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METODOLOGIA CIENTÍFICA

AULA 6

Prof.ª Líliam Maria Born Martinelli


CONVERSA INICIAL
E chegamos ao momento em que as ideias produzidas no decorrer da
pesquisa precisam ser organizadas para que possam transmitir as descobertas
feitas durante o processo.
Até aqui você percorreu o caminho do planejamento, da execução da
pesquisa. Estamos na última fase, que é da comunicação ou divulgação. No
entanto, você pode estar se perguntando: por que essa fase precisa
acontecer? E será natural que essa pergunta surja, pois é provável que, ao
decidir iniciar a pós-graduação, sua intenção não era ser um pesquisador. Mas
descobriu que o curso de pós é pesquisa.
A pesquisa só tem sentido se ela for além do lugar do pesquisador, ou
seja, se contribuir com alguém, de alguma forma. Portanto, uma pesquisa,
independente da sua profundidade, deve ser comunicada, divulgada. O
conhecimento adquirido nos torna mais responsáveis por nós e pela sociedade
em que estamos.
Você já sabe que a comunicação pode se dar pela apresentação pública
ou pela publicação de artigos em eventos científicos da área do conhecimento
a que pertence, ou então em revistas científicas. Para isso, o artigo escrito
deve apresentar clareza, conexão de ideias, fundamentação teórica, além de
outras qualidades anteriormente citadas.
Redigir um artigo demanda reflexão e cuidado com os aspectos centrais,
como a apresentação clara das ideias, mas também dos detalhes que
envolvem normas para a apresentação do texto acadêmico.
Sendo assim, venha comigo neste caminho de finalização do processo
da pesquisa.

TEMA 1 – ASPECTOS GERAIS DO TEXTO ACADÊMICO


O que diferencia em texto acadêmico de qualquer outro?
Responder a essa pergunta nos possibilita reconhecer os elementos que
não podem faltar num texto acadêmico de qualidade.
Um bom texto acadêmico é aquele que apresenta com clareza o
processo da pesquisa, incluindo desde a problematização até a apresentação
dos resultados. É também aquele que apresenta a fonte das ideias
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apresentadas, priorizando a ética acadêmica de sempre valorizar aqueles que
lhe forneceram inspiração, dados e indicações dos melhores caminhos para a
pesquisa. Apresenta um encadeamento de ideias de modo que o leitor consiga
estabelecer uma imagem mental do processo que descreve e das conclusões a
que chegou.
É muito comum ouvir que os textos acadêmicos são chatos e de difícil
compreensão. E é verdade que, em um determinado tempo, isso foi muito
comum, devido à concepção de que o conhecimento científico era para uma
elite e, assim, muitos textos representavam o poder do pesquisador diante dos
demais.
Mas, hoje a situação é outra: a ciência ainda não está ao alcance de
todos, mas há uma tendência de que seja diferente. Por isso, incentiva-se que
a escrita deixe ser empolada e passe a ser mais interativa com o leitor. Um
texto bem escrito é aquele que comunica bem as suas ideias. Portanto, se a
pesquisa deve contribuir para o bem da sociedade, então, o texto acadêmico
deve ser compreendido por ela.

TEMA 2 – A CONSTRUÇÃO DO TEXTO


É muito comum ouvir a pergunta: há algum segredo para escrever um
bom artigo, dissertação ou tese? Pode-se dizer que há um conjunto de ações
que podem ajudar e que podem ser aprendidas. Para isso vamos percorrer
alguns pontos muito importantes.

A escolha dos materiais


A preparação da pesquisa, ou seja, no planejamento, a escolha do tema
já vem de algum estudo que você fez e que chamou sua atenção para uma
situação que gostaria de resolver. A partir disso, você já deve ter em vista os
autores que sejam os mais indicados. Um bom começo de escolha é a busca
de artigos científicos (preferencialmente, pois eles apresentam dados mais
atualizados) que abordem o tema e o problema escolhidos; assim, com a ajuda
deles, você identificará outros autores que já discutiram o assunto
(MEDEIROS; TOMASI, 2016).
É importante também encontrar equilíbrio na quantidade de autores
utilizados. Isso porque uma pesquisa não pode ser sustentada por um único
autor, pois é preciso que existam percepções diferentes a respeito do mesmo

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problema ou conceito; afinal, o trabalho do pesquisador estará também em
escolher as ideias, mostrar suas convergências articulando-as entre si e
mostrando inclusive as divergências. É um processo delicado, que exige
atenção e reflexão, pois é desse tecer ideias que surgem os resultados da
pesquisa. Portanto, escolher os autores principais pode ser um dos segredos
de um bom texto acadêmico.

