomwe que habitam em Mocuba?
Um outro aspecto a considerar é a divergência, que os diferentes autores trazem, do
número das línguas autóctones existentes em Moçambique, Firmino, por exemplo,
afirma que Moçambique existem mais de 23 línguas autóctones e que no relatório do
Terceiro Seminário apresentam um número inferior a este, portanto, é necessário que se
tome em consideração a actualização da informação.
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Bibliografia

FIRMINO, Gregório. A questão linguística na África pós-colonial-O caso do Português


e das línguas autóctones em Moçambique. Textos editores. Maputo. 2005

NGUNGA, Armindo. Introdução a Linguística Bantu. Imprensa universitária. Maputo.


2004

NGUNGA, Armindo e FAQUIR, Osvaldo G. Padronização da Ortografia de Línguas


Moçambicanas: Relatório do III Seminário. Colecção: AS NOSSAS LÍNGUAS III.
Centro de Estudos Africanos. MAPUTO. 2012

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