A leitura
O ato de ler é muito mais amplo do que imaginamos. Vai além de
decodificar as ideias. A leitura deve nos encaminhar à reflexão a respeito do
assunto tratado e também a uma maior compreensão do meio em que estamos
inseridos quanto à sua multiplicidade de aspectos.
Por isso, a leitura do tema precisa ser cuidadosa. É importante registrar
os resultados dela, e isso pode ser feito de duas maneiras: a elaboração de
sínteses e a escolha das ideias a serem citadas de forma direta (CERVO;
BERVIAN; SILVA, 2007).

A separação das ideias


Ao lermos, devemos ter sempre em mente o nosso problema de
pesquisa. Assim, ampliam-se as chances de identificarmos as ideias que mais
representam, explicam e ajudam a compor a solução para o problema que está
sendo pesquisado. Ou seja, precisamos de uma leitura seletiva (CERVO;
BERVIAN; SILVA, 2007).
Ao deparar com tais ideias, é importante destacá-las do jeito que melhor
lhe convier.
Por vezes, um capítulo de um livro, um artigo ou um tópico do artigo nos
interessam por inteiro. Nesse caso, a elaboração da síntese é o mais indicado.
A elaboração da síntese deve ser fiel ao que o autor diz e conter, de
modo simples e conciso, a ideia central do texto lido acompanhada de ideias
secundárias indispensáveis para sua compreensão. O texto obtido poderá ser
usado como parte do texto na forma de citação indireta. Portanto, cada vez que
optar por isso, você deverá anotar os dados da obra e com eles montar a
referência do material, também apresentando a referência na citação.
Por outro lado, poderá ocorrer que encontre um parágrafo em que o
autor lido explicite muito bem o que você considera fundamental para seu texto.

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Nesse caso, copie e cole o texto do autor, desde que use o modo de citação
direta. Pádua (2012) nos orienta sobre o uso de registros em formas de
anotações bem identificadas, ou seja, anotarmos as frases ou os parágrafos do
texto sem nos esquecer de incluir a referência completa do material do qual
retiramos a frase. Isso porque você precisará dessas informações tanto para as
citações que vier a fazer quanto para construir a lista de referências. O mesmo
autor nos alerta com relação ao respeito às normas de uso das ideias dos
autores e a possibilidade de responder criminalmente pelo uso ou pela
apropriação indevida.
Ainda se tratando de construção do texto, vale retomar a ideia de que os
objetivos específicos devem balizar a estrutura do desenvolvimento do artigo.
Ou seja, eles podem servir de subtítulos no desenvolvimento.

TEMA 3 – AS CITAÇÕES E SUAS REGRAS


A pesquisa científica pressupõe o confronto entre os dados coletados na
realidade e a teoria já existente. É dessa relação nem sempre tranquila que
surgem as novas explicações para o fenômeno em estudo, seja ele da
natureza que for.
Quando o autor da pesquisa apresenta as ideias encontradas na teoria,
deve lembrar-se de que está se apoiando nas ideias de outra pessoa, que se
dedicou a um processo de pesquisa tão intenso quanto esse que ele está
desenvolvendo. Por isso, é indispensável o respeito ao autor. Ou seja, o autor
da pesquisa deve respeitar o trabalho dos demais pesquisadores da mesma
forma que gostaria que respeitassem seu trabalho. A isso chamamos de ética,
que deve estar presente em todos os momentos da pesquisa.
Ao escrevermos o artigo, quando queremos apresentar uma das ideias
de um dos autores, usamos um recurso chamado citação.
Citar, segundo Houaiss (2001, p. 732), significa “transcrever, referir ou
mencionar como autoridade ou exemplo ou em apoio do que se afirma”.
Portanto, citar é indicar de onde vêm as ideias a que nos referimos e que nos
servem de base, que fundamentam nossa pesquisa. E como proceder para
apresentar as ideias de um autor?
A ABNT elaborou um formato que padroniza a apresentação de uma
citação, determinando um conjunto de regras que define como deve ser
apresentada uma citação.

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Em primeiro lugar, é importante dizer que há dois tipos de citação, a
saber: citação direta, que pode ser curta ou longa, e citação indireta.
A citação direta é aquela em que optamos por apresentar o texto do
autor na íntegra, ou seja, tal e qual foi redigido. A ABNT Norma 10520 (2002)
determina que a citação direta curta é aquela cujo texto não ultrapassa três
linhas na formatação adotada no restante do texto. A citação direta longa, por
sua vez, é aquela cujo texto possui mais de três linhas.
A regra para apresentar uma citação direta curta diz o seguinte: o texto
deve ser colocado entre aspas e devem ser indicados o autor, o ano da
publicação e a página em que o texto escolhido aparece na obra original.
O exemplo a seguir é de uma citação direta curta:
É comum que “durante a construção do trabalho científico os alunos
sempre fiquem em dúvida sobre como e onde colocar as citações,
contribuições, fundamentações de outros autores” (MAGALHÃES, 2007, p. 59).
A mesma citação poderia ser apresentada assim:
Segundo Magalhães (2007, p. 59), “durante a construção do trabalho
científico os alunos sempre ficam em dúvida sobre como e onde colocar as
citações, contribuições, fundamentações de outros autores”.
Qual a diferença? Observe que o autor é indicado pelo sobrenome
apenas. No primeiro exemplo, o sobrenome do autor aparece fazendo parte da
frase e, por isso, ele está escrito com apenas a primeira letra maiúscula.
No segundo exemplo, os dados que indicam a origem do texto estão
entre parênteses. Neste caso, o sobrenome do autor deve ser escrito com
todas as letras maiúsculas.
No caso de uma citação direta longa, as regras são as seguintes: o texto
deve ser formatado em fonte 10, espaçamento simples, modo justificado e
recuo à esquerda de 4 cm. Devem ser explicitados o sobrenome do autor, o
ano da obra e a página em que o texto escolhido aparece na obra.
Observe o exemplo:
Com relação às citações diretas, Magalhães (2007, p. 128) diz:
 Citação breve, com até três linhas, deve ser transcrita no corpo
do texto e colocada entre aspas duplas.
 Para citações mais longas, com mais de três linhas, reserva-se
parágrafo próprio, com recuo de quatro centímetros da margem
esquerda, com letra menor que a do texto e sem aspas.

A mesma citação poderia ser escrita assim:


A respeito das citações diretas, é preciso considerar que:
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 Citação breve, com até três linhas, deve ser transcrita no corpo
do texto e colocada entre aspas duplas.
 Para citações mais longas, com mais de três linhas, reserva-se
parágrafo próprio, com recuo de quatro centímetros da margem
esquerda, com letra menor que a do texto e sem aspas.
(MAGALHÃES, 2007, p. 128)

É certo que você percebeu que novamente o sobrenome do autor pode


ocupar lugares diferentes e que isso indica a forma de escrevê-lo.
Observe que as citações diretas longas apresentam um espaçamento
antes e depois do texto, o qual serve para destacá-las. Você pode padronizá-lo
usando o menu parágrafo e escolhendo 6 ou 12 pontos antes e depois.
Atenção para outro detalhe: observe a citação a seguir. [...]
excesso de citações pode dar a impressão de que o trabalho seja mais
resultado de uma colagem de diferentes textos do que uma produção
intelectual do próprio aluno [...] (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007, p.
129).
Você deve ter percebido o uso do símbolo [...], que significa que antes
ou depois havia continuidade do texto e, portanto, houve supressão de
informação. Isso quer dizer que você pode construir o texto intercalando seus
comentários com fragmentos do texto do autor, desde que faça a referência
corretamente.
A citação indireta é aquela que apresenta uma síntese das ideias de
um autor escolhido pelo pesquisador. Pode ser também aquela em que o
pesquisador apresenta as ideias do autor na forma de paráfrase, ou seja,
redige com palavras próprias buscando ampliar a possibilidade de
compreensão da ideia do autor.
A regra para escrever uma citação indireta é muito simples: indicar o
sobrenome do autor e o ano da obra em que a ideia apresentada se encontra.
Observe os exemplos a seguir:
Gray (2012) enfatiza que o pesquisador deve tomar muito cuidado com o
plágio ao escrever os resultados de sua pesquisa. Lembra que o plágio
acontece quando alguém se apropria do texto ou da ideia de um autor sem
indicar adequadamente o autor e a obra em que ela se encontra.
Essa mesma citação poderia ser escrita assim:
O pesquisador deve tomar muito cuidado com o plágio ao escrever os
resultados de sua pesquisa. Lembra que o plágio acontece quando alguém se

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apropria do texto ou da ideia de um autor sem indicar adequadamente o autor e
a obra em que ela se encontra (GRAY, 2012).
Novamente a diferença entre elas está no posicionamento e na
apresentação em letras maiúsculas do sobrenome do autor.
É importante que neste momento você se pergunte de percebeu todas
as características e os detalhes das citações.
Então:
Citação direta curta: o texto citado deve ter até três linhas e fica
incluído normalmente no texto geral, mas deve ser colocado entre aspas. O
sobrenome do autor, ano da obra e página devem ser indicados corretamente.
Citação direta longa: o texto citado possui mais de quatro linhas e deve
ser apresentado em fonte de tamanho menor (normalmente dez), espaçamento
simples, modo justificado e recuo de quatro centímetros da margem esquerda.
Citação indireta: por ser uma síntese ou paráfrase das ideias de um
autor, então se deve indicar apenas o sobrenome do autor e o ano da
publicação.
Há um detalhe muito importante a respeito do uso de citações. Elas
precisam estar articuladas entre si, ou seja, não podem ser jogadas no texto
sem que fique claro para o leitor o motivo pelo qual estão ali. E como se faz
isso? Normalmente usamos frases que indicam a articulação das ideias ou
então comentamos a ideia da citação e sua relação com o que estamos
pesquisando. Para tanto, um ou dois parágrafos após a citação, direta ou
indireta, tornam-se suficientes para que o leitor não perca a linha do raciocínio.
Muitas vezes os pós-graduandos questionam qual sua participação nas
ideias apresentadas, pois percebem ser inevitável a presença dos autores já
consagrados. Uma boa explicação é que eles são os responsáveis pela
articulação dos autores por meio de comentários e frases de ligação.

TEMA 4 – AS REFERÊNCIAS E SUAS REGRAS


Na mesma medida em que as citações representam uma postura ética
no que se refere ao respeito ao autor, as referências completam esse papel.
As referências, enquanto elemento pós-textual de um artigo, constituem
uma lista de conjuntos de dados de cada obra utilizada na construção do texto.
Assim, o leitor pode ter acesso aos dados de cada obra, caso se interesse por
eles. A importância desse referencial é que a autoria de cada obra fica

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preservada, além de demonstrar a humildade científica que deve estar
presente no pesquisador.
A ABNT definiu o conjunto de dados necessários para cada tipo de obra,
e assim surgiram as regras para as referências. Você não precisa decorar os
modelos, pois foram feitos para consulta e aplicação. O mais importante é que
você se lembre de que, ao aplicá-las, estará dando aos outros autores o
mesmo respeito que gostaria de receber.
O manual do TCC traz as regras para referências. Vamos, então, dar
preferência em saber como usá-las e destacar as mais utilizadas em trabalhos
acadêmicos de pós-graduação. Ou seja, não vamos ver aqui todas as regras,
pois para isso você recorre ao manual, mas sim entender como montar as
referências e também como interpretá-las.
As principais fontes de pesquisa são os livros, os artigos, as teses e
dissertações, as leis, além de outros. Neste momento, vamos nos deter no
estudo das referências dos livros e dos artigos.
Começaremos pelos livros.
Como obter os dados para as referências de um livro? A capa, a
segunda capa, a ficha catalográfica.
Veja por exemplo a imagem que segue:

Esta é uma ficha catalográfica que compõe a apresentação de um livro.


A partir dela, você tem acesso aos dados da obra.
Agora veja a regra para apresentar a referência de um livro:
 Com 1 só autor:
AUTOR (SOBRENOME, Nome). Título da Obra: subtítulo (se houver).
Edição. Local da editora: editora, ano de publicação.

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 Com dois autores:
AUTOR (SOBRENOME, Nome); AUTOR (SOBRENOME, Nome). Título da
obra: subtítulo (se houver). Edição. Local da editora: editora, ano da
publicação.
 Com mais de três autores:
AUTOR (SOBRENOME, Nome) et al. Título da obra: subtítulo (se houver).
Edição. Local da editora: editora, ano da publicação.
Então, com o auxílio da ficha catalográfica ou dos dados da capa e
páginas iniciais do livro, você pode montar a referência.
Começando pelo nome do autor:
GEMELLI, Inês.
Observou que o sobrenome do autor foi escrito com todas as letras
maiúsculas?
Agora vamos incluir o título.
GEMELLI, Inês. Manual de normas e padrões para elaboração de
documentos científicos da UNIPAR.
Observou que o título foi colocado em negrito? Poderia ser também
colocado em itálico ou então sublinhado. Atenção! Usar apenas um deles;
nunca os três juntos.
Outro detalhe importante é que o destaque é sempre para o título
principal. Se houver um subtítulo, ele não será destacado.
Agora, vamos incluir o local da publicação, a editora e o ano da
publicação.
GEMELLI, Inês. Manual de normas e padrões para elaboração de
documentos científicos da UNIPAR. Umurarama, PR: Universidade
Paranaense, 2013.
Percebeu que é importante saber onde procurar os dados? Assim, torna-
se mais tranquilo o uso da regra.
Veja o próximo exemplo:
MEDEIROS, João Bosco; TOMASI, Carolina. Redação de artigos científicos:
métodos de realização, seleção de periódicos, publicação. São Paulo: Atlas,
2016.

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Vamos identificar os elementos?
Título
Autores
subtítulo

MEDEIROS, João Bosco; TOMASI, Carolina. Redação de artigos científicos:


métodos de realização, seleção de periódicos, publicação. São Paulo: Atlas,
2016.
subtítulo editora
Ano de
cidade
publicação

Outra fonte que você deve usar são os artigos encontrados em bases de
dados diversas ou então em revistas científicas impressas.
Vamos aos exemplos.
Um artigo encontrado em revista impressa apenas deve ser referenciado
seguindo o padrão:
AUTOR (SOBRENOME, Nome) (se houver). Título: subtítulo. Título da revista,
editora. Local da publicação, volume (v.), número (n.), n°. página inicial do
artigo-número da página final, ano da publicação.
Como você encontra os dados? A revista deverá ter também ficha
catalográfica. Ou então esses dados podem aparecer no rodapé de cada
página da revista. Veja o exemplo a seguir:
Um artigo da Revista Intersaberes tem o título:
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UMA REFLEXÃO SOBRE A RELAÇÃO
PROFESSORTUTOR E ESTUDANTE NO PROCESSO DE ENSINO E
APRENDIZAGEM
Os autores são:
Celuta Maria Santos Vieira
Bacharel em Enfermagem e Especialista em Administração Pública,
especialista pela Faculdade Visconde de Cairu, Universidade Corporativa da
Secretaria da Fazenda. E-mail: celuta.vieira@gmail.com
Roberta Melo de Andrade Abreu
Doutora em Educação e Contemporaneidade. Pesquisadora do Grupo de
Pesquisa Tecnologias Inteligentes e Educação/ TECINTED, Universidade do

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Estado da Bahia (UNEB). Docente da Fundação Visconde de Cairu. E-mail:
robertamabreu@gmail.com
e no rodapé aparecem as informações.
Revista Intersaberes | vol. 11, n.23, p.284-303| maio.ago.| 2016| 1809-7286

Então a referência desse artigo será:


VIEIRA, Celuta Maria Santos; ABREU, Roberta Melo de Andrade. Educação a
distância: uma reflexão sobre a relação professor tutor e estudante no processo
de ensino e aprendizagem. Revista Intersaberes. Curitiba, vol. 11, n.23, p.284-
303, maio.ago. 2016.
Observe que o destaque não foi para o título e sim para o nome da
revista. E ainda, foi usado o itálico para fazer o destaque.
E se o artigo for de uma revista científica disponível apenas na internet?
O padrão a ser seguido é:
AUTOR (SOBRENOME, Nome) Título. Nome da revista, local, mês e ano.
Disponível em: <http://www. nome do site>. Acesso em: dia, mês e ano.
A imagem a seguir é um print da tela de apresentação de um artigo
disponível na base de dados www.scielo.org . Ela foi obtida colocando na caixa
de busca a palavra “administração”.
Observe que logo no início estão disponíveis todos os dados
necessários para que seja elaborada a referência.
Revista de Administração (São Paulo)
Print version ISSN 0080-2107
On-line version ISSN 1984-6142
Rev. Adm. (São Paulo) vol.49 no.4 São Paulo Oct./Dec. 2014
http://dx.doi.org/10.5700/rausp1178
RECURSOS HUMANOS & ORGANIZAÇÕES
A gestão ordinária dos pequenos negócios: outro olhar sobre a gestão
em estudos organizacionais
Alexandre de Pádua Carrieri, Denis Alves Perdigão, Ana Rosa Camillo Aguiar

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Agora veja a referência já construída:
CARRIERI, Alexandre de Pádua; PERDIGÃO, Denis Alves; AGUIAR, Ana Rosa
Camillo. A gestão ordinária dos pequenos negócios: outro olhar sobre a gestão
em estudos organizacionais. Revista de Administração. (São
Paulo) vol.49, no.4, São Paulo Oct./Dec. 2014. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.5700/rausp1178>. Acesso em: 31 out. 2016.

Observe que, além dos dados já indicados no modelo anterior, temos a


inclusão do endereço eletrônico em que o artigo está disponível. Caso não
sejam encontrados os dados mais específicos da revista, você apresenta
apenas aqueles disponíveis. No entanto, o endereço eletrônico e a data de
acesso são indispensáveis.
Assim, esperamos que tenha compreendido como obter os dados e
aplicá-los nas regras definidas pela ABNT.

NA PRÁTICA
O jovem recém-formado e contratado, que recebeu a tarefa de
apresentar dados significativos a respeito do descarte de um efluente
produzido pela empresa, optou por organizar um processo de busca de dados
em fontes científicas, assim como recorrendo aos funcionários mais antigos e
também à legislação a respeito.
Ele já entrevistou os três funcionários mais antigos e anotou as
explicações que lhe deram. Porém precisa buscar as explicações científicas.
Tem de ser rápido e certeiro, pois seu prazo é curto, apenas 90 dias.
Como os estudos da Metodologia Científica, com foco no texto científico
e nas referências, pode contribuir com o processo de resolução desse
problema?

Revendo a problematização (apresentação de possíveis soluções)


Opção 1: O jovem irá escrever o relatório tendo como base principal o
depoimento dos seus colegas e incluir as principais argumentações que
encontrou na página de um vendedor de produtos químicos que provavelmente
serão usados no tratamento dos efluentes da empresa.

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Feedback 1: Essa não pode ser a melhor opção, pois a experiência dos
colegas é de valor inestimável, mas não deve ser considerada sozinha, pois
precisa de apoio científico.
Opção 2: Após ouvir seus colegas mais antigos, o jovem irá buscar
artigos científicos em uma base de dados confiável e, após os ler
cuidadosamente, irá incluir as informações que descobriu e considerou que
podem ser válidas, antes que o prazo expire.
Feedback 2: Nesse caso, ele estará pecando por exagero com relação
ao pouco tempo que tem. Optou por um relatório superficial que provavelmente
não oferecerá segurança à empresa.
Opção 3: Enquanto providenciava a entrevista com seus colegas, o
jovem, buscando artigos científicos em base de dados confiáveis, verificou o
que apresentavam como possível solução. Procurou também conhecer as
novas exigências da legislação atual e registrou o que considerou importante.
Não se dando por satisfeito e querendo aprofundar o relatório, ele consultou as
referências dos artigos e buscou as obras que foram citadas com mais
frequência nos textos que leu. Articulou os dados e escreveu o relatório com
suas considerações.
Feedback 3: Essa é a opção mais acertada visto que o relatório trará
dados de diferentes fontes, contando com o apoio da experiência, da ciência e
da legislação. E a compreensão das referências e do texto acadêmico passa a
ser um diferencial no trabalho do jovem, sem dúvida se refletindo na qualidade
do relatório.

SÍNTESE
Nesta fase, estamos fechando o ciclo de estudos sobre como produzir
um trabalho acadêmico, de modo especial um artigo. O planejamento da
pesquisa e sua execução perdem o valor se a comunicação dos resultados não
for bem-feita.
Assim, a construção do texto e o uso adequado das ideias dos autores
pesquisados constituem elementos importantes para que o trabalho adquira
caráter científico. Portanto, daqui para frente, você deve estar atento ao tipo de
texto que escolhe para ler e também ao modo como comunica os resultados de
suas pesquisas. Ou seja, deve usar adequadamente as citações, as
referências e os elementos que tornam o texto fluido e com sentido.
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REFERÊNCIAS
HOUAISS, A.; VILLAR, M. de S. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; SILVA, R. da. Metodologia científica. 6. ed.


São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

MEDEIROS, J. B.; TOMASI, C. Redação de artigos científicos: métodos de


realização, seleção de periódicos, publicação. São Paulo: Atlas, 2016.

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